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EPINOCICLO
1. TUNDRA
Localização: ocorre nas zonas que limitam com os glaciares. Existe apenas no Norte do
planeta.
Biótopo: O verão é breve e o inverno longo e frio. Temperatura média anual muito
baixa. O solo está gelado durante a maior parte do ano (permafrost) e é, na sua maioria,
constituído por pântanos, formados nas áreas que degelam durante uma pequena parte
do ano. Ocorrem períodos de longos dias com noites curtas e vice-versa.
Biótopo: clima muito parecido com o anterior, porém com verão temperado e úmido,
sendo que no inverno as temperaturas são extremamente baixas. Recebe mais luz que a
tundra devido à sua menor latitude.
Localização: existe nas latitudes intermédias, abrangendo áreas dos EUA, Europa, Ásia
e América do Sul.
4. FLORESTA TROPICAL
5. CAMPOS
6. DESERTOS
Biótopo: o ar chega bastante seco devido à baixíssima umidade do ar; as chuvas são
raras e irregulares, o solo é seco, árido e pobre devido à presença de areia e calcáreo. A
temperatura durante o dia varia entre 40 e 54ºC, mas durante a noite é muito fria devido
à alta dispersão do calor por conta da baixa umidade.
LIMNOCICLO
A. PROVÍNCIA LÊNTICA
B. PROVÍNCIA LÓTICA
Biótopo: compreende os ambientes dulcícolas em movimento, como riachos, córregos e
rios. Pode ser dividido em três regiões: nascente, curso médio e curso baixo ou foz.
TALASSOCICLO
Biótopo: os oceanos e mares formam o maior biociclo da Terra, cobrindo cerca de 71%
da superfície do globo. Na hidrosfera as mudanças de temperatura estão menos sujeitas
a mudanças, se comparadas à litosfera, devido ao alto calor específico da água.
Apresenta riqueza em sais minerais dissolvidos. Está dividido de acordo com a
profundidade em:
a. Zona eufótica: onde há boa penetração da luz solar, variando entre 50 e 200
metros. É uma zona bastante povoada onde se encontra boa quantidade de seres
fotossintetizantes.
b. Zona disfótica: apresenta pouca penetração de luz ou nela penetram apenas
alguns comprimentos de onda.
c. Zona afótica: não há penetração de luz.
Bioma
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Em Ecologia, chama-se bioma a uma região com o mesmo tipo de clima e vegetação.
Mais além, biomas são um conjunto de ecossistemas de mesmo tipo. A comunidade
biológica, ou seja, fauna e flora e suas interações entre si e com o ambiente físico: solo,
água e ar.
Área biótica ou biótopo é a área geográfica ocupada por um bioma. O bioma da Terra
compreende a biosfera. Um bioma pode ter uma ou mais vegetações predominantes. É
influenciado pelo macroclima, tipo de solo, condição do substrato e outros fatores
físicos, não havendo barreiras geográficas, ou seja, independente do continente, há
semelhanças das paisagens, apesar de poderem ter diferentes animais e plantas, devido à
convergência evolutiva.
Índice
1 Conceitos Físicos Básicos
o 1.1 Irradiação Solar
o 1.4 Meteorologia
o 1.5 Atmosfera
2 Biomas
o 2.1 Introdução
9 Referências
Irradiação Solar
A irradiação solar tem muitos períodos, nesta perspectiva a constante solar não é uma
constante! [1]
Desde 1979, a temperatura sobre terra subiu duas vezes mais rápido que sobre o oceano
(0,25°C/ década contra 0,13°C/ década). [15] Tendências (1979-2005):
global: 0,169 ± 0,048°C/ década, média: CRU/UKMO (Brohan et al., 2006) [16],
NCDC (Smith and Reynolds, 2005) [17], e GISS (Hansen et al., 2001). [18]
Hemisfério Sul, 0,094 ± 0,038°C/ década, média: CRU/UKMO (Brohan et al.,
2006) [16], e NCDC (Smith and Reynolds, 2005) [17]
Hemisfério Norte, sobre terra: 0,317 ± 0,083°C/ década, média: CRU/UKMO
(Brohan et al., 2006) [16], NCDC (Smith and Reynolds, 2005) [17], GISS (Hansen
et al., 2001) [18], e Lugina et al. (2006). [19] [20]
Meteorologia
Mais importante que a irradiação solar é o calor do sol que atinge efetivamente a
superfície, e o calor que essa mesma superfície perde para o espaço (Albedo).
A neve e o gelo esfriam o ar ao redor, são espelhos que refletem o calor do Sol,
como também sublimam água diminuindo o efeito do sol.
Uma nuvem que chove não é estática, ela é dinâmica, ela é alimentada por
correntes de ar úmidas, senão ela desaparece. Evaporar água necessita de calor,
condensar água gera calor, distribuindo assim o calor dos trópicos por toda a
Terra.
Atmosfera
Biomas
Introdução
Acima de
Até 125 Até 250 Até 500 Até 1'000 Até 2'000
2'000
Coníferas Floresta de
Coníferas
1 - 4 --- Sempre Folhas Largas
de Verão
Verdes de Verão
Floresta de Floresta
5 - 7 Deserto Aridez Estepe Folhas Largas Úmida
de Verão Temperada
> 10 Deserto Aridez Savana com Savana Sêca Savana Úmida Floresta
Espinhos Tropical
[25] [26]
Leslie Rensselaer Holdridge em 1947 definiu as "zonas de vida" com 3 indicadores [27]:
A Linha das árvores é por volta da isoterma da temperatura média mensal 10°C do mês
mais quente e assim da isoterma da temperatura média anual 10°C nos trópicos. A linha
da neve é um pouco mais quente que -1°C sobre rochas nuas e um pouco mais quente
que -3°C sobre neve/ gelo (Zonas climáticas por altitude).
Solo
Bios
A comunidade dos seres vivos é importante, porque eles preservam o seu meio
ambiente. Se não for assim, eles são extintos por exploração abusiva. Um desmatamento
deixa o solo com seus nutrientes desprotegidos. Sem adubação (por exemplo, cinza
vulcânica ou acido nítrico gerado por um impacto com um corpo sideral) a floresta não
tem como ocupar esse espaço de novo. Os ciclos de Kondratiev [31] [32] (guerra da
independência dos USA, guerra da secessão dos USA, primeira & segunda guerra
mundial, guerra do Vietnam & 9/11) refletem esse problema da humanidade,
preservação do meio ambiente & a exploração abusiva, os sete vícios capitais...
Biosfera
o Zona Ecológica & Bioma (Tipo de Habitat Maior)
Tundra
Região Boreal
o Região Polar, as Calotas Polares (neve, gelo e rocha).
Área Ártica ou Subártica: Círculo Polar Ártico & Círculo Polar Antártico
Latitude: 66° 33′ 39″ (linha do limite do Sol da meia noite, linha da tundra).
o Tundra XX11NN (úmida)
A tundra cresce sobre humus com permafrost. Nenhum mês com temperatura média
mensal acima de 10°C (50°F).
o Floresta Temperada de Coníferas XX05NN (úmida até semi-úmida)
en.wikipedia
Subregiões são a Floresta úmida temperada e a Floresta verde no verão. 1'000 – 1'850 m
(Alpes do Leste, Lado Norte), 650 – 1'500 m (colinas da Alemanha Central), as árvores
de folhas largas não conseguem viver aqui. Os solos são marrom ou cinza de floresta.
o Floresta Decídua Temperada e mixtas XX04NN (semi-úmida)
en.wikipedia
A temperatura média anual é 5,5-15,6°C; a faia vermelha (Fagus sylvatica) aparece até
2'000 m na Europa do Oeste e até 1'000 - 1'400 m na Europa do Leste e do Norte. Os
solos típicos são: Tschernoseme, Kastanoseme, Buroseme bis Sieroseme.
o Pastagens, Savanas e Matagais Temperados XX08NN, (Estepe),
(Savana), (Pradaria) (semi-árida) en.wikipedia
Latitude: 23° 26′ 22″ (linha do limite do Sol do meio dia perpendicular a superfície da
Terra, linha da aridez)
o Mangue Tropical e Subtropical XX14NN (água salgada)
o Deserto e Matagais Xéricos XX13NN, (Caatinga) (árida até semi-árida)
en.wikipedia
Aqui existem a estepe com espinhos com estação da chuva, savanas tropicais com
espinhos e desertos ardentes.
Aqui a floresta tropical é sempre verde e sempre úmida. Os solos são vermelhos ou
amarelos de floresta, levemente Podsole.
o Floresta Tropical seca XX02NN, (Cerrado) (semi-árida) en.wikipedia
Aqui existe uma estação da chuva. Então podem existir florestas com folhas caducas ou
savanas tropicais.
o Pastagens, Savanas e Matagais Tropicais e Subtropicais, (Savanas
Tropicais) XX07NN (semi-árida)
[38]
O World Wildlife Fund (WWF) classificou 426 Biorregiões, divididas nos seguintes
biomas de água doce (Tipo de Habitat Maior): [39]
Ilhas oceânicas
Além destes, podem considerar-se as zonas úmidas como biomas aquáticos, tanto de
água doce, como salobra ou mesmo marinha (estes considerados nos biomas costeiros).
