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CARACTERIZAÇÃO E IMPORTÂNCIA DAS MACRÓFITAS AQUÁTICAS

COM ÊNFASE NOS AMBIENTES LÍMNICOS DO


CAMPUS CARREIROS - FURG, RIO GRANDE, RS

Claudio Rossano T. TRINDADE1, Sabrina Amaral PEREIRA2,


Edélti Faria ALBERTONI3 & Cleber PALMA-SILVA4

1,3,4
Laboratório de Limnologia, Instituto de Ciências Biológicas, FURG, Campus Carreiros, Av.
Itália, Km 08, CP 474. CEP: 96201-900. Rio Grande, RS.
2
PPG-BAC, Instituto de Ciências Biológicas, FURG
Correspondente: dmbcps@furg.br

RESUMO: A comunidade de macrófitas aquáticas desempenha um papel estrutural e


funcional de grande importância ecossistêmica em ambientes límnicos de águas rasas.
Estes ambientes de lagos rasos e banhados são muito comuns na planície costeira do
Rio Grande do Sul, dominando extensas paisagens e apresentando uma grande
biodiversidade que reúne animais de várias categorias taxonômicas. Este texto é dirigido
a alunos de cursos de graduação da área biológica e a professores de Ciências da rede
de ensino fundamental e médio, tendo por objetivo fornecer uma visão geral sobre o
assunto, reunindo informações de obras consagradas em ecologia de águas interiores, e
de ecologia dos principais grupos. A sequência do texto consiste principalmente na
apresentação de aspectos evolutivos, adaptativos e ecológicos desta comunidade. O
texto procura fornecer uma visão geral sobre estes organismos, ressaltando sua
biodiversidade e papel ecológico nos ambientes da região sul do estado do Rio Grande
do Sul, tomando como referência os ambientes e as espécies facilmente encontradas nos
ambientes aquáticos do campus Carreiros da Universidade. Além disto, são
apresentadas algumas perspectivas de estudos visando à conservação dos ambientes
límnicos da região.

Palavras-chave: ecossistemas límnicos, macrófitas aquáticas, lagos rasos, banhados.

INTRODUÇÃO

As macrófitas aquáticas (macro = grande; fita = planta) são formas macroscópicas


de vegetação aquática (Wetzel, 1993), cujas partes fotossinteticamente ativas estão,
permanentemente ou por alguns meses do ano, submersas em água ou flutuantes em
sua superfície (Cook, 1974). Esta categorização baseia-se no contexto ecológico, ou
seja, independente de aspectos taxonômicos (Esteves, 1998), sendo estes vegetais
classificados preferencialmente quanto ao seu biótopo de ocorrência (Fig. 1), refletindo o
grau de adaptação destas plantas ao meio aquático.

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Figura 1 – Formas biológicas de macrófitas aquáticas. Fonte: Pedralli, 1990.

No Brasil, a classificação comumente aceita, refere-se a:


• Macrófitas aquáticas submersas enraizadas ou fixas: são enraizadas e
crescem totalmente submersas na água, normalmente emitem as estruturas
reprodutivas acima do nível de água. Ex: Potamogetom pectinatus (potamogeto),
Cabomba australis (cabomba).
• Macrófitas aquáticas submersas livres: permanecem flutuando submersas na
água. Geralmente prendem-se a pecíolos e caules de outras macrófitas. Ex:
Utricularia gibba (violeta-do-brejo, boca-de-leão do banhado).
• Macrófitas aquáticas com folhas flutuantes ou flutuantes fixas: são
enraizadas e com folhas flutuando na superfície da água. Ex: Nymphoides indica
(estrela-branca, soldanela-d’água).
• Macrófitas aquáticas flutuantes livres: permanecem flutuando com as raízes
abaixo do nível da superfície da água. Ex: Pistia stratiotes (repolho-d’água),
Eichhornia crassipes (aguapé).
• Macrófitas aquáticas emergentes ou emersas: enraizadas, porém com folhas
podendo alcançar grande altura acima do nível d'água. Ex: Typha domingensis
(taboa, paina).
• Anfíbias: encontradas na interface água-terra, tolerantes à seca. Ex: Salix
humboldtiana (salgueiro)
• Epífitas: espécies se estabelecem e se desenvolvem sobre indivíduos de
espécies flutuantes livres ou fixas. Ex: Oxycaryum cubense

Os grupos ecológicos podem estar distribuídos de maneira organizada e paralela


à margem, formando um gradiente de distribuição em direção ao interior do lago,
iniciando pelas macrófitas emersas, passando pelas de folhas flutuantes até as
submersas enraizadas. Na maioria dos casos, no entanto, fatores ambientais como a
turbidez da água e o vento, favorecem o crescimento heterogêneo dos diferentes grupos

