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na Alemanha nesse período, mas não somente na Alemanha como em diferentes partes da

Europa também. O antissemitismo encontrou eco em algumas personalidades alemãs, como


Hermann Ahlwardt, Adolf Stöcker, Ernst Henrici, Wilhelm Marr etc.

Vale dizer que o nazismo também foi um fenômeno político que surgiu na Alemanha por causa
das grandes mudanças que aconteceram após a derrota germânica na Primeira Guerra
Mundial. Nas questões econômicas, a Alemanha sofreu duramente com o impacto da guerra,
sobretudo por causa da pesada indenização que foi cobrada por britânicos, franceses e belgas.

Nazismo

O nazismo, também conhecido como Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães,


surgiu na Alemanha, em 1920, em um contexto de grande crise política e econômica.

Parada de nazistas organizada em Viena, na Áustria, depois que o país foi


anexado pela Alemanha em 1938. (Crédito: Everett Historical e Shutterstock)

Parada de nazistas organizada em Viena, na Áustria, depois que o país foi anexado pela
Alemanha em 1938. (Crédito: Everett Historical e Shutterstock)

O nazismo, também conhecido como Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães,


foi um movimento político e social que surgiu na Alemanha logo após a Primeira Guerra
Mundial e alcançou grande notoriedade nos quadros políticos desse país. Assumiu o poder em
1933, quando Adolf Hitler tornou-se chanceler da Alemanha. Foi classificado pelos
historiadores como um movimento da extrema-direita. [1] [2] [3]

A ideologia nazista foi a grande responsável pelo extermínio de seis milhões de judeus durante
o Holocausto. Além dos judeus, outras minorias (como ciganos, homossexuais e negros) foram
perseguidas e aprisionadas em campos de concentração. A suástica tornou-se o grande
símbolo do nazismo.

Leia também: O nazismo era de esquerda ou de direita?

Resumo sobre o nazismo


O nazismo, ou Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, foi um partido da
extrema-direita que surgiu na Alemanha em 1920.

Surgiu escorado em ideais nacionalistas e extremistas que eram bastante difundidos na


Alemanha desde o século XIX, entre os quais estavam o antissemitismo.

O surgimento do nazismo aconteceu logo após a Primeira Guerra Mundial, em um momento


em que a Alemanha estava arrasada e humilhada após esse conflito.

O nazismo possuía princípios como o antibolchevismo, antiliberalismo, antissemitismo,


militarismo, exaltação da guerra, entre outros.

Os nazistas assumiram o poder em 1933, quando Hitler foi nomeado primeiro-ministro da


Alemanha. A partir desse momento, Hitler impôs uma série de mudanças no país, recuperando
a economia e implantando uma ditadura totalitária que perseguia seus opositores.

A Alemanha caminhou para o seu fortalecimento militar e para o expansionismo territorial, e o


resultado direto disso foi a guerra, iniciada em 1º de setembro de 1939, quando os alemães
invadiram a Polônia.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha estava destruída, e o mundo, chocado com o
horror do Holocausto, genocídio responsável pela morte de seis milhões de judeus.

Toda a bibliografia utilizada na elaboração desta publicação você encontra ao final do texto.

Origens do nazismo

As origens do nazismo estão primeiramente relacionadas com ideais extremistas que eram
difundidos na sociedade alemã na virada do século XIX para o XX, como o nacionalismo
extremado, exaltação da guerra como forma legítima de promover o desenvolvimento da
nação, antissemitismo (aversão aos judeus), preconceito racial contra outras minorias, como
os eslavos, etc.
A difusão desses ideais estava ligada ao darwinismo social (uma leitura incorreta da teoria da
evolução das espécies de Charles Darwin), que defendia a ideia de que existiam povos
biologicamente superiores. Dessa ideia nasceu o arianismo, que via o germânico (quem nasceu
na Alemanha ou etnicamente descendente de alemães), cunhado como “nórdico” ou “ariano”,
como naturalmente superior aos outros povos.

O antissemitismo também foi uma característica forte na Alemanha nesse período, mas não
somente na Alemanha como em diferentes partes da Europa também. O antissemitismo
encontrou eco em algumas personalidades alemãs, como Hermann Ahlwardt, Adolf Stöcker,
Ernst Henrici, Wilhelm Marr etc.

Vale dizer que o nazismo também foi um fenômeno político que surgiu na Alemanha por causa
das grandes mudanças que aconteceram após a derrota germânica na Primeira Guerra
Mundial. Nas questões econômicas, a Alemanha sofreu duramente com o impacto da guerra,
sobretudo por causa da pesada indenização que foi cobrada por britânicos, franceses e belgas.

Essa indenização foi uma parte do Tratado de Versalhes, que impôs outras sanções duríssimas
à Alemanha, como a proibição de ter uma força militar superior a 100 mil homens e a perda de
uma série de territórios (dentro do próprio território alemão e até colônias na África). As
imposições do Tratado de Versalhes foram vistas como uma grande humilhação e arrastaram a
Alemanha para uma crise econômica sem precedentes em sua história, o que abriu caminho
para que partidos de extrema-direita ganhassem espaço na sociedade.

A sociedade alemã após a Primeira Guerra Mundial organizou-se em um sistema político


liberal que ressaltava os valores de um sistema democrático representativo e que foi
dominado pelo Partido Social-Democrata (o maior partido da Alemanha na década de 1920).
Esse período da história alemã ficou conhecido como República de Weimar e estendeu-se de
1919 a 1933.

Esse período, no entanto, foi extremamente conturbado por causa das consequências da
Primeira Guerra Mundial. A economia alemã entrou em colapso. A moeda do país sofreu
desvalorização fortíssima (Hobsbawm fala que a moeda alemã em 1923 havia sido reduzida ao
valor de um milionésimo de milhão do que valia em 1913)[4], e o desemprego alcançou 44%
nos anos da Grande Depressão[5].

Além disso, parte da sociedade sentiu-se traída com uma derrota que era considerada
impossível por grande parte da população. Isso gerou um grande ressentimento na sociedade
alemã, o qual se aliou a uma forte nostalgia militarista que se espalhou pela Alemanha e
propagou violência no país.

Nesse contexto de violência, radicalização da política e da sociedade, crise econômica, temor


do comunismo soviético e ressentimento pela derrota, o nazismo encontrou espaço para surgir
e crescer dentro dos quadros políticos da Alemanha.

O austríaco Adolf Hitler, nascido em 1889, foi o grande líder do Partido Nazista. (Crédito:
Everett Historical e Shutterstock)

O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (no alemão, Nationalsozialistische


Deutsche Arbeiterpartei, ou apenas NSDAP) surgiu oficialmente em 1920 e era herdeiro do
Partido dos Trabalhadores Alemães, do qual Adolf Hitler fazia parte. Hitler rapidamente
ascendeu nos quadros desse partido e, em julho de 1921, já era líder e chamado de Führer
(significa líder).

Adolf Hitler nasceu na Áustria em 1889 e, durante a Primeira Guerra Mundial, ingressou no
exército do Império Alemão. Com o fim da guerra, Hitler juntou-se a grupos formados por ex-
combatentes que defendiam a recuperação da Alemanha para que ela retomasse a
prosperidade de outrora (havia uma nostalgia particular com o chamado Primeiro Reich, o
Sacro Império Romano-Germânico, e com o Segundo Reich, o Império Alemão fundado por
Otto von Bismarck).

