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Ecologia Vegetal

Dendrologia:
Estudo da árvore, uma ferramenta de identificação, área da ciência botânica, com o objetivo de
identificar de maneira rápida as famílias.

IDENTIFICAÇÃO X CLASSIFICAÇÃO
Feito por meio de comparação ou Feito por taxônomo, botânico, zoólogo.
com o auxílio de chaves.

Nomenclatura:
REINO, DIVISÃO, CLASSE (liliopsida ou magnoliopsida – dicotiledônia), ORDEM, FAMÍLIA, GÊNERO,
ESPÉCIE.

É binominal: um nome para gênero e outro para espécie, sem acento, a 1ª letra em maiúsculo.

Nomes científicos:
Lei da prioridade: quem descobre é considerado “pai” da espécie ex:
Syagrus romanzoffiana (Cham) Glassmass → () quem descobriu, outro nome – quem revisou.

→ Vantagens: Definidos por lei (valem no mundo todo), são exatos, normalmente descritivos
→ Desvantagens: EUA só uniformizou após 1930, qualquer lei ou regra pode gerar injustiça, nomes
podem ser longos e de difícil memorização, não são familiares.
→ Origem para espécie:
 Descritivos: autoexplicativo;
 Homenagem: a alguém ou um lugar;
 Aspectos ecológicos: gênero não possui essa origem, como o ambiente que frequenta.

Nomes populares:
Passam de geração para geração, variam de acordo com o local, podem ser bem definidos ou não.

→ Vantagens: conhecidos e familiares, simples, descritivos.


→ Desvantagens: possuem significado apenas na língua de origem, não são regulamentados, não
aconselhável usar.
→ Origens:
 Associados ao habitat: como água;
 Característica especial: cheiro, uso;
 Local: cidade que encontra;
 Ligados a comemoração.
Typus: é o material que foi usado para descrever a espécie.
Termos:

 Espécime: qualquer amostra da planta;


 Duplicata: cada exemplar da espécie que leva o mesmo número;
 Unicata: exemplar escolhido para compor a exsicata;
 Exsicata: é a amostra seca, fixada em cartolina.
 Livo do tombo: onde catalogado todo material que entra para coleção do herbário;
 Arboretos: são feitos artificialmente (plantados), ideal 50 árvores por espécie;
 Parques fenológicos: floresta natural com caminhos, devendo abranger um maior número de
espécies;
 Levantamento dendrológico: identificação de espécies, croquis de localização, descrição das
plantas e uso de chaves.
 Ecótono: área de contato entre 2 ou + biomas, é uma área de transição ambiental ondem entram
em contato diferentes comunidades ecológicas, é alta a biodiversidade, podem surgir espécies
endêmicas dessas áreas, não é possível diferenciar um bioma de outro, nenhuma das formações
está em sua “melhor forma” nessa área. Ex: Cerrado-Amazônia, Caatinga-Amazônia, Cerrado-
Caatinga.
 Encrave: áreas disjuntas que se contatam, mas diferentemente do ecótono é possível diferenciar
uma da outra (cada uma guarda suas características ecológicas), ocorre quando um tipo de
vegetação se insere em uma dominante. Pode ocorrer em função do solo, como áreas de cerrado
em cima de rochas.
 Processos variantes: o que explica a diferença que existe populações de uma mesma espécie.
 Barreira morfológica: barreiras que impedem a reprodução, ex: diferença de tamanho em
cachorros.
 Biodiversidade Amazônica: ilhas que existem no meio da vegetação.

Fitogeografia do Paraná
83% é composto de florestas e 14% de campos limpos, campos cerrados. Atualmente possui de 3 a
5% de vegetação original.
Mais bem conservada: floresta Atlântica.
Causas da extinção: Agricultura, pastoreio, empreendimentos hidrelétricos, extração de madeira,
extração de plantas ornamentais, invasão de espécies exóticas, exploração de plantas para fins medicinais
ou alimentícios, expansão urbana.
Floresta estacional semi-decidual: parque nacional do Iguaçu e reserva biológica das Perobas.

Sucessão ecológica
Conceito: dinâmica que existe entre os organismos vivos e meio, em que cada mudança no meio
promove uma mudança nas sinusais (comunidades) e o contrário também é válido. Processo de
reconstrução: dinâmica entre organismos vivos e meio.

