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Ecossistemas Aquáticos e Terrestres

1)
Savana ou campo tropical é o nome empregado a um tipo de formação vegetal que varia desde
um campo herbáceo até uma matriz campestre com árvores esparsas. Esse bioma é típico de
regiões de clima tropical, quente e úmido, onde a estação seca é prolongada e durante a estação
chuvosa a precipitação pode chegar a mais de 1.000 mm/mês.

Foto: Chantal de Bruijne / Shutterstock.com


A maior área e mais conhecida de savana situa-se na África, mas também existem savanas
na América do sul e na Austrália. O Cerrado brasileiro é considerado um tipo de savana, mas
muitas características o diferenciam das outras savanas. As savanas africanas geralmente são
cauducifólias, enquanto o Cerrado é apenas semidecíduo. As folhas no Cerrado são largas,
enquanto nas savanas africanas as folhas são bem menores. O Cerrado também possui
uma biodiversidade maior, ausência de megafauna e evoluiu num ambiente mais úmido do que
as outras savanas.
A vegetação da savana é formada principalmente por gramíneas, árvores pequenas e arbustos. Na
savana africana existem longas extensões sem árvores, apenas compostas por gramíneas. Essa
vegetação é pouco influenciada pelo clima, sendo resultante de outros fatores, como o tipo de
solo, a ação de incêndios e o pastejo animal.

Leão em savana africana. Foto: lewald / Shutterstock.com


O solo possui granulometria variável. Podem ser encontrados solos lateríticos (ricos em
hidróxido de ferro e alumínio), que impedem a penetração das raízes de árvores e ervas. Esses
solos geralmente são pobres em nutrientes. Podem ser também arenosos, não permitindo o
desenvolvimento de vegetação de grande porte. Alguns solos são relativamente férteis, onde se
fixam gramíneas, é o caso da savana africana.
A vegetação é resistente ao fogo. As árvores são tortuosas com folhas duras e seus troncos
possuem uma casca espessa. O fogo que ocorre na estação seca é um agente controlador do
desenvolvimento de muitas plantas, limitando o desenvolvimento do estrato arbóreo e
estimulando o rebrotamento de muitas espécies do estrato herbáceo.
As principais árvores da savana são as acácias, palmeiras e pinheiros. As acácias são típicas das
savanas africanas, servindo de alimento para muitas espécies de animais. Também existem as
baobás, árvores que se destacam pelo tronco muito espesso, no qual a água fica armazenada para
enfrentar a estação seca.
Os grandes mamíferos, como os elefantes, abrem matas derrubando árvores, o que permite a
invasão por gramíneas, que atraem animais pastadores como as zebras, gnus e outros. Esses
animais comem as plântulas das árvores, impedindo seu desenvolvimento. Já as gramíneas
quando são comidas conseguem resistir, pois suas folhas rebrotam a partir de suas raízes
subterrâneas.
A fauna da savana é formada por grandes herbívoros, como
búfalos, girafas, cangurus, elefantes e antílopes (elande, impala, gazela, kudu, orix, etc.).
Esses herbívoros servem de alimento para os carnívoros,
como leões, tigres, leopardos, cães selvagens e outros. Comportamento subterrâneo é observado
em animais menores, como répteis e anfíbios, que se protegem da perda desnecessária de água.
Há inúmeras espécies de aves, como a águia, o avestruz e o falcão. Na Austrália vivem os
cangurus.
As savanas sofrem com a interferência humana. Extensas áreas desse bioma são utilizadas para o
desenvolvimento de pastagens e agricultura. O pastoreio intensivo elimina totalmente as
gramíneas, transformando a savana em um deserto. Muitos animais estão ameaçados de extinção
devido à perda de habitat e caça ilegal, como a zebra, rinoceronte, leão e elefante.