Leia também: Solução final: o plano nazista de extermínio dos judeus na Europa

Crescimento do nazismo

Ao longo da década de 1920, o nazismo foi ganhando força nos quadros políticos da Alemanha.
Os membros do Partido Nazista organizavam-se como tropas militares extremamente
disciplinadas e devidamente uniformizadas. Essas tropas tinham como ideia central a
obediência cega e absoluta ao chefe do partido. Ao longo da década de 1920, realizaram
passeatas como demonstração de força e atacavam adversários políticos.

Em 1923, os nazistas organizaram uma tentativa de golpe na Baviera (estado do sul da


Alemanha). Essa tentativa de golpe, no entanto, foi fracassada, e muitos dos agitadores foram
presos, inclusive Adolf Hitler. Durante o período em que esteve preso, Hitler escreveu o livro
nomeado de Minha Luta (Mein Kampf), que organizou os preceitos básicos da ideologia
nazista: antissemitismo, antiliberalismo, antibolchevismo, racismo, exaltação da guerra,
nacionalismo extremado etc.

O livro "Mein Kampf" (Minha luta), do ditador nazista alemão Adolf Hitler. (Crédito: 360b /
Shutterstock.com)

O crescimento do Partido Nazista explorou consideravelmente o desespero de grande parte da


sociedade alemã com a crise econômica e política. Apesar de se autonomear como um partido
que representava os trabalhadores (nesse sentido estamos nos referindo às classes operárias),
o nazismo contou com grande apoio das classes médias da Alemanha. A partir de 1930, as
classes altas do país aderiram ao partido em larga escala.

O crescimento e fortalecimento do nazismo na Alemanha ao longo da década de 1920, além


de se apoiar na ótima capacidade retórica de Hitler, resultaram de uma estratégia criada no
sentido de infiltrar membros do partido em diferentes locais da sociedade para fortalecer a
difusão das ideias nas quais acreditavam.

A partir disso, o raio de ação do nazismo na Alemanha alcançava diferentes grupos, os quais
aderiram ao discurso salvacionista de Hitler, que prometia reerguer a Alemanha ao patamar de
potência novamente. Um dado interessante que reforça a adesão ao nazismo como fruto do
desespero é que, durante os anos da Grande Depressão (1929-1933, principalmente), 85% dos
membros do Partido Nazista estavam desempregados [6].

O fortalecimento do nazismo na Alemanha tornou Hitler uma figura conhecida da política


alemã. Em 1932, foram realizadas eleições presidenciais no país. Hitler recebeu 36,8% dos
votos e foi derrotado por Paul von Hindenburg, que contou com 53% dos votos. No entanto,
no ano seguinte, Hindenburg, pressionado, viu-se obrigado a nomear Hitler ao cargo de
chanceler da Alemanha, marcando o fim da República de Weimar.

Em 1934, Hindenburg faleceu, e Hitler acumulou os títulos de chanceler e presidente da


Alemanha. Isso deu maiores poderes a Hitler, que concretizou a implantação de seu regime
totalitário. Rapidamente, Hitler expurgou a política alemã e eliminou todas as possíveis
ameaças ao seu poder.
Nos anos seguintes, além de ter eliminado seus adversários, seja na direita não radical, seja na
esquerda, Hitler conseguiu recuperar a economia da Alemanha, iniciou o processo de
militarização do país, desafiou os termos do Tratado de Versalhes, formou uma massa de
seguidores fanáticos e iniciou o processo de expansão territorial do país. As ações de Hitler
levaram a Alemanha para uma nova guerra.

Suástica

Após a sua fundação, o Partido Nazista transformou a cruz gamada, também conhecida como
suástica, como seu símbolo. A suástica, que é um símbolo milenar, foi utilizada por diferentes
povos com diferentes significados (como os hinduístas). No contexto da Alemanha, a suástica
fazia referência à ideia do orgulho nacional germânico desde o século XIX. Muito
provavelmente, por esse motivo, os nazistas transformaram-na em símbolo do partido

A suástica era símbolo do partido nazista

Ideologia nazista

A ideologia nazista é bastante complexa e ampla, abordando diferentes questões. Os grandes


conceitos que fizeram parte desse movimento são:

antissemitismo;

antiliberalismo;

antibolchevismo;

racismo;

exaltação da guerra;
eugenia (ideal de purificação da raça);

exaltação da raça germânica;

nacionalismo extremo;

desejo de expansão territorial;

desprezo pelas artes modernas; etc.

Antissemitismo

Em Nuremberg, eram realizados grandes comícios (como esse da foto) do Partido Nazista.
(Crédito: Everett Historical e Shutterstock)

O antissemitismo, conforme mencionado, era algo que já existia na sociedade alemã desde o
século XIX. Não faltaram nomes na história alemã de personalidades que defenderam ideais
antissemitas. A aversão aos judeus assumia as formas de preconceito religioso e,
principalmente, de preconceito racial.

Hitler defendia a purificação da raça alemã – a começar pela expulsão dos judeus da sociedade
– e atribuía todos os males da sociedade alemã aos judeus, especialmente a derrota na guerra
e a crise econômica das décadas de 1920 e 1930. Essas teorias de que existia uma conspiração
internacional judaica eram inclusive divulgadas a partir de um livro russo de autor
desconhecido e muito conhecido na Alemanha chamado “Os protocolos dos sábios de Sião”.

O antissemitismo na Alemanha Nazista foi progressivamente levado a ações que tinham como
objetivo excluir os judeus da sociedade. O discurso radicalizado deu lugar a ataques
concentrados contra os judeus no que ficou conhecido como pogroms. Depois, houve a
implementação de leis que retiravam direitos dos judeus (destaque para as Leis de
Nuremberg) e, por fim, ações sistemáticas para o genocídio dessas pessoas.

Antimarxismo

O antimarxismo, representado na forma do antibolchevismo, era uma condição fundamental


da ideologia nazista e havia sido propagado por Hitler em seu livro e ao longo de seus
discursos. Hitler afirmava que o bolchevismo era parte da conspiração de dominação
internacional orquestrada pelos judeus. Ao longo dos anos no poder, Hitler doutrinou a
população alemã a considerar o bolchevismo como um inimigo natural do povo alemão e que
deveria ser destruído a todo custo.

Antiliberalismo

O antiliberalismo do nazismo fazia parte da tendência do partido em desacreditar das


democracias representativas que existiam na Europa (importante considerar que o nazismo
criticava contundentemente o sistema democrático da República de Weimar). Aqui é
importante considerar que a oposição do nazismo ao liberalismo não se voltava estritamente
ao liberalismo econômico (também visto por Hitler como parte da conspiração internacional
dos judeus), mas a todos os princípios básicos do liberalismo, como a democracia, o sistema de
representação, os direitos básicos do cidadão, como liberdade de expressão, liberdade de
manifestação política etc.

