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MARIO ROSO DE LUNA

A importância da música se deve ao seu labor de modelar a alma humana


com uma linguagem universal.

São Lourenço – Estado de Minas Gerais Capital Espiritual do Brasil.

A Humanidade enaltece os césares que a oprimem e crucifica os


[filantropos] que a redimem.

O messianismo foi sempre o achaque dos débeis, que esperam de um


enviado a redenção, que só lhes haverá de vir de si mesmos. Prometeu,
encadeado, espera por Epimeteu Libertador, na tragédia de Ésquilo. Os
hebreus esperavam um rei. Na Idade Média, esperou-se também pelo
Cristo. E o Cristo que veio, foi na Renascença, na qual arte e ciência se
emanciparam do jugo religioso que as oprimia.

Krishna, Buddha, Jesus etc. foram Seres Superiores que nos deram
doutrinas eficazes para que nos redimíssemos com os nossos próprios
esforços. Nenhum deles fundou a religião confessional que se lhes é
atribuída. Logo, quem fundou todas elas foi o imperialismo psíquico de
seus pretensos discípulos, que, escravos do inerte dogma que criaram,
esqueceram não ser a religião uma crença, mas a dupla ligação de
fraternidade entre os homens, segundo a sua etimologia latina (de 'religo',
'religare', ou seja, tornar a ligar).

O Mestre Kut Hu Mi e o Mestre Morya ensinaram à Madame Blavatsky


como manejar, desenvolver e acrescentar os extraordinários poderes com
que foi distinguida. Por suas instruções, ela e o coronel Olcott, fundaram a
Sociedade Teosófica.

Sabe-se que, em meados do século XIX, durante uma reunião dos Mestres
pertencentes à Grande Fraternidade Universal Branca, emergiu a idéia de
revelar ao mundo, em especial ao ocidente, um mínimo, porém essencial,
da Sagrada Sabedoria Ancestral. A maioria dos Mestres estava em
desacordo, e com razão, pois Eles acreditavam que, como de fato sucedeu,
a maioria da Humanidade não estava preparada para tão elevados
conhecimentos, motivo pelo qual tais ensinamentos seriam rechaçados,
ridicularizados, pisoteados, mal avaliados e mal entendidos, desvirtuados e
profanados. Todavia, um pequeno número de Mestres, entre os quais se
encontravam os senhores Kut Hu Mi, Morya, Serapis Bey, Hilarion e
Rakoczi, defendeu a idéia em prol de auxiliar as poucas almas aptas a
compreender o Milenário Saber. E tudo ficou decidido e aceito, quando os
Mestres Kut Hu Mi e Morya tomaram para si as conseqüências kármicas
derivadas dos resultados negativos surgidos pela realização deste projeto,
para o qual, como é sabido, escolheram Helena Petrovna Blavatsky, a
quem ditaram grande parte de sua obra.

Helena Petrovna Blavatsky – a mártir do século XIX.

Kut Hu Mi e Madame Blavatsky

De que maneira, então, se destrói a ignorância? Apenas pelo estudo. Há de


se notar, todavia, que o estudo proporciona ao conhecedor uma arma de
dois gumes, usada igual a muitas outras, tanto para o bem como para o
mal, de forma que a ignorância inata e integral do homem só pode ser
vencida através da salvadora doutrina que se ensinava nos Mistérios
Iniciáticos do Lago.1

Ascendimento

O que de pior um homem pode fazer para tornar desagradável sua vida no
mundo astral é ter uma vida inútil, isto é, vazia de todo interesse razoável e
espiritual. Portanto, é o próprio homem quem cria seus próprios 'paraíso',
'purgatório' e 'inferno', que não são lugares separados, mas estados de
consciência.

No verdadeiro sentido da palavra, só reconheço um Iniciador: a Natureza.

