Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apresentação
Nesta aula, iniciaremos o estudo dos ecossistemas aquáticos, diferenciando os ambientes marinhos e os ambientes
estuarinos, observando suas características e processos, assim como os diferentes biomas desse ecossistema e sua
diversidade.
Discutiremos os ambientes epicontinentais diferenciando-os em sistemas lênticos, sistemas lóticos e sistemas arti ciais.
Conheceremos a aplicação ecológica de uma parte dos organismos aquáticos para realizar um controle ambiental de
poluição das águas.
Objetivos
Identi car os diferentes ambientes marinhos;
Ecossistema aquático
Os ecossistemas aquáticos podem ser divididos em talássicos ou de água salgada, e de água doce.
Os ecossistemas de água salgada ocupam a maior parte da superfície terrestre e apresentam uma salinidade por
volta de 35 gramas por litro, possuindo uma fauna exclusiva em que encontramos cnidários (corais e medusas),
equinodermos (estrela-do-mar, ouriços) e cefalópodes (polvo e moluscos).
Os seres que vivem nos ecossistemas aquáticos podem ser divididos em três grupos:
LITORAL (ou Compreende a faixa que vai da área da praia até 200 metros em média de profundidade. Por possuir luminosidade
continental) apresenta uma grande abundância de animais.
ABISSAL Também chamada de região de fundo por possuir profundidades elevadas, tem início a partir dos 200 metros de
profundidade e apresenta pouca vida em sua área.
No que diz respeito à luz solar, esse ecossistema pode ser dividido em regiões:
1) ECOSSISTEMA LÊNTICO
(lagos, lagoas e tanques)
As águas desse ecossistema se encontram cercadas de terra, sendo formadas por forças tectônicas, vulcânicas ou glaciais
(lagos naturais) ou por deslizamentos de terra, ação de um rio, vento, meteorito, atividades de animais ou pela ação humana.
Alguns autores ainda classi cam os lagos quanto à sua formação geomorfológica em gênese endógena (tecntonica ou
vulcânica), e gênese exógena (erosiva – glacial, marinha, uvial, éolica, química; ou acumulativa (glacial, marinha, uvial, eólica,
desabamento e biológica).
2) ECOSSISTEMA LÓTICO
(rios, arroios e riachos)
Os rios são sistemas abertos com contínuo uxo de água da nascente até a foz, e o vetor é, portanto, determinante das
características de cada unidade uvial e da comunidade biótica que a constitui, que apresentará adaptações ou características
que as tornaram capazes de evitar a deriva em direção à foz.
As principais origens dos rios são o derretimento de gelo, a drenagem de solo e as águas subterrâneas.
A compreensão da formação de um rio está intrinsecamente relacionada aos seus componentes abióticos:
geomorfologia, clima e hidrologia.
Clique nos botões para ver as informações.
Podem ser de dois grupos distintos: os de região montanhosa, que nasceram na altitude e possuem como características
a declividade, a grande velocidade de sua correnteza e a ocorrência de processos erosivos; e os de planície, que nasceram
em regiões planas, possuem pouco declive e apresentam erosão lateral e acumulação.
Atenção
Apesar das diferenças, os rios costumam apresentar uma mistura dos dois grupos.
Podem se distinguir em quatro tipos: dirreico, que são rios com nascente e foz em regiões úmidas e curso médio em
zonas áridas; endorreico, que são rios com nascente em zona úmida e foz em zonas áridas; arreico, que são rios
localizados em sua totalidade em zonas áridas, frequentemente são temporários e apresentam salinidade em suas águas;
e eurreico, que se localizam da nascente à foz em zonas úmidas.
Possuem como elemento principal a precipitação, mas fatores como a geologia da região, declive e outros podem
modi cá-los. Eles se diferenciam em regime glacial, regime pluvial e regime nival, observando-se que eles dependem das
condições climáticas.
As zonas dos rios são feitas de forma hipotética, por meio dos fatores teor de oxigênio, temperatura da água, oscilação diária
ou anual da temperatura, quantidade de material suspenso, consumo de oxigênio, carga de nutrientes, desenvolvimento de
uma comunidade autóctone e distribuição de formas bióticas em dependência da velocidade água; além disso, há uma
separação entre os produtores, consumidores e decompositores sendo divididas em:
1
2 3
de primeira ordem, quando a porção de rio entre a nascente e o primeiro a uente é um curso d’água;
de segunda ordem, quando dois cursos d’água de primeira ordem se juntam;
de terceira ordem quando três cursos d’água se reúnem; e assim por diante.
Já os de ordem entre quatro e seis são rios médios, e os rios com ordem superior a sete são grandes.
3) ECOSSISTEMA ALAGADO
(níveis utuantes de água, como brejos e pântanos)
Em geral, as áreas alagáveis compreendem aquelas que possuem terras baixas, sujeitas à ocorrência de inundação por
transbordamento de águas de rios ou lagos que estão associados a elas. Isso acarreta em mudanças no ambiente físico-
químico e de reações na biota, que passa por adaptações morfológicas, anatômicas, siológicas ou etológicas e até de
estrutura na comunidade. As planícies de inundação dos rios, de acordo com sua formação, podem ser classi cadas em três
tipos:
São aquelas que acompanharão São grandes áreas alagáveis que São aquelas que se
o curso do rio e serão as se desenvolveram devido à desenvolveram em bocas de rios
primeiras áreas alagadas quando ocorrência de acidentes pela deposição de material
o rio se encontrar alto. geográ cos por causa das aluvial, têm a aparência de um
características geológicas e funil, crescendo até o mar, lago
deposição de material aluvial. ou um rio maior.