Racismo

O racismo na ideologia nazista partia do ponto da suposta superioridade da raça germânica,


difundida pelos nazistas como raça ariana. Esse ideal da superioridade era fruto do darwinismo
social e levou os nazistas a perseguir todo o tipo de minoria existente na Alemanha, além dos
judeus. Assim, ciganos, dinamarqueses, poloneses, entre outros, eram perseguidos e sujeitos a
uma germanização.

Espaço vital

Outro ponto importante da ideologia nazista era a formação de um “espaço vital” para a raça
ariana, no qual se desenvolveria o Terceiro Reich, o império que duraria mil anos e que seria
liderado, a princípio, pelo próprio Hitler. Essa ideia do espaço vital era conhecida como
Lebensraum e é explicada por Richard J. Evans da seguinte maneira:
Os alemães, na visão de alguns, precisavam de mais “espaço vital” - a palavra alemã era
Lebensraum –, e isso teria que ser obtido à custa de outros, mais provavelmente dos eslavos.
Não porque o país estivesse literalmente superpovoado – não havia evidência disso –, mas
porque aqueles que promoviam tais visões estavam tomando a ideia de territorialidade do
reino animal e aplicando-a à sociedade humana. Alarmados com o crescimento das
florescentes cidades da Alemanha, buscavam a restauração de um ideal rural no qual colonos
alemães seriam senhores sobre camponeses eslavos “inferiores” […][7].

Foi esse ideal de formação de um espaço vital que levou a uma série de ações expansionistas
da Alemanha na Europa ao longo da década de 1930 – a começar pela Áustria, em 1938,
anexada durante o Anschluss. A anexação da Áustria havia sido cogitada na Alemanha após a
Primeira Guerra Mundial, mas foi negada por franceses e britânicos no Tratado de Versalhes.
Depois disso, os alemães concentraram seus interesses nos Sudetos e na Checoslováquia e,
depois, na Polônia. A última etapa desse processo seria a conquista de parte da União
Soviética.

Culto à personalidade

Por fim, cabe fazer um destaque a respeito do culto à personalidade existente no nazismo.
Esse líder, conforme mencionado, era chamado pelos membros e seguidores do partido de
Führer. Richard Evans[8] afirma que esse termo foi utilizado pela primeira vez pelos seguidores
de um movimento de extrema-direita anticatólico que surgiu na Alemanha e era conhecido
como “Longe de Roma”. Os membros desse grupo (surgido no começo do século XX) usavam o
termo para se referir ao seu líder, chamado Georg Ritter von Schönerer.

Schönerer também foi o responsável por popularizar a utilização do termo Heil (Salve). Ambos
os termos entraram para o vocabulário da extrema-direita alemã e foram apropriados pelos
nazistas na menção do líder (Hitler) e na exaltação de sua personalidade a partir da expressão
Heil Hitler.

Leia também: Einsatzgruppen: os grupos de extermínio nazistas

Consequências do nazismo

Uma das maiores consequências e que, em geral, é atribuída aos nazistas foi o início da
Segunda Guerra Mundial. Esse conflito, que se estendeu durante seis anos (1939-1945),
iniciou-se por causa da política expansionista alemã sobre nações vizinhas. O estopim para o
início do conflito foi a invasão da Polônia, realizada pelos alemães a partir de 1º de setembro
de 1939. A Segunda Guerra foi responsável por aproximadamente 70 milhões de mortos.
Outra consequência foi a grande perseguição sobre os judeus nas décadas de 1930 e 1940.
Após Hitler ocupar o poder da Alemanha em 1933, os nazistas iniciaram um processo de
perseguição aos judeus, sobretudo a partir de 1935, quando foram aprovadas as Leis de
Nuremberg (leis que amparavam juridicamente essa perseguição). Uma das consequências
dessa perseguição aos judeus foi a construção de campos de concentração.

Campos de concentração

Os nazistas passaram a construir campos de concentração logo após assumirem o poder na


Alemanha, isto é, em 1933. O primeiro campo de concentração construído pelos nazistas foi o
campo de Dachau, que, inicialmente, abrigava presos políticos do regime nazista. Assim, esse
campo recebia social-democratas e comunistas, por exemplo.

À medida que os nazistas se fortaleceram, novos campos de concentração foram construídos e


passaram a receber uma gama maior de pessoas. Com isso, Testemunhas de Jeová, ciganos,
homossexuais, negros, além dos judeus, passaram a ser encaminhados para esses locais. Com
a guerra, foi criado um plano de extermínio dos judeus, que resultou na morte de 6 milhões de
pessoas em diferentes campos de concentração, sendo Auschwitz-Birkenau o maior e o
responsável pela morte de 1,2 milhão de pessoas. Para saber mais, leia: Principais campos de
concentração nazistas.

Holocausto

A perseguição aos judeus e a outras minorias promovida pelo nazismo ficou conhecida como
Holocausto. Atualmente, sabe-se que 6 milhões de judeus foram mortos em consequência
disso. Esse total correspondia a 2/3 dos judeus da Europa, pois, antes da guerra, a população
judia no continente europeu era de 9 milhões de pessoas.

Notas

[1] EVANS, Richard J. A chegada do Terceiro Reich. São Paulo: Planeta, 2016.

[2] HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995.

[3] RICHARD, Lionel. A República de Weimar 1919-1933. São Paulo: Companhia das Letras,
1988.
[4] HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995, p. 94.

[5] Idem, p. 97.

[6] HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995, p. 98.

[7] EVANS, Richard J. A chegada do Terceiro Reich. São Paulo: Planeta, 2016, p. 74.

[8] Idem, p. 83.

Por Daniel Neves

Graduado em História

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Nazismo"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/historiag/nazismo.htm. Acesso em 15 de julho de 2022.

Vídeoaulas

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Lista de exercícios

Exercício 1

O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido


Nazista, surgiu na Alemanha na década de 1920 e possuía filiação e origem política associadas
a grupos da extrema-direita alemã. Em relação às características da ideologia nazista, selecione
a alternativa INCORRETA.
a) Antibolchevismo

b) Eugenia

c) Liberalismo

d) Antissemitismo

e) Nacionalismo extremo

Exercício 2

O crescimento e o fortalecimento do nazismo dentro dos quadros políticos da sociedade alemã


aconteceram a partir da estratégia dos nazistas em explorar o desespero dos alemães,
relacionado, principalmente, à crise econômica que afetou o país durante a década de 1920,
no período conhecido como República de Weimar. Essa crise que atingiu a Alemanha foi
resultado, em partes, das indenizações cobradas da Alemanha após a Primeira Guerra
Mundial. Essas indenizações foram impostas pelo(a)

a) Tratado de Genebra.

b) Conferência de Munique.

c) Conferência de Berlim.

d) Tratado de Balfour.

e) Tratado de Versalhes.
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Essa indenização foi uma parte do Tratado de Versalhes, que impôs outras sanções duríssimas
à Alemanha, como a proibição de ter uma força militar superior a 100 mil homens e a perda de
uma série de territórios (dentro do próprio território alemão e até colônias na África). As
imposições do Tratado de Versalhes foram vistas como uma grande humilhação e arrastaram a
Alemanha para uma crise econômica sem precedentes em sua história, o que abriu caminho
para que partidos de extrema-direita ganhassem espaço na sociedade.