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ecológicos. Nestes casos é frequente observar-se macrófitas submersas e com folhas


flutuantes crescendo entre as emersas.
As macrófitas apresentam grande capacidade de adaptação e grande amplitude
ecológica. Este fato possibilita que a mesma espécie colonize os mais diferentes tipos de
ambientes, o que facilita a sua ampla distribuição geográfica, sendo considerada de um
modo geral cosmopolita. Somente alguns gêneros, e algumas famílias, têm distribuição
mais restrita. Tal cosmopolitismo se deve fundamentalmente á maior homogeneidade
térmica que os ambientes aquáticos apresentam em relação aos terrestres (Mitchell,
1974).
Os ecossistemas aquáticos continentais brasileiros, em sua maioria com extensas
regiões litorâneas, são propícios à ocorrência de macrófitas aquáticas, onde
desempenham importantes funções. Do ponto de vista taxonômico são conhecidas para
as macrófitas aquáticas, 42 famílias de dicotiledôneas, 30 de monocotiledôneas, 17 de
briófitas e 6 pteridófitas (Esteves 1988; Pérez, 1992, apud Pompêo & Moschini-Carlos,
2003). Para Estado do Rio Grande do Sul, Irgang e Gastal Jr. (1996) registraram cerca de
400 a 500 espécies de macrófitas aquáticas.
Diversos fatores propiciam o crescimento e, consequentemente, a produção de
biomassa das macrófitas, entretanto, os de origem antrópica como: excesso de nutrientes
provenientes de fontes como o esgoto doméstico, erosão de terras agrícolas, resíduos
industriais, são os mais preocupantes (Mitchell, 1974). Por esse motivo as macrófitas
freqüentemente ocorrem como pragas em ecossistemas aquáticos continentais de várias
partes do planeta. No Brasil, há registros de proliferação indesejada de macrófitas
aquáticas em reservatórios de hidrelétricas com prejuízo a geração de eletricidade e em
ambientes aquáticos impactados pelo lançamento de esgotos domésticos e industriais
(Lopes-Ferreira, 1998; Marcondes et al., 2003). Estas proliferações indesejadas resultam
em prejuízo aos usos múltiplos dos ecossistemas aquáticos e precisam ser controladas.
Para tanto, o conhecimento sobre as condições ambientais que permitiram a proliferação
indesejada é fundamental.

Características evolutivas e adaptativas das macrófitas aquáticas

As plantas surgiram em ambientes aquáticos, ocuparam os ambientes terrestres e


depois vários grupos retornaram novamente para ambientes aquáticos. No tempo
geológico, mediante incontáveis transformações, os organismos adaptados ao meio
aquático passaram gradualmente ao habitat terrestre. As plantas, para viver fora da água
desenvolveram estruturas como uma cobertura externa e impermeável, a cutícula. Esta,
além de evitar a perda da água, não permite sua entrada, nem de nutriente, nem troca de
gases com o meio externo. Para o intercâmbio com o meio externo, surgiram os
estômatos. Outros importantes caracteres morfológicos que se modificam na passagem
da vida aquática para a terrestre foram os sistemas vasculares de sustentação (Salgado-
Labouriau, 1994 apud. Pompeu & Mosquini-Carlos, 2003).
As plantas que retornaram para os ambientes aquáticos, que hoje chamamos de
macrófitas aquáticas, sofreram modificações adaptativas que permitiram o
restabelecimento no ambiente aquático. Pelo contínuo processo de transformação, estes
vegetais sofreram adaptações que permitiram seu crescimento em gradientes que
compreendem desde solos saturados até submersos na coluna d’água (Esteves, 1998;
Bianchini Jr. & Cunha-Santino, 2006; Camargo et al., 2003). As principais modificações
anatômicas foram a redução da cutícula e do sistema de sustentação, cloroplastos
localizados na parte superior das folhas, assim como os estômatos, quando presentes.
As folhas submersas são geralmente muito finas e recortadas, com poucas camadas de
células. As plantas aquáticas passaram a apresentar aerênquima para sustentação e
armazenamento de gases (CO2, O2) no seu interior (Sculthorpe, 1985; Esteves, 1998).
Uma das adaptações das macrófitas é poder se ajustar as condições ambientais
através de alterações na morfologia das folhas. Este processo chamado de heterofila,

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pois em um mesmo indivíduo podem ser encontradas folhas muito ramificadas e flexíveis
abaixo do nível de água, associadas com folhas flutuantes e folhas completamente
emersas.

