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Contexto geral

Maior conflito da história da humanidade, a Segunda Guerra concentrou grande parte das
batalhas na Europa entre 1939 e 1945 e pode ser dividida em duas fases.

A Segunda Guerra Mundial foi o maior conflito da história da humanidade por mobilizar países
de todos os continentes do planeta e apresentar cenários de guerra na Europa, África, Ásia e
Oceania entre 1939 e 1945. Nesse conflito, aconteceram eventos marcantes como o
Holocausto e o lançamento das bombas atômicas, e os historiadores estimam que entre 60 e
70 milhões de pessoas tenham morrido em todo o planeta em decorrência dessa guerra.

Nacionalismo

A partir do século XIX, o nacionalismo passou a reunir um conjunto de ideias, sentimentos e


atitudes no campo político. Nesse aspecto, o movimento identificou-se completamente com a
soberania do estado-nação, principalmente através do cidadão comum, que passou a lutar por
seu país como um corpo nacional único (nação).

Essas ideias e atitudes consolidaram a formação dos estados-nações contemporâneos, aliadas


as noções de soberania e cidadania, garantidas por uma Constituição mais participativa e
democrática.

Com o desenvolvimento da herança cultural, da noção de pertencimento a um povo e da


definição política das fronteiras nacionais, as ideias nacionalistas ganharam ainda mais espaço.

Em meados do século XX, após a Segunda Guerra Mundial, o nacionalismo foi marcado pela
ascensão de regimes totalitários na Europa, que misturaram as ideias nacionalistas com teorias
racistas, o que fez surgir movimentos extremistas como o nazismo e fascismo, principalmente
na Alemanha e Itália.

O nazismo, também conhecido como Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães,


foi um movimento político e social que surgiu na Alemanha logo após a Primeira Guerra
Mundial e alcançou grande notoriedade nos quadros políticos desse país. Assumiu o poder em
1933, quando Adolf Hitler tornou-se chanceler da Alemanha. Foi classificado pelos
historiadores como um movimento da extrema-direita.

A ideologia nazista foi a grande responsável pelo extermínio de seis milhões de judeus durante
o Holocausto. Além dos judeus, outras minorias (como ciganos, homossexuais e negros) foram
perseguidas e aprisionadas em campos de concentração. A suástica tornou-se o grande
símbolo do nazismo.

O fascismo foi um movimento político que surgiu na Itália e assumiu o poder desse país em
1922. O fortalecimento do fascismo italiano, conhecido como fascismo clássico, ocorreu em
um cenário de crise econômica, desalento com os resultados da Primeira Guerra Mundial e
medo do crescimento do socialismo na Itália.

Ao se falar em fascismo, porém, faz-se menção a um movimento político que surgiu na Itália
durante a década de 1910 e que governou o país entre 1922 e 1943. O fascismo na Itália
tornou-se um regime totalitário que possuía uma política autoritária, nacionalista e antiliberal
e foi liderado por Benito Mussolini, chamado pelos seguidores do fascismo de Duce (líder).

Quem foi Adolf Hitler?

Adolf Hitler é um dos grandes nomes do século XX, assim como é um dos grandes nomes da
história. O nome de Hitler, porém, não ficou conhecido por feitos positivos, mas pelo fato de o
austríaco ter comandado um regime tirânico que mergulhou a Alemanha no ódio e foi
responsável por mobilizar um país contra um povo. As ações de Hitler como líder do nazismo e
governante da Alemanha levaram o mundo à Segunda Guerra Mundial e ao maior genocídio
da história: o Holocausto.
Holocausto é como ficou conhecido o genocídio de judeus realizado a comando dos nazistas
durante a Segunda Guerra Mundial. Pelos judeus, ele é conhecido como Shoá, palavra em
hebraico que significa “calamidade”. Ao longo da guerra, os nazistas realizaram ações
sistemáticas de extermínio dessa etnia, e o resultado disso foi 6 milhões de pessoas mortas.

Antecedentes
1. Fim da Primeira Guerra mundial

A assinatura do Tratado de Versalhes aconteceu logo após o fim da Primeira Guerra Mundial,
na qual a Alemanha foi derrotada. Ele foi imposto à Alemanha e, com isso, eles perderam
territórios e colônias alemãs e foram proibidos de desenvolver sua indústria bélica.

Os alemães também tiveram que pagar indenizações à Inglaterra e França, o que ocasionou
uma crise econômica no país.

Para a população alemã, o tratado foi visto como uma humilhação (Humilhação de Versalhes).
O sentimento de humilhação da Alemanha resultou no crescimento do nacionalismo alemão,
que logo ocasionou a ascensão de grupos políticos como o Partido Nazista liderado por Adolf
Hitler.

2. Guerra Civil Espanhola

A maior crise que antecedeu a Segunda Grande Guerra: a Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939)
aconteceu na Espanha. Ela pôs em confronto o governo republicano de esquerda e a oposição
nacionalista, de inspiração fascista e comandada pelo general Francisco Franco.