Assim como os homens da Primeira Raça foram exaltados e dirigidos por


Pais ou Mestres Lunares (Pitris Barishads), os da Segunda o foram por
seres ainda mais elevados – os Pitris Solares (os luminosos Agnisvattas).
Os da Terceira, por sua vez, o foram pelos Pitris Makaras, Manus (Manus-
kara ou ainda Kumaras). Estes se sacrificaram nos oferecendo a Mente – o
Fogo Divino do Pensamento – e, caindo entre nós, aceitaram nossas
limitações físicas, inclusive as de nosso cárcere ou corpo carnal (de onde
deriva a mitológica expressão Prometeu acorrentado no Cáucaso), mundo
inferior ou infernal que as religiões pregam até hoje como 'a Queda dos
Anjos, se bem que desvirtuando lamentavelmente seu verdadeiro sentido.
Sim, deste mesmo modo acontece à Humanidade, segundo a Lei Teosófica
da Analogia, ou seja, que o homem é criado e alimentado fisicamente por
seus pais físicos no lugar de seu nascimento (Primeiro Período ou Raça),
depois, na escola, pelos pais morais, a que chamamos de professores e
mestres (Segundo Período ou Raça). Enfim, quando alcançamos o final da
instrução, aptos a cumprir nossa missão no mundo social (Terceiro
Período ou Raça), tomamos por norte ou rumo (espiritual ou farol) um
verdadeiro Guru, guia do supremo ideal que, por suas obras e exemplos,
mesmo quando distante de nós há muitos séculos e de acordo com o
esforço próprio, segundo as Leis do Ocultismo, não só nos guia, mas,
ainda, pela renúncia e pela abnegação, oferece-nos sua própria Mente,
como prova, na maioria dos casos, passando seu estilo ao discípulo,
constituindo, portanto, as características das escolas filosóficas, religiosas,
artísticas e científicas. Uma vez de posse destes preciosos graus evolutivos,
o aprendiz, discípulo ou chela adquire consciente responsabilidade, como
a que tiveram os homens da Terceira Raça, os primeiros que possuíram a
Mente e o Sexo, os dois principais fatores da vida humana, aquela para as
criações mentais e este para a reprodução da espécie.

Prometeu Acorrentado
(pintura de Dirck van Baburen, 1595 – 1624)

No que tange à Humanidade, os sexos somente se desenvolveram na


Segunda Sub-raça, produzindo seres nitidamente andróginos,
apresentando distintamente o biótipo humano. A separação dos sexos se
deu na Terceira Raça.

Androginia

O mental e o sexo foram dados ao mesmo tempo ao homem, justamente


quando sua evolução alcançou a primeira etapa de responsabilidade
perante a Lei. Daí a necessidade de se manifestar imediatamente na face
da Terra a Grande Hierarquia Oculta, constituída de seres evoluídos, com
a missão de guiar a Humanidade nascente, que carecia de especiais
cuidados, como os recém-nascidos e as crianças devem receber de seus
genitores.

Que coisa humana poderá ser dada como compensação ao altruísta?


Conforto? Ouro? Honra? Ora, tudo isto é barro.

Geralmente, todo homem que tem uma idéia fixa, seja ele vegetariano,
espiritualista, teósofo ou naturista, acaba sendo tido como extravagante
para os outros.

Nossa leviandade esquece sempre a colaboração das mulheres no trabalho


dos sábios.

Se admitíssemos que os deveres de lealdade são idênticos tanto para as


mulheres quanto para os homens, mudaríamos completamente as
desatualizados fundações da nossa sociedade atual.

O ser humano está crucificado no sexo, bem se pode dizer, desde o


nascimento até a morte. Semelhante limitação orgânica é a causa principal
de suas lutas e de suas desditas no decorrer da vida.

Sozinho, Beethoven passou os rigores da Noite Espiritual [Noite Negra da


Alma], abrindo os olhos de sua intuição ao supernaturalismo misterioso
que rodeia nossa existência, iniciando-se nos mistérios do Ocultismo. Ele
tinha em sua mesa de trabalho a Ísis egípcia, a inefável Neith [também
denominada de Nit, Net e Neit, é a deusa da guerra e da caça, criadora de
Deuses e de homens, divindade funerária e deusa inventora] e a Estrela de
Seis Pontas em sua cadeira em frente ao piano.

G.'. F.'. B.'.