A sociedade alemã após a Primeira Guerra Mundial organizou-se em um sistema político


liberal que ressaltava os valores de um sistema democrático representativo e que foi
dominado pelo Partido Social-Democrata (o maior partido da Alemanha na década de 1920).
Esse período da história alemã ficou conhecido como República de Weimar e estendeu-se de
1919 a 1933.

Esse período, no entanto, foi extremamente conturbado por causa das consequências da
Primeira Guerra Mundial. A economia alemã entrou em colapso. A moeda do país sofreu
desvalorização fortíssima (Hobsbawm fala que a moeda alemã em 1923 havia sido reduzida ao
valor de um milionésimo de milhão do que valia em 1913)[4], e o desemprego alcançou 44%
nos anos da Grande Depressão[5].
Além disso, parte da sociedade sentiu-se traída com uma derrota que era considerada
impossível por grande parte da população. Isso gerou um grande ressentimento na sociedade
alemã, o qual se aliou a uma forte nostalgia militarista que se espalhou pela Alemanha e
propagou violência no país.

Nesse contexto de violência, radicalização da política e da sociedade, crise econômica, temor


do comunismo soviético e ressentimento pela derrota, o nazismo encontrou espaço para surgir
e crescer dentro dos quadros políticos da Alemanha.

O austríaco Adolf Hitler, nascido em 1889, foi o grande líder do Partido Nazista. (Crédito:
Everett Historical e Shutterstock)

O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (no alemão, Nationalsozialistische


Deutsche Arbeiterpartei, ou apenas NSDAP) surgiu oficialmente em 1920 e era herdeiro do
Partido dos Trabalhadores Alemães, do qual Adolf Hitler fazia parte. Hitler rapidamente
ascendeu nos quadros desse partido e, em julho de 1921, já era líder e chamado de Führer
(significa líder).

Adolf Hitler nasceu na Áustria em 1889 e, durante a Primeira Guerra

O nazismo, também conhecido como Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães,


foi um movimento político e social que surgiu na Alemanha logo após a Primeira Guerra
Mundial e alcançou grande notoriedade nos quadros políticos desse país. Assumiu o poder em
1933, quando Adolf Hitler tornou-se chanceler da Alemanha. Foi classificado pelos
historiadores como um movimento da extrema-direita. [1] [2] [3]

A ideologia nazista foi a grande responsável pelo extermínio de seis milhões de judeus durante
o Holocausto. Além dos judeus, outras minorias (como ciganos, homossexuais e negros) foram
perseguidas e aprisionadas em campos de concentração. A suástica tornou-se o grande
símbolo do nazismo.

Leia também: O nazismo era de esquerda ou de direita?

Resumo sobre o nazismo

O nazismo, ou Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, foi um partido da


extrema-direita que surgiu na Alemanha em 1920.

Surgiu escorado em ideais nacionalistas e extremistas que eram bastante difundidos na


Alemanha desde o século XIX, entre os quais estavam o antissemitismo.

O surgimento do nazismo aconteceu logo após a Primeira Guerra Mundial, em um momento


em que a Alemanha estava arrasada e humilhada após esse conflito.

O nazismo possuía princípios como o antibolchevismo, antiliberalismo, antissemitismo,


militarismo, exaltação da guerra, entre outros.

Os nazistas assumiram o poder em 1933, quando Hitler foi nomeado primeiro-ministro da


Alemanha. A partir desse momento, Hitler impôs uma série de mudanças no país, recuperando
a economia e implantando uma ditadura totalitária que perseguia seus opositores.

A Alemanha caminhou para o seu fortalecimento militar e para o expansionismo territorial, e o


resultado direto disso foi a guerra, iniciada em 1º de setembro de 1939, quando os alemães
invadiram a Polônia.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha estava destruída, e o mundo, chocado com o
horror do Holocausto, genocídio responsável pela morte de seis milhões de judeus.
Toda a bibliografia utilizada na elaboração desta publicação você encontra ao final do texto.

Origens do nazismo

As origens do nazismo estão primeiramente relacionadas com ideais extremistas que eram
difundidos na sociedade alemã na virada do século XIX para o XX, como o nacionalismo
extremado, exaltação da guerra como forma legítima de promover o desenvolvimento da
nação, antissemitismo (aversão aos judeus), preconceito racial contra outras minorias, como
os eslavos, etc.

A difusão desses ideais estava ligada ao darwinismo social (uma leitura incorreta da teoria da
evolução das espécies de Charles Darwin), que defendia a ideia de que existiam povos
biologicamente superiores. Dessa ideia nasceu o arianismo, que via o germânico (quem nasceu
na Alemanha ou etnicamente descendente de alemães), cunhado como “nórdico” ou “ariano”,
como naturalmente superior aos outros povos.

O antissemitismo também foi uma característica forte na Alemanha nesse período, mas não
somente na Alemanha como em diferentes partes da Europa também. O antissemitismo
encontrou eco em algumas personalidades alemãs, como Hermann Ahlwardt, Adolf Stöcker,
Ernst Henrici, Wilhelm Marr etc.

Vale dizer que o nazismo também foi um fenômeno político que surgiu na Alemanha por causa
das grandes mudanças que aconteceram após a derrota germânica na Primeira Guerra
Mundial. Nas questões econômicas, a Alemanha sofreu duramente com o impacto da guerra,
sobretudo por causa da pesada indenização que foi cobrada por britânicos, franceses e belgas.

Essa indenização foi uma parte do Tratado de Versalhes, que impôs outras sanções duríssimas
à Alemanha, como a proibição de ter uma força militar superior a 100 mil homens e a perda de
uma série de territórios (dentro do próprio território alemão e até colônias na África). As
imposições do Tratado de Versalhes foram vistas como uma grande humilhação e arrastaram a
Alemanha para uma crise econômica sem precedentes em sua história, o que abriu caminho
para que partidos de extrema-direita ganhassem espaço na sociedade.

A sociedade alemã após a Primeira Guerra Mundial organizou-se em um sistema político


liberal que ressaltava os valores de um sistema democrático representativo e que foi
dominado pelo Partido Social-Democrata (o maior partido da Alemanha na década de 1920).
Esse período da história alemã ficou conhecido como República de Weimar e estendeu-se de
1919 a 1933.
Esse período, no entanto, foi extremamente conturbado por causa das consequências da
Primeira Guerra Mundial. A economia alemã entrou em colapso. A moeda do país sofreu
desvalorização fortíssima (Hobsbawm fala que a moeda alemã em 1923 havia sido reduzida ao
valor de um milionésimo de milhão do que valia em 1913)[4], e o desemprego alcançou 44%
nos anos da Grande Depressão[5].

Além disso, parte da sociedade sentiu-se traída com uma derrota que era considerada
impossível por grande parte da população. Isso gerou um grande ressentimento na sociedade
alemã, o qual se aliou a uma forte nostalgia militarista que se espalhou pela Alemanha e
propagou violência no país.

Nesse contexto de violência, radicalização da política e da sociedade, crise econômica, temor


do comunismo soviético e ressentimento pela derrota, o nazismo encontrou espaço para surgir
e crescer dentro dos quadros políticos da Alemanha.

