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ANTROPOGÊNESE
Brasília
30 de março de 2007
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SUMÁRIO
Introdução........................................................................................... 3
Antropogênese................................................................................... 4
Bibliografia.......................................................................................... 22
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Introdução
Antropogênese
Lua, que ajuda os homens a manter uma densidade adequada à vida dos corpos
densos.
A Época Lemúrica é caracterizada pelo surgimento do corpo de desejos, pelo
nascimento da individualidade e pela separação dos sexos. O homem estava
constituído tal como animal; possuía uma consciência de sono com sonhos. Os
Arcanjos e os Senhores da Mente, ajudados pelos Senhores da Forma, deram o
germe mental à maioria dos adiantados. Além do mais, os Senhores da Forma
vivificaram o espírito humano em todos os atrasados do Período Lunar que não
puderam, ainda, receber um germe mental. “Os Senhores da Mente tomaram a seu
cargo a parte superior do corpo de desejos e da mente germinal, impregnando-os
com a qualidade de personalidade separada” (HEINDEL, 1948, p. 235),
possibilitando o nascimento do Indivíduo.
“O espírito desceu dos mundos superiores durante a involução e por ação
concorrente os corpos se elevaram no mesmo período. O encontro destas duas
correntes no foco ou mente é o que marca o ponto em que nasce o indivíduo, o ser
humano, o Ego; quando o Espírito toma posse dos seus veículos” (HEINDEL, 1948,
p. 236-237).
No entanto o desenvolvimento da consciência tal como é hoje ainda demorou
um longo percurso, pois os seus órgãos ainda se encontravam em estado
rudimentar. O primeiro passo para adquirir a inteligência foi a construção do cérebro;
o que se realizou separando a humanidade em sexos distintos, ficando a “Vontade”,
reservada à metade masculina, e a “Imaginação”, à feminina.
Por influência de Marte, o Ego pôde manifestar-se, uma vez que este planeta
polarizou o ferro que exerce controle sobre a temperatura do sangue. E o sangue é
o veículo do Ego no corpo.
Quando o Ego entrou na posse de seus veículos, fez-se necessário
empregar parte dessa força [sexual] na construção do cérebro e da laringe,
que originalmente eram partes do órgão criador. A laringe formou-se
enquanto o corpo denso tinha a forma de saco, inchado, [...] cuja forma é a
que ainda tem o embrião humano. [...] A força dual criadora [...] se dividiu.
Uma parte se dirigiu para cima e se empregou na construção do cérebro e
da laringe, por cujo intermédio o Ego tornou-se capaz de pensar e
comunicar seus pensamentos aos demais seres.
Como resultado desta mudança, unicamente uma parte da força essencial
para a criação de outro ser era utilizável em cada indivíduo e por isso se fez
necessário a cada ser individual procurar a cooperação de outro que
possuísse a parte de força procriadora que lhe faltava (HEINDEL, 1948, p.
239).
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Cumpre dizer que a parcela de Lêmures que foi iluminada pelos Espíritos
Lucíferes é pequena, restringindo-se àqueles que foram a semente das sete raças
Atlantes. A maior parte, análoga aos animais, teve as suas formas degeneradas
para a dos animais selvagens e antropóides.
Quando nasce uma raça, as formas são animadas por certo grupo de
espíritos que têm a capacidade inerente de evolucionar até certo grau,
porém não mais além. Não pode haver paralisação de nenhuma espécie na
Natureza; portanto, quando se alcança o limite de tal grau, os corpos ou
formas dessa raça começam a degenerar, caindo cada vez mais baixo, até
que a raça se extingue (HEINDEL, 1948, p. 256).
Scott-Elliot afirma que há descendentes dos degenerados da Terceira Raça-
Raiz ainda habitando a Terra. Cita como exemplo os aborígines da Austrália, os
ilhéus de Andaman, algumas tribos montesas da Índia, os bosquímanos da África,
bem como outras tribos selvagens (SCOTT-ELLIOT, p. 61).