Papel das macrófitas aquáticas nos ecossistemas límnicos

As macrófitas aquáticas constituem uma das principais comunidades de


ecossistemas límnicos por contribuírem para a diversidade biológica e por apresentarem
elevada biomassa e alta produtividade, desempenhando importante papel no ciclo de
nutrientes e fluxo de energia (Esteves, 1998; Wetzel, 1993). São importantes também por
serem capazes de estabelecer uma forte ligação entre o sistema aquático e o ambiente
terrestre que o circunda (Jorgensen & Löffler, 1990). Acredita-se que estes organismos
assumam papel ainda mais importante em ecossistemas rasos, como as planícies de
inundação, onde colonizam extensas áreas e apresentam elevadas taxas de produção
primária (Neiff, 1986).
O grande número de nichos ecológicos e a vasta diversidade de espécies animais
observadas nas regiões litorâneas pode ser atribuído principalmente a esta comunidade,
uma vez que servem de abrigo a animais nectônicos e bentônicos (Brum & Esteves,
2001), promovendo também refúgio para pequenos animais em fuga dos grandes
predadores, como por exemplo, Daphnia e copépodes que se protegem da predação dos
peixes. Lagos vegetados abrigam uma rica comunidade de invertebrados e peixes e,
atraem um grande número de aves (Scheffer, 1998).
Entre os diversos papéis desempenhados pelas macrófitas aquáticas pode-se
citar sua função como hospedeiras para associações com algas perifíticas e bactérias
fixadoras de nitrogênio (Esteves, 1998), seu importante papel trófico devido aos altos
conteúdos de proteínas e carboidratos solúveis e sua reduzida fração de parede celular
(Henry-Silva & Camargo, 2002). As macrófitas também atuam como armazenadoras de
nutrientes, influenciando as características físico-químicas dos corpos d’água (Pagioro &
Thomaz, 1999). Em regiões tropicais, estes vegetais atuam como fornecedores de
matéria orgânica para a cadeia detritívora, sendo responsáveis muitas vezes pela maior
porcentagem do material orgânico que entra no ambiente aquático através dos processos
de decomposição e ciclagem de nutrientes.
Nos últimos 35 anos aumentou o interesse na utilização do potencial do sistema
de plantas aquáticas para tratamento de esgotos. Dois caminhos principais têm sido
explorados: a capacidade das plantas aquáticas de absorver o excesso de nutrientes e
poluentes da água na qual estão crescendo e a capacidade dos ecossistemas dominados
por plantas aquáticas como banhados, de remover substâncias poluentes da água fluindo
através deles (Mitchell, 1974).
Pedralli & Teixeira (2003) ressaltam a importância do emprego desta comunidade
como bioindicadoras da qualidade da água em ambientes lóticos e lênticos. Pedralli
(2003) recomenda o emprego das formas biológicas anfíbias, emergentes, submersas
fixas e flutuantes fixas, desde que apresentem características como, serem sedentárias,
acumuladoras de poluentes, com longo ciclo de vida, abundantes, conhecidas
taxonomicamente, resistentes à manipulação e transporte, de fácil manutenção e coleta.
Segundo o autor, o biomonitoramento através de plantas aquáticas pode ser realizado
pelo indicativo de sua presença ou ausência, como também pela análise de parâmetros,
tais como tamanho da população ou comunidade, forma e atributos funcionais
quantificáveis, geralmente morfológicos, de fácil visualização e medição no campo
(Murphy, 2000 apud Pedralli, 2003). Para este autor, grupos funcionais de macrófitas
tendem a ocupar seções discretas de gradientes ambientais, e a identificação das
espécies do grupo permite usar sua ocorrência no ambiente para predizer a existência de
tipos pré-definidos daqueles gradientes.

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Macrófitas aquáticas comumente encontradas nos ecossistemas límnicos do


campus Carreiros

Situado na Planície Costeira do Estado do Rio Grande do Sul, o Município do Rio


Grande caracteriza-se pela variedade de ambientes aquáticos continentais, como
banhados, arroios, lagos, lagoas e lagunas. A planície costeira, de formação geológica
recente, apresenta uma paisagem com características de grande interação entre o meio
terrestre e aquático. Seu processo de formação, por meio das transgressões e
regressões marinhas, durante o período quaternário, esculpiu esta paisagem de pouca
altitude, e caracterizada pela presença de um grande número de lagoas interconectadas
por canais e arroios.
O campus Carreiros da Universidade Federal do Rio Grande – FURG (32°04’43“S
e 52°10’03”W) (Fig. 2 e 3) está localizado no corredor que dá acesso à zona urbana da
cidade do Rio Grande, ladeado pelos sacos da Mangueira e do Martins, ambos ligados à
Laguna dos Patos, e próximo ainda da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Verde
(Votto et al., 2006).

Figura 2. Área do estudo no campus Carreiros – FURG, Rio Grande, RS. Esquema de lagos,
prédios e dunas.