O austríaco Adolf Hitler, nascido em 1889, foi o grande líder do Partido Nazista. (Crédito:
Everett Historical e Shutterstock)

O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (no alemão, Nationalsozialistische


Deutsche Arbeiterpartei, ou apenas NSDAP) surgiu oficialmente em 1920 e era herdeiro do
Partido dos Trabalhadores Alemães, do qual Adolf Hitler fazia parte. Hitler rapidamente
ascendeu nos quadros desse partido e, em julho de 1921, já era líder e chamado de Führer
(significa líder).

Adolf Hitler nasceu na Áustria em 1889 e, durante a Primeira Guerra Mundial, ingressou no
exército do Império Alemão. Com o fim da guerra, Hitler juntou-se a grupos formados por ex-
combatentes que defendiam a recuperação da Alemanha para que ela retomasse a
prosperidade de outrora (havia uma nostalgia particular com o chamado Primeiro Reich, o
Sacro Império Romano-Germânico, e com o Segundo Reich, o Império Alemão fundado por
Otto von Bismarck).

Leia também: Solução final: o plano nazista de extermínio dos judeus na Europa
Crescimento do nazismo

Ao longo da década de 1920, o nazismo foi ganhando força nos quadros políticos da Alemanha.
Os membros do Partido Nazista organizavam-se como tropas militares extremamente
disciplinadas e devidamente uniformizadas. Essas tropas tinham como ideia central a
obediência cega e absoluta ao chefe do partido. Ao longo da década de 1920, realizaram
passeatas como demonstração de força e atacavam adversários políticos.

Em 1923, os nazistas organizaram uma tentativa de golpe na Baviera (estado do sul da


Alemanha). Essa tentativa de golpe, no entanto, foi fracassada, e muitos dos agitadores foram
presos, inclusive Adolf Hitler. Durante o período em que esteve preso, Hitler escreveu o livro
nomeado de Minha Luta (Mein Kampf), que organizou os preceitos básicos da ideologia
nazista: antissemitismo, antiliberalismo, antibolchevismo, racismo, exaltação da guerra,
nacionalismo extremado etc.

O livro "Mein Kampf" (Minha luta), do ditador nazista alemão Adolf Hitler. (Crédito: 360b /
Shutterstock.com)

O crescimento do Partido Nazista explorou consideravelmente o desespero de grande parte da


sociedade alemã com a crise econômica e política. Apesar de se autonomear como um partido
que representava os trabalhadores (nesse sentido estamos nos referindo às classes operárias),
o nazismo contou com grande apoio das classes médias da Alemanha. A partir de 1930, as
classes altas do país aderiram ao partido em larga escala.

O crescimento e fortalecimento do nazismo na Alemanha ao longo da década de 1920, além


de se apoiar na ótima capacidade retórica de Hitler, resultaram de uma estratégia criada no
sentido de infiltrar membros do partido em diferentes locais da sociedade para fortalecer a
difusão das ideias nas quais acreditavam.

A partir disso, o raio de ação do nazismo na Alemanha alcançava diferentes grupos, os quais
aderiram ao discurso salvacionista de Hitler, que prometia reerguer a Alemanha ao patamar de
potência novamente. Um dado interessante que reforça a adesão ao nazismo como fruto do
desespero é que, durante os anos da Grande Depressão (1929-1933, principalmente), 85% dos
membros do Partido Nazista estavam desempregados [6].
O fortalecimento do nazismo na Alemanha tornou Hitler uma figura conhecida da política
alemã. Em 1932, foram realizadas eleições presidenciais no país. Hitler recebeu 36,8% dos
votos e foi derrotado por Paul von Hindenburg, que contou com 53% dos votos. No entanto,
no ano seguinte, Hindenburg, pressionado, viu-se obrigado a nomear Hitler ao cargo de
chanceler da Alemanha, marcando o fim da República de Weimar.

Em 1934, Hindenburg faleceu, e Hitler acumulou os títulos de chanceler e presidente da


Alemanha. Isso deu maiores poderes a Hitler, que concretizou a implantação de seu regime
totalitário. Rapidamente, Hitler expurgou a política alemã e eliminou todas as possíveis
ameaças ao seu poder.

Nos anos seguintes, além de ter eliminado seus adversários, seja na direita não radical, seja na
esquerda, Hitler conseguiu recuperar a economia da Alemanha, iniciou o processo de
militarização do país, desafiou os termos do Tratado de Versalhes, formou uma massa de
seguidores fanáticos e iniciou o processo de expansão territorial do país. As ações de Hitler
levaram a Alemanha para uma nova guerra.

Suástica

Após a sua fundação, o Partido Nazista transformou a cruz gamada, também conhecida como
suástica, como seu símbolo. A suástica, que é um símbolo milenar, foi utilizada por diferentes
povos com diferentes significados (como os hinduístas). No contexto da Alemanha, a suástica
fazia referência à ideia do orgulho nacional germânico desde o século XIX. Muito
provavelmente, por esse motivo, os nazistas transformaram-na em símbolo do partido

A suástica era símbolo do partido nazista

Ideologia nazista

A ideologia nazista é bastante complexa e ampla, abordando diferentes questões. Os grandes


conceitos que fizeram parte desse movimento são:

antissemitismo;

antiliberalismo;
antibolchevismo;

racismo;

exaltação da guerra;

eugenia (ideal de purificação da raça);

exaltação da raça germânica;

nacionalismo extremo;

desejo de expansão territorial;

desprezo pelas artes modernas; etc.

Antissemitismo

Em Nuremberg, eram realizados grandes comícios (como esse da foto) do Partido Nazista.
(Crédito: Everett Historical e Shutterstock)

O antissemitismo, conforme mencionado, era algo que já existia na sociedade alemã desde o
século XIX. Não faltaram nomes na história alemã de personalidades que defenderam ideais
antissemitas. A aversão aos judeus assumia as formas de preconceito religioso e,
principalmente, de preconceito racial.
Hitler defendia a purificação da raça alemã – a começar pela expulsão dos judeus da sociedade
– e atribuía todos os males da sociedade alemã aos judeus, especialmente a derrota na guerra
e a crise econômica das décadas de 1920 e 1930. Essas teorias de que existia uma conspiração
internacional judaica eram inclusive divulgadas a partir de um livro russo de autor
desconhecido e muito conhecido na Alemanha chamado “Os protocolos dos sábios de Sião”.

O antissemitismo na Alemanha Nazista foi progressivamente levado a ações que tinham como
objetivo excluir os judeus da sociedade. O discurso radicalizado deu lugar a ataques
concentrados contra os judeus no que ficou conhecido como pogroms. Depois, houve a
implementação de leis que retiravam direitos dos judeus (destaque para as Leis de
Nuremberg) e, por fim, ações sistemáticas para o genocídio dessas pessoas.

Antimarxismo

O antimarxismo, representado na forma do antibolchevismo, era uma condição fundamental


da ideologia nazista e havia sido propagado por Hitler em seu livro e ao longo de seus
discursos. Hitler afirmava que o bolchevismo era parte da conspiração de dominação
internacional orquestrada pelos judeus. Ao longo dos anos no poder, Hitler doutrinou a
população alemã a considerar o bolchevismo como um inimigo natural do povo alemão e que
deveria ser destruído a todo custo.