Neith

Ísis

Como ensina Plutarco, 'não há diferentes deuses nos diversos povos, nem
deuses estrangeiros nem deuses gregos, nem deuses do sul e do norte, mas,
do mesmo modo que o Sol e a Lua, o céu, a Terra e o mar são comuns a
toda espécie humana, os deuses, com diferentes nomes, são os mesmos,
segundo as diferentes raças.' Assim também, não existindo mais elo do que
uma Razão que põe em ordem estas coisas e, uma Providência (Karma)
que as administra, há diferentes honras e denominações nos diversos
países, e os homens, para se entenderem, se servem de símbolos sagrados –
uns obscuros, outros mais claros – encaminhando, deste modo, seu
pensamento ao Divino, embora não esteja tal proceder isento de
gravíssimos perigos, pois alguns, falseando o passo, se despenham na
superstição, e outros, não querendo cair neste lodaçal, despenham-se, por
sua vez, no precipício do ateísmo. Com razão, disse Franz Hartmann:
'Algumas pessoas possuem grandes poderes intelectuais, mas pouca,
espiritualidade; outras têm grande poder espiritual, com uma inteligência,
débil. Aqueles que possuem as energias espirituais equilibradas com uma
forte inteligência são os eleitos.' O verdadeiro Teósofo tem que se esforçar,
com todas as potências de sua alma, em ser destes últimos, não no sentido
cristão e egoísta de eleição e salvação só para ele, esquecendo os demais,
mas, no sentido humano de ser homem, e procurar que 'nada humano lhe
seja alheio' – à guisa da clássica sentença de Terêncio.

A Verdade e a Mentira

Certo dia, o último da Idade de Ouro, a Mentira surpreendeu a Verdade


enquanto dormia; arrebatou suas alvas vestimentas, vestiu-se com elas e,
assim trajada, tornou-se a única soberana da Terra.

O mundo, seduzido pelo falso brilho da Mentira disfarçada de Verdade,


perdeu a sua primitiva inocência, renunciando à toda Sabedoria, à toda
probidade e à toda justiça.

Expulsa e menosprezada, a Verdade se rendeu, desde então, à Mentira,


que lhe usurpara o nome e o culto. Tudo o que a Verdade dizia era
considerado falso, e tudo o que fazia era julgado como a mais intolerável
das extravagâncias.

A despeito, pois, dos seus legítimos privilégios, a Verdade chegou a


suplicar que a ouvissem, mas, em todos os lugares que visitou, foi
rechaçada com maus modos. Houve, até, um insolente que se atreveu a
qualificar de libertinagem a sua casta e ingênua nudez! «Vai-te para longe
daqui, mulher abominável. Como te atreves a aparecer nua diante dos
nossos olhos pudicos? Jamais conseguirás nos seduzir com os teus
absurdos!»

A Verdade, convencida de que a Humanidade a execrava, foi para o


deserto. Nem bem havia chegado, encontrou perto de umas sarças as
espalhafatosas roupas que a Mentira havia abandonado quando roubou as
suas e, como não tinha outras, vestiu-as, ficando assim a Verdade
disfarçada com a roupa característica da Mentira…

Assim transformada, pôde retornar para junto dos homens que a


acolheram com espanto e alegria. Os mesmos que antes se tinham
escandalizado com a sua nudez, foram os que melhor a receberam sob esta
nova aparência e com o belo nome de fábula, ou parábola, que ela adotou.

As várias religiões existentes nada mais são do que embaciados espelhos


onde a mesma Sabedoria Eterna se reflete.

Só com a Morte se mata a morte!

Sabedoria, de fato, é uma palavra de duplo alcance, que se refere, por um


lado, à mente, como Ciência, e, por outro, ao Coração, como Amor.

As vestes dos Cavaleiros do Graal e dos seus escudeiros são túnicas


brancas, semelhantes às dos templários. Porém, em vez da vermelha Tau
destes, ostentam uma pomba em vôo cernido nas armas e bordada nos
mantos.

No Parsifal, o pensamento de Wagner – que foi um grande Iniciado, um


Esoterista profundo e um autêntico Illuminado – parece intencionalmente
velado. Quando conseguimos captar o sentido de determinadas alusões
filosóficas é à custa de grande esforço divinatório e de concentração
mental, pois, nesta obra, como em um pesadelo, confundem-se elementos
os mais diversos: altas questões filosóficas, lembranças bíblicas e
orientais, misticismo, ortodoxia, vestígios do culto católico, rituais pagãos,
necromancia, sonambulismo e hipnotismo, práticas de cavalaria medieval,
êxtases, ascetismo, piedade, redenção, afinidades da natureza material
com a alma humana, amor em sua acepção mais torpe, amor em seu
sentido mais puro.