Características do Cerrado
→ Localização

O bioma Cerrado localiza-se no Brasil Central, compreendendo dez estados brasileiros. (Fonte:
IBGE)
O Cerrado é um bioma localizado no nordeste do Paraguai, leste da Bolívia e em grande parte
do Brasil Central, constituindo cerca de 22% do território brasileiro. No Brasil, a sua área
compreende os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Minas Gerais,
Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal e alguns encraves
(terreno ou território dentro do outro) no Amapá, Amazonas e Roraima. Estima-se que a área
abrangida pelo Cerrado no Brasil, segundo o IBGE, alcance 2.036.448 km2 de extensão.
O bioma Cerrado limita-se ao norte com o bioma Amazônia; a leste e nordeste, com a Caatinga;
ao sudoeste, com o Pantanal; e a sudeste, com a Mata Atlântica. Isso confere ao bioma Cerrado
uma característica única: é o único bioma na América do Sul a ter tantos contatos biogeográficos.
A região compreendida por essa formação vegetal apresenta altitudes que variam de 0 a 1800
metros. Essa área abrange diferentes bacias hidrográficas, como a Bacia do Amazonas, Bacia do
Tocantins, Bacia do Paraná, Bacia do São Francisco e Bacia do Parnaíba.
Mapa Mental: Cerrado

→ Vegetação e flora do Cerrado

A vegetação do Cerrado é caracterizada por árvores com troncos tortuosos, arbustos e gramíneas.
O Cerrado é reconhecido como a savana com maior biodiversidade do mundo, abrigando cerca
de 11.627 espécies de plantas nativas, sendo, aproximadamente, 4.400 espécies endêmicas
(existentes apenas nesse bioma). Em razão da sua extensão, o bioma Cerrado não possui uma
fitofisionomia (aspecto da vegetação de uma região) única. A vegetação é bastante diversificada,
variando de formas campestres, como os campos limpos, a formações florestais densas, como
os cerradões. Os fatores que possibilitam essa variedade de fisionomias está relacionado com os
tipos de solo, tipos de clima e tipos de relevo nas regiões que abrigam o Cerrado.
No Cerrado, há onze principais tipos de vegetação, que estão distribuídos em formações
savânicas, florestais e campestres. Essas fitofisionomias possuem uma grande variedade de
espécies, apresentando plantas arbóreas, herbáceas, arbustivas e cipós. Essa variedade de
vegetação pode ser distribuída em dois estratos:
• estrato lenhoso: composto por árvores longas e arbustos;
• estrato herbáceo: composto por ervas e subarbustos.
Esses estratos possuem características diferentes, o que os torna competitivos, pois dependem de
condições específicas para se desenvolverem, ou seja, o que beneficia um dos estratos acaba por
prejudicar o outro. A formação herbácea, por exemplo, caracteriza-se pela ausência de sombra.
Portanto, se ocorrer o adensamento da formação lenhosa, a formação herbácea enfrentará
problemas para se desenvolver, pois o sombreamento não favorece o seu crescimento.
As árvores de estrato lenhoso que compõem o Cerrado costumam apresentar troncos grossos e
tortuosos. Suas raízes podem atingir até 15 metros de profundidade, garantindo que a vegetação
encontre água e consiga manter-se independentemente do período de seca. Já as formações
herbáceas possuem raízes menos profundas, chegando a aproximadamente 30 centímetros de
profundidade. Por causa da pouca profundidade, os ramos das formações herbáceas secam à
medida que se estabelece o período de seca. Esses ramos secos propiciam
as queimadas recorrentes nesse tipo de bioma.
Em virtude da diversificação vegetal desse bioma, há árvores que alcançam até 20 metros de
altura e também cactos e orquídeas (estes são encontrados em áreas de chapadões). Essa
diversidade garante ao Cerrado algumas tonalidades em sua paisagem. As principais cores
encontrados nesse bioma são verde, amarelo e tons amarronzados em razão do descoramento da
vegetação ocasionado pela forte incidência do sol.
Destacam-se no Cerrado as seguintes espécies de vegetação:
→ Clima do Cerrado
O bioma Cerrado é constituído predominantemente pelo clima tropical HYPERLINK
"https://brasilescola.uol.com.br/geografia/clima-tropical.htm" HYPERLINK
"https://brasilescola.uol.com.br/geografia/clima-tropical.htm"sazonal, caracterizado por invernos
secos e verões chuvosos, apresentando precipitação média de 1.500 mm. Essa precipitação varia
nos limites com outros biomas. Na região do Cerrado limitante com a Caatinga, por exemplo, o
índice pluviométrico encontra-se entre 600 mm a 800 mm. Já no limite com o bioma
HYPERLINK "https://brasilescola.uol.com.br/brasil/amazonia.htm" HYPERLINK
"https://brasilescola.uol.com.br/brasil/amazonia.htm"Amazônia, a precipitação alcança entre
2.000 mm a 2.200 mm.
A estação definida pelo período de seca geralmente se inicia no mês de maio, finalizando-se no
mês de setembro. A estação chuvosa tem início em outubro, estendendo-se até o mês de abril.
Nessa estação, é comum acontecer os chamados veranicos, que são curtos períodos de seca. A
temperatura média anual fica em torno de 22º C, variando as médias ao longo das estações do
ano. Nos períodos de seca, a umidade do ar pode chegar a 15%, geralmente nos meses de julho e
agosto. A insolação é bastante intensa e reduz-se nos períodos chuvosos em razão da alta
nebulosidade.
→ Fauna do Cerrado