Helena Blavatsky discorre sobre o fato dos Lemurianos haverem construído
cidades colossais, não se configurando em meros selvagens paleolíticos. Ali, nestas
cidades,
[...] cultivaram as artes e as ciências, conheceram a Astronomia, a
Arquitetura e as Matemáticas. A civilização primitiva dos Lemurianos não se
seguiu imediatamente à sua evolução fisiológica, como se poderia supor.
Entre a evolução fisiológica final e a construção da primeira cidade
transcorreram muitas centenas de mil anos. Sem embargo, já estavam os
Lemurianos, em sua sexta sub-raça, construindo com pedras e lava suas
primeiras cidades rochosas (BLAVATSKY, 1978, p. 335).
Também afirma que tenham coexistido, concomitantemente, as Terceira e
Quarta Raças.
Sua característica dominante era o orgulho. “A reminiscência desta Terceira
Raça e dos Gigantescos Atlantes transmitiu-se de raça em raça e de geração em
geração até a época de Moisés, e encontrou forma objetiva nos gigantes
antediluvianos” (BLAVATSKY, 1978, p. 289).
Para Max Heindel, à Lemúria, destruída pelos cataclismos vulcânicos, sucedeu
o continente Atlântico. Da parte austral vinha o ar quente dos vulcões em erupção,
enquanto da parte boreal chegavam blocos de gelo. Assim, sua atmosfera estava
sempre impregnada de uma espessa e densa neblina, onde nunca brilhava o Sol
com claridade. Havia uma porção maior de ar na água e muita água suspensa no ar.
O homem possuía cabeça, mas a sua testa quase não havia, posto que seu
cérebro ainda não se desenvolvera frontalmente. Eram gigantes, se comparados à
nossa humanidade e andavam aos saltos, feito cangurus. Guiavam-se mais por sua
percepção interna que por sua visão externa, devido a que seu espírito não estava
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de todo internalizado. Por isso, não podiam, assim, dominar completamente, seu
corpo físico.
“Há um ponto, entre os arcos superciliares, a meia polegada abaixo da pele,
que tem um ponto correspondente no corpo vital” (HEINDEL, 1948, p. 259). Não é o
corpo pituitário, mas sim, “a raiz do nariz”, onde se encontram os corpos físico e
vital; é o assento do espírito interno no homem. Ainda nos primórdios do homem
atlante, esses pontos encontravam-se muito separados um do outro, tal como
sucede entre os animais hoje. Acarretava em uma percepção maior dos mundos
internos que dos externos.
Com o tempo, no último terço desta época, estes dois pontos uniram-se,
fazendo com que os atlantes fossem perdendo o contato com os mundos internos e
percebessem o exterior com mais facilidade, tornando-se conscientes do Mundo
Físico, em detrimento de sua percepção espiritual.
A Rmoahals foi a primeira das raças atlantes. Tinham pouca memória,
geralmente relacionada às sensações. Recordavam das cores e dos sons.
Adquiriram, então, os primeiros rudimentos lingüísticos, um avanço em comparação
aos lêmures. Assim, deram nomes a muitas coisas e, por serem uma raça espiritual,
suas palavras tinham poder sobre as coisas nomeadas. “Por meio do emprego da
linguagem a alma dessa raça pôde pela primeira vez pôr-se em contato com a alma
das coisas do mundo externo” (HEINDEL, 1948, p. 260). Segundo Scott-Elliot, os
remanescentes dessa raça hoje podem ser encontrados entre os lapões, ainda que
não se tenham conservados puros em seus cruzamentos de sangue.
Helena Blavatsky também considera que a Quarta Raça desenvolveu a
linguagem que, segundo o Ensinamento oculto, seguiu a seguinte ordem:
I. Idioma monossilábico: a dos primeiros seres humanos já quase
completamente evolucionados no fim da Terceira Raça-Raiz, homens “cor
de ouro”, de pele amarela, depois da separação em sexos e do despertar de
suas mentes. [...] Este idioma monossilábico foi, por assim dizer, o pai das
línguas monossilábicas mescladas de consoantes duras, ainda em uso
pelas raças amarelas.