→ PRISERE: a chamada 1ª sucessão, ocorre em substrato nú


 Xerosere - ocorre em ambientes secos, pode ser de 2 formas, fator limitante é a M.O.
▪ Psamosere: plantas que se desenvolvem em ambientes com areia (psamófilas) recém
exposta, como dunas. Ocorre quando há deposição de rochas ou erosão do solo. Plantas
avançam nas áreas com areia, substrato que possui baixa M.O, tendência: evolução da
colonização e com isso, posteriormente, a do solo que terá M.O. Quanto mais se aproxima
do mar – menor a diversidade de espécies.
▪ Litosere: ocorre em rochas recém exposta (como no caso de recuo de geleiras, atividades
tectônicas ou erupções vulcânicas). Plantas pioneiras (como briófitas – musgos, gramíneas,
liquens e algas) se instalam nas rochas pois não precisam de nutrição externa, apenas luz
solar; ao passar do tempo essas plantas são capazes de degradar a rocha, dando origem a
formação do solo (processo que pode ser visto a olho humano) e com isso outras espécies
podem se instalar nessas áreas. Fase inicial da fauna: roedores.

 Hidrosere – ocorre em ambientes úmidos, a biota é hidrofílica, espécies capazes de ocupar


ambientes alagados, como várzeas ou planícies de inundação. Limitante é o excesso de água.
Lagos: tendem a se tornar várzea pelo assoreamento. Várzeas: tendem a se tornar seca.
Quanto mais artificial o ambiente – mais acelerado é o processo.
▪ Halosere: sucessão que ocorre em ambiente salino. Plantas devem tolerar a salinidade
(ambiente hipertônico). Algumas espécies como de gramíneas, absorvem o sal do ambiente
e excretam no estomago. Ex: pântano salgado.
▪ Holosere: ocorre em ambiente de água doce

Etapas de sucessão em terras de abandono após uso


1ª Fase: invasão de pteridófitas e gramíneas, o que indica que o solo ainda é ácido. Nessa etapa – elevado
número de indivíduos, poucas espécies.

2ª Fase: começam a aparecer espécies arbustivas, com predomínio de herbáceas (podem ter trepadeiras).
Maior diversidade florística, predomínio de herbáceas intercaladas por subarbustos.

3ª Fase: Capoeirinha, grande quantidade de capins, arbustos intercalados por arvoretas. Etapa de transição
erva – arbusto. Grande densidade de plantas.

4ª Fase: Capoeira, arvoretas crescem, um só estrato arbóreo. Baixa diversidade e grande densidade.
Ausência de epífitas (plantas que crescem sobre outras). Árvores com crescimento rápido.

5ª Fase: Capoeirão, dossel é mais diversificado (estrato inferior, superior, médio e inferior). As plantas mais
baixas que são heliófilas passam a não receber luz solar e são substituídas por cinófilas. Instalação de
epífitas. Espécies mais exigentes podem se desenvolver. Grande diversidade, baixa densidade.

6ª Fase: Floresta secundária, grande diversidade vegetal e fisionomia próxima da original.


 Trepadeiras atrasam a sucessão, é necessário manejo.
 Em caso de queima: a velocidade da sucessão é acelerada,
 Em casos de solos sem uso intensivo, brotos antigos e sementes de árvores da região podem
brotar, avançando as fases.

Formações Vegetais ou Tipologia Vegetal

Formações pioneiras com influencia marinha – restinga


Comunidades que se instalam em condições extremas, sob permanente ação dos ventos, marés,
salinidade e condições pedológicas desfavoráveis. Geralmente sob neossolos quartzarênicos e
espodossolo. O grau de desenvolvimento aumenta conforme adentra o continente, tanto de maneira
estrutural quanto floristicamente.
Restinga: fisionomias que ocorrem sobre substrato arenoso de origem marinha e recente
(transgressões – avanço e regressões marinhas). Herbáceas: em dunas, arbustivas – escrubes: fixam as
dunas, florestais: floresta baixa e alta de restinga (pode ser conhecida como floresta ombrófila densa de
terras baixas).
Formações pioneiras com influência fluvio marinha (manguezais e campos salinos)
Áreas de baías, desembocaduras de rios, local onde o depósito de sedimentos médios e finos é
favorecido, ambiente condicionado pela salinidade e tiomorfismo (acidificação do solo causada pela
oxidação de componentes de enxofre).
Florística é bem simplificada, mangue vermelho (Rhizophora Mangle), siriúba (Avecemia
schaueriana) e mangue branco (Languncularia rancemosa).