A Classificação tem 232 Biorregiões, da costa até 100 milhas náuticas de distância no
mínimo ou no mínimo 200 m de profundidade (Zona Nerítica): [40]
Polar
o Oceano Ártico: Mar de Bering e mar de Barents-Kara
o Oceano Antártico
Afloramento temperado
Afloramento tropical
Coral tropical
Coordenada Precipitaçã
Anual Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr
s o
Belém PA, 0° 1′ S 48° 2'897 mm 26,0 26,4 27,6 26,3 25,6 25,6 25,5 25,9
BR 28′ W
Salvador 13° 1′ S 2'082 mm 25,0 25,2 25,6 26,0 26,4 26,6 26,8 26,0
BA, BR 38° 31′ W
Vitória ES, 20° 19′ S 1'281 mm 23,6 23,0 23,7 24,7 25,7 26,0 25,7 24,3
BR 40° 20′ W
Florianópoli 27° 35′ S 1'409 mm 20,4 19,6 21,6 23,2 24,4 24,6 23,7 21,4
s SC, BR 48° 34′ W
Isla
Robinson 33° 37′ S 1'016 mm 15,3 13,4 14,9 17,0 18,6 18,7 17,9 16,7
Crusoe, 78° 49′ W
RCH
Colonia, 34° 27′ S 1'125 mm 17,2 16,6 19,4 22,1 23,8 22,8 21,1 17,6
ROU 57° 50′ W
Bahia 38° 44′ S 601 mm 14,9 14,5 18,2 21,3 23,0 21,9 18,5 14,7
Blanca, RA 62° 11′ W
Valdivia, 39° 41′ S 1'967 mm 11,0 10,3 12,6 14,8 15,8 15,1 13,2 10,6
RCH 73° 4′ W
Comodore
Rivadavia, 45° 47′ S 235 mm 12,8 12,5 15,9 18,0 19,2 18,3 16,1 12,9
RA 67° 30′ W
Rio
Gallegos, 51° 37′ S 223 mm 6,8 8,4 11,3 11,8 13,1 13,0 10,7 7,5
RA 69° 17′ W
Punta
Arenas, 53° 2′ S 375 mm 6,0 6,3 8,2 9,8 10,5 10,1 8,3 5,9
RCH 70° 51′ W
Ushuaia, RA 54° 48′ S 524 mm 5,7 6,5 7,7 8,9 9,4 9,2 7,8 5,7
68° 18′ W
Islas 60° 45′ S 623 mm -3,4 -3,1 -1,5 0,0 0,6 1,7 -0,3 -2,2
Orcadas 44° 43′ W
Base Arturo 62° 30′ S 545 mm -2,9 -2,4 -1,4 0,5 1,1 1,1 -0,9 -1,8
Prat 59° 41′ W
77° 51′ S - - -
McMurdo 212 mm -17,0 -9,7 -3,9 -2,9 -9,6
166° 40′ E 18,9 16,2 20,7
Ver também
Florestas
Cerrado
Amazônia
Mata Atlântica
Campos Gerais do Paraná
Caatinga
Pampa
Pantanal
Manguezal
Restinga
Savana
Biomas do Brasil
Permafrost
Firn
Linha das árvores
Biorregião
Zonas Climáticas por Altitude
Classificação climática de Köppen-Geiger
igações Externas
http://www.nationalgeographic.com/wildworld/terrestrial.html
http://www.worldwildlife.org/wildworld/profiles/terrestrial/nt/nt0101_full.html
http://www.worldbiomes.com/
World Biomes.
http://www.eoearth.org/article/Ecoregion
World Wildlife Fund (Content Partner); Cutler J. Cleveland (Topic Editor). 2008.
"Ecoregion." In: Encyclopedia of Earth. Eds. Cutler J. Cleveland (Washington, D.C.:
Environmental Information Coalition, National Council for Science and the
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http://www.estadao.com.br/pages/especiais/biomas/index.htm
http://www.nationalgeographic.com/wildworld/terrestrial.html
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http://www.panda.org/about_wwf/where_we_work/ecoregions/ecoregion_list/
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Literatura
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7
Schultz, J.: The Ecozones of the World, Springer, Berlin Heidelberg New York,
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Udvardy, Miklos D. F. (1975) "World Biogeographical Provinces" (Map). The
CoEvolution Quarterly, Sausalito, California (this UNESCO map was updated
1982).
Biomas
Mapa dos "Biomas"
██ Polar ██ Bioma Mediterrâneo ██ Savana de Campo
██ Tundra ██ Floresta de Monção ██ Savana com Árvores
██ Floresta Boreal (Taiga) ██ Deserto & Clima Árido ██ Floresta Subtropical com sêcas
██ Floresta de Folhas Largas ██ Estepe de Arbustos semi-árida ██ Floresta Tropical
██ Estepe Temperada (Pradaria) ██ Estepe semi-árida ██ Tundra de Montanhas
██ Floresta Subtropical úmida ██ Semi-Desértico ██ Floresta Montana
[editar] Galeria
A escala do
Beryllium-10 é
Violeta, Zona do invertida. A geração
Permafrost; Azul, solo de Beryllium-10 por
Ártico, Linha das congelado por mais de raios cósmicos ██ Areas com clima
árvores. Isoterma de 15 dias/ ano; Rosa, diminui com o mediterrâneo
10°C (50°F) da solo congelado por aumento da irradiação
temperatura média do menos de 15 dias/ ano; solar. No século XVII
mês mais quente. Linha, limite médio da existiu a Pequena
max. extensão do solo Idade do Gelo.
coberto com neve.
Acréscimos: 0,170°C/
década na superfície,
0,116°C/ década por SN: Número de Diagrama do
satélite (ref. UAH, manchas solares. 8'000Contribuições dos conteúdo de vapor
Univ. de Alabama, anos atrás a Terra era gases do Efeito de água na
Huntsville), e mais quente. Estufa, da Irradiação
atmosfera terrestre.
0,192°C/ década por solar e da atividade
satélite (ref. RSS, vulcânica na
"Remote Sensing temperatura da Terra.
Systems").
Referências
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Kilimandjaro; Hydrological Sciences–Journal–des Sciences Hydrologiques,
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27. ↑ Holdridge, L.R. (1947); Determination of world plant formations from simple
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28. ↑ IUSS Working Group WRB. (2007); World Reference Base for Soil
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Parruco, "Como funcionam os Biomas"
39. ↑ "Freshwater Ecoregions of the World: Major Habitat Types" [3]. Accessed
May 12, 2008.
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41. ↑ Brigitta Schütt (2005); Azonale Böden und Hochgebirgsböden [5]
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Bioma"
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Biomas
Postado por *GeoProfessora* às 17:49 . Segunda-feira, 7 de Abril de 2008
Marcadores: Biomas
TUNDRA
Formada há cerca de 10 mil anos, a tundra é o bioma mais jovem da Terra. Suas áreas de
ocorrência são as regiões próximas ao oceano Glacial ártico: Alasca, norte do Canadá,
Groelândia, norte da Rússia e da Escandinávia.
A tundra possui ecossistemas cuja composição botânica é influenciada pelas condições de solo
e clima. O solo fica congelado a maior parte do ano, a estação mais quente dura mais ou
menos 60 dias e a temperatura mais alta não ultrapassa 10 ºC. A tundra, portanto, só cresce
nos períodos de degelo. Suas principais espécies são os musgos e os liquens, plantas rasteiras,
pois as árvores não sobrevivem nesse tipo de clima. A palavra tundra vem do finlandês
tununa, que significa planícies de árvores.
Esse é o bioma mais frio do mundo e é basicamente um deserto gelado, pois apresenta poucas
precipitações (neve) durante o ano.
Podemos classificá-lo na categoria E dos climas de Köppen.
MONTANHAS
Nas grandes altitudes (acima de 3.000 m) as montanhas não apresentam vegetação. A
cobertura vegetal, que alcança de 2.500 a 3.000 m, é composta de plantas orófilas, que
formam uma vegetação rasteira – os campos alpinos, com cerca de 200 espécies que se
adaptaram às baixas temperaturas e à seca. Esse bioma aparece nas grandes cadeias
montanhosas, como os Andes, as Montanhas Rochosas, os Alpes e outros.
Quando subimos uma área montanhosa, passamos por vários biomas. O mais baixo é a
vegetação da região onde a montanha está situada. Por exemplo, nas montanhas Rochosas
começamos em um deserto. À medida que a altitude aumenta, vemos sucessivamente a
floresta temperada, a floresta de coníferas e os campos alpinos. Conforme a localização da
montanha, podemos passar também por campos e estepes.
O fator climático que caracteriza esse bioma é a altitude, por isso encontramos neve em altas
montanhas, em plena zona tropical, como na parte central da Cordilheira dos Andes. É
também um clima muito frio, com temperatura de 10ºC a 15ºC no verão e abaixo de zero no
inverno, do tipo alpino (H), na classificação de Köppen.
FLORESTA TEMPERADA
Vegetação típica de clima temperado, com estações do ano bem definidas, do tipo Cf na
classificação de Köppen. Recobria as áreas que hoje são as mais povoadas na superfície
terrestre – Europa, China, Japão, leste da América do Norte. No hemisfério sul, pode ser
encontrada na Austrália, Nova Zelândia e Chile.
É uma floresta decícula, pois perde suas folhas no inverno. No outono, as folhas mudam de
cor, assumindo um tom avermelhado. É o bioma mais devastado do mundo, pois seu solo fértil
foi muito aproveitado para a agricultura. Dentre suas áreas de ocorrência, o maior número de
espécies está na América do Norte.
As florestas temperadas não são todas iguais. Podem ser encontradas espécies perenes entre
as decíduas, bem como flores e tapetes de musgos e cogumelos. Suas principais espécies são
o abeto, a faia e o carvalho. Nas regiões onde o clima é mais chuvoso, aparecem árvores de
grande porte, como o eucalipto gigante, na Austrália, e a sequóia, na costa ocidental da
América do Norte.
DESERTOS E SEMIDESERTOS
Os desertos têm em comum o fato de receber poucas e irregulares precipitações, apresentar
baixíssimas taxas de umidade relativa do ar, céu com poucas nuvens e evaporação alta.
As temperaturas do deserto apresentam grandes amplitudes térmicas, podendo atingir 50ºC
durante o dia e cair para -1ºC à noite.
Os solos são sempre muito pobres, pedregosos ou arenosos. Nestas áreas encontramos plantas
xerófitas e, em algumas regiões com mais umidade, aparecem as “ilhas de vegetação” – os
chamados oásis.
Presença de correntes marítimas frias no litoral, altas pressões subtropicais, grandes altitudes
e barreiras montanhosas que impedem a passagem de massas de ar úmido vindas do oceano
são as principais causas da formação de desertos. O Saara, na África Setentrional, e o deserto
da Atacama, no Chile, são exemplos de desertos que se formaram em áreas onde chove muito
pouco ou onde não cai sequer uma gota de chuva.
Temos tanto desertos quentes como desertos frios. Em ambos, a vegetação é composta de
plantas de pequeno porte, muito espalhadas pela extensão arenosa. Os desertos cobrem cerca
de 1/5 da superfície terrestre. Os quentes estão localizados nas proximidades dos trópicos de
Câncer e de Capricórnio e os frios, nas latitudes mais altas. Nesses últimos há queda de neve
pouca chuva na primavera (150 a 260 mm por ano). As chuvas nos desertos quentes estão
concentradas em curtos períodos, intercalados com prolongadas épocas de seca. Na
classificação de Köppen, os desertos têm clima BW, sendo BWh nos desertos quentes.
Nas bordas de grandes desertos, aparecem regiões menos secas que esses biomas,
consideradas semidesertos. Em muitos continentes são classificadas como estepes, como
veremos logo a seguir.