II. Idioma aglutinante: Esses caracteres lingüísticos originaram as
línguas aglutinantes, faladas por algumas raças atlantes, enquanto outros
antecessores pertencentes à Quarta Raça conservavam a linguagem
materna. [...] Enquanto a “nata” da Quarta Raça se elevava cada vez mais
rumo ao ápice da evolução física e intelectual, deixando assim, à Quinta
Raça (a raça ariana) nascente, como herança, as línguas de flexão
altamente desenvolvidas, o idioma aglutinante entrou em decadência,
subsistindo apenas como idioma fóssil e fragmentário, aqui e ali, limitando-
se quase às tribos aborígenes da América.
III. Idioma de inflexão: A raiz do sânscrito tido erroneamente como o
“irmão mais velho” do grego, em vez de seu “pai” foi a primeira língua da
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americanas já foi admitida por alguns etnólogos. “Sabe-se que tanto os húngaros
quanto os malaios são ramificações dessa raça, enobrecida, no primeiro caso, por
uma estirpe de sangue árico, degradada, no segundo, pela miscigenação com os
exaustos lemurianos” (SCOTT-ELLIOT, p. 28).
Para Rudolf Steiner (1982), dentre os homens atlantes houve alguns que se
desenvolveram mais, integrando-se o menos possível ao mundo sensível. Assim,
longe de exercer um entrave à evolução da humanidade, a influência Luciférica
converteu-se em meio para um progresso superior. São chamados de iniciados e,
dominando o apetite do corpo físico, podiam ligar-se mais estreitamente com o reino
dos Espíritos da Forma, deles aprendendo como eram governados pelo Ser Solar.
Estes “iniciados tornaram-se os guias do restante da humanidade, à qual podiam
comunicar os mistérios que haviam contemplado. [...] Eles cultivavam sua ciência
misteriosa e as práticas que a ela conduziam, num local especial que chamaremos
de Oráculo de Cristo ou Oráculo do Sol” (STEINER, 1982, p. 129).
Quando se efetuou a completa transformação do corpo físico humano, com a
aquisição do cérebro e das faculdades do pensamento, o líder destes iniciados só
pôde comunicar os mistérios do mundo a um número reduzido de acólitos
(ajudantes) ainda que numa escala limitada. “As demais massas humanas esparsas
pela Europa, Ásia e África conservaram, nos mais diversos graus, os restos dos
antigos estados de consciência; possuíam, portanto, uma experiência imediata do
mundo supra-sensível” (STEINER, 1982, p. 135). Assim, estes acólitos, apesar de
intelecto mais desenvolvido, eram os menos desenvolvidos no tocante aos domínios
do supra-sensível àquela época. “Afim de preservá-los o mais possível de um
contato com homens menos avançados na evolução da consciência, aquele iniciado
conduziu-os do oeste para o leste até uma região da Ásia Central” (STEINER, 1982,
p. 135). Os sete mais desenvolvidos dentre estes acólitos foram preparados e
tornaram-se guias dos homens que, na época pós-atlântica, estabeleceram-se no
sul da Ásia, especialmente na antiga Índia.
Max Heindel considera as raças Árias como descendentes dos Semitas
originais, talvez o povo guiado pelos iniciados do Oráculo Solar na concepção de
Steiner. Segundo ele, “na Época presente (a quinta, ou Ária) o homem conheceu o
uso do fogo e de outras forças, cuja divina origem foi-lhe ocultada intencionalmente,
a fim de que pudesse depois emprega-los livremente para os mais elevados
propósitos do seu próprio desenvolvimento” (HEINDEL, 1948, p. 268).