Antiliberalismo

O antiliberalismo do nazismo fazia parte da tendência do partido em desacreditar das


democracias representativas que existiam na Europa (importante considerar que o nazismo
criticava contundentemente o sistema democrático da República de Weimar). Aqui é
importante considerar que a oposição do nazismo ao liberalismo não se voltava estritamente
ao liberalismo econômico (também visto por Hitler como parte da conspiração internacional
dos judeus), mas a todos os princípios básicos do liberalismo, como a democracia, o sistema de
representação, os direitos básicos do cidadão, como liberdade de expressão, liberdade de
manifestação política etc.

Racismo

O racismo na ideologia nazista partia do ponto da suposta superioridade da raça germânica,


difundida pelos nazistas como raça ariana. Esse ideal da superioridade era fruto do darwinismo
social e levou os nazistas a perseguir todo o tipo de minoria existente na Alemanha, além dos
judeus. Assim, ciganos, dinamarqueses, poloneses, entre outros, eram perseguidos e sujeitos a
uma germanização.
Espaço vital

Outro ponto importante da ideologia nazista era a formação de um “espaço vital” para a raça
ariana, no qual se desenvolveria o Terceiro Reich, o império que duraria mil anos e que seria
liderado, a princípio, pelo próprio Hitler. Essa ideia do espaço vital era conhecida como
Lebensraum e é explicada por Richard J. Evans da seguinte maneira:

Os alemães, na visão de alguns, precisavam de mais “espaço vital” - a palavra alemã era
Lebensraum –, e isso teria que ser obtido à custa de outros, mais provavelmente dos eslavos.
Não porque o país estivesse literalmente superpovoado – não havia evidência disso –, mas
porque aqueles que promoviam tais visões estavam tomando a ideia de territorialidade do
reino animal e aplicando-a à sociedade humana. Alarmados com o crescimento das
florescentes cidades da Alemanha, buscavam a restauração de um ideal rural no qual colonos
alemães seriam senhores sobre camponeses eslavos “inferiores” […][7].

Foi esse ideal de formação de um espaço vital que levou a uma série de ações expansionistas
da Alemanha na Europa ao longo da década de 1930 – a começar pela Áustria, em 1938,
anexada durante o Anschluss. A anexação da Áustria havia sido cogitada na Alemanha após a
Primeira Guerra Mundial, mas foi negada por franceses e britânicos no Tratado de Versalhes.
Depois disso, os alemães concentraram seus interesses nos Sudetos e na Checoslováquia e,
depois, na Polônia. A última etapa desse processo seria a conquista de parte da União
Soviética.

Culto à personalidade

Por fim, cabe fazer um destaque a respeito do culto à personalidade existente no nazismo.
Esse líder, conforme mencionado, era chamado pelos membros e seguidores do partido de
Führer. Richard Evans[8] afirma que esse termo foi utilizado pela primeira vez pelos seguidores
de um movimento de extrema-direita anticatólico que surgiu na Alemanha e era conhecido
como “Longe de Roma”. Os membros desse grupo (surgido no começo do século XX) usavam o
termo para se referir ao seu líder, chamado Georg Ritter von Schönerer.

Schönerer também foi o responsável por popularizar a utilização do termo Heil (Salve). Ambos
os termos entraram para o vocabulário da extrema-direita alemã e foram apropriados pelos
nazistas na menção do líder (Hitler) e na exaltação de sua personalidade a partir da expressão
Heil Hitler.

Leia também: Einsatzgruppen: os grupos de extermínio nazistas


Consequências do nazismo

Uma das maiores consequências e que, em geral, é atribuída aos nazistas foi o início da
Segunda Guerra Mundial. Esse conflito, que se estendeu durante seis anos (1939-1945),
iniciou-se por causa da política expansionista alemã sobre nações vizinhas. O estopim para o
início do conflito foi a invasão da Polônia, realizada pelos alemães a partir de 1º de setembro
de 1939. A Segunda Guerra foi responsável por aproximadamente 70 milhões de mortos.

Outra consequência foi a grande perseguição sobre os judeus nas décadas de 1930 e 1940.
Após Hitler ocupar o poder da Alemanha em 1933, os nazistas iniciaram um processo de
perseguição aos judeus, sobretudo a partir de 1935, quando foram aprovadas as Leis de
Nuremberg (leis que amparavam juridicamente essa perseguição). Uma das consequências
dessa perseguição aos judeus foi a construção de campos de concentração.

Campos de concentração

Os nazistas passaram a construir campos de concentração logo após assumirem o poder na


Alemanha, isto é, em 1933. O primeiro campo de concentração construído pelos nazistas foi o
campo de Dachau, que, inicialmente, abrigava presos políticos do regime nazista. Assim, esse
campo recebia social-democratas e comunistas, por exemplo.

À medida que os nazistas se fortaleceram, novos campos de concentração foram construídos e


passaram a receber uma gama maior de pessoas. Com isso, Testemunhas de Jeová, ciganos,
homossexuais, negros, além dos judeus, passaram a ser encaminhados para esses locais. Com
a guerra, foi criado um plano de extermínio dos judeus, que resultou na morte de 6 milhões de
pessoas em diferentes campos de concentração, sendo Auschwitz-Birkenau o maior e o
responsável pela morte de 1,2 milhão de pessoas. Para saber mais, leia: Principais campos de
concentração nazistas.

Holocausto

A perseguição aos judeus e a outras minorias promovida pelo nazismo ficou conhecida como
Holocausto. Atualmente, sabe-se que 6 milhões de judeus foram mortos em consequência
disso. Esse total correspondia a 2/3 dos judeus da Europa, pois, antes da guerra, a população
judia no continente europeu era de 9 milhões de pessoas.

Notas
[1] EVANS, Richard J. A chegada do Terceiro Reich. São Paulo: Planeta, 2016.

[2] HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995.

[3] RICHARD, Lionel. A República de Weimar 1919-1933. São Paulo: Companhia das Letras,
1988.

[4] HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995, p. 94.

[5] Idem, p. 97.

[6] HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995, p. 98.

[7] EVANS, Richard J. A chegada do Terceiro Reich. São Paulo: Planeta, 2016, p. 74.

[8] Idem, p. 83.

Por Daniel Neves

Graduado em História

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Nazismo"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/historiag/nazismo.htm. Acesso em 15 de julho de 2022.

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Hitler foi o idealizador e chefe político máximo do Nazismo*

Por Me. Cláudio Fernandes

A expressão “nazismo” deriva da sigla “nazi”, que foi usada como abreviatura para o Partido
Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, organizado por Adolf Hitler na década de
1920. Para se compreender as principais características do nazismo é necessário saber algumas
informações importantes sobre o contexto no qual ele se desenvolveu.
Contexto de origem do nazismo

Em 1919, ao fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha, tendo perdido a guerra, foi
submetida a humilhações e cobranças por parte dos países vencedores. A população ficou
marcada por essas humilhações e por vários outros efeitos da guerra, que se refletiam em
todos os setores: econômico, social, cultural etc. Essa atmosfera pós-Primeira Guerra produziu
um enorme ressentimento nos alemães com relação aos outros países, fato que revigorava o
extremismo nacionalista na Alemanha, originado ainda na segunda metade do século XIX.