O tamanduá-bandeira é uma espécie animal comum no Cerrado.


O Cerrado conta com uma grande variedade de espécies animais, destacando-se o grupo de
insetos. Apesar da grande variedade, a fauna do Cerrado é pouco conhecida, especialmente o
grupo dos invertebrados. A fauna apresenta cerca de 837 espécies de aves, das quais 29 são
endêmicas; 185 espécies de répteis, das quais 24 são endêmicas; 194 espécies de mamíferos,
sendo 19 delas endêmicas; e 150 anfíbios, sendo 45 endêmicos. Alguns estudos indicam que há
cerca de 14.425 espécies de invertebrados.
Os principais exemplos de animais vertebrados do Cerrado são:

→ Solo do Cerrado
Os solos do bioma Cerrado caracterizam-se pela sua profundidade, drenagem e por serem
antigos, datados no Período Terciário. Os solos, geralmente, possuem cor avermelhada, são
porosos e permeáveis, portanto, sofrem intensos processos de lixiviação (lavagem da camada
superficial do solo pelo escoamento de águas superficiais). Contudo, há regiões do Cerrado em
que os solos apresentam formações de couraças, que acabam por dificultar a entrada de água das
chuvas, impedindo que nessas áreas formem-se vegetações exuberantes e haja o
desenvolvimento da agricultura.
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Leia também: Tipos de solo do Cerrado
A textura dos solos desse bioma é diversificada, com predomínio de areia, seguida
por argila e silte. Pode-se dizer então que os solos são predominantemente arenosos ou
argilosos, o que resulta na baixa capacidade de reter água. No que tange às características
químicas, os solos do Cerrado apresentam bastante acidez, com pH que varia entre 4 e 5 (pH
neutro é 7). A acidez conferida a esses solos deve-se ao fato de apresentarem em sua composição
altos níveis de alumínio.
Nesse bioma, predominam os latossolos, caracterizados por excessiva acidez, e os podzólicos,
que podem ser chamados também de argissolos. Os latossolos apresentam coloração
avermelhada e são pobres em nutrientes. Já os podzólicos apresentam coloração mais escura,
com tonalidades vermelhas, e são bastante suscetíveis a processos erosivos. A falta de nutrientes
em alguns solos desse bioma dificultava o desenvolvimento da agricultura. Isso foi corrigido
com técnicas como a calagem, capaz de corrigir a acidez do solo.
Principais produtos agrícolas cultivados no Cerrado:
» Soja;
» Cana-de-açúcar;
» Milho;
» Algodão.

Quais são os “tipos de Cerrado”?


