As restingas são caracterizadas por longas faixas de
depósitos arenosos marinhos localizados na costa leste do Brasil cuja flora possui uma variedade de adaptações às condições de intensa salinidade e radiação solar.
A vegetação característica é herbácea, arbustiva e
arbórea, bastante influenciada pela Floresta Atlântica.
Adaptado de Rizzini, 1963.
Principais características da restinga
➢ Solo arenoso, ácido e pobre em
nutrientes; ➢ Interações de fluxo dos nutrientes entre a restinga e o manguezal; ➢ Alta capacidade de adaptação; ➢ Apresenta alto número de bromélias, equilibrando o sistema por sua capacidade em reter água e nutrientes; ➢ A vegetação da restinga recebe grande influência marinha (umidade, temperatura, salinidade, etc.) Foto: Nossa Ciência
Em função dessa fragilidade, sua
vegetação exerce papel fundamental para a estabilização dos sedimentos e a manutenção da drenagem natural, sendo a principal responsável pela Foto: NetNature fixação das dunas. À medida que se distanciam da região pós-praia, em direção à áreas mais interiores da planície costeira, as comunidades vegetais apresentam importantes variações fisionômicas e sua riqueza florística e a diversidade funcional aumentam gradativamente. ➢ Apresentam uma vegetação característica devido a sua combinação de fatores físicos e químicos, como: elevadas temperaturas, salinidade e alta exposição a luminosidade;
➢ A restinga é um ecossistema geologicamente recente, suas espécies provem
de outros ecossistemas (Floresta Atlântica, Floresta de Tabuleiros e Caatinga), porém com variações por conta das condições as quais são submetidas nesse ecossistema; Formações herbáceas
As formações herbáceas ocorrem
principalmente nas faixas de praia e ante dunas, em locais que eventualmente podem ser atingidos pelas marés mais altas, ou então em depressões alagáveis.
característico das restingas, pois possuem aspecto peculiar, com fisionomia variando desde densos emaranhados de arbustos misturados a trepadeiras, bromélias e cactáceas. Formações florestais
Estas florestas variam desde formações
com altura do estrato superior a partir de 5m, em geral livres de inundações periódicas decorrentes da ascensão do lençol freático durante os períodos mais chuvosos, até formações mais desenvolvidas, com alturas em torno de 15-20m. Distribuição vegetal
conhecidas como bromélias tanque, ocorrem em abundância nas restingas do estado do Rio de Janeiro, e são classificadas com uma espécie clonal, pois todos os indivíduos da moita são geneticamente iguais. O hábito preferencial de N. cruenta é terrestre, sendo epífita eventual, em especial nas matas de Restinga. Em bromélias-tanque, o eixo da maioria das folhas maduras contém copos d’água, chamados fitotelmas. A maior parte da fauna que habita fitotelmas bromelícolas é específica desse ambiente e em sua maioria são insetos. Mas também podem ser encontrados outros grupos de organismos como algas, bactérias, fungos, oligoquetas, moluscos, crustáceos, hirudínea, aracnídeos, miriápodes, baratas, pseudoescorpiões, ortópteros, ácaros, isópteros, formigas e diversas larvas de insetos aquáticos.
Bromélia tanque (Neoregelia cruenta)
FAUNA DA RESTINGA
A coruja buraqueira tem esse nome
pois vive em buracos cavados no solo . Possuí hábitos diurnos e se alimentam de caranguejos marinha-farinha, encontrados na parte alta da praia, e de pequenos repteis encontrado nas vegetações da restinga.
Coruja-buraqueira (Athene cunicularia)
FAUNA DA RESTINGA
Maria-farinha ou caranguejo fantasma, é um
caranguejo frequentemente vistos correndo rapidamente “de lado”. Na praia, o encontramos entrando e saindo das suas tocas e também pode ser encontrado na restinga, residindo próximo a vegetação herbácea.
Marinha Farinha (Ocypode quadrata)
FAUNA DA RESTINGA
Possuem caiçara no nome científico por
ter como região de ocorrência o litoral sul de São Paulo e Paraná. São animais que habitam também florestas ombrófilas densas e se alimentam de frutas e insetos .
Mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara)
REFERÊNCIA HOLZER, W., CRICHYNO, J. & PIRES, A. C. Sustentabilidade da urbanização em áreas de restinga: uma proposta de avaliação pós-ocupação. Paisagem Ambiente 19, 2004. p. 49-66. LACERDA, L.D., ARAUJO, D.S.D. & MACIEL, N.C. Dry coastal ecosystems of the tropical Brazilian coast. In: MAAREL, E. Van der. Dry coastal-ecosystems: Africa, Asia, Oceania. Amsterdam: Elsevier, 1993. p.477-493, SCARANO, F. R. Structure, function and floristic relationships of plant communities in stressful habitats to the brazilian atlantic rainforest. Annals of Botany: v. 90, 2002. p. 517-524. SILVA, S. M. Diagnóstico das restingas no Brasil. Depto de botânica – Setor de ciências biológicas, Curitiba. Disponível em: http://brazilrounds.anp.gov.br/arquivos/Round7/arquivos_r7/PERFURACAO_R7/refere/Restingas.pdf. Acessado em: 27 mai. 2020. SUGIYAMA, M. Estudo de florestas da restinga da Ilha do Cardoso, Cananéia, São Paulo, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica, São Paulo, v.11, 1998. p.119-159. FREIRE, M.S.B. Levantamento florístico do Parque Estadual das Dunas do Natal. Acta Botanica Brasilica, v.4, n.2 suplemento, 1990. p.41-59. HENRIQUES, R. P. B. et al. Ordenação e distribuição de espécies das comunidades vegetais na praia da restinga de Barra de Marica, RJ. Revista Brasileira de Botânica, v.7, p.27-36, 1984.