A reorganização política da Alemanha após a Primeira Guerra ficou conhecida como a


República de Weimar, cidade onde foi elaborada a Constituição que deu as novas diretrizes
políticas ao país. O nazismo articulou-se dentro da República de Weimar com vários outros
partidos e facções políticas e paramilitares que fizeram pressão contra o novo poder instituído.
Entre essas outras facções, havia o movimento espartaquista, uma facção comunista
influenciada pela Revolução Russa, de 1917, e liderada por Rosa Luxemburgo.

Do ponto de vista econômico, a República de Weimar conseguiu resultados satisfatórios entre


os anos de 1924 e 1929, principalmente por conta de investimentos estrangeiros, sobretudo
vindos dos Estados Unidos. Entretanto, com a Grande Depressão Americana, a Quebra da
Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929, a economia alemã naufragou junto com a de seu
principal investidor. Essa nova situação de declínio econômico favoreceu a radicalização das
propostas do Nazismo

O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido


Nazista, surgiu na Alemanha na década de 1920 e possuía filiação e origem política associadas
a grupos da extrema-direita alemã. Em relação às características da ideologia nazista, selecione
a alternativa INCORRETA.

a) Antibolchevismo

b) Eugenia

c) Liberalismo

d) Antissemitismo
e) Nacionalismo extremo

Exercício 2

O crescimento e o fortalecimento do nazismo dentro dos quadros políticos da sociedade alemã


aconteceram a partir da estratégia dos nazistas em explorar o desespero dos alemães,
relacionado, principalmente, à crise econômica que afetou o país durante a década de 1920,
no período conhecido como República de Weimar. Essa crise que atingiu a Alemanha foi
resultado, em partes, das indenizações cobradas da Alemanha após a Primeira Guerra
Mundial. Essas indenizações foram impostas pelo(a)

a) Tratado de Genebra.

b) Conferência de Munique.

c) Conferência de Berlim.

d) Tratado de Balfour.

e) Tratado de Versalhes.

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Hitler foi o idealizador e chefe político máximo do Nazismo*


Por Me. Cláudio Fernandes

A expressão “nazismo” deriva da sigla “nazi”, que foi usada como abreviatura para o Partido
Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, organizado por Adolf Hitler na década de
1920. Para se compreender as principais características do nazismo é necessário saber algumas
informações importantes sobre o contexto no qual ele se desenvolveu.

Contexto de origem do nazismo

Em 1919, ao fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha, tendo perdido a guerra, foi
submetida a humilhações e cobranças por parte dos países vencedores. A população ficou
marcada por essas humilhações e por vários outros efeitos da guerra, que se refletiam em
todos os setores: econômico, social, cultural etc. Essa atmosfera pós-Primeira Guerra produziu
um enorme ressentimento nos alemães com relação aos outros países, fato que revigorava o
extremismo nacionalista na Alemanha, originado ainda na segunda metade do século XIX.

A reorganização política da Alemanha após a Primeira Guerra ficou conhecida como a


República de Weimar, cidade onde foi elaborada a Constituição que deu as novas diretrizes
políticas ao país. O nazismo articulou-se dentro da República de Weimar com vários outros
partidos e facções políticas e paramilitares que fizeram pressão contra o novo poder instituído.
Entre essas outras facções, havia o movimento espartaquista, uma facção comunista
influenciada pela Revolução Russa, de 1917, e liderada por Rosa Luxemburgo.

Do ponto de vista econômico, a República de Weimar conseguiu resultados satisfatórios entre


os anos de 1924 e 1929, principalmente por conta de investimentos estrangeiros, sobretudo
vindos dos Estados Unidos. Entretanto, com a Grande Depressão Americana, a Quebra da
Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929, a economia alemã naufragou junto com a de seu
principal investidor. Essa nova situação de declínio econômico favoreceu a radicalização das
propostas do Nazismo

soldado combatente da Tríplice Aliança. Após a guerra, Hitler passou a integrar um


grupo de ex-combatentes, de trabalhadores e de membros da classe média alemã que
desenvolveu uma ideologia cujo objetivo era resgatar a dignidade política da Alemanha,
o passado glorioso alemão, isto é, dar continuidade aos dois grandes impérios que a
Alemanha já havia protagonizado. Esse grupo fundou o Partido Nazista, que se tornou o
suporte político para o desenvolvimento do que Hitler denominou “Terceiro Império”
(Terceiro Reich).

Ainda antes da derrocada econômica de 1929, Hitler e seus aliados tentaram tomar o
poder. Em 1923, os nazistas articularam um golpe no Estado da Baviera e acabaram
sendo presos e condenados. Na prisão, Hitler aperfeiçoou sua ideologia e a deixou
registrada no livro “Minha Luta” (“Mein Kampf”). Todo o programa que o Partido
Nazista viria a executar estava nesse livro. Por meio do Partido Nazista, Hitler
conseguiu, gradativamente, eleger representantes no parlamento da República de
Weimar e também chegar ao segundo posto mais importante da chefia do país: o de
chanceler, ficando apenas abaixo do presidente Von Hindenburg.

Em 1933, após o parlamento alemão ter sido criminosamente incendiado (e o crime ter
sido reportado aos comunistas), Hitler e os nazistas passaram a pressionar o presidente
Hindenburg a lhe dar maiores poderes. A partir desse ano começou propriamente a
ditadura nazista. Com a morte de Hindenburg, em 1934, Hitler agregou à sua pessoa os
títulos de chanceler, de presidente e de “führer”, senhor e líder, de todos os alemães. O
regime nazista passou a ter um caráter completamente totalitário.

Características do nazismo

As características principais do nazismo, enquanto ideologia instituída no poder,


derivaram-se das ideias de Hitler desenvolvidas no período da prisão. O controle da
população por meio da propaganda era uma de suas principais ferramentas. O uso do
rádio e do cinema foi decisivo nesse processo para que as ideias nazistas fossem
propagadas. O antissemitismo era uma dessas ideias. O ódio aos judeus, a quem Hitler
atribuía a culpa por vários problemas que a Alemanha enfrentava, sobretudo problemas
de ordem econômica, intensificou-se no período nazista. Esse fato culminou no
Holocausto – morte de mais de seis milhões de pessoas em campos de concentração (a
maioria, judeus).

Associado ao antissemitismo, estava a noção racista e eugenista da superioridade do


homem branco germânico, ou da raça ariana, e a construção de um “espaço vital” para
que essa raça construísse seu império mundial. Esse espaço vital compreendia vastas
regiões do continente europeu, que segundo os planos de Hitler deveriam ser invadidas
e conquistadas pelos germânicos, já que a raça estava incumbida, por conta de sua
superioridade, de se tornar “senhora” sobre os outros povos.

As ideias de Hitler convenceram boa parte da população alemã, que acreditavam que a
sua figura de líder era a garantia de uma Alemanha próspera e triunfante. Essas
características do nazismo conduziram a Alemanha à Segunda Guerra Mundial, uma
guerra ainda mais sangrenta que a anterior, e ao horror da “indústria da morte”
verificada nos campos de extermínio.