Neste ambiente tem sido propostas e desenvolvidas várias atividades práticas do


ensino universitário formal bem como a proposição de trilhas ecológicas destinadas a
diversos tipos de público.
Com uma área de aproximadamente 250 ha o campus caracteriza-se por
apresentar um conjunto de pequenos corpos de água naturais e artificiais, e áreas que
durante os períodos de elevada precipitação, permanecem com o solo saturado. Estes
ambientes apresentam características limnológicas diferenciadas (Albertoni et al., 2005;
Palma-Silva et al., 2008; Trindade et al., 2008; Furlanetto et al., 2008; Trindade et al.,
2009; Marinho et al., 2009), o que possibilita o desenvolvimento de comunidades
biológicas com características próprias.

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O levantamento da vegetação aquática do campus Carreiros revelou a presença


de 43 espécies de macrófitas aquáticas distribuídas em 21 famílias botânicas, agrupadas
em 35 gêneros (Tab. 1). Quanto ao biótopo de ocorrência 50% das macrófitas são
emergentes, 23% flutuantes livres, 15% submersas enraizadas, 9% submersas livres e
3% de enraizadas com folhas flutuantes. Considerando a área do campus e o número de
espécies registradas no estudo, cerca de 10% das espécies encontradas por Irgang &
Gastal Jr. (1996), pode-se dizer que o mesmo apresenta uma riqueza considerável e que
justifica sua preservação.
Devido à localização e a heterogeneidade de ambientes, que propiciam o
estabelecimento e desenvolvimento da fauna e flora, o campus apresenta-se como uma
importante área a ser preservada. Entretanto, apesar da beleza e de sua importância
ecológica, o mesmo ainda sofre fortes perturbações antrópicas, ficando clara a
necessidade de medidas voltadas à conservação. Estas facilitariam e estimulariam a
utilização do mesmo para atividades acadêmicas, como uma sala de aula ao ar livre,
onde poderiam ser realizadas trilhas e visitas orientadas tanto para alunos da
universidade, quanto para alunos da rede de ensino básico e fundamental.
O manejo do campus com vistas a conservação também propiciaria a execução
de estudos científicos. Neste contexto, estudos experimentais com a vegetação aquática
forneceriam conhecimento a respeito de seus atributos funcionais, servindo de subsídios
para a conservação e/ou preservação dos ambientes límnicos do campus e também
regionais.

Lago dos Lago


Biguás Polegar

Lago das
Dunas

Figura 3. Área do estudo no campus Carreiros – FURG, Rio Grande, RS. Foto aérea salientando
os ambientes aquáticos.

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Tabela 1. Macrófitas Aquáticas do campus Carreiros – FURG, Rio Grande, RS.


FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOTOPO
ALISMATACEAE
Echinodorus tenellus (Mart.) Buchenau Chapéu-de-couro Emergente/anfíbia
Sagittaria montevidensis Cham. & Schltdl. Erva do brejo, espadana Emergente/anfíbia
AMARANTHACEAE
Alternanthera philoxeroides (Mart.) Griseb. Perna de saracura, carrapicho do brejo Emergente/anfíbia
APIACEAE
Centella asiatica (L.) Urb. Pé de cavalo Emergente/anfíbia
Hydrocotyle bonariensis Lam. Erva capitão do brejo Emergente/anfíbia
Hydrocotyle ranunculoides L. Cairuçu-de-brejo Emergente
ARACEAE
Lemna valdiviana Phil. Lentilha d’água Flutuante livre
Pistia stratiotes L. Repolho d’água Flutuante livre
Wolffia brasiliensis Wedd. Lentilha d’água Flutuante livre
Wolffiella oblonga (Phil.) Hegelm Lentilha d’água Flutuante livre
ASTERACEAE
Mikania periplocifolia Hook. & Arn. Guaco Anfíbia (Trepadeira)
Enydra anagallis Gardner --------- Emergente/anfíbia
CABOMBACEAE
Cabomba australis Speg. Cabomba Submersa enraizada
CHARACEAE
Chara sp. Chara Submersa enraizada
Nitella sp. Nitela Submersa enraizada
CYPERACEAE
Androtrichum trigynum (Spreng.) H.Pfeiff. Junco da praia Emergente/anfíbia
Ascolepis brasiliensis (Kunth) Benth. ex C.B.Clarke --------- Emergente/anfíbia
Cyperus haspan L. -------- Emergente/anfíbia
Cyperus odoratus L. Junco, tiririca Emergente/anfíbia
Cyperus rigens C.Presl -------- Emergente/anfíbia
Oxycaryum cubense (Poepp. & Kunth) Lye capim de capivara epífita
Pycreus polystachyos (Rottb.) P.Beauv. -------- Emergente/anfíbia
Schoenoplectus californicus (C.A.Mey.) Soják Junco, tiririca Emergente/anfíbia
Scirpus giganteus Kunth Tiririca, palha Emergente/anfíbia
POACEAE
Luziola peruviana Juss. ex J.F.Gmel. Grama-boiadeira, capim-boiadeiro Emergente/anfíbia
FABACEAE
Vigna luteola (Jacq.) Benth. Feijão-da-praia Emergente/anfíbia
Erythrina crista-galli L. Corticeira-do-banhado Emergente/anfíbia
LENTIBULARIACEAE
Utricularia breviscapa C.Wright ex Griseb. Boca-de-leão do banhado Submersa livre
Utricularia gibba L. Boca-de-leão do banhado Submersa livre
MENYANTHACEAE
Nymphoides indica (L.) Kuntze Soldanela d’água Enraizada folhas
flutuantes
ONAGRACEAE
Ludwigia multinervia (Hook. & Arn.) Ramamoorthy Cruz-de-malta Anfíbia
Ludwigia uruguaienses (Cambess) H. Lara Cruz-de-malta Anfíbia
Ludwigia peploides (Kunth) P.H.Raven Cruz-de-malta Anfíbia
POLYGONACEAE
Polygonum ferrugineum Wedd. Erva-de-bicho Emergente/anfíbia
Polygonum hydropiperoides Michx. Erva-de-bicho Emergente/anfíbia
PONTEDERIACEAE
Eichhornia crassipes (Mart.) Solms Aguapé Flutuante livre
POTAMOGETONACEAE
Potamogeton pectinatus L. Potamogeto Submersa enraizada
SALICACEAE
Salix humboldtiana Willd. Salgueiro Anfíbia
SALVINACEAE
Azolla filiculoides Lam. Murerê rendado Flutuante livre
Salvinia herzogii de la Sota Murerê Flutuante livre
Salvinia minima Baker Murerê Flutuante livre
PLANTAGINACEAE
Bacopa monnieri (L.) Pennell Bacopa Emergente/anfíbia
TYPHACEAE
Typha domingensis Pers. Taboa, paina Emergente
XYRIDACEAE
Xyris jupicai Rich. Botão de ouro Emergente/anfíbia