NO Brasil, a caatinga – classificada por alguns especialistas como savana; e pelo IBGE, como
estepe (conforme Atlas do Meio Ambiente do Brasil, Embrapa) – é um ecossistema de clima
semi-árido ou semidesértico (Bsh, na classificação de Köppen adaptada para o Brasil), apesar
de não estar localizada nas margens dos grandes desertos. A caatinga é um ecossistema com
plantas rasteiras e árvores, como as savanas, mas, por apresentar características diferentes
dessa formação vegetal, é classificada como semideserto: além da vegetação xerófita, a
caatinga possui um tipo de clima ligado aos climas secos de Köppen (B), e não aos climas
tropicais (Aw) das savanas.
ESTEPES
Esse bioma é seco, frio, com vegetação rasteira. Geralmente as estepes estão na faixa de
transição entre o deserto e a floresta, longe da influência marítima e perto de barreiras
montanhosas. São encontradas principalmente nos EUA, na Mongólia, na Sibéria, no Tibete e
na China. Nas estepes os verões são quentes e os invernos muitos frios; em altas latitudes, cai
muita neve. Com um pouco mais de chuva, a estepe poderia ser classificada como pradaria;
com um pouco menos, como deserto. Corresponde ao tipo BS, de Köppen.
PRADARIAS
Este tipo de vegetação herbácea (rasteira) recebe o nome de pradaria, na América do Norte,
e pampas, na América do Sul (Brasil e Argentina), onde o clima é mais úmido. As pradarias do
hemisfério sul recebem mais chuvas do que as do hemisfério norte. Na América do Norte,
ocupam uma área que se estende desde o Canadá (Alberta, Saskatchewan e Manitoba),
continuando pelas planícies Centrais dos Estados Unidos, até o Texas, ao sul, e Indiana, a
oeste.
SAVANAS
São formações típicas de regiões de clima tropical, com estação chuvosa e outra seca (tipo
Aw, de Köppen). Localizam-se entre o bioma da floresta tropical e o dos desertos.
Existem vários tipos diferentes de savanas; as mais conhecidas são africanas, onde vivem
muitos leões, zebras, girafas, elefantes, gazelas, entre outros animais.
A savana apresenta dois “andares” de vegetação tropófila: um mais alto, formado por
árvores; e outro mais baixo, composto de gramíneas.
Na América do Sul, as savanas ocupam áreas da Venezuela e da Colômbia (llanos), na bacia do
rio Orenoco; o cerrado, vegetação correspondente no Brasil, cobre grande parte da região
Centro-Oeste. Também encontramos savana no norte da Austrália, onde se destacam os
eucaliptos,e na Índia, onde é denominada jungle.
FLORESTAS TROPICAIS
A área de ocorrência desse bioma é delimitada pelos dois trópicos (zona tropical) e
atravessada pelo Equador. Portanto, é o domínio de elevadas temperaturas e grande
quantidade de chuva.
Apesar de podermos distinguir subtipos de florestas tropicais, elas têm algumas
características comuns: heterogêneas, perenes, higrófilas, latifoliadas. No bioma das florestas
tropicais encontramos a maior biodiversidade, ou seja, a variedade de espécies de plantas,
animais e microorganismos encontrados em todos os biomas da Terra. Nas áreas próximas ao
Equador, as florestas são mais fechadas, apresentam-se estratificadas em acamadas, com
árvores de várias alturas e tipos, com muitos cipós em seus troncos e galhos. Os principais
exemplos são a floresta Amazônica, a floresta do Congo (África) e a da Indonésia (Ásia).
Mais afastadas do Equador, as florestas tropicais recebem menor quantidade de calor e chuva,
por isso são menos exuberantes que as equatoriais e já foram quase destruídas pelo homem.
Ocupavam grande parte da faixa tropical da América do Sul (Brasil), da América Central, do
norte da Austrália e do Sudeste Asiático, onde aparecem hoje em pequenas manchas que
foram conservadas.
Glossário:
- Aciculifoliadas: possuem folhas em forma de agulhas, como os pinheiros. Quanto menor a
superfície das folhas, menos intensa é a transpiração e maior a retenção de água pela planta.
- Arbustiva: formação vegetal de porte médio.
- Caducifólias: plantas que perdem as folhas em épocas muito frias ou secas do ano.
- Coníferas: árvores com aparelho reprodutor em forma de cone (pinheiros).
- Decídua: ou de folhas caducas; diz-se de planta que perde as folhas em certas épocas do
ano (sobretudo no inverno).
- Higrófilas: plantas adaptadas a muita umidade (climas úmidos), sendo necessariamente
perenes (apresentam folhas durante o ano todo).
- Latifoliadas: plantas de folhas largas, de regiões muito úmidas, o que permite intensa
transpiração.
- Orófilas: planta adaptada às grandes altitudes.
- Perene: floresta sempre verde, que não perde as folhas em nenhuma estação.
- Tropófilas: plantas adaptadas a alternância de uma estação seca e outra chuvosa.
- Vegetação heterogênea: vegetação constituída de grande variedade de espécies.
- Vegetação homogênea:: vegetação constituída de poucas ou de uma única espécie.
- Xerófilas: plantas adaptadas à aridez (climas secos).
Referências:
MARINA, Lúcia & TÉRCIO. Geografia - Série Novo Ensino Médio. Edição compacta. Vol. Único,
São Paulo: Editora Ática, 2004, p.54-60.
SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e
globalização. São Paulo: Scipione, 1998.
Amazônia
Em novembro de 1971, o biólogo alemão Harold Sioli. Do Instituto Max Planck, fazendo
pesquisas na Amazônia, foi entrevistado por um repórter da agência de notícias
americana. O jornalista estava interessado na questão da influência da floresta sobre o
planeta e o pesquisador respondeu com precisão a todas as perguntas que lhe foram
feitas. Mais tarde, porém ao redigir o texto a entrevista, o repórter acabou cometendo um
erro que ajudaria a criar um dos maiores e mais persistentes mitos sobre a floresta
amazônica. Numa de suas respostas, Sioli afirmara que a floresta continha grande
quantidade de dióxido de carbono (CO2) existente na atmosfera. No entanto, ao
transcrever a declaração, o jornalista esqueceu a letra C - símbolo do átomo de carbono -
da fórmula citada pelo biólogo, que ficou no texto como O2, o símbolo da molécula de
oxigênio.
A reportagem com o oxigênio no lugar do dióxido de carbono foi publicada pelo mundo
afora, da noite para o dia, a Amazônia se tornou conhecida como "pulmão do mundo" -
uma expressão de grande impacto emocional que tem ajudado a semear a confusão no
debate apaixonado entre os efeitos ambientais em larga escala da ocupação da floresta. É
um debate em que, por enganos como aquele, mau argumentos acabam sendo usados
para escorar uma causa justa. As organizações de defesa de ecologia misturam às vezes
no mesmo balaio fatos e fantasias ao alertar para os perigos das queimadas da floresta
amazônica - até porque dados e conceitos capengas sobre o assunto só levam água para
o moinho daqueles que não querem que se faça alarde algum sobre as agressões à
natureza que ali cometem.
Isso acontece porque a planta jovem precisa fixar um grande volume de carbono para
poder sintetizar as moléculas que são a matéria-prima de seu crescimento. Já nas plantas
maduras, porém o consumo de oxigênio na respiração tende a igualar o total produzido na
fotossíntese. A Amazônia não constitui uma floresta em formação. Nela, portando, os
seres vegetais já crescidos consomem todo o oxigênio que produzem. Apesar de não ser o
pulmão do mundo, a floresta amazônica apresenta outras características que muito
contribuem para a manutenção da vida no planeta.
Segundo, cientistas brasileiros, medições feitas em 1987 mostraram que cada hectare de
floresta retira da atmosfera, em media, cerca de 9 quilos de carbono por dia (um hectare
equivale a dez mil metros quadrados). A cada ano, o homem lança na atmosfera algo
como 5 bilhões de toneladas de carbono. É como se cada ser humano fosse pessoalmente
responsável pelo lançamento de uma tonelada de gás por ano. Somente a Amazônia
brasileira, som deus 350 milhões de hectares, retira do ar aproximadamente 1,2 bilhão de
toneladas anuais, ou seja, pouco mais de um quinto do total. Números como esses
causariam polemica num passado não muito remoto, quando se duvidava que a floresta
fosse capaz de armazenar tamanho volume de carbono. Hoje, porem, se sabe que a
assimilação apenas repõe o volume de gás continuamente perdido para o solo e para os
rios.
Uma controvérsia que freqüentemente aquece a discussão sobre a Floresta Amazônica diz
respeito à parte que cabe às queimadas na região de acumulação de CO2 na atmosfera.
Os cálculos mais aceitos dizem que as queimadas liberam 200 milhões de toneladas de
carbono por ano, ou seja, 4% da emissão total. Segundo o INPE, os desmatamentos por
queimadas de todas as florestas do globo contribuem com 16% do acumulo de dióxido de
carbono. Mesmo que a Floresta Amazônica fosse queimada, especulam, "o aumento da
concentração do gás seria da ordem de 2%". Dito desse modo pode-se ter a impressão de
que pouco importa para o clima planetário haver ou não uma Amazônia. Nada mais errado
e perigoso, pois além de serem controladoras do efeito estufa, as florestas podem exercer
enorme influência sobre o clima do globo. A Amazônia é uma "grande maquina de produzir
calor". Daí seu papel decisivo para manter estável o clima nos países do hemisfério norte.
Além da Amazônia, existem duas outras fontes de calor no planeta. Uma é a floresta
tropical da bacia do Rio Congo, na África Central. A outra é de origem oceânica: uma
região do Pacífico próxima ao norte da Austrália e à Indonésia, onde uma confluência de
correntes faz com que a temperatura da água esteja sempre entre os 27 e 31 graus. As
altas temperaturas fazem com que as taxas de evaporação sejam igualmente elevadas,
promovendo a formação de nuvens e consequentemente produção de calor. A destruição
da floresta poderia alterar dramaticamente o clima dos países do hemisfério norte.
Segundo os climatólogos, " sem o transporte de calor dos trópicos, esses países
passariam a ter invernos ainda mais frios e mais longos".
Cada qual tem suas próprias características, mas as três apresentam uma coisa em
comum: são exemplos bem-sucedidos da colonização de extensas áreas pelos vegetais. A
Floresta Amazônica provavelmente é o melhor exemplo. Arraigada a solos pobres em
minerais e material orgânico, a floresta não só se auto-sustenta e se matem, como
também exibe uma exuberância e uma riqueza de espécies inigualável em todo o planeta.
Estima-se que a Amazônia abriga cerca de 80 mil espécies vegetais e possivelmente 30
milhões de espécies animais - a maioria insetos.