O uso da expressão “tipos de Cerrado” não é correto. Sabe-se que o bioma Cerrado, em razão de
sua grande extensão no território brasileiro e por fazer fronteira com diversos outros biomas,
possui paisagens variadas e uma grande biodiversidade. O termo correto para referir-se a essas
variações paisagísticas é fitofisionomias do Cerrado. Essas fitofisionomias variam de acordo
com as regiões, características do clima, do solo e do relevo. A classificação mais comum
apresenta os seguintes tipos de fitofisionomia:
1. Campos Limpos: é um tipo de vegetação composto por gramíneas, sem a presença de estrato
lenhoso. Esse tipo de fitofisionomia é propício para o deslocamento de animais como a onça-
pintada, ema e tamanduá-bandeira.
2. Campo Sujo: é comumente conhecido como Cerrado Ralo e é constituído por plantas do
estrato herbáceo, nos quais arbustos são poucos expressivos.
3. Cerrado Stricto Senso: representa a vegetação mais predominante nesse bioma. Constitui-se
principalmente por espécies arbustivas, compostas por árvores de pequeno porte com troncos
tortuosos e espessos. Esses arbustos não são densos, como em áreas de matas fechadas, e
adaptam-se às condições do ambiente, apresentando raízes com bastante profundidade, que
alcançam os lençóis freáticos.
4. Mata Seca: esse tipo de fitofisionomia encontra-se afastado de cursos d'água. Nela se
localizam árvores como ipê e aroeira, que ao longo da estação seca perdem suas folhas em razão
da baixa disponibilidade de água.

O ipê é uma árvore característica da fitofisionomia conhecida como mata seca.

5. Cerradão: constitui uma vegetação de transição entre a mata seca e o cerrado strictu senso.
Apresenta árvores com muitas folhas e ramos, além de características tortuosas. Nesse tipo
fitofisionômico, encontra-se uma vegetação com porte maior que os arbustos, chegando a nove
metros de altura.
6. Matas de Galerias: também conhecidas como Matas Úmidas, são vegetações que
acompanham os cursos d'água. Apresentam árvores que podem atingir até 30 metros de altura,
troncos lisos e folhas pequenas. Mantêm sua folhagem verde durante todo o ano graças à
presença de água.
7. Veredas: conhecidas também como Áreas de Várzeas, estão localizadas em áreas de nascentes
de diversas bacias hidrográficas. A vegetação é comumente formada pelo buriti e espécies de
mata e campo. Limitam-se com os campos limpos e campos sujos. A vegetação apresenta
exuberância.
8. Cerrado Rupestre: esse tipo de vegetação forma-se em ambientes com características
rochosas, especialmente em serras. As principais espécies desse tipo de fitofisionomia são o caju,
papiro, murici e mangaba.

Importância do Cerrado
O Cerrado é um bioma que, em razão da sua grande biodiversidade, deve ser conservado.
Estudos apresentam que cerca de 200 espécies nativas desse bioma possuem, além de potencial
econômico, potencial medicinal. Algumas espécies de plantas já foram patenteadas por
indústrias farmacêuticas. São exemplos de espécies do Cerrado com potencial medicinal de
acordo com o Ministério do Meio Ambiente:
• barbatimão: é uma árvore do Cerrado cuja casca, folhas e raízes podem ser usadas como
cicatrizante de feridas, úlceras e sangramentos;
• pacari: é uma árvore do Cerrado cujas folhas e entrecascas podem ser utilizadas para
cicatrização, tratamento de úlceras e gastrites;
• rufão: é uma planta do Cerrado que cresce entre moitas cujas raízes podem ser utilizadas
para fazer chás ou garrafadas. A raiz do rufão é usada para tratar anemias e inflamaçõees
no estômago e intestino.
Outra relevância desse bioma é que ele compreende uma área habitada há centenas de anos,
principalmente populações indígenas. É do próprio bioma que esses povos conseguem o seu
sustento, extraindo dele recursos naturais, portanto é necessário que esse bioma seja preservado
para que essas comunidades consigam manter a sua sobrevivência. As principais comunidades
indígenas existentes no Cerrado são Karajás, Avá-Canoeiros e Xerentes.
Devastação do Cerrado
A perda da biodiversidade no bioma Cerrado já é uma realidade. Bastaram apenas cinco décadas
para se reduzir o tamanho original desse bioma para 41% do total original segundo o Ministério
do Meio Ambiente. As principais atividades que comprometem a conservação desse bioma estão
relacionadas com o extrativismo e a expansão agrícola. Expandir a atividade agrícola requer
desmatar áreas, o que vem acontecendo com frequência na região abrangida pelo Cerrado.
A pecuária também tem provocado inúmeros impactos no bioma, pois o desmatamento para
criação de áreas de pastagem é intenso. Essas atividades, além de descaracterizar o bioma no
sentido paisagístico, alteram também a manutenção da biodiversidade, visto que muitos animais
perdem seu habitat, correndo o risco de entrar em extinção, assim como espécias endêmicas de
plantas.
É válido lembrar que o Cerrado abrange uma grande área de bacias hidrográficas, possuindo um
potencial aquífero imenso, representando 8% da disponibilidade de água em nível nacional.
Quando as áreas são desmatadas para viabilizar atividades como a agropecuária, além de
degradar a natureza, propicia também o assoreamento das áreas das bacias e pode provocar
contaminação das águas por causa do uso de agrotóxicos nas produções agrícolas.