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Macrófitas Aquáticas comuns no campus Carreiros

Para as descrições foram consultados Cordazzo & Seeliger (1995), Irgang & Gastal
(1996) e Pott & Pott (2000)

Echinodorus tenellus (Mart.) Buchenau

Nome popular: chapéu-de-couro


Família: Alismantaceae

Planta submersa ou anfíbia em solos


arenosos de campos úmidos ou
banhados, quando completamente
submersa, a reprodução é somente
vegetativa, a formação de flores ocorre
somente quando emersa, durante a
primavera e outono.

Sagittaria montevidensis Cham. &


Schltdl.

Nome popular: chapéu-de-couro


Família: Alismantaceae

Espécie submersa ou emergente,


freqüente nas margens de rios, lagoas,
banhados e canais de drenagem. As
sementes servem de alimento para aves
aquáticas, e os caules e as flores para
roedores.

Alternanthera philoxeroides (Mart.)


Griseb.

Nome popular: Perna de saracura


Família: Amaranthaceae

Submersa, emergente e/ou anfíbia,


cresce em água doce ou locais
pantanosos, podendo tolerar água
salobra, quando forma grande biomassa
chega a impedir o fluxo de água em
canais. As folhas e caules são alimento
para pequenos herbívoros. É também
utilizada como forrageira para o gado.

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Centella asiatica (L.) Urb.

Nome popular: pé-de-cavalo


Família: Apiaceae

Planta anfíbia, encontrada em solos


úmidos, na borda de corpos d’água e às
vezes submersas.

Hydrocotyle bonariensis Lam.

Nome popular: erva capitão do brejo


Família: Apiaceae

Espécie emergente ou anfíbia,


encontrada em toda a zona litorânea,
não só nos locais secos, mas também
nas depressões úmidas das dunas,
campos arenosos, margens de canais
de drenagem e terrenos alagadiços. As
sementes podem servir de dieta
alimentar de aves aquáticas, pequenos
roedores e insetos.

Hydrocotyle ranunculoides L.

Nome popular: cairuçu-de-brejo


Família: Apiaceae

Emergentes ou com as folhas


flutuantes. Pode formar densas
populações impedindo o fluxo de água
em canais de irrigação e drenagem. As
sementes são utilizadas como alimento
de algumas aves aquáticas e as demais
partes da planta de alimento para
roedores de hábitos aquáticos.

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Lemna valdiviana Phil.

Nome popular: cairuçu-de-brejo


Família: Araceae

Macrófita flutuante livre cresce em


diversos corpos d’água, principalmente
em condições eutróficas. É um
importante recurso para aves aquáticas,
mas grandes infestações causam
sombreamento para outras macrófitas
submersas.

Pistia stratiotes L.

Nome popular: Repolho d’água


Família: Araceae

Cresce flutuando em águas calmas,


pode sobreviver enraizada em períodos
de pouca água. Não resiste a baixas
temperaturas do inverno. Em grandes
densidades causa sombreamento para
outras macrófitas submersas. Fornece
habitats para pequenos peixes e
invertebrados.

