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Todo povo que atinge certo grau de desenvolvimento sente-se naturalmente inclinado a educar. A educação é o princípio por meio do qual a comunidade humana conserva e transmite a sua potencialidade física, espiritual e cultural. Só o homem consegue conservar e propagar a sua forma de existir, por meio da vontade consciente e da razão. Uma educação consciente pode até mudar a natureza física do homem e suas qualidades, elevando-lhe a capacidade a um nível superior.
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Mas o espírito humano conduz progressivamente à descoberta de si e cria, pelo conhecimento do mundo exterior e interior, formas melhores de existência humana. Assim é pertinente observar que educar não é uma propriedade individual, mas pertence por essência à comunidade. Destaca-se que toda educação é o resultado da consciência viva de uma norma que rege uma comunidade humana.
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A educação promove a estabilidade das normas válidas que correspondem a solidez dos fundamentos da educação. Da dissolução e destruição das normas advém a debilidade, a falta de segurança e até a impossibilidade absoluta de qualquer ação educativa. Assim, por mais elevada que venhamos a julgar as realidades artísticas e políticas dos povos anteriores, a história daquilo que podemos chamar cultura só começa com os gregos.
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Ao dizer que nossa história começa na Grécia, precisamos adquirir uma consciência clara do sentido que neste caso damos à palavra história. História neste caso significa a exploração de mundos estranhos, singulares e misteriosos. Assim a partir desta noção de história que a ideia de educação representa todo esforço humano em se fazer e se construir. Sem esta concepção grega de história e cultura, não teríamos a antiguidade, construída sob a noção de unidade da história, nem teríamos o mundo ocidental.
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Assim os gregos se tornaram fundamentalmente um mundo distinto, um ideal de formação humana. Assim a educação ( Paideia ) não é para os gregos, um aspecto exterior da vida, incompreensível, fluido e anárquico. Na configuração da Paideia, os gregos tiveram o senso inato de significar a natureza. Buscaram leis que agem nas próprias coisas e procuraram reger por elas a vida e o pensamento. Viram pela primeira vez que a educação tem que ser um processo de construção consciente ( Formação ) Assim o povo grego é filosófico por excelência, por intuir, deduzir e assim apreende o objeto como um todo na sua ideia.
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O QUE É FILOSOFIA? Filosofia - J. Honorato – jhonoratopereira@gmail.com 7 A Filosofia é uma forma nova e inusitada de pensar. Essa palavra é atribuída a Pitágoras, é composta de Filo ( vinda de philía, amizade ) e Sofia ( Sophía, sabedoria ) philosophía é a amizade pela sabedoria, o amor ao saber. Pitágoras de Samos teria dito ser a sabedoria pleno privilégio dos deuses, cabendo aos homens apenas desejá-la, amá-la, ser seus amantes ou seus amigos, isto é, filósofos.
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Pode significar o saber, entendido como conjunto sistemático e racional de conhecimentos sobre o mundo e os homens ( sophós é aquele que conhece verdadeiramente a realidade ). Pode significar sabedoria, entendida como a disposição humana para a vida virtuosa e feliz. A grandeza dos gregos antigos consiste em reunir esses dois sentidos e estabelecer uma articulação interna necessária entre ambos, concebendo o saber como condição da sabedoria e a sabedoria como forma superior de saber.
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A ORIGEM NA GRÉCIA
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A partir do século XII a. C., os dórios invadem as regiões ocupadas pelos aqueus, que em migração forçada, deslocam-se para a Ásia Menor, fundando colônias marítimas. Dessa forma desmantelam a sociedade existente que era fundamentalmente agrária, patriarcal e tribal. Os aqueus tornam-se uma potência em: navegação, comércio e artesanato, em intenso contato com outros povos do Oriente.
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Nesse meio tempo surge à moeda, inventam o calendário, há o desenvolvimento de novas técnicas, promovendo o aparecimento uma classe rica associada ao comercio que começa a rivalizar com a antiga aristocracia agrária. A sociedade grega vai se tornando citadina, urbana e a cultura vai-se laicizando. As formulações mítico-religiosas dão lugar às explicações racionais, que será a filosofia. Aristóteles afirmará que a riqueza e a existência dos escravos liberaram os gregos da fadiga e da pena do trabalho, dando-lhe o ócio indispensável para a vida filosófica.