2)
Os desertos formam-se graças a fatores climáticos e a alguns eventos relacionados à pressão
atmosférica, às latitudes e às formas de relevo.
Os desertos são grandes áreas com baixos índices de precipitação pluviométrica (chuvas) ou
onde os índices dessas precipitações são inferiores aos níveis de evaporação, resultando na falta
d’água. Isso faz com que essas áreas tornem-se zonas de difícil habitação, também chamadas
de áreas inóspitas ou anecúmenas.
No entanto, ao contrário do que muitos imaginam, os desertos não são iguais. Na verdade, cada
deserto possui algumas características que lhe são próprias. Todavia, para melhor compreender
os seus processos formativos e suas dinâmicas climáticas, eles foram classificados em alguns
tipos principais.
Clima
Os desertos ocupam cerca de um quinto da superfície da Terra e nem todos são iguais. O que
diferencia um deserto do outro são os fatores climáticos. Existem dois tipos de climas desérticos:
desértico quente e desértico frio.
A diferença entre os climas desérticos depende da precipitação, que ocorrer na forma de chuva
ou de neve. Os geógrafos denominam de desertos quentes aqueles que recebem a precipitação
em forma de chuva. E são desertos frios aqueles em que a precipitação ocorre na forma de neve.
Principais tipos
• Desertos em regiões de ventos contra-alísios
Os contra-alísios são ventos secos que sopram na direção do Equador para os trópicos. Esses
ventos propiciam a formação de desertos em regiões intertropicais. O Saara é um exemplo de
deserto formado pela ação dos contra-alísios. A ação dos ventos, somada ao efeito da
continentalidade, impede que massas de ar úmidos cheguem à região.
• Desertos de latitudes médias
Os desertos de latitudes médias são encontrados em regiões entre os trópicos - de Câncer no
hemisfério norte e de Capricórnio no sul - e os círculos polares - Ártico e Antártico. Esse tipo de
deserto está em bacias de escoamento de água distantes dos oceanos e tem grandes variações de
temperaturas anuais.
3)
Bioma Pantanal
O bioma pantanal é considerado uma das maiores planícies alagadas do mundo, compreendendo
os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. É o menor bioma em extensão territorial do
Brasil, ocupando cerca de 2% do território nacional. É um bioma com grande biodiversidade,
que vem sendo ameaçada pela ação antrópica. Esse bioma sofre influência de outros biomas,
como Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.
Fauna e flora
A fauna do bioma Pantanal apresenta uma característica incomum: espécies de outros biomas
que se encontram ameaçadas aglomeram-se na região do Pantanal. Sua fauna é composta por 132
espécies de mamíferos, 463 espécies de aves, 113 espécies de répteis, 41 espécies de anfíbios e
263 espécies de peixes. Destacam-se, nesse bioma, o tuiuiú, o cervo-do-pantanal, a arara-azul, o
jacaré-do-pantanal, entre outros.
A flora do Pantanal conta com cerca de duas mil espécies de plantas segundo a Embrapa. Muitas
dessas espécies possuem fins medicinais. A maioria dessas plantas provém de outros biomas,
tendo, portanto, raras espécies endêmicas. São exemplos da flora do Pantanal: vitória-régia,
aguapé, orquídea, palmeira, figueira, entre outras.
Hidrografia
O Pantanal compreende a bacia hidrográfica do Rio Paraguai. Os principais rios que alimentam a
rede hidrográfica da região são: Rio Paraguai, Rio Cuiabá, Rio São Lourenço, Rio Miranda, entre
outros. No período das cheias, boa parte da planície pantaneira alaga-se, fazendo com que o solo
não seja capaz de absorver toda a água.
Clima
O clima predominante no Pantanal é o tropical com características de continentalidade.
Apresenta períodos de seca e períodos de chuva. As temperaturas médias ficam em torno de 25º
C, contudo há uma grande amplitude térmica, com temperaturas que podem alcançar máximas de
40º C e mínimas próximas a 0º C.
Vegetação
A vegetação do bioma Pantanal é muito diversificada em decorrência da grande influência de
outros biomas e também por conta do encharcamento do solo durante um período do ano. É
composta por matas, cerradões, savanas, campos inundáveis (brejos). O curso dos rios apresenta
matas ciliares (floresta mais densa) que os acompanham. Normalmente, a vegetação é aberta e
varia conforme o relevo. Nos terrenos alagados, é possível encontrar espécies aquáticas e,
raramente, tapetes de gramíneas.
Solo
O solo que constitui o bioma Pantanal é originado da deposição de fragmentos rochosos
provenientes de áreas de maior altitude. Apresenta baixa impermeabilidade e reduzida
fertilidade. Isso ocorre porque esse solo apresenta excesso de água, o que dificulta a
decomposição da matéria orgânica. No período de seca, os solos apresentam uma espécie de
areia composta por restos de animais e vegetais, o que lhes dá um pouco de fertilidade.