Wolffia brasiliensis Wedd.

Nome popular: lentilha d’água


Família: Araceae

Planta aquática flutuante livre, pode


sobreviver em solos úmido, condição
que induz floração e frutificação, para
passar a seca na forma de semente.
Pode ser utilizada como despoluidora
de águas. Alimento de pequenos peixes
e aves aquáticas. Ornamental, é uma
curiosidade botânica, por ser a menor
planta com flor, no mundo.

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Caracterização e importância das macrófitas aquáticas de ambientes límnicos... 11

Wolffiella oblonga (Phil.) Hegelm

Nome popular: Lentilha d’água


Família: Araceae

Planta aquática flutuante livre,


submersa, membranosa, assimétrica
(forma de foice), pode ocorrer nas
raízes de outras plantas. É utilizada
como alimento de pequenos
organismos aquáticos e, como
despoluidora de águas.

Mikania periplocifolia Hook. & Arn.

Família: Asteraceae
Nome popular: guaco

Anfíbia, emergente ou trepadeira


flutuante sobre outras plantas, florece no
verão e outono.

Enydra anagallis Gardner

Família: Asteraceae
Nome popular:

Anfíbia, emergente, flutuante fixa ou


submersa. Floração e frutificação
ocorrem no verão. Forrageiras e abrigo
de organismos aquáticos.

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12 C.R.T.Trindade, S.A.Pereira, E.F.Albertoni & C.Palma-Silva

Cabomba australis Speg.

Família: Cabombaceae
Nome popular: cabomba

Planta submersa, enraizada, mas pode


ser encontrada sem fixação. Floresce
na primavera e verão, sendo
encontrada em ambientes com
reduzida profundidade e águas com
boa transparência, pouca correnteza e
pH entre 4 e 6. É utilizada como planta
ornamental na decoração de aquários.

Chara sp.

Família: Characeae
Nome popular: chara

Macroalgas submersas em água doce.


Pode ocorrer de forma livre ou fixada
ao substrato por rizóides. Sua
presença é um importante indicador de
boa qualidade ambiental e águas
transparentes. É refúgio para muitos
invertebrados que pastam o
crescimento excessivo de microalgas.

Androtrichum trigynum (Spreng.)


H.Pfeif

Família: Cyperaceae
Nome popular: junco da praia

Comum nas dunas costeiras,


considerada psamófila, cresce em
locais secos e úmidos.

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Oxycaryum cubense (Poepp. & Kunth) Lye

Família: Cyperaceae
Nome popular: capim de capivara

Planta perene, floração e frutificação no


verão. No RS aparentemente só no litoral.
No pantanal, é encontrada em material
orgânico flutuante, começa como epífita, até
se tornar dominante, formando conjuntos
puros. Coloniza outras flutuantes como,
Pistia stratiotes, Salvinia sp., Pontederia sp.
Forrageira, principalmente, para capivara e a
semente é comida por aves.

Schoenoplectus californicus (C.A.Mey.)


Soják

Família: Cyperaceae
Nome popular: junco, tiririca

Abundante em todo o continente americano,


especialmente em lagunas, margens de rios
e pântanos de água doce. As sementes
servem de alimento para aves aquáticas e
pequenos pássaros.

Scirpus giganteus Kunth

Família: Cyperaceae
Nome popular: tiririca, palha

Presente em banhados e lugares úmidos


como margens de rios. Apesar da folhas
cortantes é comido pelo gado. Oferece
proteção para a nidificação de aves.

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14 C.R.T.Trindade, S.A.Pereira, E.F.Albertoni & C.Palma-Silva

Luziola peruviana Juss. ex J.F.Gmel.

Família: Gramineae
Nome popular: grama-boiadeira, capim-
boiadeiro

Anfíbias, submersas, emergentes ou


flutuantes em todos os corpos de água.
Ótima forrageira. Propaga-se por
sementes ou por estolão. Invasora de
arroz irrigado.

Vigna luteola (Jacq.) Benth.

Família: Fabaceae
Nome popular: feijão-da-praia

Anfíbia e banhados, encontrada


também em dunas fixadas, em terrenos
arenosos úmidos e em pântanos
salgados. As raízes demonstram a
presença de nódulos de bactérias
fixadoras de nitrogênio. As sementes
servem de alimento para pequenos
pássaros.

Erythrina crista-galli L.

Família: Fabaceae
Nome popular: corticeira do banhado

Arvore de madeira clara, macia, de até 8


metros de altura, com casca bastante
suberosa. Anfíbia na margem de rios,
lagoas e terrenos encharcados, poucos
drenados. Sua madeira é usada na
construção de balsas e para carvão.
Servem de substrato para epífitas como
orquídeas e bromélias, e as sementes
possuem usos medicinais.