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As raças da Época Ária, segundo Max Heindel, até o presente momento, são: a
Ária, que se dirigiu para o sul da Índia; a Babilonio-Assírio-Caldéa; a Perso-Grego-
Latina; a Céltica; e a Teuto-Anglo-Saxônica. Assim, considera que da miscigenação
das diferentes nacionalidades que se efetua nos Estados Unidos é que nascerá a
semente da raça da Sexta Época. Ainda, considera que duas raças mais se
desenvolverão em nossa época, sendo uma delas a Eslava e a outra derivará desta.
Particularmente, achamos que a América do Sul contribuirá inequivocamente para a
formação desta nova raça.
Na Índia, o povo ali que se desenvolveu, conservou uma viva recordação do
antigo estado anímico dos atlantes, o que lhes possibilitou as experiências do
mundo espiritual. “O traço dominante da alma hindu era a nostalgia desse mundo,
que lhe aparecia como a pátria original do homem, da qual fora ele transplantado
para um mundo que podia propiciar a contemplação sensível exterior e o intelecto a
ela ligado. Considerava-se o mundo supra-sensível como o verdadeiro, e o mundo
sensível como engano da percepção humana, como uma ilusão (maya)” (STEINER,
1982, p. 136). Temos, então, uma cultura que foi impregnada por uma sabedoria
supra-sensível, já que os ensinamentos eram transmitidos, inicialmente, de uma
forma mágica e só posteriormente, através dos Vedas, fixados numa linguagem que
só uma visão retrospectiva supra-sensível pode revela-los.
A este período pós-atlântico, Steiner denomina “cultura índica”. A ele
sucederam a “cultura proto-pérsica” e a “cultura egipto-caldaica”, além da “cultura
greco-latina”. Do mesmo modo, a Índia passou por um segundo e terceiros períodos,
só neste último constituindo o que se convencionou chamar a “Índia antiga”.
Outra característica dessa antiga cultura hindu é a mentalidade que levou
posteriormente à divisão dos homens em castas. Os habitantes da Índia
eram descendentes de atlantes pertencentes a diversos tipos de homens,
isto é, descendentes de saturninos, jupterianos, etc. Através dos
ensinamentos supra-sensíveis, compreenderam que uma alma não se
encarnava por casualidade nesta ou naquela casta, e sim por uma
autopredestinação para a mesma. Essa compreensão dos ensinamentos
supra-sensíveis era favorecida especialmente pelo fato de, em muitos
homens, ser possível estimular as mencionadas reminiscências dos
antepassados, embora na verdade essas reminiscências conduzissem
facilmente a uma idéia errônea da reencarnação (STEINER, 1982, p. 137).
Na Ásia Ocidental, estabeleceu-se, em decorrência das várias caravanas que
partiram da Atlântida, o povo conhecido como descendência persa e tribos afins.
Sua missão, ao contrário dos hindus, localizava-se no mundo físico sensorial.
Afeiçoados à Terra, relegaram valores às conquistas humanas no mundo material,
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ao que se podia conquistar por intermédio das forças terrestres, o que os levou a
grandes façanhas como guerreiros e a invenções que pudessem extrair da Terra
suas preciosidades. “[...] o perigo, para eles, era o de perder inteiramente o contato
anímico com o mundo supra-sensível, devido ao interesse que demonstravam pelo
mundo sensível” (STEINER, 1982, p. 138). Possuíam também um grande poder no
domínio de forças naturais, dispondo de forças interiores relacionadas com o fogo e
outros elementos. Podem ser denominados de magos, ainda que, comparados à
força dos homens num passado mais remoto, a sua era completamente débil. Sob a
influência luciférica afastavam-se do caminho que conduz à evolução da
humanidade.
Foi, então necessário, a fim de compensar essas particularidades de seu
caráter, dar um impulso espiritual a este povo. Foi enviado um guia, Zaratustra,
antecessor do Zaratustra histórico, para que os fizesse enxergar o mundo físico-
sensível como algo que não se encontrava vazio de sentido espiritual. Sua missão
consistiu em que o povo proto-persa compreendesse que “[...] a alma humana,
enquanto entregue à ação do mundo físico-sensível, é o palco de uma luta entre o
poder do Deus de Luz e o de seu adversário, e como deve ser a conduta do homem
para que este último, ao invés de precipitá-lo no abismo, veja sua influência
transformada em bem pela força do primeiro” (STEINER, 1982, p. 140).