A vitória-régia é uma espécie típica da vegetação do Pantanal.


6. Bioma Pampa
O bioma Pampa, conhecido também como Campos Sulinos, ocupa cerca de 2% do território
brasileiro, abrangendo o território do estado do Rio Grande do Sul. O nome “pampa” tem origem
indígena e designa uma região plana. A paisagem desse bioma é composta, em sua maioria, por
campos nativos. O Pampa apresenta grande biodiversidade.
Fauna e flora
A fauna do bioma Pampa é bastante diversificada, contando com cerca de 500 espécies de aves,
100 espécies de mamíferos e uma grande variedade de insetos, que contribui para a existência de
várias espécies de aves. Aproximadamente 40% das espécies são endêmicas. Os principais
representantes da fauna são ema, perdiz, pica-pau, joão-de-barro, veado-campeiro, preá, entre
outros.
A flora desse bioma conta com, aproximadamente, três mil espécies vegetais, com
predominância de gramíneas, que alcançam cerca de 450 espécies. É possível encontrar também
espécies de leguminosas e cactáceas. Como principais exemplos da flora, podemos citar: capim-
forquilha, grama-tapete, babosa-do-campo, trevo-nativo, amendoim-nativo, entre outros.
Hidrografia
O Pampa compreende uma área constituída por duas bacias hidrográficas, a bacia hidrográfica
Costeira do Sul e a bacia hidrográfica do Rio da Prata. Os principais rios são: Rio Uruguai, Rio
Santa Maria, Rio da Prata, Rio Jacuí, Rio Ibicuí e Rio Vacacaí. A hidrografia desse bioma
apresenta elevado potencial hidrelétrico e é extremamente navegável.
Clima
O clima característico do bioma Pampa é o temperado do tipo subtropical frio, apresentando
temperaturas médias em torno de 19º C. Esse bioma apresenta uma particularidade: as quatro
estações são bem definidas.
Vegetação
A vegetação do Pampa ou dos Campos Sulinos é constituída, basicamente, por vegetação
campestre normalmente uniforme, como as gramíneas. Aparenta um tapete herbáceo baixo que
pode chegar até 50 centímetros. Há dois tipos de fitofisionomias: campos limpos e campos sujos.
Os campos limpos caracterizam-se por não apresentarem arbustos, ao contrário dos campos
sujos, onde esses arbustos são encontrados.
Solo
Os solos do Pampa são, geralmente, pouco férteis e propícios à erosão. Em virtude da prática
agrícola (monocultura) realizada nessa área e da pecuária, uma grande parte desse bioma foi
devastada, intensificando os processos erosivos, tornando os solos arenosos.
4)