Em geral, as áreas alagáveis se apresentam como um importante recurso de carbono orgânico particulado e dissolvido, o que
provê nutrientes para a cadeia heterotró ca do canal principal. As trocas de vida animal e plantas nessas áreas são de extrema
importância.
ZONA DE MARÉ DE Apresenta-se com salinidade quase nula, mas pode apresentar influência das marés.
RIO
ZONA DE MISTURA Apresenta-se pela mistura entre a água doce e a salgada, apresentando fortes gradientes físicos, químicos e
bióticos.
ZONA COSTEIRA É a área próxima à costa que se estende até a frente da pluma estuarina que delimita a camada limite costeira.
Bioindicadores aquáticos
Os ecossistemas aquáticos, apesar de possuírem características que permitem sua renovação, vêm sendo constantemente
alterados pelo homem, acarretando desequilíbrios ecológicos, não permitindo ao mesmo sua reciclagem natural.
Esses organismos permitem uma rápida percepção com respostas pontuais à ausência ou presença de determinadas
substancias nas águas.
Megaloptera Organismos que possuem a cabeça mais rígida, brânquias ao longo do abdômen e mandíbulas fortes, encontrados em
águas boas ou medianas.
Plecópteros Organismos que possuem brânquias axilares e patas similares a garras, encontrados em águas boas ou medianas.
Odonatas Formados pelas libélulas, que possuem o corpo longo, fino e antenas, e vivem em águas de qualidade mediana.
Oligochaeta Organismos que não possuem pernas e possuem o corpo fino, comprido e arredondado e, geralmente, estão presentes
em águas intermediárias.
De maneira geral, os bioindicadores estarão presentes ou ausentes nas águas quando os ecossistemas se apresentarem
naturais, alterados ou impactados (Figura 1).
Figura 1: Presença de bioindicadores nos ambientes aquáticos | Fonte: UFMG, 2019.
Atividade
1) Com relação a cadeias alimentares e aos níveis tró cos em ecossistemas aquáticos e terrestres, assinale verdadeiro ou
falso para as a rmativas a seguir:
a) No ecossistema aquático, os produtores são seres microscópicos, principalmente bactérias e algas, que utuam próximo à superfície,
constituindo o toplâncton.
b) Uma espécie que apresenta alimentação variada (plantas, carne etc.) é denominada onívora.
c) Na maioria dos ecossistemas terrestres, os produtores são representados por bactérias e fungos sapró tos.
2) Explique como a redução do toplâncton (plâncton que possui capacidade de fotossintetizar) afeta os níveis de carbono na
atmosfera e a biomassa de decompositores do ecossistema marinho.
3) Analise as seguintes a rmações:
I. Plâncton é o conjunto de organismos com deslocamento predominante ativo na superfície de ecossistemas aquáticos, ou
cuja capacidade de locomoção é su ciente para vencer o deslocamento das massas de água (correntes e marés).
II. Chama-se bentos aos organismos que vivem no substrato, xos ou não, em contraposição com os pelágicos, que vivem
livremente na coluna de água.
III. A produtividade primária em um ecossistema pode ser avaliada de várias formas. Nos oceanos, um dos métodos para medir
a produtividade primária utiliza garrafas escuras, totalmente cheias de água do mar, fechadas e mantidas em ambiente
iluminado.
IV. Chama-se nécton ao conjunto dos animais aquáticos que se movem livremente na coluna de água, com o auxílio dos seus
órgãos de locomoção: as barbatanas ou outros apêndices. Fazem parte desse grupo os peixes, a maioria dos crustáceos, os
mamíferos marinhos e outros – pelo menos quando adultos, uma vez que suas larvas podem ser planctônicas.
4) Em açudes de pequeno porte, na região do polígono da seca no Nordeste brasileiro, houve curto período de estiagem
seguido de longo período chuvoso e forte luminosidade. Espera-se que nessas circunstâncias:
a) Ocorra aumento de fitoplâncton, deposição de matéria orgânica, morte de algas, baixo teor de oxigênio e mortandade de animais
aquáticos.
b) Haja proliferação de animais que habitam as regiões mais profundas, pois eles consumirão mais alimentos.
c) Ocorra aumento da taxa de oxigênio para que os micro-organismos anaeróbicos possam atuar consumindo as algas.
d) Ocorra diminuição da quantidade de sais minerais disponíveis, o que permite a proliferação do zooplâncton.
e) Haja acúmulo de dejetos animais, que acabam se depositando e deixando as águas límpidas para atuação dos decompositores.
5) Em um ambiente aquático foram encontrados os seguintes organismos:
De acordo com os organismos encontrados nesse ecossistema aquático, comente sobre o que indica a presença desses
bioindicadores.
Notas
Referências
PEDROZO, Catarina Silva da; KAPUSTA, Simone Caterina. Indicadores ambientais em ecossistemas aquáticos. Porto Alegre:
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, 2010. 72p.
Próxima aula
Conceito de energia;
Explore mais
Leia os textos:
Estudo da qualidade da água por meio de bioindicadores bentônicos em córregos da área rural e urbana.