Esta guerra é vista por muitos com um “ensaio” da Segunda Guerra Mundial. Ela foi um marco
importante para o teste de novos armamentos que italianos e alemães estavam colocando em
prática.

 A Segunda Guerra Mundial foi consequência dos ressentimentos que permaneceram


da Primeira Guerra Mundial. Esses ressentimentos, concentrados principalmente na
Alemanha por causa da derrota nessa guerra, da humilhação de Versalhes e da forte
crise econômica e política, permitiram o desenvolvimento do Partido Nazista, de
orientação de extrema-direita.
 O partido alemão, que possuía um discurso de nacionalismo extremo aliado a
tendências antissemitas, xenofóbicas e imperialistas, transformou a Alemanha sob a
liderança de Adolf Hitler, a partir de um rápido crescimento econômico. Assim, com
uma doutrinação imposta à população, a Alemanha fortaleceu-se economicamente e
militarmente e assumiu um expansionismo territorial que a levou a invadir e anexar
Áustria e Tchecoslováquia em 1938.

Os dois grandes grupos que lutaram na Segunda Guerra foram:

Eixo: composto por Alemanha, Itália e Japão, esse grupo foi formado a partir do Pacto
Tripartite, assinado entre esses três países protagonistas em 1940, com a guerra em
andamento

Aliados: composto principalmente por Reino Unido, França (oficialmente até 1940), Estados
Unidos e União Soviético (a partir de 1941).
Causas
Segunda Guerra Mundial teve como causa direta o expansionismo da Alemanha nazista ao
longo da década de 1930. O estopim para o conflito deu-se com a invasão da Polônia realizada
pelos alemães, em setembro de 1939. A Segunda Guerra Mundial ficou marcada pelos
horrores do Holocausto e do lançamento das bombas atômicas.

A Segunda Guerra Mundial está relacionada com a expansão do totalitarismo na Europa e teve
como causa direta o expansionismo germânico naquele período. Além disso, a derrota na
Primeira Guerra tornou-se fonte de humilhação e causa de uma grave crise econômica que
atingiu a Alemanha na década de 1920.

Esse cenário permitiu a ascensão do radicalismo da extrema-direita, cujo expoente máximo foi
o nazismo. Os nazistas criticavam os termos do Tratado de Versalhes, defendiam a
militarização da Alemanha e tinham opiniões abertamente antissemitas. O crescimento dos
nazistas durante a República de Weimar (1919-1933) foi exponencial, muito por conta de Adolf
Hitler.

Os nazistas, por fim, assumiram o poder na Alemanha, em 1933, e iniciaram a construção de


um governo totalitário. Progressivamente, eles procuraram recuperar a economia alemã e
reorganizar o exército alemão (desestruturado desde a Primeira Guerra). Uma vez que as
forças militares alemãs eram fortes o bastante, deu-se início à expansão territorial.

A expansão territorial defendida pelos alemães fazia parte de um elemento da ideologia


nazista que defendia a formação de um “espaço vital” que abrigaria os arianos. A prosperidade
dos alemães seria garantida por meio da exploração de povos enxergados como “inferiores”,
como os eslavos.

No final da década de 1930, os alemães voltaram-se, a princípio, contra a Áustria, nação


historicamente de idioma e cultura alemãs. Planos de unificação da Alemanha e Áustria tinham
sido ventilados após a Primeira Guerra, mas foram barrados durante as negociações que
levaram à assinatura do Tratado de Versalhes.

Acesse também: Saiba como se deu a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial

Em 1938, os alemães iniciaram uma campanha maciça para garantir a unificação dos dois
países. Isso se concretizou em março de 1938, em um evento conhecido como Anschluss.
Depois, os alemães voltaram-se contra a Checoslováquia, por conta de uma região daquele
país chamada Sudetos.

As exigências alemãs sobre os Sudetos alarmaram ingleses e franceses, e a tensão diplomática


na Europa aumentou. Para contornar essa situação, foi organizada a Conferência de Munique,
em 1938. Nessa conferência, ingleses e franceses, temerosos de que uma guerra fosse iniciada,
cederam às pressões alemãs e permitiram que os alemães invadissem o território da
Checoslováquia.

Um ponto importante da Conferência de Munique é que ingleses e franceses demandaram de


Hitler o compromisso de que a Checoslováquia seria a última exigência territorial da
Alemanha. Hitler firmou esse acordo, mas estava blefando. Ele não acreditava que ingleses e
franceses teriam coragem de declarar guerra aos alemães.

Assim, em 1939, Hitler colocou seu olhos sobre a Polônia. À medida que a tensão entre
Alemanha e Polônia aumentava, ingleses e franceses assinaram acordos militares com o
segundo país para resguardá-lo, em caso de agressão do primeiro. Como Hitler não acreditava
na resposta francesa e inglesa, ele ordenou o ataque contra a Polônia em 1º de setembro de
1939.