Ao contrário do que ocorre na floresta temperada, cujos solos são nutritivos, os ciclos de
vida na floresta tropical - principalmente na Amazônia - devem ser mais velozes. As folhas
das árvores caem mais depressa e uma vez no solo se decompõem mais rapidamente
para que os seus nutrientes possam ser reaproveitados no menor tempo possível pelos
vegetais ao redor. Isso faz com que o suprimento vital de alimento na floresta esteja
armazenado na própria folhagem. Assim, a riqueza das florestas tropicais está na massa
vegetal, não no solo. Isso enganou - e ainda engana - aqueles que, diante das árvores
portentosas, acharam que os solos da floresta seriam tão férteis que neles em se
plantando tudo daria.
Estima-se que a floresta tenha de 500 a 700 toneladas de matéria verde viva por hectare,
incluindo caules, troncos e raízes. Desse total, as folhas representam cerca de 20
toneladas, ou seja, algo como 3 ou 4%. Em comparação com a massa vegetal, a fauna
não é tão abundante. Existem somente 30 quilos de herbívoros por hectar3e, por exemplo.
A razão desse outro paradoxo é a mesma da anterior. Apesar da exuberância e variedade,
as espécies vegetais da floresta são extremamente pobres em vitaminas e nutrientes, o
que as torna inadequada ao sustento de rebanhos de animais.
Algumas pesquisas estimam que somente na Amazônia possa residir cerca de 30% de
todo o estoque genético do planeta, ou seja, 30% de todas as seqüências de DNA que a
natureza combinou. É um número extraordinário, e certos pesquisadores ainda
consideram tratar-se de um cálculo por baixo. Uma coisa é absolutamente certa: a
preservação da variedade genética da Floresta Amazônica - que faz da região uma
espécie de banco de gens, o maior do mundo - deve ser um dos argumentos mais fortes
contra o desmatamento por atacado e a ocupação sem critério da Amazônia. Pois, por
mais abstrato que esse argumento possa parecer aos invasores do local - desde os
simples colonos que migram de outras regiões às empresas multinacionais de mineração -
cada espécie é única e insubstituível e sua destruição pode significar a perda de um
importante acervo genético, de incalculável valor prático para o homem.
Apenas se começa a aprender a ler mais informações contidas nas florestas tropicais,
existe aí uma verdadeira enciclopédia a ser conhecida. Os índios com certeza têm algo a
ensinar nesse vasto capitulo. Os antropólogos descobriram que cada comunidade
indígena que habita a Amazônia dispõe de um cardápio de pelo menos cem plantas e um
receituário de duzentas espécies vegetais. Um exemplo relativamente recente da
utilização do estoque genético da floresta é o desenvolvimento de um remédio contra
hipertensão - inspirado no veneno da jararaca. Essa cobra mata a sua presa com uma
substância tóxica que reduz a zero a pressão sanguíneos do animal. Os estudos sobre a
ação do veneno no organismo trouxeram informações valiosas para o reconhecimento da
pressão no ser humano.
É esse patrimônio que deve ser preservado junto com as florestas. É um desafio urgente.
O atual ritmo de extinção de espécies no mundo provavelmente não tem paralelo. Os
pesquisadores calculam que nos próximos 25 anos cerca de 1,2 milhões de espécies (dos
até 30 milhões que se supõe existir na Terra), desaparecerão por completo com a
devastação de seus refúgios florestais. Isso equivale a um genocídio de aproximadamente
130 espécies inteiras por dia.
O debate em torno da preservação das florestas tropicais ainda esta longe de se esgotar.
A maioria das previsões - mais ou menos desastrosas - que se faz nesse campo estão
atreladas a modelos matemáticos, muitas vezes passíveis de falhas. De todo modo,
enquanto os especialistas conferem suas projeções, fatos acontecem. E a idéia de
preservar indefinidamente a Floresta Amazônica se mostra cada vez mais impraticável.
Como a vocação da Amazônia é essencialmente florestal, é necessária a sua utilização
racional, menos predatória.
Pelo menos 10% de todas as formas vivas existentes no planeta, 20% da água potável e
um terço das matas latifoliadas - folhas largas - de todo mundo estão reunidos em um
irregular tapete verde de 7,8 milhões de quilômetros quadrados no norte da América do
Sul, a grande Amazônia.
Essa vastidão já maravilhou muitos exploradores e estrategistas, caso do britânico Richard
Spruce, um dos mais famosos botânicos e exploradores da floresta (1817 - 1893)
consumiu 17 anos de sua longa vida anotando tudo que pudesse ser de interesse de Sua
Majestade. Relatos históricos registram que muitas vezes ele se lamentou que toda a
região não estivesse nas mãos da Inglaterra. A Amazônia espalha-se por terras de Brasil,
Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela, além do Suriname, Guiana e Guiana
Francesa.
Dados consolidados num trabalho preparado pelo MMA (ministério do Meio Ambiente), dos
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, a Agenda Amazônica 21, avaliam que mais de
25% de todas as drogas prescritas nos EUA contêm substâncias derivadas de plantas das
florestas tropicais.
Meio Físico
Embora predominasse as formas de relevo suaves, a Amazônia não é constituída por uma
só e imensa planície perfeitamente plana.
O clima é do tipo equatorial, quente e úmido, com a temperatura variando pouco durante o
ano, em torno de 26°C. É muito comum na região os períodos de chuva provocados em
grande parte pelo vapor d`água trazido do leste pelos ventos. A bacia amazônica é um dos
locais mais chuvosos do planeta, com índices pluviométricos anuais de mais de 2.000mm
por ano, podendo atingir 10.000mm em algumas regiões. Durante os meses de chuva, a
partir de dezembro, ás águas sobem em média 10 metros, podendo atingir 18 metros em
algumas áreas. Isso significa que durante metade do tempo, grande parte da planície
amazônica fica submersa, caracterizando a maior área de floresta inundada do planeta,
cobrindo uma área de 700.000Km2.
Os Rios
- Volume de água na Foz do Rio Amazonas: 100 a 300 m3 por segundo, dependendo da
época do ano;
- Se considerarmos em média 200 m3 por segundo, isso significa que o consumo diário de
uma cidade de 2.000 habitantes seria suprido por um segundo do rio;
- A quantidade de água do Rio Amazonas representa cerca de 17% de toda a água líquida
do planeta;
- O efeito das marés pode ser percebido até mais de 1.000 km do mar (Óbidos);
- Existem basicamente três tipos de rios: a água branca (Solimões, amazonas, Madeira...)
visibilidade 0,1 a 0,5 metros, pH 6,5 a 7,0; água preta (Negro, Urubu...) visibilidade de 1,50
a 2,50 metros, pH 3,5 a 4,0; água clara (Tapajós, Trombetas...) visibilidade mais de 4
metros, pH de 4,0 a 7,0.
O Rio Amazonas
Em 1541, o espanhol Francisco de Orellana e seus homens navegavam no rio Napo (que
desemboca em outro rio maior), a leste dos Andes. Passaram-se meses, e era incontável
o número de afluentes que engrossavam as águas do imenso rio. A certa altura, a
embarcação é atacada por um grupo de indígenas, que disparam flechas envenenadas.
Orellana dá ordem para seus homens desviarem o barco, afastando-se do alcance dos
índios. Após safar-se do perigo, Orellana, impressionado com o aspecto dos indígenas,
que acreditara serem mulheres, lembra-se das Amazonas - as guerreiras da mitologia
grega - e batiza o rio que passa a se chamar rio Amazonas.
O Rio Amazonas começa no Peru, na confluência dos rios Ucayali e Maranõn. Entra no
Brasil com o nome de Solimões e passa a chamar-se Amazonas quando recebe as águas
do rio Negro, no interior do Estado do Amazonas.
No período das chuvas, o rio chega a crescer 16 metros acima de seu nível normal e
inunda vastas extensões de planície, arrastando consigo terras e trechos da floresta. Sua
largura média é de 12 km, atingindo freqüentemente mais de 60 km durante a época de
cheia. As áreas alagadas influenciadas pela rede hídrica do Amazonas, formam uma bacia
de inundação muito maior que muitos países da Europa juntos. Apenas a ilha do Marajó,
na foz do Amazonas, é maior que a Suíça.
O Rio amazonas conta com mais de 1.000 afluentes e é o maior largo rio do mundo e o
principal responsável pelo desenvolvimento da floresta amazônica. O volume de suas
águas representa 20% de toda a água presente nos rios do planeta. Têm extensão
de6.400 quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por segundo (16 vezes maior que
a do ri Nilo). Na foz onde deságua no mar, a sua largura é de 320 km. A profundidade
média é de 30 a 40 metros. O rio Amazonas disputa com o Nilo o título de maior rio do
mundo, mas é imbatível em volume de água. Recebe cerca de 200.000 km2 de água por
segundo e, em alguns pontos, o rio é tão largo que não dá pra ver a outra margem.
Pororoca
Na foz do rio Amazonas, quando a maré sobe, ocorrem choques de águas elevando
vagalhões que podem ocasionar naufrágios e são ouvidos a quilômetros de distância, é a
pororoca. O volume de água do rio amazonas é tão grande que sua foz, ao contrário dos
outros rios, consegue empurrar a água do mar por muitos quilômetros. O Oceano Atlântico
só consegue revelar isso durante a lua nova quando, finalmente vence a resistência do rio.
O choque entre as águas, provoca ondas que podem alcançar até 5m e avança rio
adentro. Este choque entre as águas tem uma força tão grande que é capaz de derrubar
árvores e modificar o leito do rio.
A Fauna
Outro aspecto fascinante da chamada mata Amazônica como um todo é a sua fauna. A
extensão, a diversidade floristica e a extrema complexidade ecológica das comunidades
florestais hileianas obrigam-nos a ser seletivos.
- As últimas estimativas são de que as florestas pluviais do mundo podem ter até 30
milhões de espécies de insetos;
Dos mamíferos amazônicos podem ser citados os corriqueiros marsupiais, como cuícas,
jupatis e gambás ou mucuras (Monodelphis, Marmosa, Philander, Metachirops,
Metachirus, Didclphis). Ao grupo cumpre integrar, também, a bela cuíca-d`água
(Chironectes minimus), que alcança a parte meridional do território brasileiro.
Dos roedores, há numerosas espécies de pequenos ratos, mas são endemismos notáveis
a pacarana (Dinomys branickii) e os coatipurus, esquilos abarcados em vários gêneros
(Siurus, Sciurillus e Microsciurus). Algumas dessas formas são diminutas, mas o coatipuru-
vermelho (Sciurus pyrrhonotus), que habita o vale do rio Madeira, é bem maior que o
caxinguelê do sudoeste brasileiro. Algumas cotias, notadamente a cotia-preta (Dasyprocta
fuliginosa), são típicas das comunidades florestais hileianas.
