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MÓDULO 4

As restingas são caracterizadas por longas faixas de


depósitos arenosos marinhos localizados na costa leste
do Brasil cuja flora possui uma variedade de adaptações
às condições de intensa salinidade e radiação solar.

A vegetação característica é herbácea, arbustiva e


arbórea, bastante influenciada pela Floresta Atlântica.

Adaptado de Rizzini, 1963.


Principais características da restinga

➢ Solo arenoso, ácido e pobre em


nutrientes;
➢ Interações de fluxo dos nutrientes entre
a restinga e o manguezal;
➢ Alta capacidade de adaptação;
➢ Apresenta alto número de bromélias,
equilibrando o sistema por sua
capacidade em reter água e nutrientes;
➢ A vegetação da restinga recebe grande
influência marinha (umidade,
temperatura, salinidade, etc.)
Foto: Nossa Ciência

Em função dessa fragilidade, sua


vegetação exerce papel fundamental
para a estabilização dos sedimentos e a
manutenção da drenagem natural,
sendo a principal responsável pela Foto: NetNature
fixação das dunas.
À medida que se distanciam da região pós-praia, em direção à áreas mais
interiores da planície costeira, as comunidades vegetais apresentam
importantes variações fisionômicas e sua riqueza florística e a diversidade
funcional aumentam gradativamente.
➢ Apresentam uma vegetação característica devido a sua combinação de
fatores físicos e químicos, como: elevadas temperaturas, salinidade e alta
exposição a luminosidade;

➢ A restinga é um ecossistema geologicamente recente, suas espécies provem


de outros ecossistemas (Floresta Atlântica, Floresta de Tabuleiros e
Caatinga), porém com variações por conta das condições as quais são
submetidas nesse ecossistema;
Formações herbáceas

As formações herbáceas ocorrem


principalmente nas faixas de praia
e ante dunas, em locais que
eventualmente podem ser
atingidos pelas marés mais altas,
ou então em depressões alagáveis.

Foto: Empório de Direito


Foto: Conhecimento Científico
Formações arbustivas

Os arbustos são um tipo de vegetação bem


característico das restingas, pois possuem
aspecto peculiar, com fisionomia variando
desde densos emaranhados de arbustos
misturados a trepadeiras, bromélias e
cactáceas.
Formações florestais

Estas florestas variam desde formações


com altura do estrato superior a partir de
5m, em geral livres de inundações
periódicas decorrentes da ascensão do
lençol freático durante os períodos mais
chuvosos, até formações mais
desenvolvidas, com alturas em torno de
15-20m.
Distribuição vegetal

1- Formações herbáceas
2- Formações arbustivas
3 -Formações florestais
FLORA DA RESTINGA

Ipomea (Railroad vine) Algodão do brejo (Hibiscus pernambucensis)


FLORA DA RESTINGA

Palma (Opuntia ficus-indica) Orquidea (Cattleya intermedia)


FLORA DA RESTINGA

As bromélias da espécie Neogerelia cruenta , mais


conhecidas como bromélias tanque, ocorrem em
abundância nas restingas do estado do Rio de
Janeiro, e são classificadas com uma espécie clonal,
pois todos os indivíduos da moita são geneticamente
iguais. O hábito preferencial de N. cruenta é terrestre,
sendo epífita eventual, em especial nas matas de
Restinga. Em bromélias-tanque, o eixo da maioria das
folhas maduras contém copos d’água, chamados
fitotelmas. A maior parte da fauna que habita
fitotelmas bromelícolas é específica desse ambiente e
em sua maioria são insetos. Mas também podem ser
encontrados outros grupos de organismos como
algas, bactérias, fungos, oligoquetas, moluscos,
crustáceos, hirudínea, aracnídeos, miriápodes,
baratas, pseudoescorpiões, ortópteros, ácaros,
isópteros, formigas e diversas larvas de insetos
aquáticos.

Bromélia tanque (Neoregelia cruenta)


FAUNA DA RESTINGA

A coruja buraqueira tem esse nome


pois vive em buracos cavados no solo .
Possuí hábitos diurnos e se alimentam
de caranguejos marinha-farinha,
encontrados na parte alta da praia, e de
pequenos repteis encontrado nas
vegetações da restinga.

Coruja-buraqueira (Athene cunicularia)


FAUNA DA RESTINGA

Maria-farinha ou caranguejo fantasma, é um


caranguejo frequentemente vistos correndo
rapidamente “de lado”. Na praia, o
encontramos entrando e saindo das suas
tocas e também pode ser encontrado na
restinga, residindo próximo a vegetação
herbácea.

Marinha Farinha (Ocypode quadrata)


FAUNA DA RESTINGA

Possuem caiçara no nome científico por


ter como região de ocorrência o litoral sul
de São Paulo e Paraná. São animais que
habitam também florestas ombrófilas
densas e se alimentam de frutas e insetos
.

Mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara)


REFERÊNCIA
HOLZER, W., CRICHYNO, J. & PIRES, A. C. Sustentabilidade da urbanização em áreas de restinga: uma proposta de avaliação pós-ocupação.
Paisagem Ambiente 19, 2004. p. 49-66.
LACERDA, L.D., ARAUJO, D.S.D. & MACIEL, N.C. Dry coastal ecosystems of the tropical Brazilian coast. In: MAAREL, E. Van der. Dry coastal-ecosystems:
Africa, Asia, Oceania. Amsterdam: Elsevier, 1993. p.477-493,
SCARANO, F. R. Structure, function and floristic relationships of plant communities in stressful habitats to the brazilian atlantic rainforest. Annals of
Botany: v. 90, 2002. p. 517-524.
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http://brazilrounds.anp.gov.br/arquivos/Round7/arquivos_r7/PERFURACAO_R7/refere/Restingas.pdf. Acessado em: 27 mai. 2020.
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de Botânica, v.7, p.27-36, 1984.

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