Antes da criação de Adão, viveram na Terra duas raças sucessivas: os


Devs, que reinaram durante 7.000 anos, e os Peris (Izeds), que só
reinaram 2.000 anos, quando ainda existiam os primeiros. Os Devs eram
gigantes, fortes e malvados; os Peris eram de menor estatura, porém mais
sábios e mais bondosos. Neles reconhecemos os Gigantes Atlantes e os
Árias, ou os Râkchasas do Ramâyana e os filhos do Bhârata-varcha ou da
Índia – os antediluvianos e os pós-diluvianos da Bíblia. Por mais
desfiguradas que estejam atualmente estas lendas, não se pode deixar de
identificá-las com as tradições caldéias, egípcias, gregas e até mesmo
hebraicas.
O livro iniciático tibetano "As Estâncias de Dzyan" é um poema primitivo
no qual se compendiam os mais puros ensinamentos ários sobre
Cosmologia e Antropologia.

As "Mil e Uma Noites" encerram uma profunda revelação ocultista.

A moral dos árabes é diferente da nossa; seus costumes são outros e seu
caráter primitivo os faz ver como coisas naturais o que para outros povos é
motivo de escândalo.

Os povos primitivos chamam as coisas por seu nome. Não consideram


condenável o que é natural nem chamam de licenciosa a expressão simples
do natural.

O árabe, diante de uma melodia de cantos e flautas, diante de um lamento


de kanun,2 de um poema de aliterações3 em cascata, de um perfume de pé
de laranjeira ou de jasmim, de uma dança de flor movida pela brisa, de um
vôo de pássaro ou da nudez de uma cortesã... responde, não com este gesto
bárbaro e inarmônico, vestígio indiscutível das raças ancestrais
antropófagas que dançavam em torno do poste da vítima e do qual fez a
Europa sinal de alegria burguesa... senão com um “ah!”, grande,
sabiamente modulado e estático, porque o árabe é um delicado instintivo
que, moderado em palavras, só sabe sonhar...

A imoralidade não está tanto nas coisas chamadas imorais, mas nos
pecadores olhos dos que com repreensível deleite as olham.

É o véu cruel da carne corruptível que nos impede de ver as excelsas


realidades supra-sensíveis, que estão acima do sexo, e que, como tais, são
reveladas com a Iniciação Ocultista durante esta vida ou com a morte,
quando, junto com a carne, desaparece o sexo e suas torturas – torturas
que nos parecem delícias – graças, precisamente, a este Véu do Sexo, que
assegura, aqui em baixo, a continuidade da espécie, mas que não deve nem
pode continuar ali onde a reprodução animal do homem não continua.

No tocante às “revelações”, como a tudo, o bom ocultista deve se ater


estritamente à etimologia, e se velar, “cobrir com véu”, é lançar um véu
ocultador, revelar, “voltar a velar”, é lançar segundo véu mais espesso do
que o anterior, com o qual, ao cabo de algumas “revelações”, a verdade
fica, ao fim, mascarada, personificada (de persona, personæ, que significa
em latim máscara ou caricatura), quer dizer, sepultada, caricaturada,
quando não absolutamente perdida e invisível, qual tesouro que foi
sepultado nas entranhas da Terra ou qual rutilante Sol dos céus quando se
vê encoberto por negríssima nuvem tempestuosa, e eclipsado pela súbita
interposição da opaca Lua... A tarefa do Ocultista, pois, ao pretender
levantar uma ponta do simbólico Véu de Ísis, quer dizer, ao buscar a
Verdade sem os Véus da Mentira, é ir franca e diretamente contra todas as
“revelações” idiotas, considerando-as, o que elas efetivamente são,
fábulas, ou seja, “verdades com roupagens de mentira”, e ir despojando-
as, com trabalho paciente, dos múltiplos véus que a encobrem.4

O pensamento não tem sexo; a alma humana, tampouco. E mais: o


verdadeiro amor – que leva à união santa do homem com a mulher para
constituir essa mônada social que se chama família – não é genuinamente
sexual em seu princípio, mas, sim, algo mais puro, pois começa pela
simpatia e pela fantasia em alturas verdadeiramente excelsas que, se bem
acabam em lógica união física, é por mera e natural queda da roda do
progresso [evolução/reintegração] em seus ciclos, como a neve pura
quando se transforma em água, a água pura quando se transforma em
lodo, e no fecundo lodo, enfim, no qual as roseiras brotam em curso
ascendente de novo, por todo o ciclo. Quando o astro rutilante se eleva nos
céus e se reflete no lago não é quando parece se sepultar, mais e mais, nas
águas do mesmo lago?

Quem se deleita com pensamentos sexuais, quem, grosseiramente, fala


sempre de coisas íntimas do sexo ou quem, por aberração imaginativa, se
entrega patologicamente ou com excesso ao sexo corre o grande perigo de
vir a perdê-lo.