São muito comuns, na área considerada, os porcos - do mato, queixadas (Tayassu pecari)
e caititus (T. tajacu).
Muitas outras aves, em especial passeriformes (como, por exemplo, o tropeiro de voz
característica), são espécies próprias da mata amazônica e de formações similares no
sudeste brasileiro - Bahia e Espírito Santo. Com o anambé-preto (Cephalopterus), o galo-
da-serra (Rupicola rupicola) e outros cotingídeos belíssimos, muitas aves constituem
espécies endêmicas notáveis da floresta equatorial amazônica.
A População
- Em média, durante o ano, o caboclo do interior usa cerca de 3,2 horas/dia para a
agricultura e 5,1 horas/dia para o extrativismo (caça, pesca, coleta...);
- A região (interior) tem um dos maiores consumos de proteína animal (peixe) do mundo:
140 gramas por pessoa/dia;
- Na área total foi detectado em crianças 70% de nanismo e 18% de atrofia nutricional,
37% de anemia, 56,5% de falta de zinco e 50% de falta de calorias, ferro, vitamina A e
outras vitaminas;
Povos Primitivos
A Amazônia é um dos poucos redutos do planeta onde ainda vivem povos primitivos,
dezenas de tribos que se espalham em territórios dentro da mata, mantendo seus próprios
costumes, linguagens e culturas, inalterados por milhares de anos. Antropólogos acreditam
que ainda existam povos primitivos desconhecidos, vivendo nas regiões mais inóspitas e
inacessíveis. As características do clima e do solo da região amazônica, pouco propícias à
conservação de materiais, não deixaram muitos vestígios sobre a vida dos povos pré-
colombianos. Mas o patrimônio arqueológico é precioso, com registros que chegam a
10.000 anos. A riqueza da cerâmica, com suas pinturas elaboradas, demonstra que muitos
desses povos atingiram um estágio avançado de organização social, sempre guiados por
uma forte relação com a natureza.
A Floresta
- A produção líquida de oxigênio (saldo positivo) é em média de 96 toneladas por ano, que
representa 0,000008% do total da atmosfera da terra. Isso indica ser uma pequena
participação global;
- Calcula-se na Amazônia uma área total desmatada de 652.908 km2, ou seja, 16,3% da
floresta original. Na década de 80, em Rondônia, a taxa de desmatamento foi da ordem de
35 mil km2 por ano, equivalente a um campo de futebol (1 há) a cada 5 segundos;
- A diversidade das árvores na Amazônia varia entre 40 a 300 espécies diferentes por
hectare, sendo que na América do Norte é de 4 a 25;
Uma das feições fundamentais das sinúsias é o fato de que elas se estratifiqucam, isto é,
se dipõem em estratos ou camadas de alturas diferentes dentro da mata - ordenação em
camadas que é característica arquitetura silvestre. Usualmente, aliás, os stratos arbóreos
são três: o superior, médio e inferior, depois um andar arbustivo etc.
Ao contrário do que em geral se pensa, as dimensões das plantas tropicais não são
demasiado grandes. A mata amazônica, a mais pujante dentre as congêneres, alcança,
pelo comum, 30-40m de altura. Os sistemas radiculares têm algo especial, são superficiais
e desprovidos de raiz mestra, isto é, axial. São, portanto, formados de raízes adventícias,
surgidas na base do caule, pouco profundas. É pó isso que suas árvores caem com
relativa facilidade. Também os solos silvestres, dentro dessas circunstâncias, se revelam
rasos e saturados d`água na superfície, entretanto, as árvores pequenas têm raízes axiais
profundas.
As cascas dos troncos são, via de regra, finas e lisas, de cor clara. Um fenômeno que lhes
é relativamente comum é a caulifloria (floração sobre os troncos), como nos cacaueiros e
no abricó-de-macaco. A folhagem típica nessas matas revela a dominância de folhas
medianas, espessas e consistentes, sem pelos ou poucos. O que lhes é peculiar é o ápice,
em geral longo e delgado. Já as florestas do interior da mata têm folhas maiores e mais
macias.
É bom lembrar que o solo das matas úmidas - de modo conspícuo - é revestido de ervas e
formas jovens das árvores, e que estas, quando adultas, exibem enorme quantidade de
plantas epífitas sobre si, até mesmo grandes arbustos.
Além do que foi dito, entre as características das matas pluviais, a hiléia se destaca pelo
avantajado número de plantas mirmecófilas (amigas das formigas), há plantas que nelas
habitam ninhos de formigas, outras, que servem de abrigos para elas: exemplo flagrante
disso são as embaúbas (Cecropia), cujo ramos fistulosos abrigam formigas agressivas
(gênero Azteca). A caulifloria, é freqüente nessa mata, bem como as raízes tabulares, nas
bases dos troncos, ao lado da reprodução vegetativa. Nessas eventualidades, as árvores,
se tombam, rebrotam dessas raízes, como sucede com o pequiá (Cariocar villosum) e com
o bacuri (Plantonia insignis).
Em face da competição pela luz, as árvores, aí, tendem a manter-se mais ou menos
delgadas, poucas ultrapassam 100cm de diâmetro, e as exceções são como a sumaúma e
o pequi, que chegam a alcançar 350cm. O número de árvores e espécies por hectare dá
uma idéia da riqueza dessa modalidade florestal, no rio Madeira (AM), 111 árvores de 60
espécies, em Belém (PA), 113 árvores de 42 espécies. Para comparação, em mata
idêntica, no sul da Bahia, havia 130 árvores por hectare. Em 200 milhões de hectares
inventariados na terra firme, foram achadas 400 espécies de árvores com diâmetro
superior a 25cm, com densidade equivalente a 117 árvores/ha.
É comum que a formação se apresente mais aberta, com espaçamento maior e altura
menor, mais luz aí penetra razão por que os arbustos e os cipós aumentam de dimensões
e o chão se faz mais coberto de ervas. Há, então, menos epífitas. De vez enquanto, uma
árvore gigante aparece. Há um tipo sem palmeiras. Mais difundido, porém, é o tipo com
palmeiras, sendo as mais vulgares a babaçu (Orbignya martiniana) e a bacaba
(Oenocarpus distichus). É também comum aqui a citada castanheira. Ocorre, uma terceira
modalidade da mesma floresta, que abriga grande cópia de cipós ou lianas: é muito
difundida, principalmente entre Marabá e o rio Xingu, por exemplo. O fato é que não
parece haver uma relação direta entre o tipo de solo e a vegetação, por exemplo, sobre a
terra roxa, de clara fertilidade, tanto ocorre a floresta densa quanto várias classes de
florestas abertas.
A mata de várzea - em que a palavra várzea tanto se aplica ao solo como à vegetação - é
de terrenos novos, baixos e sujeitos á inundações na época das chuvas. As águas pro
manam de rios - como o Amazonas e o Madeira - barrentos. Seus sedimentos se
depositam, primeiro os mais pesados junto as margens dos rios, depósitos que vaão
aumentando e assumem a forma de cristais, por fim, essas partes ficam inundadas
durante poucas semanas, são essas porções elevadas cobertas de mata, que vêm a ser
ditas restingas. Adiante destas, há vastas áreas que permanecem alagadas durante vários
meses, com amplas florestas. Em decorrência desse esquema muitas vezes os terrenos
de várzea apresentam solos argilosos muito mais férteis do que é habitual na Amazônia. O
princípio dessa fertilidade é o mesmo que o das margens do rio Nilo, no caso, os
sedimentos depositados nas várzeas provem de rochas e solos férteis da base dos Andes.
Há três tipos de várzea. O primeiro é a várzea sem canarana, isto é, sem gramíneas altas,
o que é típico do alto Amazonas, por exemplo, nos rios Solimões e Madeira, acima de
Manaus. Aí, a floresta é continua, ou interrompida somente por lagos. Não há capinzais. A
fauna ictiológica é muito rica, até com peixes de tamanho avantajado. Grandes
quantidades de sementes aí flutuam nas águas, recolhidas para venda local como
oleaginosas.
O terceiro tipo é a várzea estuarina, abaixo da confluência do rio Xingu com o Amazonas,
e na Ilha de Marajó, cuja superfície é de 40.000 km2. Há, nessa área, enorme abundância
de palmeiras de poucas espécies relativamente. O alagamento, então, é antes devido aos
movimentos das marés do que ao regime pluvial, processa-se assim, duas vezes por dia.
As chuvas, nessa área exercem escasso efeito nesse respeito, pois o rio é
excessivamente largo e próximo do oceano. Entre Breves e Curralinho, a mata é rica em
madeiras utilizáveis.
A mata de igapó indica qualquer trato da terra com drenagem insuficiente, inundando
periódico ou permanentemente (região do baixo Amazonas) por rios de águas pretas ou
claras (ex. rio Negro), o que faz pantanosa a mata assim situada. Os igapós ficam em
plena terra firme, em margens alagadiças de riachos, e nas várzeas, onde as inundações
os sustem. Trata-se de mata baixa e pobre, com árvores afastadas, onde existe mais luz e
muitas epífitas. Sua composição inclui árvores de várzeas, aqui menos crescidas, e
espécies próprias mais numerosas. As plantas desde jovens, são capazes de tolerar a
submersão por períodos de meio a um ano em estado de latência (sem o que não
sobreviveriam), quando as águas baixam, voltam à atividade fisiológica e ao crescimento.
As caatingas ou são altas, com uns 20m de altura e mais sombrias (campinaranas), ou são
baixas, com 7 - 8m e árvores emergentes de 10 - 15m e mais claras (campinas). Neste
caso específico o chão é coberto de musgos, liquens, bromélias e pequenas samambaias,
podendo sofrer períodos de alagamento, o lençol freático é quase junto à superfície, não
mais que 80 cm de fundura. Assim, as raízes dependem efetivamente das águas da
chuva, não podendo descer abaixo de 40cm por faltar-lhes oxigênio para a respiração,
com o que, sobrevindo uma época de seca, sofrerão de real deficiência hídrica, mais ainda
pelo fato de o solo de areia grossa ser poroso.