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De um lado a opulência e o poderio dos comerciantes tiraram o poder das mãos da aristocracia agrária, mas os levaram a compensar a falta de sangue nobre com o aumento de seu prestígio, patrocinando as artes, construindo bibliotecas e promovendo a vida intelectual. Por outro lado, aristocratas descontentes retiraram-se da vida pública e passaram a dedicar-se à vida especulativa – filosófica.
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DO MITO À FILOSOFIA Filosofia - J. Honorato – jhonoratopereira@gmail.com 14 A mente humana é naturalmente inquiridora: quer conhecer as razões das coisas. Basta observar uma criança fazendo perguntas aos pais. Mas às mesmas perguntas podem ser dadas diversas respostas: respostas míticas ou filosóficas. As respostas míticas são explicações que podem contentar a fantasia, embora não sejam verdadeiras. As respostas filosóficas propõem-se, ao contrário, a oferecer uma explicação completa de todas as coisas. A humanidade nos primórdios de sua existência contentava-se com explicações míticas para qualquer problema.
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As mesmas respostas à nós modernos, parecem simplistas e errôneas. O mito em sua acepção geral e em sua fonte psicológica é uma animação dos fenômenos da natureza e da vida. Animação devida a alguma forma primordial e intuitiva do conhecimento, em virtude da qual o homem projeta a si mesmo nas coisas, isto é, anima-as e personifica-as, dando-lhes figuras e comportamentos sugeridos pela imaginação.
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O mito é uma representação fantástica, fantasiosa e espontânea da realidade, delineadas pelo mecanismo mental do homem, afim de dar uma interpretação e uma explicação aos fenômenos da natureza e da vida. Desde o início os homens procuraram indagar sobre a origem do universo, sobre a natureza das coisas e das forças às quais se sentia sujeito. A esta indagação ele respondeu sob o impulso da fantasia. A função do mito era fornecer uma explicação para os acontecimentos da natureza e da existência humana: para a guerra e para a paz, para a fartura e para a miséria, para a bonança e para tempestade, para a saúde e a doença , bem como para a vida e a morte.
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Entre todas as respostas mitológicas, a grega é a que mais se destaca pela riqueza, ordem e humanidade. Não é de admirar que a filosofia se tenha desenvolvido da mitologia. Em contrapartida podemos resumir as principais características da filosofia: Explicação racional sobre a ordem presente no mundo. Nada vem do nada e nada retorna ao nada: não a criação do nada.
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A natureza é o fundo primordial de origem e constituição de todos os seres. Preocupação central é o com o dervir ou o vir-a-ser, com o movimento e com o repouso. A distinção entre a aparência do mundo e a essência do mesmo.
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ORIGEM A PARTIR DA HISTÓRIA Filosofia - J. Honorato – jhonoratopereira@gmail.com 20 Tradicionalmente, os historiadores distinguem quatro grandes períodos na história da sociedade grega: PERÍODO HOMÉRICO – quando os aqueus, os jônios e os dórios conquistaram e dominaram Micenas, Troia e Creta. As mudanças consequentes foram: economia urbana e comercial. PERÍODO ARCAICO – Nesse período os agrupamentos constroem cidadelas para a sua defesa. A sua volta começam a surgir cidades como sedes de governo – aqui nasce a filosofia.
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PERÍODO CLÁSSICO – com as reformas de Clístenes e mais tarde com Péricles, Atenas se coloca à frente de toda a Grécia: desenvolveu-se a democracia. PERIODO HELENÍSTICO – a Grécia passa para o domínio da Macedônia, com Felipe e Alexandre, e, depois, para o domínio de Roma, integrando-se num mercado mundial e tornando-se colônia de um império universal.
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BIBLIOGRAFIA ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999. ABBAGNANO, Nicola. História da Filosofia – Vol. 1. Lisboa: Presença, 1985. LARA, Tiago Adão. A filosofia nas suas origens gregas. Petrópolis: Vozes, 1989. MANNION, James. Livro completo da filosofia. São Paulo: Madras, 2004. MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. MONDIN, Battista. Curso de Filosofia – Vol. 1. São Paulo: Paulinas, 1981. REALE, Giovanni; ANTISERI, Dário. História da filosofia – Vol. 1. São Paulo: Paulinas, 1990. REZENDE, Antônio. Curso de filosofia para professores e alunos dos cursos de segundo grau e de graduação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
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