A terceira época cultural do período pós-atlântico de que fala Rudolf Steiner, é
oriunda dos povos que migraram para a Ásia Ocidental e ao norte da África.
Desenvolveu-se entre os caldeus, babilônios e assírios, como também entre os
egípcios. Possuíam num grau maior que os proto-persas o desenvolvimento do
pensamento e do intelecto e sua alma já não tinha, em grande parte, as faculdades
supra-sensíveis. De modo que buscaram as manifestações espirituais no mundo
físico, desenvolvendo-se por meio da invenção e descoberta dos meios culturais
deste mundo. “As ciências humanas nasceram da investigação dentro do mundo
físico-sensível, das leis espirituais ocultas atrás deste; o conhecimento e a utilização
das forças do mundo físico deram origem à técnica humana, ao trabalho artístico e
aos instrumentos e meios adequados aos mesmos” (STEINER, 1982, p. 141). Para
os caldaico-babilônicos, o mundo sensível não se constituía numa ilusão, mas,
antes, em manifestações de atos espirituais ocultos e cabia ao homem desvendar as
suas leis. Para o egípcio, a Terra era o local a ser transformado por suas faculdades
intelectuais, servindo de testemunho do poder humano.
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O povo egípcio foi guiado por Hermes, que recebera seus ensinamentos dentro
dos mistérios persas de Zaratustra. Dado que não era possível ensinar àquele povo
que poderia contemplar o mundo espiritual como um plano ao qual tivesse acesso
ao longo da vida, fê-los enxergar que viveriam num mundo dos espíritos após a
morte, desde que empregassem suas forças sobre a Terra, segundo as intenções
das potências espirituais, com o maior zelo possível.
A orientação do interesse humano para o físico-sensível fazia-se notar mais
do lado caldaico-babilônico do que do lado egípcio dessa corrente cultural.
Estudaram-se as leis deste mundo e, através das reproduções sensíveis,
contemplaram-se os arquétipos espirituais. Contudo, o povo continuava
apegado ao mundo sensível em variados aspectos: ao invés de ressaltar o
espírito estelar, valorizava-se a estrela, e ao invés de ressaltar outros seres
espirituais, colocavam-se em primeiro plano suas reproduções terrenas
(STEINER, 1982, p. 142).
A quarta época cultural diz respeito à cultura greco-latina, florescida nas
regiões da Europa Meridional e da Ásia Ocidental. Ali, instalaram-se massas
oriundas das mais diversas partes do mundo antigo. Haviam oráculos como
continuação dos múltiplos oráculos atlânticos, assim como homens que, por
atavismo, conservavam a clarividência e outros que podiam adquiri-la por meio da
disciplina.
[...] tais povos possuíam em si a tendência para criar um domínio que fosse,
no plano físico, a expressão do espiritual sob forma perfeita. Juntamente
com muitas outras, a arte grega é uma das múltiplas conseqüências desta
tendência. [...] Os tesouros da sabedoria dos iniciados afluíram, por vias
misteriosas, às almas dos poetas, dos artistas e dos pensadores. Nos
sistemas de cosmovisão dos antigos filósofos gregos encontram-se os
mistérios dos iniciados sob a forma de conceitos e idéias. E as influências
da vida espiritual e os mistérios dos centros e iniciação asiáticos e africanos
afluíram a esses povos e seus guias (STEINER, 1982, p. 142).
O quinto período cultural pós-atlântico teve início entre os séculos IV e VI da
era cristã, desenvolvendo-se na Europa. Estes povos, “não haviam penetrado nas
regiões em que se haviam enraizado as culturas correspondentes; em compensação
desenvolveram, à sua maneira, as culturas da Atlântida” (STEINER, 1982, p. 148).