Nas campinaranas, que em geral circundam as áreas de campinas, as árvores são, por
conseguinte, delgadas, em maioria entre 20 - 25cm de diâmetro. As espécies não vão
além de 65-67 árvores por hectare. Têm folhas espessas, duras e pilosas, e as cascas são
grossas, recordando o cerrado. Importa contrastar o fato de que - embora com tais
caracteres reforçados próprios da savana, que vive sob luz e seca atmosférica intensas - a
caatinga hileiana habita região de chuvas copiosíssima e luz bem mais fraca, o que
postularia em seu lugar uma legitima floresta pluvial.
Há, destarte, em suma indicações de que tal caatinga sofre restrições de fatores limitantes
e de que suas espécies, no curso de milênios, se adaptaram a tais fatores. Pensa-se, hoje,
que o solo pobre em nutrientes e a periodicidade causada tanto pelo alagamento do solo,
que retira o ar necessário para a respiração radicular, quanto a extrema dessecação
produzida pela excessiva porosidade da areia, não permitindo a ascensão da água por
capilaridade, são fatores adversos ao desenvolvimento da estrutura dessa floresta pluvial.
O estudo do carbono assume grande importância devido à sua estreita relação com as
mudanças climáticas da Terra. Uma das causas relevantes dessas alterações é a rápida
substituição das florestas tropicais da Amazônia por sistemas agropecuários. Este
trabalho foi desenvolvido em Juruena (MT), com os seguintes objetivos: estudo da
distribuição espacial do teor de carbono e a estimativa do seu estoque na camada de 0-
0,60 m de solo em microbacias sob floresta primária, por meio de técnicas geoestatísticas.
Foram demarcados 185 pontos georreferenciados em forma de malha sistemática regular,
abrangendo quatro microbacias próximas, com espaçamento de 20 x 20 m, em que foram
coletadas amostras de solo até a profundidade de 0,60 m.
A densidade aparente aumentou de 1,36 ± 0,081 g.cm-3 (± desvio-padrão) para 1,46 ±
0,083 g.cm-3, nas profundidades de 0-0,20 m e 0,40-0,60 m, respectivamente. As
microbacias apresentaram estoques médios de carbono (profundidade de 0-0,60 m)
distribuídos da seguinte forma: microbacia 1 = 56,73 t.ha-1, microbacia 2 = 59,35 t.ha-1,
microbacia 3 = 59,22 t.ha-1 e microbacia 4 = 64,35 t.ha-1, com média geral de 59,74 ±
10,30 t.ha-1. Apesar de existir uma aparente homogeneidade quanto às características
visíveis na paisagem, como relevo, cor de solo e vegetação, os atributos carbono e argila
apresentaram considerável variabilidade, mesmo dentro de pequenos espaços como as
microbacias estudadas. Isso demonstrou que a extrapolação de dados para estimativas de
estoque de carbono em áreas maiores pode projetar resultados falsos, quando a
variabilidade espacial de atributos de solo não é levada em consideração.
MANGUES
A Floresta
As florestas de mangue são um aspecto notável dos litorais tropicais de todo o mundo.
Sua localização, restrita à faixa entre - marés (situada entre o ponto mais alto da maré alta
e o ponto mais baixo da maré baixa), faz com que sejam verdadeiros pontos de ligação
entre ambientes marinho e terrestre. Estima-se que haja cerca de 20 milhões de hectares
de manguezais em todo o mundo. As maiores florestas estão localizadas na Ásia
(principalmente na Malásia e na Índia), na América atlântica (Brasil e Venezuela) e na
África atlântica (Nigéria e Senegal). A intensa utilização de seus recursos naturais ameaça
a permanência dos manguezais em todas essas áreas. No Brasil, embora ainda não se
tenham dados precisos, avalia-se que a área total de mangues chega a cerca de
25.000km2 distribuídos ao longo de todo o litoral, do cabo Orange no Amapá, a Araranguá
em Santa Catarina.
Além das árvores, os manguezais abrigam grande variedade de outras plantas e animais
característicos. Entre as plantas, destacam-se as epífitas como orquídeas, bromélias e
certas samambaias. Em conjunto com várias espécies de liquens, essas plantas
constituem o estrato superior do ecossistema, nas copas das árvores. No outro extremo,
as raízes e os troncos são intensamente colonizados por algas marinhas, que se fixam
nessas estruturas. As capas de algas, que cobrem todas as estruturas das árvores na
faixa entre - marés abrigam uma infinidade de pequenos invertebrados marinhos,
importantes fonte de alimento para vários animais do mangue e das águas costeiras
adjacentes à maré alta.
1- Altas temperaturas: média mensal mínima maior que 20°C e uma amplitude anula
inferior à 5°C;
2- Costas livres de ação de ondas e marés violentas: Baías rasas e estuários abrigados,
lagoas, o lado de ilhas abrigado de ventos e canais protegidos;
3- Aluvião fino e particulado: substrato mole constituído por silte e argila fina, rica em
matéria orgânica;
Em áreas banhadas pelo menos uma vez por dia pelas marés, e na ausência de fatores
que modifiquem a distribuição uniforme da inundação (como bancos de areias, recifes ou
irregularidades na topografia), a salinidade do solo permanece semelhante à das águas
costeiras adjacentes, ou seja, dentro da faixa de tolerância das espécies do mangue.
Entretanto, em áreas onde a água doce, principal agente de diluição, é insuficiente, devido
à escassez de chuvas e rede de drenagem, ou onde as inundações da maré são pouco
freqüentes ou variam, a transferência de água para a atmosfera por evapotranspiração das
plantas leva a um aumento significativo da concentração de sais no solo, tornando
deficiente a absorção de água e de nutrientes pelas plantas.
Para suplantar essa deficiência, devido ao aumento da pressão osmótica do solo, a planta
desloca grande quantidade de energia de seu metabolismo para os sistemas de absorção
de água e nutrientes, em detrimento de outras funções fisiológicas, como o controle da
concentração interna de sais, o crescimento e a reprodução. Este fato pode ocasionar,
caso persistam as condições de baixa diluição progressiva da produtividade primária do
ecossistema, podendo até levá-lo eventualmente à destruição.
Outro aspecto do funcionamento íntegro dos mangues está nas características físicas e
químicas do substrato. Ao atravessar a zona de raízes, o fluxo de água perde velocidade,
o que provoca um aumento na taxa de deposição de partículas. Como resultado final do
processo, os sedimentos formados são muito fluidos e instáveis, extremamente suscetíveis
à erosão.
Se o hidrodinamismo (dinâmica das águas) for alterado em uma determinada região, seja
naturalmente, por ventos fortes ou tempestades, seja pela ação do homem, através de
dragagem ou canalização das áreas costeiras adjacentes, a erosão do sedimento será
imediata, retirando a sustentação das árvores e provocando a destruição do sistema.
Embora não seja tão evidente quanto às modificações provocadas pela erosão, uma
reversão no equilíbrio físico-químico do sedimento também resulta da alteração do
hidrodinamismo. Este equilíbrio, estabelecido sob condições normais, mantêm o
sedimento praticamente isento de oxigênio, devido a degradação de grandes quantidades
de matéria orgânica que nele se depositam. Com a oxigenação do sedimento, aumentada
pela intensificação da circulação de água, várias substâncias nutritivas são solubilizadas e
imediatamente perdidas pelo ecossistema. Como o resultado da perda de nutrientes, pode
ocorrer uma diminuição progressiva do mangue, e problemas agudos e eutrofização e
contaminação das águas costeiras adjacentes.
A salinidade intersticial é um parâmetro de grande importância uma vez que pode interferir
no desenvolvimento de plantas, altura das árvores e diminuição das folhas. As espécies
vegetais dos manguezais são plantas halófitas, próprias de ambientes salinos. Embora
essas plantas possam se desenvolver em ambientes livres da presença do sal, em tais
condições não ocorre formação de bosques, pois perdem espaço na competição com
plantas de crescimento rápido, melhor adaptadas à presença de água doce. Seu
desenvolvimento parece melhor em áreas de salinidade baixa, e sua ocorrência no
ambiente costeiro pode estar ligada à competição com outras plantas terrestres. Estas
árvores desenvolvem várias formas de adaptação que permitiram seu sucesso na
colonização do ambiente costeiro, principalmente em relação à regulação das
concentrações internas de sais.
Dadas as condições hostis do ambiente físico para a maioria das plantas, as espécies
vegetais de mangue possuem adaptações especiais para sobrevivência. Para fixação em
substrato inconsolidado (frouxo) o mangue vermelho (Rhizophora) apresenta raízes-escora
que são raízes aéreas que partem do caule principal arqueadas até o solo. As raízes das
espécies de mangue possuem lenticelas localizadas nas raízes escora e em raízes aéreas
denominadas pneumatóforos que ocorrem nos mangues brancos (Laguncularia), e negros
(Avicennia). Estas estruturas têm a função de realizar as trocas gasosas, uma vez que o
sedimento do manguezal é anóxico. Para superar os problemas da salinidade as plantas
de mangue desenvolveram mecanismos que impedem com que o sal entre na planta
através da raiz (Rhizophora e Laguncularia) ou excluem o sal através de glândulas
localizadas nas folhas (Avicennia). Outra adaptação à salinidade é a viviparidade, que
protege os embriões. Em água salgada a longevidade dos propágulos (sementes) de
Rhizophora é de mais de um ano, enquanto que de Avicennia é de 110 dias e de
Laguncularia de 35 dias. Estes propágulos têm poder de flutuação e podem chegar a
regiões muito distantes de onde foram produzidos.
As áreas dos manguezais são, portanto, de extrema importância, uma vez que delas
provém boa parte das proteínas (mariscos e peixes), tão essenciais para a subsistência.
Curandeiras empregam diferentes produtos vegetais fazendo uso de suas propriedades
bactericidas e adstringentes na cura de várias moléstias comuns no ambiente. O tanino,
produto obtido da casca das árvores, serve para proteger as redes e as velas das
embarcações. Em várias regiões do país os manguezais encontram-se seriamente
ameaçados, em processo adiantado de desaparecimento. A destruição dos manguezais
gera grandes prejuízos, inclusive para economia, seja direta ou indiretamente, uma vez
que são perdidas importantes frações ecológicas desempenhadas por esses
ecossistemas. Problemas observados são os desmatamentos e aterro de manguezais
para dar lugar a portos, estradas, agricultura, carcinocultura estuarina, invasões urbanas e
industriais; derramamento de petróleo, lançamento de esgotos, lixo, poluentes industriais,
agrotóxicos, assim como a pesca predatória, onde é muito comum a captura do
caranguejo-ucá durante a época de reprodução, ou seja, nas andadas, quando torna-se
presa fácil. É preciso conhecer e respeitar os ciclos naturais dos manguezais para que o
uso sustentado de sues recursos seja estabelecido.