Cada cifra numérica possui dois valores: o seu próprio, absoluto, e o


altivo à ordem a que pertence (decimal, centesimal, milesimal etc.). Isto,
vertido para a linguagem concreta, equivale a dizer: cada ser é um número
na grande síntese cósmica e possui duas modalidades psíquicas e dois
valores: o seu próprio e o da sua missão, assim como o Eu sou quem sou
(Ego sum que sum), e seu corolário filosófico – Cogito, ergo sum – com
aquele que corresponde, qual parte integrante de um conjunto superior, à
família, povo, nação. Daí, acontece o caso muito freqüente de um indivíduo
forte, valioso e digno se posicionar mal colocado ou fora da ordem que lhe
corresponde, como aconteceria, por exemplo, ao número nove, permita-se
a comparação, que, valendo muito mais do que um, passasse a valer
menos, se este ocupasse a ordem das dezenas, com o valor de 10.

Apesar da contradição que os espíritos estreitos pretendem ver entre a


Poesia e a Matemática, elas são irmãs gêmeas. Tanto uma como a outra
idealizam, embelezam e elevam analogicamente as realidades concretas
que integram as nossas vidas: a Matemática, abstraindo da realidade
objetiva tudo quanto diz respeito ao tempo, ao espaço, ao modo, à
quantidade ou à força, à maneira das famosas categorias kantianas; a
Poesia, operando toda classe de generalizações harmônicas sobre
qualquer fato real ou possível de que a fada inspiração toma pretexto para
levantar o vôo, e nos levar, quase sem nos darmos conta, a todos os
presentes, pretéritos ou futuros, harmoniosamente conjugados com o
mesmo fato pela Lei do Símbolo ou da Analogia. O poeta tem
conhecimento efetivo das séries fundamentais analógicas derivadas da
realidade de cada dia, e como tem o poeta isto tudo em sua idealização
artística, emprega-o para embelezar e elevar nosso pensamento, mercê do
mero jogo ou de glosas de excelsas homologias. De igual modo, a
Matemática estabelece, entre outras mil, a série logarítmica, vulgar ou
analógica, em que cada potência sucessiva de dez tem por logarítmico
respectivo o número expresso pelo índice desta potência… Ademais, a
Matemática, em tal marcha analógica, nos conduz à belíssima concepção
integral que une e sintetiza as mesmas operações fundamentais da
Aritmética, isto é, reduz as multiplicações à somas, as divisões a restos, as
elevações a potências à multiplicações, as extrações de raízes à divisões, e
assim sucessivamente às maiores alturas do cálculo puro. Vico,
observando a singular repetição analógica dos fatos humanos ao longo
dos tempos, estabeleceu em sua ciência a Lei dos Ciclos, como se sabe. O
que vem a ser a Geometria Descritiva ou Projetiva, senão um artifício
analógico, mediante o qual – do mesmo modo que o poeta vai de uma
noção a outra, com ela analogicamente conjugada, como já temos visto –
passamos das formas do plano para o espaço, e vice-versa? O que quer
dizer, finalmente, senão uma aplicação – a mais pasmosa da Lei de
Analogia – a que supõe o trânsito operado a partir da Geometria Analítica
e da Descritiva até a Mecânica Racional, passando o número à forma, e o
espaço-tempo à mera força viva?

Todo aquele que traz missão elevada, mas que, por um motivo qualquer,
não afina consigo mesmo, com a sua missão, morre! Não importa como,
porém, é forçado a deixar o mundo!5

Os astros inclinam, mas não obrigam.

Assim como um fogo violento queima até as árvores ainda verdes, o


homem que estuda e compreende os livros santos apaga de si toda a
mácula nascida do pecado, e aquele que conhece perfeitamente o sentido
do Veda-Shastra (preceitos ou ensinamentos do Veda ou da Lei), qualquer
que seja seu estado, prepara-se durante seu estudo neste mundo para a
identificação com Brahmã (liberação). (Código Fundamental da Raça
Ária).
Aquele que vê a Alma Divina em todas as coisas visíveis e invisíveis, que
considera a Alma Divina em tudo e, reciprocamente, tudo na Alma Divina,
não entrega seu espírito à iniqüidade.

No Universo, tudo conspira ou é solidário.

Não há efeito sem causa nem causa sem efeito. No Universo, não existe o
acaso, salvo como uma fácil e cômoda explicação de nossa ignorância de
certas Leis e causas. O fato é que a vida jamais cessa, e cada causador
goza ou sofre a reação de seu pensamento, desejo e ato, segundo sua
índole, e nele se fecha o ciclo causal que ele mesmo abre.