Os ecossistemas lênticos são definidos pela presença de água parada ou com pouco movimento.
Eles são representados por lagos, lagoas, reservatórios ou charcos, nos quais o tempo de
residência (tempo que a água permanece no sistema) costuma ser alto pois o seu fluxo é baixo.
Estes ambientes são opostos aos ecossistemas lóticos, nos quais as águas apresentam grande
fluxo, como os rios e riachos.
Os lagos possuem uma grande riqueza biótica adaptada para habitar suas diferentes porções
(margem, zona pelágica ou coluna d’água e zona bentônica ou fundo), que apresentam condições
abióticas muito distintas entre si. As bactérias ocupam todas as zonas de um ecossistema lêntico,
sendo vitais para a decomposição de matéria orgânica na região profunda afótica (com pouca ou
nenhuma luz). Assim como em ambientes lóticos, os principais produtores primários em lagos
são as algas. O fitoplâncton se concentra na zona fótica pelágica, onde há luz para a realização
da fotossíntese. Muitos destes microrganismos é capaz de migrar na coluna d’água através de
vacúolos aéreos ou vesículas gasosas, fugindo de condições pouco favoráveis (como alta
incidência luminosa, competição e predação). As macrófitas aquáticas também são importantes
produtores primários, ocorrendo espécies pelágicas e bentônicas.
O zooplâncton, juntamente com pequenos peixes e larvas de peixes e insetos, são
os consumidores primários mais comuns de ambientes lênticos. O zooplâncton é formado por
invertebrados microscópicos, sendo estes comumente crustáceos, protistas e ciliados. Eles
ocorrem normalmente associados ao fitoplâncton, na zona fótica, porém algumas espécies são
capazes de sobreviver nas regiões mais profundas, frias e afóticas de grandes lagos.
Os peixes são os principais consumidores secundários em ambientes lênticos. Anfíbios, repteis e
outros vertebrados podem apenas usar os lagos como fonte de água, vivendo majoritariamente no
ambiente terrestre. O local de vida dos peixes nos lagos depende de suas características
fisiológicas e de suas adaptações, podendo ocorrer espécies de fundo, outras que fiquem
próximas às margens ou ainda aquelas que constantemente migrem na coluna d’água.
Em relação às condições abióticas, os ambientes lênticos são limitados principalmente por seu
volume. Lagos grandes e profundos podem apresentar um fundo anóxico (em que as
concentrações de oxigênio são baixíssimas), frio, sem luz e com grande quantidade de matéria
orgânica em decomposição, limitando a presença de seres vivos. Já os charcos ou as lagoas rasas
possuem um problema diária de altas concentrações diurnas de oxigênio (devido a fotossíntese
dos produtores) e baixas concentrações noturnas de oxigênio (devido a respiração de todos os
organismos presentes). O fósforo é um nutriente essencial e limitante em ambientes lênticos,
somente entrando no sistema por fontes externas e normalmente ficando em formas não livres
para uso biológico, preso no sedimento.
O principal risco ambiental que os ambientes lênticos sofrem é a eutrofização causada pelo
carreamento ou despejo direto de resíduos ricos em nitrogênio e fósforo. O processo de
eutrofização ocorre naturalmente na natureza, porém ele leva milhares de anos para se
concretizar. Através de ações antrópicas, esse processo se acelera e um lago pode ficar
completamente eutrofizado em poucas décadas. Os poluentes despejados na água normalmente
são ricos em nitrogênio e fósforo, nutrientes que favorecem o crescimento descontrolado de
algumas espécies do fitoplâncton (como as cianobactérias), formando verdadeiros tapetes algais
na superfície da água (conhecidos como blooms ou florações). Em poucos dias esses
microrganismos causam um efeito de vedação na água, reduzindo drasticamente a concentração
de oxigênio dissolvido e de luz disponível para o restante do fitoplâncton, resultando em um
grave desequilíbrio ambiental de toda a teia trófica destes ecossistemas.

Referencias:
https://web.archive.org/web/20180206012746/http://
www.brasilsustentaveleditora.com.br:80/sites/default/files/biblioteca-virtual/
capos_tropicais_savanas.pdf
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