Spartina alterniflora loirel – Poaceae que antecede manguezais.

Características: pneumatóforos, fruto em adaga, fruto grudado que desgruda, flutua e fixa-se.
Próximo a maré: constante mudança, instabilidade, em clímax edáfico.

Formações pioneiras com influencia fluvio-lacustre (várzeas, brejos e caxetais)


Em abaciados úmidos (várezeas) sobre solos orgânicos (organossolos e gleissolos), é uma formação
que recebe influência do regime hídrico do flúvio, ou então de depressões alagáveis (durante ao menos 1
período do ano).
Espécies arbóreas podem ocorrer de forma esparsa, dando início à colonização destes ambientes
como: Tabebuia cassinoides (caxeta), Mimosa bimucronata (indicadora de solos glei). No litoral observa-se,
frequentemente, o sub-bosque.
Várzea: Terrenos baixos e planos, sem serem
alagadiços, que margeiam os rios e ribeirões; varge, várgea, vargem, varja.

Brejo: É o terreno alagado de consistência amolecida,


com seres vivos adaptados ao meio.

FLORESTA ATLÂNTICA
 Floresta Ombrófila densa (DOD):

Ombrófila = “amigo da chuva”, elevada temperatura média, folhas perenes, árvores grandes como
fícus, Guapuruvu. Possui muitas espécies exclusivas.
Floresta Ombrófila Densa (conhecida também por floresta pluvial tropical - Floresta Amazônica e
Floresta Atlântica): caracteriza-se por fanerófitos (plantas que gemas estão a mais de 25 cm do solo), lianas
(Lianas, cipós e trepadeiras pertencem a um grupo de plantas que germinam no solo, mantêm-se
enraizadas no solo durante toda sua vida e necessitam de um suporte para manterem-se eretas e
crescerem em direção à luz abundante disponível sobre o dossel das florestas) e epífitas (Epifitismo é a
relação comensal entre duas plantas ou algas na qual uma vive sobre a outra utilizando-se apenas de apoio
e sem dela retirar nutrientes e sem estabelecer contato com o solo) em abundância. Esta formação está
condicionada a ocorrência de temperaturas elevadas, em média 25ºC, e altas precipitações, bem
distribuídas durante o ano, cujo período seco varia de 0 a 60 dias. Os solos predominantes dessa tipologia
são os LATOSSOLOS VERMELHO Distroférricos (Latossolo roxo distrófico) e excepcionalmente os
LATOSSOLOS VERMELHO Eutroférricos (Latossolo roxo eutrófico), originados de granitos e gnaisses, além
de arenitos com derrames vulcânicos de vários períodos geológicos. Este tipo de vegetação foi subdividido
em cinco faciações ordenadas segundo a hierarquia topográfica que refletem fisionomias diferentes de
acordo com as variações ecotípicas das faixas altimétricas.

 Floresta Ombrófila Densa Aluvial (FODA):

Compreende a formação vegetal distribuídas sobre as planícies de acumulação de sedimentos dos rios
que deságuam nas regiões litorâneas, sujeitas ou não a inundação periódica (neossolos flúvicos e
gleissolos). Solos aluviais são extremamente variáveis quanto a condição química e mineralógica, por isso a
florística varia bastante de local para local.
Espécies com alto e médio porte com predomínio daquelas que possuem baixa densidade (espécies
de crescimento rápido que apresentam madeira leve como Cytharexylum myruanthum. Comuns formando
o dossel: Syagrus romanzoffiana, Cariniana strellensis.

 Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas (FODTB)

Formações florestais distribuídas sobre sedimentos quaternários de origem marinha, situadas entre
o nível do mar e aproximadamente 20 m de altitude (faixa de restinga até porte arbóreo) a fisionomia,
estrutura e composição pode variar de acordo com o regime hídrico do solo.
Em solos de drenagem deficiente (quando hidromórficos): Calophyllym brasiliense – uma das
ochloespécies desta formação, com um estrato arbóreo contínuo entre 20 e 25m.
Em solos de melhor drenagem (quando não hidromórficos): o Calophyllym quase não aparece.

