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Bibliografia:

ARANHA, Maria de Arruda, História da educação. SP. Moderna, 1989


CAMBI,Franco, História da Pedagogia, SP UNESP 1999
FONSECA, Maria de Jesus: A Paidéia Grega Revisitada SP Artigo, S/D
GOMES, Joaquim Ferreira, História da Educação, Coimbra, 1967
GUIMARÃES, Maria Alice, História da Educação, Aveiro: Editorial Vouga, 1974.

Partido do ponto de vista de que a Antiguidade Grega a Paidéia é parte indissociável da


história geral é importante estudar o contexto histórico, qual para observar a relação de
influência de determinação e o sistema social. Foi devido ao poder econômico de seu império
que a Pérsia conseguiu dominar todo o oriente. No entanto, vencidos contra os gregos, os
persas perderam o predomínio sobre os outros Estados da Antigüidade. Dessa forma, a
hegemonia econômica se deslocou das civilizações do Oriente próximo para a civilização
grega.
Veremos a seguir como a civilização grega conquistou o poderio econômico sobre todo o
mundo antigo e acabou perdendo-o para o Império Romano.
Período Pré-Homérico (2500-1100 a.C.), período que aconteceu a formação do povo grego.
Período Homérico (1100-800 a.C.), fase retratada pelos poemas de Homero, Ilíada e Odisséia.
Período Arcaico (800-500 a.C.), fase da formação das cidades-estado: a escrita, a moeda, a lei
e a polis.
Período Clássico (500-400a.C), fase correspondente ao apogeu da civilização grega.
Período Helenístico (336-146 a.C.), fase da decadência da Grécia.
A Grécia está localizada a leste do mar Mediterrâneo, na Península Balcânica, apresentando
relevo acidentado e um litoral recortado por golfos e bóias, banhado pelo mar Egeu e pelo mar
Jônio.
O território grego é cortado ao meio pelo golfo de Corinto. Ao norte desse golfo localiza-se a
Grécia continental; ao sul, a Grécia peninsular.
Devido ao relevo marcadamente montanhoso, a prática da agricultura releva-se difícil na
Grécia, registrando-se um quinto das terras. Assim, o comércio tornou-se a atividade
econômica básica. Com tudo, A Paidéia é, então, entendida como formação, como uma
formação geral que dará ao homem a forma humana, ou seja, que o construirá como homem e
como cidadão. 19 E este ideal aparece claramente como o ideal de Paidéia no séc. IV a. c. e
encontra-se bem presente, desde logo, com os sofistas, mas este é também o ideal que
encontramos em Sócrates, em Platão, em Aristóteles ou em Isócrates. A Paidéia, assim
concebida, torna inteligível a afirmação "O princípio espiritual dos gregos não é o
individualismo, mas o 'humanismo', para usar a palavra no seu sentido clássico e originário.
Humanismo vem de humanistas. (...) Significou a educação do Homem de acordo com a
verdadeira forma humana, com o seu autêntico ser. Tal é a genuína Paidéia grega (...). Não
brota do individual, mas da idéia. Acima do homem como ser gregário ou suposto eu
autônomo, ergue-se o Homem como idéia. A ela aspiraram os educadores gregos, bem como
os poetas, artistas e filósofos. Ora, o Homem, considerado na sua idéia, significa a imagem de
Homem genérico na sua validade universal e normativa.”.
Porém, pode-se dizer que na Grécia ainda predomina uma concepção mítica do mundo. Isso
significa que as ações humanas se acham explicadas pelo sobrenatural, pelo destino, pela
interferência divina. Os mitos gregos são escolhidos pela tradição e são transmitidos oralmente
pelo aedos e rapsodos, cantores ambulantes que dão forma poética a esses relatos e os
recitam de cor em praça pública. Dentre estes, destacamos Homero, provável autor das
epopéias Ilíadas, que trata da guerra de Tróia (Illion, em grego), e da Odisséia, que relata o
retorno de Ulisses (Odisseu, em grego) a Ítaca, após a guerra de Tróia.
Todavia é importante ressaltar neste segmento a existência de um pensamento preocupado
com a emergência da consciência Racional, de onde parte a filosofia; o surgimento da filosofia
na Grécia não é resultado de conquista de um povo privilegiado, mas o resultado de um
processo que atravessou milênios e para o qual concorreram diversas transformações, tais
como:
A escrita, o advento da lei escrita, A invenção da Moeda etc.
A filosofia surge como problematização e discursão de uma realidade antes não questionada
pelo mito.

Já período pré-socrático caracteriza-se como uma nova forma analisar e ver a realidade. Antes
esta era analisada e entendida, apenas do ponto de vista mítico, agora é proposto o uso da
razão, o que não significa dizer que a filosofia vem para romper radicalmente com o mito, mas
sim para suscitar o uso da razão no esclarecimento, sobretudo da origem do mundo.