Muitos conservaram a antiga clarividência nebulosa e conheciam, por sua
experiência, o mundo espiritual, comunicando-o a seus contemporâneos. Destas
vivências espirituais nasceu todo um conjunto de contos e lendas. Por outro lado
havia homens que, não possuindo esta clarividência, “desenvolviam as faculdades
dirigidas ao mundo físico-sensível conforme sensações e sentimentos
correspondentes a essa mesma clarividência” (STEINER, 1982, p. 148).
Desenvolveram, então, um ocultismo iniciático, donde cria-se que as potências
espirituais ocultavam-se por trás das forças da natureza. As mitologias européias
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estão erigidas sobre estes mistérios que, por sua vez, trazem em si uma forma
menos perfeita dos mistérios contidos nas sabedorias meridionais e orientais.
A alma conservou, dos antigos tempos, a tendência para o espiritual, mas
não com a força suficiente para poder manter a conexão entre o mundo
espiritual e o mundo sensível. Conservou-a apenas como disciplina do
sentimento e da sensação, mas não como uma visão imediata do mundo
supra-sensível. Por outro lado, o olhar do homem voltou-se, cada vez mais,
para os domínios do mundo sensorial. E todas as forças do entendimento,
despertadas nos últimos tempos da Atlântida, todas as energias humanas
cujo instrumento é o cérebro físico aperfeiçoaram-se para o mundo sensível,
para seu conhecimento e seu domínio. Havia, por assim dizer, dois mundos
em desenvolvimento na alma humana: um dirige-se à existência físico-
sensível; o outro é receptivo à manifestação do espiritual até o ponto de
penetrá-lo com o sentimento e a sensação, mas sem o perceber (STEINER,
1982, p. 149).
Assim, produziu-se, por intermédio desta dualidade anímica, de um lado a
penetração da doutrina de Cristo na Europa sem, contudo, estabelecer uma ligação
entre o mundo espiritual e o científico e, de outro, a ciência que se limitava aos
fenômenos do mundo sensível. Esta separação foi fundamental para que se
atingisse o domínio da cultura material, uma vez que, dedicando-se exclusivamente
à vida física, “as faculdades humanas cujo instrumento é o cérebro puderam
alcançar a intensificação que tornou possíveis a ciência e a técnica modernas”
(STEINER, 1982, p. 149).
Helena Blavatsky nos diz que “a nossa Quinta Raça-Raiz já tem de existência
como Raça sui generis e de todo independente de seu tronco cerca de
1.000.000 de anos” (BLAVATSKY, 1978, p. 453). Considera, ainda, que a nova Raça
e as futuras estão em via de formação, o que já se iniciou na América. Configura-se,
assim, neste continente o germe da Sexta Raça, quando toda uma série de
cataclismos destruirá o continente americano (quinto continente), bem como a Raça
Ariana. “Mas os últimos remanescentes do Quinto Continente só desaparecerão
algum tempo depois do nascimento da nova Raça: quando uma nova morada, o
Sexto Continente, terá surgido sobre as novas águas na superfície do Globo, para
receber o novo hóspede” (BLAVATSKY, 1978, p. 463).
A vida exuberante então palpitará fortemente no coração da raça que agora
se acha na zona americana, mas já não haverá Americanos quando iniciar a
Sexta Raça, como não haverá Europeus; porque então terá surgido uma
nova Raça com muitas nações novas. Contudo, a Quinta Raça não ficará
extinta, mas sobreviverá durante certo tempo, permeando a nova Raça por
muitas centenas de milênios, e a sua transformação, conforme já dissemos,
se fará mais lentamente que a de sua sucessora, embora mudando por
completo no mental, no físico em geral e na estatura. A humanidade não
voltará a desenvolver corpos de gigantes, como no caso dos Lemurianos e
dos Atlantes, porque a evolução da Quarta Raça conduziu os Atlantes ao
último grau de materialidade, no seu crescimento físico, ao passo que a
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BIBLIOGRAFIA