 Floresta Ombrófila Densa Submontana (FODS)

Formações florestais que ocupam a planície litorânea com sedimentos quaternários continentais
(depósitos coluviais – ação da gravidade) e o início das encostas da Serra do mar, de 20 a 600 m de
altitude. Dossel de 30 a 35m de altura.
Bioindicadores de altitude: indicam a transição da submontana para montana (não aguentam
geadas que ocorrem na montana)

▪ Schilozobium parahyba (Guapuruvu)


▪ Cecropia pachystachya (embaúba – da relação com as formigas)
▪ Euterpe edulis (palmito)

 Floresta Ombrófila Densa Montana (FODM)

Formações florestais que ocupam porção intermediária das encostas da Serra do Mar, entre 600 a
1200 m de altitude. É fisionomicamente parecida com a montana mas a florística é diversificada. É
encontrada a única coniferales nativa da F.A. Podocarpus sellowii.
Ocorre geadas, os solos são mais rasos.
 Floresta Ombrófila Densa Altomontana

Formações florestais mais elevadas, em média mais de 1200 m de altitude. Árvores vão de 3 a 7m de
altura devido ao condicionante climático e pedológico. Ocorre a redução do epifistismo vascular e aumenta
o avascular. Espécies exclusivas:

▪ Tabebuia catarinenses
▪ Weinmannia humilis
▪ Clethra uleana

FLORESTA COM ARAUCÁRIA [


 Floresta Ombrófila Mista Montana (FOMM)

É uma formação típica e exclusiva dos planaltos da região sul do BR (área córica), ocorre disjunção
no Paraguai, Argentina e em outros estados que não os listados. Predominantemente está entre 800 e
1200 m de altitude. A Araucária coloniza áreas abertas, precisa de geadas e solos profundos.
Possui um estrato dominante e contínuo (+ 30 m), o epifitismo é presente mas menos expressivo
que nas FOD.
Também conhecida como mata das araucárias ou pinheiral, é um tipo de vegetação do planalto
meridional. É considerado um clímax climático, embora apresente disjunções florísticas em refúgios
situados nas Serras do Mar e Mantiqueira.
Presença de Bracatinga, que possui o ciclo rápido (cresce rapidamente), é termoblástica, fixadora
de N e produz elevada quantidade de biomassa.

FLORESTA DE GALERIA
 Floresta Ombrófila Mista Aluvial (FOMA)

Floresta ripárias, também denominadas florestas ciliares ou de galeria que se desenvolvem às


margens de rios que percorrem terrenos de geomorfia plana até suave ondulada. Faz limite às várzeas
algumas vezes.

CAMPOS
 Estepe Gramíneo-Lenhosa

São formações vegetais antigas, ocorre predominantemente no 2º Planalto Paranaense e em furnas.

Capões: floresta de araucária, ilhas de floresta com araucária (já que ela invade áreas abertas).

Plantas com geófito (batatinha em baixo da terra), gramíneas com cera.

CERRADO
 Savana no Brasil
Vegetação Xemórfica , sobrevivem com a ausência de água, estações chuvosa e seca bem definidas.
Uma adaptação a mais que campos: xilopódio (pés de madeira, adaptação ao fogo). Deve ser preservado
devido a fragilidade do solo.

▪ Sensu strictu: vegetação herbácea, arbustiva esparsas


▪ Campo sujo: arbustos esparsos, gramíneas altas
▪ Campo limpo
▪ Veredas: equivalente a formação pioneira fluvio-lacustre (banhados), com a diferença de que
buriti está sempre presente
▪ Campo cerrado: é transição entre o campo sujo e campo limpo.

FLORESTA SEMICADUCIFÓLIA
 Floresta Estacional Semidecidual

Termo estacional: vinculado a uma estação seca, seja por estiagens prolongadas como NE e Centro
Oeste, ou pelo frio intenso no S e SE e por uma estação úmida (com intensas chuvas de verão), isso
ocorre de maneira bem definida o que caracteriza a estacionalidade climática.
Cerca de 20 a 50% das espécies são caducas, ocorre normalmente abaixo de 500 m de altitude.
Sobre diferentes solos.
Espécie mais famosa: Polyneuron com um dossel elevado de 30 a 40 m de altura e denso. Presença
de ipê roxo (Tabebuia heptaphylla) com madeira dura.

 Floresta Estacional Semidecidual Aluvial

Presente no Rio Paraná, na planície de inundação. Solos hidromórficos, geralmente com espécies
pioneiras. Com a cheia e baixa do rio, ocorreu o depósito de sedimentos, que possibilitou a formação
vegetal, com a estabilização do rio, a vegetação evolui. Os barrancos dos rios estão em situações
pedológicas mais estáveis.
Aristolochia wedelliana: trepadeira com pétalas fundidas, cheiro de carne podre (polinizada por
moscas).

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