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A razão em busca de
explicação
Texto: Antônio Xavier Teles
"A três índios diferentes foram ciados um arco branco, um arco preto e uma carabina. Os três
chegaram às margens de um lago de águas muito claras. Os dois ín-dios que escolheram os
arcos não quiseram entrar no lago, puseram apenas as mãos em suas águas. As mãos
ficaram brancas e eles tentaram limpá-las numa árvore. Aí ouviram a voz de Avinhoka
(divindade protetora) que disse: 'Assim como a árvore, vocês não serão para sempre'. O
terceiro índio, que havia escolhido a carabina, entrou na água e saiu completamente branco.
Em seguida foi deitar-se sobre uma pedra. A este, disse Avinhoka: 'Assim como a pedra, você
será eterno'."
O mito é:
"Tudo era um caos até que se ergueu a Mente para pôr ordem às coisas",
escrevia Anaxágoras, convencido da força da razão que filosofava. Início do
pensamento filosófico Várias causas levaram o pensamento do estágio
mítico para o patamar superior da Filosofia. Dentre as principais,
poderíamos citar uma nova dinâmica social. O aumento da população, no
mundo antigo, determinou, por volta do oitavo milênio antes de Cristo, nos
vales férteis dos grandes rios históricos — Nilo, Ganges, Tigre, Eufrates,
Amarelo — um novo modo de vida, onde os contatos sociais eram mais
intensos e a vida se organizava em estruturas econômico-polftico-so-ciais
novas e artificiais. Estas novas estruturas sociais que se estratificaram em
cidades, reinos e impérios, regiam-se por leis- Sofriam por isso o impacto de
uma nova mecânica social. O homem, então liberto do contato direto com a
natureza, teve oportunidade de desenvolver sua inteligência e de criar
confiadamente explicações, não mais baseadas na tradição mítica ou nas
forças divinas como causas eficientes e finais das coisas. Para estas novas
explicações recorreu simplesmente às forças racionais de sua mente. Data
deste tempo o início da Filosofia. Este novo tipo de pensamento filosófico se
foi formando lentamente em vários pontos da Terra entre os anos 800 e 500
a.C.