O manguezal dispõe de vários diplomas legais para sua proteção, a nível federal, estadual
e municipal. Os manguezais são Áreas protegidas ou d3e Preservação Permanente ou
ainda reservas Ecológicas, conforme o Código florestal, Lei 7771, Art.2, de 15/09/1965,
Art. 18 da Lei 6.938, de31/08/1981, decreto 89.336, de 31/04/1984 e Resolução 4 do
CONAMA, de 18/09/1985, representando por si só, um grande obstáculo contra a
degradação desse ecossistema.
A Fauna
Em todo litoral brasileiro, a pesca do camarão é uma das mais importantes atividades
econômicas, tanto no campo da pesca artesanal como no da industrial. Além dos
camarões, outros invertebrados são explorados comercialmente como: Iphigenia
brasiliensis, Lucina pectinata, Anomalocardia brasiliana, Mytella falcata, Crassostrea
brasiliana, Tagelus plebeius, Ucides caodatus, Cardisoma guanhumi e Callinectes danae,
todos oriundos dos manguezais.
A alta fertilidade estuarina promove uma alta produtividade fitoplantônica formando a base
alimentar da cadeia trófica, o que faz com que os estuários tenham as águas mais férteis e
piscosas do globo. Os peixes dos estuários pertencem a vários níveis tróficos; alguns se
alimentam de material detrítico, diretamente do fundo, mas a maioria se constitui de
carnívoros intermediários e superiores (alimentação indireta de detritos). Pode-se
classificar as espécies de peixes do manguezal em três grupos:
2- tipicamente dulciaqüicolas
A maioria das espécies de aves vistas em manguezais são visitantes urbanas e litorâneas,
havendo ainda as migrantes periódicas e as típicas permanentes, que utilizam esse
ecossistema para nidificação, alimentação e proteção. Exemplos de aves típicas
permanentes: garça-azul, socó-dorminhoco, gavião-do-mangue, saracura-do-mangue,
sebinho-do-mangue.
Curiosidades
*18.000 guaiamuns
*850.000 ostras
*850.000 sururus
*1.000.000 de muçunins
*900.000 lambretas
*850.000 unhas-de-velho
Relatos feitos por naturalistas e entidades governamentais até metade deste século
apresentavam-nos como áreas de pouca salubridade, sem utilidade para a agricultura, e
fonte potencial de doenças transmitidas pelos insetos que as habitam. Assim, a atitude
frente a esse ecossistema foi sempre a de drenar e aterrar para posterior utilização.
Outro uso importante da madeira do mangue é como fonte de combustível sob a forma de
lenha e carvão, e recentemente em sido empregada na produção de álcool de madeira,
com algum sucesso, em certos paises da Ásia. O carvão obtido dessas madeiras possui
características de combustão similares às do carvão mineral, o que aumenta sua procura,
causando infelizmente o desmatamento de áreas extensas. Isso ocorreu, por exemplo, nos
mangues do recôncavo da baia de Guanabara, onde a madeira é vendida para pequenas
indústrias locais, principalmente padarias e olarias da área periférica do Rio de Janeiro.
A localização dos manguezais em áreas protegidas dos litorais, como estuários, baías e
lagoas, coincide com áreas de maior interesse para as comunidades humanas, uma vez
que são as mais proveitosas para a instalação de complexos industriais- portuários e para
a expansão turístico-imobiliária. Esta infeliz coincidência tem levado, ao longo do tempo, à
erradicação dos manguezais em grane parte dos litorais dos trópicos em todo o mundo.
CERRADO
Domínio e Bioma
Com uma extensão de mais de 8,5 milhões de km2, distribuídos por latitudes que vão
desde aproximadamente 5º N até quase 34º S, o espaço geográfico brasileiro apresenta
uma grande diversidade de clima, de fisiografia, de solo, de vegetação e de fauna. Do
ponto de vista florístico, já no século passado C.F.Ph. Martius reconhecera em nosso país
nada menos do que cinco Províncias Fitogeográficas (grandes espaços contendo
endemismos a nível de gêneros e de espécies), por ele denominadas Nayades (Província
das Florestas Amazônicas), Dryades (Província das Florestas Costeiras ou Atlânticas),
Hamadryades (Província das Caatingas do Nordeste), Oreades (Província dos Cerrados) e
Napaeae (Província das Florestas de Araucária e dos Campos do Sul). Tais endemismos
refletem, sem dúvida, a existência daquela grande diversidade de condições ambientais,
as quais criaram isolamentos geográficos e/ou ecológicos e possibilitaram, assim, o
surgimento de taxa distintos ao longo da evolução.
Com pequenas modificações, estes grandes espaços
geográficos brasileiros são hoje também conhecidos como
Domínios Morfoclimáticos e Fitogeográficos, sendo eles: o
Domínio Amazônico, o Domínio da Mata Atlântica, o
Domínio das Caatingas, o Domínio dos Cerrados, o
Domínio da Araucária e o Domínio das Pradarias do Sul,
segundo a acepção de Aziz N. Ab'Saber. Como tais
espaços não têm limites lineares na natureza, faixas de
transição, mais ou menos amplas, existem entre eles.
A palavra Domínio deve ser entendida como uma área do espaço geográfico, com
extensões subcontinentais, de milhões até centenas de milhares de Km2, onde
predominam certas características morfoclimáticas e fitogeográficas, distintas daquelas
predominantes nas demais áreas. Isto significa dizer que outras feições morfológicas ou
condições ecológicas podem ocorrer em um mesmo Domínio, além daquelas
predominantes. Assim, no espaço do Domínio do Cerrado, nem tudo que ali se encontra é
Bioma de Cerrado. Veredas, Matas Galeria, Matas Mesófilas de Interflúvio, são alguns
exemplos de representantes de outros tipos de Bioma, distintos do de Cerrado, que
ocorrem em meio àquele mesmo espaço. Não se deve, pois, confundir o Domínio com o
Bioma. No Domínio do Cerrado predomina o Bioma do Cerrado. Todavia, outros tipos de
Biomas também estão ali representados, seja como tipos "dominados" ou "não
predominantes" (caso das Matas Mesófilas de Interflúvio), seja como encraves (ilhas ou
manchas de caatinga, por exemplo), ou penetrações de Florestas Galeria, de tipo
amazônico ou atlântico, ao longo dos vales úmidos dos rios. Para dirimir dúvidas, sempre
é bom deixar claro se estamos nos referindo ao Domínio do Cerrado, ou mais
especificamente, ao Bioma do Cerrado. O Domínio é extremamente abrangente,
englobando ecossistemas os mais variados, sejam eles terrestres, paludosos, lacustres,
fluviais, de pequenas ou de grandes altitudes etc. O Bioma do Cerrado é terrestre. Assim,
podemos falar em peixes do Domínio do Cerrado, mas não em peixes do Bioma do
Cerrado. A ambigüidade no uso destes dois conceitos - Domínio e Bioma - deve sempre
ser evitada. Por esta razão, usaremos Domínio do Cerrado quando for o caso, e Bioma do
Cerrado ou simplesmente Cerrado quando quisermos nos referir especificamente a este
tipo de ecossistema terrestre, de grande dimensão, com características ecológicas bem
mais uniformes e marcantes.
Área de Distribuição
Dentro deste espaço caberia Alemanha Oriental, Alemanha Ocidental, Áustria, Bélgica,
Dinamarca, Espanha, Portugal, França, Grã-Bretanha, Holanda, Suíça, cujas áreas
somadas perfariam 1.970.939 km2. Haveria ainda uma pequena sobra de espaço. Isto nos
dá bem uma idéia da grandiosidade deste domínio, tipicamente brasileiro.
Ele ocorre desde o Amapá e Roraima, em latitudes ao norte do Equador, até o Paraná, já
abaixo do trópico de Capricórnio. No sentido das longitudes, ele aparece desde
Pernambuco, Alagoas, Sergipe, até o Pará e o Amazonas, aqui como encraves dentro da
floresta Amazônica.
O Relevo
Em geral, a precipitação média anual fica entre 1200 e 1800 mm. Ao contrário da
temperatura, a precipitação média mensal apresenta uma grande estacionalidade,
concentrando-se nos meses de primavera e verão (outubro a março), que é a estação
chuvosa. Curtos períodos de seca, chamados de veranicos, podem ocorrer em meio a esta
estação, criando sérios problemas para a agricultura. No período de maio a setembro os
índices pluviométricos mensais reduzem-se bastante, podendo chegar à zero.
O Clima
Em geral, a precipitação média anual fica entre 1200 e 1800 mm. Ao contrário da
temperatura, a precipitação média mensal apresenta uma grande estacionalidade,
concentrando-se nos meses de primavera e verão (outubro a março), que é a estação
chuvosa. Curtos períodos de seca, chamados de veranicos, podem ocorrer em meio a esta
estação, criando sérios problemas para a agricultura. No período de maio a setembro os
índices pluviométricos mensais reduzem-se bastante, podendo chegar a zero.
Disto resulta uma estação seca de 3 a 5 meses de duração. No início deste período a
ocorrência de nevoeiros é comum nas primeiras horas das manhãs, formando-se grande
quantidade de orvalho sobre as plantas e umidecendo o solo. Já no período da tarde os
índices de umidade relativa do ar caem bastante, podendo baixar a valores próximos a
15%, principalmente nos meses de julho e agosto.
Água parece não ser um fator limitante para a vegetação do cerrado, particularmente para
o seu estrato arbóreo-arbustivo. Como estas plantas possuem raízes pivotantes profundas,
que chegam a 10, 15, 20 metros de profundidade, atingindo camadas de solo
permanentemente úmidas, mesmo na seca, elas dispõem sempre de algum abastecimento
hídrico. No período de estiagem, o solo se desseca realmente, mas apenas em sua parte
superficial (1,5 a 2 metros de profundidade). Conseqüência disto é a deficiência hídrica
apresentada pelo estrato herbáceo-subarbustivo, cuja parte epigéia se desseca e morre
embora suas partes hipogéias se mantenham vivas, resistindo sob a terra às agruras da
seca. Vários experimentos já demonstraram que, mesmo durante a seca, as folhas das
árvores perdem razoáveis quantidades de água por transpiração, evidenciando sua
disponibilidade nas camadas profundas do solo. Muitas espécies arbóreas de cerrado
florescem em plena estação seca como o ipê-amarelo, demonstrando o mesmo fato. A
maior evidência de que água não é o fator limitante do crescimento e produção do estrato
arbóreo-arbustivo do cerrado é o fato de aí encontrarmos extensas plantações de
Eucalyptus, crescendo e produzindo plenamente, sem necessidade de irrigação. Outras
espécies cultivadas em cerrado, como mangueiras, abacateiros, cana-de-açúcar,
laranjeiras etc., fazem o mesmo. A termoperiodicidade diária e estacional parece ser um
fator de certa importância para a vegetação do cerrado, particularmente para o estrato
herbáceo-subarbustivo. Geadas, todavia, prejudicam bastante as plantas matando suas
folhas, que logo secam e caem, aumentando em muito a serrapilheira e o risco de
incêndios.