Esse ato de agressão foi considerado o estopim da Segunda Guerra, pois, dias depois, Reino
Unido e França declararam guerra à Alemanha.
Primeira fase: a blitzkrieg alemã (1939-1941)
A primeira fase da Segunda Guerra Mundial é marcada pela intensidade do desempenho da
Wehrmacht, o exército alemão. Nesse período, os alemães avançaram por diversas partes da
Europa conquistando e expandindo rapidamente o império nazista. Esse avanço foi possível,
em parte, graças à aplicação de uma tática de guerra inovadora para aquele período.

Chamada de blitzkrieg (guerra relâmpago em português), essa estratégia consistia em realizar


ataques maciços com a infantaria, artilharia, blindados e aviação contra um ponto focal do
exército adversário, o Schwerpunkt. Assim que as defesas adversárias dessem uma brecha, os
alemães aproveitavam-se dela com movimentação rápida, de forma a penetrar e separar o
exército inimigo.

O sucesso dessa tática permitiu que os alemães conquistassem rapidamente a Polônia,


Noruega, Holanda, Bélgica, Iugoslávia etc. O maior triunfo dos alemães nessa fase do conflito
ocorreu na vitória contra os franceses, surpreendendo o mundo pela sua rapidez. Os exércitos
franceses, obsoletos, não foram capazes de resistir aos exércitos alemães, principalmente pela
ineficiência dos comandantes franceses em entender a estratégia de ataque dos alemães.

Com o sucesso na Europa Ocidental, a Alemanha concentrou suas atenções contra o Reino
Unido e promoveu ataques aéreos pesados contra Londres e outras cidades inglesas. Os
ataques, no entanto, não foram suficientes para derrotar os ingleses. O passo seguinte de
Hitler foi planejar a invasão da União Soviética, em uma das maiores ações do conflito e
definidora dos rumos que a guerra tomaria.

A invasão da União Soviética aconteceu em junho de 1941, com o objetivo inicial de ser
conquistada pela Alemanha em cerca de oito semanas. Rapidamente, os alemães avançaram
sobre o território soviético, porém uma junção de fatores barraram a continuidade desse
avanço: as dimensões territoriais da União Soviética, a quantidade gigantesca de soldados e
recursos disponíveis aos soviéticos e a mudança climática no final de 1941, com a transição da
primavera para o inverno.

Ao final da 1941, a cúpula de poder dos nazistas – incluindo o próprio Hitler – já sabiam que a
Alemanha não possuía recursos para viabilizar a vitória contra a União Soviética. Hitler, porém,
rejeitou a resolução do conflito de maneira diplomática. O ano de 1942 trouxe uma grande
batalha no fronte soviético e uma derrota que custou caro aos nazistas em Stalingrado.

Pearl Harbor

O ataque à base naval estadunidense de Pearl Harbor, realizado em 7 de dezembro de 1941,


marcou o início do conflito entre Estados Unidos e Japão durante a Segunda Guerra Mundial.
Esse ataque foi uma tentativa – fracassada – de destruir a frota naval dos Estados Unidos que
estava no Havaí. A destruição completa da frota americana era fundamental para que o Japão
continuasse o seu projeto de conquista e expansão territorial sobre as ilhas do Pacífico.

O ataque a Pearl Harbor fazia parte do projeto de expansão territorial que o Japão havia
colocado em prática desde a década de 1930, quando havia iniciado a invasão da China. O
imperialismo japonês foi consequência do crescimento do nacionalismo, do militarismo e da
doutrinação que aconteceu no país após a Restauração Meiji e a reformulação do ensino. Essa
doutrinação defendia que o Japão era uma nação superior às outras e que tinha direito de
construir um grande império a partir da conquista de outros territórios por meio da guerra.

Uma vez iniciada a Segunda Guerra, o Japão rapidamente se expandiu para outras regiões da
Ásia: Cingapura, Malásia, Birmânia e Indochina, derrotando forças francesas e inglesas. Os
relatos dos confrontos nessas regiões registram as inúmeras crueldades e crimes de guerra
cometidos pelos soldados japoneses.
Consequências do ataque

O saldo de destruição do ataque para os americanos foi de mais de 2000 mortes e cerca de
cinco navios, que afundaram, além de muitos outros que foram danificados. No Japão, o
ataque a Pearl Harbor foi considerado e propagandeado como uma grande vitória da Marinha
japonesa. Esse ato levou os Estados Unidos a declararem guerra ao Japão. A estratégia
japonesa era impor rápidas derrotas aos Estados Unidos para forçar uma negociação e
rendição dos americanos. Entretanto, isso não aconteceu e, poucos meses após o ataque a
Pearl Harbor, os Estados Unidos passaram a dominar o conflito contra o Japão, com
importantes vitórias que aconteceram na batalha de Midway e na batalha de Guadalcanal
entre 1942 e 1943. O conflito entre as duas nações, contudo, estendeu-se até 1945, quando o
Japão rendeu-se após o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki por
parte dos Estados Unidos.

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