O Tibete é o verdadeiro telhado do mundo – telhado de quatro águas – e


também a mais augusta, simbólica e originária de todas as Pirâmides.

Nada há de sobrenatural em a Natureza; apenas coisas já conhecidas e


coisas ainda por conhecer. (In: Ísis sem Véu, Helena Petrovna Blavatsky,
apud Mario Roso de Luna).

Etapas do Caminho Direto: 1ª) Ler livros sobre diversas religiões e


variadas filosofias, ouvir os ensinamentos de diferentes mestres e
experimentar os mais distintos métodos, ou seja, temperar a mente com
choques de múltiplos pensamentos; 2ª) Assenhorear-se, desde logo, de uma
única doutrina escolhida entre as demais; 3ª) manter-se na vida em
situação modesta ('Aurea Mediocritas',6); 4ª) ser completamente
indiferente a tudo (tanto em relação à riqueza, como em relação à
pobreza) e diante de tudo, ou seja, não preferir uma coisa à outra; 5ª)
contemplar, sem se emocionar, e com o espírito mais emancipado possível
os conflitos e as lutas de opiniões entre as diversas ordens de atividade dos
seres ; 6ª) compreender o vazio.

A Super-Vida Divina ou Jina não é mais do que uma real Ressurreição ou


um Segundo Nascimento, razão porque o brâmane verdadeiramente
Iniciado é denominado de Dwija ou Duas Vezes Nascido.

O Batismo da Água lava apenas 'as culpas'.

Devemos sempre nos manter afastados das glórias e das honras mundanas.

O Nirvana não deve ser entendido como aniquilação, mas como superação
estática ou epóptica.7

Liberdade eterno jogo dos contrários.


A luta de todos nós, particularmente de um Iniciado, deve ser no sentido do
desembaraçamento e do livramento das crenças, das idéias, dos hábitos e
das tendências inatas, de tudo, enfim, que seja ou que se assemelhe à uma
tara ancestral criada como efeito de uma causa, cuja origem se perde na
noite do tempo.

'Antes que teus olhos possam ver, já devem ter perdido a sensibilidade, e
antes que possas elevar a voz na presença de teu Mestre, deverás trazer
lavadas tuas mãos no sangue de teu Coração.' (A Voz do Silêncio, Helena
Petrovna Blavatsky, apud Mario Roso de Luna).

Com a mentira, se procura a humana felicidade; mas, a Verdade8 só será


encontrada com dificuldade, dor, sacrifício.

O Karma é ação e inércia – lei, história e destino. Não se o explica por


palavras. Ninguém, que não seja, igualmente, matemático, músico, pintor e
poeta, poderá concebê-lo. É preciso ter idéia do que seja vibração e valor
do som. Isto porque Karma é vibração, afinada com o Cosmo ideal ou
desafinada, por excesso negativo, por defeito e por deformação. Karma é a
Lei lógica que só o Logos encarnado pode encadear. O Karma, porém,
jamais se ligou ao SAT,9 nem ao Impronunciável, nem à Essência Suprema
do Espírito Humano, que é a Seidade, ou seja, o Não-Ser, o Inefável, a
Chama ou a Chispa.

Nada é demasiadamente extraordinário para ser verdadeiro, se estiver de


acordo com as Leis da Natureza.' (Edmundo Gonzales Blanco, apud Mario
Roso de Luna).

O Homem, em suma, e com letra maiúscula, é hoje e sempre será a cúspide


do planeta Terra. Tudo, na Terra, é segundo o plano do Homem... porque
o Homem é a medida das coisas.10

A maior Lei Cósmica que conhecemos diz respeito à harmonia do Grande


Todo e à integração de suas várias partes.

Sabedoria, de fato, é uma palavra de duplo alcance, que se refere, por um


lado, à mente, como a Ciência, e, por outro, ao Coração, como Amor.

A Lei sempre se cumpre.11

'Não há religião superior à verdade.' (Helena Petrovna Blavatsky, apud


Mario Roso de Luna).
Enfim, já puseste teu Coração em harmonia com a dor imensa da
Humanidade?

É preciso matar a morte.

Quando se fizer verdadeira luz nas recompilações poéticas dos cantos dos
bardos, tais como os chamados Eddas ou Vedas, será o Dia da Redenção.

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