Ventos fortes e constantes não são uma característica geral do Domínio do Cerrado.
Normalmente a atmosfera é calma e o ar fica muitas vezes quase parado. Em agosto
costumam ocorrer algumas ventanias, levantando poeira e cinzas de queimadas a grandes
alturas, através de redemoinhos que se podem ver de longe. Às vezes elas podem ser tão
fortes que até mesmo grossos galhos são arrancados das árvores e atirados à distância.
Por estas características de clima, o Domínio do Cerrado faz parte do Zonobioma II, na
classificação de Heinrich Walter.
O Solo
Em sua textura predomina, em geral, a fração areia, vindo em seguida a argila e por último
o silte. Eles são, portanto, predominantemente arenosos, areno-argilosos, argilo-arenosos
ou, eventualmente, argilosos. Sua capacidade de retenção de água é relativamente baixa.
O teor de matéria orgânica destes solos é pequeno, ficando geralmente entre 3 e 5%.
Como o clima é sazonal, com um longo período de seca, a decomposição do húmus é
lenta. Sua microflora e micro/mesofauna são ainda muito pouco conhecidas. Todavia,
acreditamos que elas devam ser bem características ou típicas, o que, talvez, nos
permitisse falar em "solo de cerrado" e não apenas em "solo sob cerrado", como preferem
alguns. Afinal, a flora e a fauna de um solo são partes integrantes dele e deveriam permitir
distingui-lo de outros tantos solos, física ou quimicamente similares.
Quanto às suas características químicas, eles são bastante ácidos, com pH que pode
variar de menos de 4 a pouco mais de 5. Esta forte acidez é devida em boa parte aos altos
níveis de Al3+, o que os torna aluminotóxicos para a maioria das plantas agrícolas. Níveis
elevados de íons Fe e de Mn também contribuem para a sua toxidez. Baixa capacidade de
troca catiônica, baixa soma de bases e alta saturação por Al3+, caracterizam estes solos
profundamente distróficos e, por isto, impróprios para a agricultura. Correção do pH pela
calagem (aplicação de calcário, de preferência o calcário dolomítico, que é um carbonato
de cálcio e magnésio) e adubação, tanto com macro quanto com micronutrientes, podem
torná-los férteis e produtivos, seja para a cultura de grãos ou de frutíferas. Isto é o que se
faz em nossa grande região produtora de soja, situada, como se sabe, em solos de
Cerrado de Goiás, Minas, Mato Grosso do Sul, etc. Além da soja, outros grãos como
milho, sorgo, feijão, e frutíferas como manga, abacate, abacaxi, laranja etc., são também
cultivados com sucesso. Com a calagem e a adubação, os cerrados tornaram-se a grande
área de expansão agrícola de nosso país nas últimas décadas. A pecuária também se
expandiu com o cultivo de gramíneas africanas introduzidas, de alta produção e
palatabilidade, como a braquiária, por exemplo.
Quando pastagens nativas de cerrado são sobrepastejadas, o solo fica muito exposto e é
facilmente erodido. Devido às suas características texturais e estruturais ele é também
frequentemente sujeito à formação de enormes voçorocas.
A vegetação
A vegetação do Bioma do Cerrado, considerado aqui em seu "sensu lato", não possui uma
fisionomia única em toda a sua extensão. Muito ao contrário, ela é bastante diversificada,
apresentando desde formas campestres bem abertas, como os campos limpos de cerrado,
até formas relativamente densas, florestais, como os cerradões. Entre estes dois extremos
fisionômicos, vamos encontrar toda uma gama de formas intermediárias, com fisionomia
de savana, às vezes de carrasco, como os campos sujos, os campos cerrados, os
cerrados "sensu stricto" (s.s.). Assim, na natureza o Bioma do Cerrado apresenta-se como
um mosaico de formas fisionômicas, ora manifestando-se como campo sujo, ora como
cerradão, ora como campo cerrado, ora como cerrado s.s. ou campo limpo. Quando
percorremos áreas de cerrado, em poucos km podemos encontrar todas estas diferentes
fisionomias. Este mosaico é determinado pelo mosaico de manchas de solo pouco mais
pobres ou pouco menos pobres, pela irregularidade dos regimes e características das
queimadas de cada local (freqüência, época, intensidade) e pela ação humana. Assim,
embora o Bioma do Cerrado distribua-se predominantemente em áreas de clima tropical
sazonal, os fatores que aí limitam a vegetação são outros: a fertilidade do solo e o fogo. O
clímax climático do Domínio do Cerrado não é o Cerrado, por estranho que possa parecer,
mas sim a Mata Mesófila de Interflúvio, sempre verde, que hoje só existe em pequenos
relictos, sobre solos férteis tipo terra roxa legítima. As diferentes formas de Cerrado são,
portanto, pedoclímaces ou piroclímaces, dependendo de ser o solo ou o fogo o seu fator
limitante. Claro que certas formas abertas de cerrado devem esta sua fisionomia às
derrubadas feitas pelo homem para a obtenção de lenha ou carvão.
De um modo geral, podemos distingüir dois estratos na vegetação dos Cerrados: o estrato
lenhoso, constituído por árvores e arbustos, e o estrato herbáceo, formado por ervas e
subarbustos. Ambos são curiosamente heliófilos. Ao contrário do caso de uma floresta, o
estrato herbáceo aqui não é formado por espécies de sombra, umbrófilas, dependentes do
estrato lenhoso. O sombreamento lhe faz mal, prejudica seu crescimento e
desenvolvimento. O adensamento da vegetação lenhosa acaba por eliminar em grande
parte o estrato herbáceo. Por assim dizer, estes dois estratos se antagonizam. Por esta
razão entendemos que as formas intermediárias de Cerrado - campo sujo, campo cerrado
e cerrado s.s. - representem verdadeiros ecótonos, onde a vegetação
herbácea/subarbustiva e a vegetação arbórea/arbustiva estão em intensa competição,
procurando, cada qual, ocupar aquele espaço de forma independente, individual. Aqueles
dois estratos não comporiam comunidades harmoniosas e integradas, como nas florestas,
mas representariam duas comunidades antagônicas, concorrentes. Tudo aquilo que
beneficiar a uma delas, prejudicará, indiretamente, à outra e vice-versa. Elas diferem entre
si não só pelo seu espectro biológico, mas também pelas suas floras, pela profundidade de
suas raízes e forma de exploração do solo, pelo seu comportamento em relação à seca,
ao fogo, etc., enfim, por toda a sua ecologia. Toda a gama de formas fisionômicas
intermediárias parece-nos expressar exatamente o balanço atual da concorrência entre
aqueles dois estratos.
Em termos de riqueza de espécies, esta flora deve ser superada apenas pelas florestas
amazônicas e pelas florestas atlânticas. Outra característica sua é a heterogeneidade de
sua distribuição, havendo espécies mais típicas dos Cerrados da região norte, outras da
região centro-oeste, outras da região sudeste etc. Por esta razão, unidades de
conservação, com áreas significativas, deveriam ser criadas e mantidas nas mais diversas
regiões do Domínio do Cerrado, a fim de garantir a preservação do maior número de
espécies da flora deste Bioma, bem como da fauna a ela associada.
MAGNOLIOPHYTA (Divisão)
ANACARDIACEAE (Família)
ANNONACEAE
APOCYNACEAE
ARALIACEAE
ASTERACEAE
BIGNONIACEAE
BOMBACACEAE
CAESALPINIACEAE
A Fauna
O Fogo
Antes de mais nada, atente muito bem o leitor para o fato de que vamos tratar dos efeitos
do fogo sobre o cerrado nativo, não sobre aquelas áreas em que ele é derrubado,
destruído em sua vegetação e sua fauna,para a implantação de agricultura ou pecuária em
pastagens cultivadas. Neste caso a situação é muito diversa, os efeitos por vezes
totalmente opostos.
"Mas..." diria ainda o leitor: "... e quando o homem não estava presente em tais regiões, no
passado remoto, incêndios desastrosos também não ocorriam em conseqüência dos
raios? Não seria melhor deixar queimar, então, naturalmente?". Grandes incêndios
certamente ocorriam, só que não eram desastrosos. Não existiam cêrcas de arame
farpado prendendo os animais. Eles podiam fugir livremente do fogo, para as regiões
vizinhas. Por outro lado, áreas eventualmente dizimadas pelo fogo podiam ser repovoadas
pelas populações adjacentes. Hoje é diferente. Além das cêrcas, a vizinhança de um
Parque Nacional ou qualquer outra unidade de conservação, é formada por fazendas,
onde a vegetação e a fauna natural já não mais existem. O Parque Nacional das Emas, no
sudoeste de Goiás, por exemplo, é uma verdadeira ilha de Cerrado, em meio a um mar de
soja. Se a sua fauna for dizimada por grandes incêndios, ele não terá como ser
naturalmente repovoado, uma vez que essa fauna já não mais existe nas vizinhanças.
Manejar o fogo em unidades de conservação como esta é uma necessidade urgente, sob
pena de vermos perdida grande parte de sua biodiversidade.
- As vegetações típicas da Mata dos Cocais são: babaçu (em maior quantidade),
carnaúba, oiticica e buriti.
- No extrato mais baixo da mata, encontramos diversas espécies de arbustos e
vegetações de pequeno porte.
- As folhas das palmáceas caracterizam-se por serem grandes e finas.
-Mata de encontro entre a Mata equatorial e a caatinga ( ecótono)
Aqüífero Guarani
Através dos estudos realizados pelos fitogeográfos foi possível compreender a relação dos
fatores climáticos (como os ventos, a umidade e a temperatura), fisiográficos (altitude,
exposição e declividade), e de iluminação (fototropismo, fotoperiodismo) no crescimento e
desenvolvimento das plantas que nos fazem compreender porque diferentes regiões
apresentam tipos de vegetações tão variadas. De acordo com a fitogeografia as plantas
podem ser classificadas da seguinte forma:
Quanto à luz
Quanto à temperatura
Quanto à umidade
Quanto à altitude
* de planície;
* de montanha;
* subalpino;
* alpino;
* nival;