Cadernos de Ecologia Aquática 5 (2) :1-22, ago – dez 2010


Caracterização e importância das macrófitas aquáticas de ambientes límnicos... 15

Myriophylum brasiliense Camb.

Família: Holoragaceae
Nome popular: pinheirinho d’água

Cresce submersa em canais, lagoas,


banhados ou em terrenos alagados. As
sementes servem de alimento para
aves aquáticas e as folhas e os caules
para pequenos herbívoros. Importante
na produção de detritos, e garante
proteção para pequenos peixes e
invertebrados.

Utricularia breviscapa C.Wright ex


Griseb.

Família: Lentibulariaceae
Nome popular: boca-de-leão do
banhado

Habita margens de lagoas, banhados


com pouca correnteza, e pH baixo. É
uma espécie carnívora que e alimenta
de pequenos organismos planctônicos,
através dos utrículos submersos.

Nymphoides indica (L.) Kuntze

Família: Menyanthaceae
Nome popular: soldanela d’água

Estabelece-se ao longo das margens de


corpos de água doce, podendo ocorrer
também em ambientes aquáticos de
baixa salinidade. Ornamental. Oferece
proteção para pequenos peixes e
invertebrados no ambiente natural.

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16 C.R.T.Trindade, S.A.Pereira, E.F.Albertoni & C.Palma-Silva

Ludwigia multinervia (Hook. & Arn.)


Ramamoorthy

Família: Onagraceae
Nome popular: cruz-de-malta

Planta herbácea que cresce nos


sistemas lacustres, fluviais e palustres,
dificultando muitas vezes a circulação
da água. As sementes servem de
alimento para aves aquáticas.

Ludwigia uruguaienses (Cambess) H.


Lara

Família: Onagraceae
Nome popular: cruz-de-malta

Erva ou subarbusto flutuante ou


emergente, perene rasteira, ou ereta,
Ocorre nas margens das lagoas, lagos
temporários, áreas alagadas. No inicio
da colonização do ambiente é flutuante
prostada, depois quando se adensa os
ramos ficam eretos. As sementes são
comidas por aves aquáticas.

Polygonum hydropiperoides Michx.

Família: Polygonaceae
Nome popular: Erva-de-bicho

Planta anfíbia, emergente ou flutuante,


encontrada nas margens de lagoas e
banhados. As sementes servem de
recurso alimentar para aves aquáticas, e
os caules algumas vezes são comidos
por pequenos roedores.

Cadernos de Ecologia Aquática 5 (2) :1-22, ago – dez 2010


Caracterização e importância das macrófitas aquáticas de ambientes límnicos... 17

Polygonum ferrugineum Wedd.

Família: Polygonaceae
Nome popular: Erva-de-bicho

Planta anfíbia, emergente ou flutuante,


encontrada nas margens de lagoas e
banhados. Pioneira, colonizadora de
margens. Invasora em campos de arroz.
Forrageira e abrigo de organismos
aquáticos.

Eichhornia crassipes (Mart.) Solms

Família: Pontederiaceae
Nome popular: aguapé

Planta perene, aquática, flutuante livre


ou fixa. Ocorre nos remansos. Serve de
alimento para roedores e habitat para
pequenos invertebrados aquáticos e
peixes. Em suas densas raízes forma
local propício para a desova de algumas
espécies de peixes. É empregada na
depuração de corpos de água poluídos,
bem como na produção de biogás.

Potamogeton pectinatus L.

Família: Potamogetonaceae
Nome popular: potamogeto

Planta submersa em riachos e lagoas,


freqüente em canais de drenagem,
riachos, arroios, onde forma densos
estandes que pode afetar o fluxo normal
da águas.

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18 C.R.T.Trindade, S.A.Pereira, E.F.Albertoni & C.Palma-Silva

Salix humboldtiana Willd.

Nome popular: salso


Família: Salicaceae

Espécie arbórea. Anfíbia na margem de


lagoas ou em solos com muita água
subterrânea.

Azolla filiculoides Lam.

Família: Salvinaceae
Nome popular: murerê rendado

Flutuante livre, encontrada em águas


calmas. A planta jovem é verde, depois
torna-se avermelhada ou parda.
Enriquece o ambiente com nitrogênio,
fixado por Anabaena azollae,
cianobactéria que vive nas cavidades de
seus lóbulos foliares. Forrageira para
peixes e aves, rica em proteínas. Habitat
de invertebrados aquáticos,
despoluidora serve para tratamento de
água de esgoto.

Salvinia herzogii de la Sota

Família: Salvinaceae
Nome popular: murerê

Flutuante livre, encontrada em locais


com águas paradas ou com pouco fluxo.
Pelo sombreamento intenso que causa
prejudica as plantas submersas e
organismos aquáticos. Utilizada como
planta ornamental e despoluidora. Suas
folhas possuem pelos unidos nas
extremidades (em forma de pá de
batedeira), que impedem o
encharcamento das folhas.