Além disso, organizou a juventude hitlerista e deu apoio aos sindicatos e associações de
juristas, médicos, professores, funcionários e outros profissionais.

Características do Nazismo

O programa do Partido Trabalhista (1920) e os textos de Hitler sintetizaram sua


proposta ideológica do regime nazista:

Totalitarismo – O indivíduo pertenceria ao Estado não poderia ser liberal nem


parlamentar, pois não deveria fragmentar-se em função de interesses particulares. Como
o fascismo, o nazismo era antiparlamentar, antiliberal e antidemocrático. Deveria ter um
único chefe, o Führer. Esses princípios podiam ser resumidos em: um povo (Volk), um
império (Reich), um chefe (Führer).

Racismo – Segundo essa ideologia, os alemães pertenciam a uma raça superior, a raça
ariana, que sem se misturar a outras raças, deveria comandar o mundo. Os judeus eram
considerados seus principais inimigos. O combate a outras ideologias, como o
marxismo, o liberalismo, a franco- maçonaria e a Igreja católica, era fundamental.

Antimarxismo e Anticapitalismo – Para Hitler, o marxismo era produto do pensamento


judaico, uma vez que Marx era judeu e propunha a luta de classes; o capitalismo só iria
agravar as desigualdades, ambos atentavam contra a unidade do Estado.

Nacionalismo – Para o nazismo, as humilhações surgidas com o Tratado de Versalhes


deveriam ser destruídas. Deveria ser construída a Grande Alemanha, que constituía o
agrupamento das comunidades germânicas da Europa, como a Áustria, os Sudetos e
Dantzig.

O Nazismo no Poder
Com a crise de 1929, o descontentamento tomou conta da Alemanha. A classe média
desempregada, e a burguesia, temerosa com o crescimento do "Partido Comunista
Alemão", engrossaram as fileiras do "Partido Nazista".

Em 1932, empresas capitalistas passaram a dar-lhe apoio financeiro. Nesse mesmo ano,
vários candidatos nazistas venceram as eleições.

Em 1933, o apoio da alta burguesia levou o presidente Hindenburg a convidar Hitler


para ocupar o cargo de chanceler. Os nazistas chegaram ao poder, o que lhes dava mais
força para combater os partidos de esquerda.

Em 1934, morreu o presidente Hindenburg, e o Parlamento deu poderes a Hitler, que


passou a acumular os cargos de chanceler e de presidente.

Estava então instalada na Alemanha a sangrenta ditadura nazista, sustentada pela SS,
pela AS e pela Gestapo (polícia política da ditadura).

Com o início do Terceiro Reich, Hitler supriu o estado federalista. A bandeira do


Partido Nazista, com a suástica, passou a ser a da Alemanha.

Holocausto

O Holocausto foi o extermínio em massa de cerca de seis milhões de judeus nos campos
de concentração. Foi realizado pelo regime nazista de Adolf Hitler, na Alemanha,
durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O Preconceito contra o Povo judeu

Para os alemães, eles eram os únicos descentes puros dos arianos (os primitivos indo-
europeus), de modo que Hitler considerava seu povo uma "raça

superior". Em seu livro “Minha Luta” (1925), ele se refere aos alemães como as
"melhores espécies da humanidade".
Mesmo antes da guerra, durante os seis primeiros anos do nazismo (1933 a 1939), Hitler
instalou sua ditadura pessoal.

O antissemitismo é o preconceito contra o grupo étnico dos judeus – os semitas. Ele foi
propagado pelo III Reich por meio de leis, decretos e regulamentos discriminatórios
contra os judeus em toda a Alemanha.

Em 1935, foi assinada por Hitler a Lei de Nuremberg que criava a segregação imediata
do povo judeu.

Entre outras determinações:

proibia os judeus de serem atendidos em hospitais;

os estudantes universitários judeus não podiam mais fazer exames de doutorado;

nenhum judeu podia ser considerado alemão;

Eles não podiam trabalhar em qualquer agência governamental;

não era permitido que se relacionassem com os cidadãos.

Campos de Concentração e o Massacre dos Judeus

Holocausto

Campo de Auschwitz, o maior campo de concentração nazista

Com o desenrolar da Segunda Guerra Mundial e as derrotas se acumulando, as


perseguições aos judeus “seres inferiores” se acentuaram.

A partir de 1942, numa conferência realizada em Wansee, na periferia de Berlim, os


nazistas adotaram a “solução final”. Ficou acordado uma diretriz de massacre científico,
principalmente dos judeus.
Já existia na Alemanha e em outros países, campos de concentração nazista, onde
inimigos políticos, judeus e doentes mentais eram mantidos e muitos eram mortos.

Passou-se então à construção de campos de extermínio e para lá seriam levados


prisioneiros eslavos, ciganos, religiosos pacifistas e principalmente judeus.

Viviam na Europa cerca de oito milhões de judeus. A maior comunidade – 3 milhões de


pessoas moravam na Polônia, seguida da Romênia (800 mil) e pela Hungria (400 mil).

Por isso, a maioria dos campos de extermínio, como Auschwitz-Birkenau, Treblinka e


Sobibor, foram construídos na Polônia.

Para os campos de extermínio eram deportados prisioneiros de toda a Europa, das


regiões invadidas pelos alemães.

Os deportados acreditavam que iriam trabalhar para os nazistas. Alguns eram


empregados como mão de obra escrava em empresas alemães, como Bayer, BMW e
Telefunken.

Logo na entrada dos campos, médicos separavam os prisioneiros em duas filas. Velhos,
doentes e crianças iam imediatamente para a morte nas câmaras de gás, onde as placas
indicavam “chuveiros” ou “desinfecção”.

Os corpos seguiam para fornos crematórios. O médico Josef Mengele, morreu em 1986
no Brasil, onde morou escondido por muitos anos.

No auge de suas atividades, Auschwitz exterminava seis mil pessoas por dia nas
câmaras de gás ou mesmo pela fome.

Treblinka na Polônia, Dachau e Buchenwald na Alemanha, são alguns dos inúmeros


campos de concentração que lembram o horror do regime nazista.
Centenas de prisioneiros foram utilizados em terríveis “experiências” com novos
remédios pelo laboratório Bayer. Eles pagavam 170 marcos por cabeça e depois dos
testes as cobaias eram exterminadas.

Das vítimas eram retirados todos os valores, dentes de ouro, óculos e malas. Quando a
guerra acabou, descobriu-se que cerca de seis milhões de judeus, trezentos mil ciganos,
multidões de prisioneiros soviéticos, comunistas, socialistas e pacifistas religiosos
haviam sido massacrados.

Com as ofensivas militares na Alemanha pelas tropas aliadas, formam encontrados


milhares de prisioneiros nos campos de concentração.

No dia 27 de janeiro de 1945, as forças soviéticas foram as primeiras a chegar ao campo


de Auschwitz, o maior de todos.

Os prisioneiros que resistiram ao massacre foram libertados. As forças britânicas


libertaram 60.000 prisioneiros em Neuengamme e Bergen-Belsen, na Alemanha.

Forças norte-americanas libertaram

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