Sofistas que se apresentam com novas propostas e soluções educativas, com um novo plano
de estudos e como outros e novos mestres, em nada semelhantes aos do passado; Sócrates
que se diz impelido a realizar uma única missão, uma "missão divina", que ele entende como
"missão educativa", e que questiona e problematiza: O que é educar? O que é ensinar e
aprender? O que é a virtude e pode a virtude ser ensinada? (Cf. PLATÃO, Protágoras 325c -
326e e Ménon); Platão que na República e em As Leis propõe as suas respostas a estes
mesmos problemas; Aristóteles cuja Ética a Nicómano constitui também uma visão do
problema educativo, e que na Política versa ainda o mesmo tema. Mas esses sinais
encontram-se não só na filosofia como também na literatura grega desta época, nas suas
diferentes formas, seja na poesia (épica ou lírica), na tragédia ou na comédia (também elas
escritas sob a forma poética), cuja intenção última é, afinal, uma intenção educativa.
O que Sócrates exige e procura incansavelmente, é o conhecimento, não deste ou daquele
homem, mas do Homem. O que ele busca é a essência do Homem, a idéia de Homem, e se
homem é isso que a idéia define então a idéia converte-se em ideal, porque todo e qualquer
homem, para sê-lo, deve ser isso.
Platão propõe uma utopia, onde são eliminadas a propriedade e a família, e todas as crianças
são criadas pelo estado, pois para Platão, as pessoas não são iguais, e por isso devem ocupar
posições diferentes e serem educadas de acordo com essas diferenças.
Até os 20 anos, todos merecem a mesma educação.
No Texto “Alegoria da Caverna”, Platão, em um diálogo com Gláucon, compara a educação
humana, ou a falta dela, com uma situação hipotética onde pessoas que tenham vivido por
toda a vida dentro de uma caverna, pudessem apenas, durante todo esse tempo, ver as
sombras que vinham do exterior, projetadas na parede da mesma, o que para elas, eram a
única realidade.
Versava, após, sobre o choque causado pelo primeiro contato de um destes homens
com o mundo externo ao que eles viviam em que eles seriam forçados a endireitar sua postura,
e olhar para os objetos e a luz, na forma como a conhecemos; falava, pois, sobre a dificuldade
em aceitar uma nova proposta, e que, devido ao padrão pré-estabelecido, o homem tenderia a
reconhecer como reais os objetos na forma que ele já conhecia, e não no padrão recém
apresentado. Para que fosse possível a adaptação, necessitaria acostumar-se gradualmente
com o meio. A partir disso, o homem seria levado a formar novas conclusões no tocante ao
padrão de realidade em que ele, agora, vive.
"A visão que os gregos tinham do mundo os distinguia de todos os demais povos do mundo
antigo, ao contrário destes, os gregos em vez de colocarem a razão humana a serviço dos
deuses ou dos deuses monarcas, enalteceram a razão como instrumento a serviço do próprio
homem (...) Recusavam qualquer submissão aos sacerdotes e tampouco se humilhavam
diante dos seus deuses. Glorificavam o homem como o ser mais importante do universo (...) O
primeiro povo a enfrentar explicitamente o problema da natureza, as idéias, as tarefas e
objetivos do processo educativo foi o povo grego.
Atenas passou pelas mesmas fases de desenvolvimento de Esparta; mas enquanto Esparta se
deteve na fase guerreira e autoritária, Atenas priorizava a formação intelectual sem deixar de
lado a educação física que não se reduzia apenas a uma simples destreza corporal, mas que
vinha acompanhada por uma preocupação moral e estética.

Na primeira parte de sua cultura aparecem formas simples de escolas e a educação deixa de
ficar restrita à família e a partir dos 7 anos começava a educação propriamente dita, que
compreendia a educação física, a música e a alfabetização. O pedotriba era o responsável em
orientar a educação física na palestra onde os exercícios físicos eram praticados.
No final do século IV a.C., inicia-se a decadência das cidades-estados gregos assim como a
sua autonomia e a força da cultura helênica se funde à das civilizações que a dominam se
universaliza e converte-se em helenísticas; nesse período a antiga Paidéia, torna-se
enciclopédia ou seja, educação geral" consistindo na ampla gama de conhecimentos exigidos
na formação do homem culto diminuindo ainda mais o aspecto físico e estético.
Nesse período eleva-se o papel do pedagogo com a criação do ensino privado e o
desenvolvimento da escrita, leitura e o cálculo. O conteúdo abrangente das disciplinas
humanistas (gramática, retórica e dialética) e quatro científicas (aritmética, música, geometria e
astronomia). Além do aperfeiçoamento do estudo da filosofia e, posteriormente, o de teologia
na era cristã.

Em fim, em matéria de educação os gregos não só definem o modelo como indicam a


pedagogia a ser seguida. Por tudo isso somos levados a concluir que a História da Educação
tem um significado muito grande para nós e para nossa realidade educativa atual, pois tudo
começou na Grécia Antiga.

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