Cadernos de Ecologia Aquática 5 (2) :1-22, ago – dez 2010


Caracterização e importância das macrófitas aquáticas de ambientes límnicos... 19

Salvinia minima Baker

Família: Salvinaceae
Nome popular: murerê

Flutuante livre, suas folhas são


arredondadas com pêlos abertos.
Frequente em locais com água parada,
ocorrendo com outras espécies
flutuantes. Ornamental. Muito cultivada
em locais naturais ou artificiais,
conveniente para aquários, servindo
para brigo de alevinos.

Bacopa monnieri (L.) Pennell

Família: Plantaginaceae
Nome popular: bacopa

Emergente, submersa durante a


cheia. Tolerante a emersão ou
submersão por diversos meses,
mesmo em condições salobras.
Abundante em lagoas temporárias,
margens de lagoas, campos baixos.
Apícola importante, muitas vezes é
pastada misturada as gramíneas.

Typha domingensis Pers.

Família: Typhaceae
Nome popular: Taboa, paina

Emergente, perene, rizomatoza e


ereta. Floresce na primavera e verão.
A parte superior da espiga é de flores
masculinas, que caem, e a inferior
engrossada, cor de chocolate ou ocre,
têm flores femininas. Fruto com
plumas. É eventual forrageira após
queimadas. Serve de abrigo e
alimento para roedores e, ambiente de
ninho de aves aquáticas. Seu rizoma
é comestível.

Cadernos de Ecologia Aquática 5 (2) :1-22, ago – dez 2010


20 C.R.T.Trindade, S.A.Pereira, E.F.Albertoni & C.Palma-Silva

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a Dra. Sônia Mariza Hefler curadora do Herbário da Universidade


Federal do Rio Grande (HURG), pelo apoio e identificações de alguns exemplares; aos
revisores pelas sugestões quanto a organização do texto e inclusão de novas espécies a
lista original.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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GLOSSÁRIO

Alevino - larva de peixes logo após o nascimento (eclosão do ovo), que vivem ainda das
reservas nutritivas de seu saco vitelino.
Amplitude ecológica – faixa de tolerância de uma espécie às condições do ambiente
(temperatura, salinidade, umidade).
Apícola – planta com flores visitadas por abelhas.
Bentônicos – Organismos que vivem no sedimento dos rios, lagos e represas.
Biótopo – área ocupada por uma comunidade.
Cosmopolita – espécie com distribuição geográfica ou ocorrência em todas as regiões
terrestres habitáveis ou em todas as principais regiões oceânicas.
Estolão – tipo de caule superficial ou subterrâneo, rastejante, que a intervalos regulares
emite raízes e ramos aéreos.
Lacustres – referente a lago; situado sobre ou as margens de um lago.
Límnicos – relativo às águas continentais.
Nectônicos – denominação comum a organismos aquáticos que se movimentam
ativamente, como os peixes e anfíbios, mesmo contra o sentido das correntes.

Cadernos de Ecologia Aquática 5 (2) :1-22, ago – dez 2010


22 C.R.T.Trindade, S.A.Pereira, E.F.Albertoni & C.Palma-Silva

Nicho ecológico – papel ecológico de uma espécie em uma comunidade; conceituado


como espaço multidimensional, cujas coordenadas são os vários parâmetros que
constituem a condição de existência da espécie. A restrição a esse nicho é ditada pela
presença da espécie competidora.
Palustres – referente a habitats encharcados, especialmente brejos, pântanos, e charcos
e marismas.
Algas perifíticas – organismos que compõem o Perifíton - comunidade microscópica
complexa de plantas, animais e detritos associados, aderidos a/ou formando uma
superfície de cobertura sobre pedras plantas e outros objetos submersos.
Planta Anual – planta que nasce, cresce, floresce, frutifica e morre em um período
inferior a um ano.
Planta perene – vegetal que vive três ou mais anos.
Prostada – apresenta caule deitado sobre o solo.
Região Litorânea – corresponde ao compartimento do lago que está em contato direto
com o ecossistema terrestre adjacente, sendo considerada uma região de transição
(ecótono) entre o ecossistema terrestre e o aquático. Apresenta presença de macrófitas
aquáticas.
Regressões marinhas – fenômeno provocado durante períodos glaciais quando o
aumento de geleiras fazem com que os oceanos diminuam em relação à terra e assim
parte do fundo fique exposto.
Transgressões marinhas – ocorre durante os períodos interglacias quando as calotas
polares e geleiras descongelam-se e os mares elevam-se lentamente e ocupam parte
das zonas costeiras.

Cadernos de Ecologia Aquática 5 (2) :1-22, ago – dez 2010

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