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ESCOLA SECUDARIA DE CHIBUTO

UNIDADE III: A 2ª GUERRA MUNDIAL (1939-1945) E OS MOVIMENTOS DE


LIBERTAÇÃO NACIONAL

A EUROPA E O MUNDO NAS VÉSPERAS DA II GM

Perante a Crise Económica Mundial de 1929 – 1930, impuseram-se os interesses


nacionalistas e destacaram-se os lideres que defendiam ditaduras. A situação na Europa era,
de facto, tensa e o conflito era iminente. As democracias liberais e burguesas que se tinham
imposto no século XIX estavam ameaçadas. A Europa e o Mundo sentiam um ambiente tenso
e instável, em que os regimes ditatoriais eram preferidos às democracias, significavam maior
segurança. Um pouco por todo o lado sucediam-se os golpes de estado e formavam-se
partidos de interesses totalitários, mesmo em países que mantinham os regimes liberais.

AS TENSÕES INTERNACIONAIS NAS VÉSPERAS DA II GM

 1931 – O Japão ataca a Manchúria Chinesa;


 1933 – A Alemanha abandona a SDN;
 1935 – Forças fascistas italianas atacam a Etiópia;
 1935 – A Alemanha ocupa a zona neutral do Sarre, que se encontrava sob controlo da
SDN e ocupa a Renânia;
 1936 – Anexação da Áustria – Hungria pela Alemanha e realização do Pacto de
Munique;
 1936-1939 – Tropas italianas e alemãs realizam intervenções militares contra a
Espanha;
 1938 – Anexação da Áustria pela Alemanha;
 1939 – A Itália invade a Albânia e a Alemanha ocupa a Polónia; a Alemanha assina
um pacto constituindo o Eixo: Berlim - Roma – Tóquio.

NB: O Fascismo constituiu de uma forma geral, com a sua política, a causa para a IIGM.
Com o enfraquecimento da SDN, muitos países abandonaram; daí não havia outra
alternativa senão à guerra. Por isso, nos inícios de 1939 nascem conflitos que servem de
arranque da 2ª GM. No extremo oriente, regista-se o avanço do capitalismo Nipónico
(Japonês) com tentativa de ocupar os países vizinhos. No Sudoeste da Europa estava
evidente a guerra civil na Espanha com a criação de dois blocos internos: Fascista e anti-
fascista.

A 2ª Guerra Mundial (1939-1945)


A Crise Geral originou a implantação do Fascismo. Com o Fascismo, o número de
descontentes aumentou-se; daí que criou-se as tensões internacionais, onde o Mundo ficou
dividido em dois blocos militares com interesses antagónicos:

 Bloco do Eixo – Alemanha, Itália e Japão (Países desfavorecidos na 1ª GM);

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 Bloco dos Aliados – Inglaterra, França e EUA (Países favorecidos na 1ª GM).

Causas da 2ª Guerra Mundial


 A Crise Geral dos países capitalistas dos anos 30 (Crise Económica Mundial);
 A falência da Sociedade das Nações (SDN);
 As lutas internas em algumas zonas da Europa, onde despontavam novas nações com
minorias nacionais;
 A defesa de medidas ditatoriais para solucionar a crise económica Mundial;
 As perdas materiais e as pesadas baixas sofridas na IGM.
 A Degradação dos níveis de vida da classe média alemã, italiana e de outros países
europeus;
 A corrida aos armamentos;
 A humilhação da Alemanha que criou um Nacionalismo forte e o desejo de vingança.

NB: Considerar outras causas que deram origem à 1ª GM.

O Inicio da 2ª Guerra Mundial


A Crise que antecede a IIGM entre Março e Abril de 1939, a Alemanha reivindicava certas
regiões que outrora lhes pertencera. Perante esta situação, a França e a Inglaterra
abandonaram a política de apaziguamento garantindo apoio total aos países ameaçados
(particularmente a Polónia).

A recusa da Polónia de entregar a cidade de Dantzique fez com que as tropas de Hitler
invadissem a Polónia no dia 1 de Setembro de 1939. Assim iniciava a 2ª GM. De imediato, a
Inglaterra e a França cumprindo com os seus compromissos declararam guerra à Alemanha
no dia 3 de Setembro de 1939.

As Etapas da 2ª Guerra Mundial

1ª ETAPA: AS Ofensivas Espectaculares do EIXO (1939-1941)


A Alemanha fortifica as suas ofensivas contra a Polónia, a França e os Países da
Escandinávia (Dinamarca, Suécia e Noruega) e dos Balcãs. Estas ofensivas eram compostas
por centenas de blindados. Daí que em pouco tempo, a Alemanha já havia anexado quase
toda a Europa com base na táctica de guerra relâmpago fortificada.

Em 1940, a França foi derrotada e ocupada pela Alemanha. A Alemanha pretendia anexar
também a Inglaterra com fortes combates e bombardeamentos e com essas ameaças forma-se
a grande aliança, constituída pela Inglaterra, França e EUA.

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A Entrada da URSS na 2ª Guerra Mundial
A 22 de Junho de 1941, os alemães atacaram a URSS em pretexto desta ter ocupado uma
parcela que a Alemanha pretendia. Os alemães compostos por cerca de três milhões de
homens, dez mil carros blindados e três mil aviões, ocuparam a capital russa. Como resposta,
a Rússia preparou a Grande Guerra Patriótica. Sendo assim, a URSS entrou na guerra para a
defesa da pátria.

A Entrada dos EUA na 2ª Guerra Mundial


Os EUA entraram na 2ª GM a 1 de Setembro de 1941, quando os japoneses atacaram a base
de Pearl Harbour (na Ilha de Hawai) sem declaração da guerra com objectivo de anexar.
Como resposta, os EUA entraram na guerra. A guerra alastrou-se pela África, onde os
alemães entraram no canal de Suez (no Egipto), uma colónia inglesa.

2ª ETAPA: A Reviravolta dos Aliados ou equilíbrio das forças (1942-1944)


Nesta fase, os aliados basearam-se da opressão efectuada pelos Nazis aos povos para os
outros poderem arrancar com a contra-ofensiva. Valeram-se do apoio da URSS e dos EUA no
fornecimento de armamentos e recursos humanos, arrancando assim com batalhas:

 No Pacífico (Maio de 1942 a Julho de 1943) – Houve uma reviravolta, ou seja,


reconquista do Pacífico pelos EUA aos japoneses.
 Batalha de Estalinegrado (Novembro de 1942 a Fevereiro de 1943) – Realizada na
URSS com a revolta do exército vermelho da Rússia; verificou-se a capitulação ou
rendição dos nazistas. Os russos já despertados arrancaram a sua terra. A derrota nazi
terá começado aqui.
 No Norte de África (Novembro de 1942 a Julho de 1943) – Registou-se uma contra-
ofensiva inglesa, reforçada pelo desembarque dos EUA nos Portos de Marrocos e
Argélia, no Mediterrâneo; daí a capitulação do Sul da Itália (Sicília). Esta queda
provocou a capitulação de Benito Mussolini.

3ª ETAPA: A Derrota NAZÍ e o fim da Guerra (1944-1945)


 Frente Ocidental (25/08/1944) – Intensos combates que resultaram com a
libertação de París dos Nazis. Os aliados avançaram rumo à Alemanha nos finais
de 1944.
 Frente Oriental – O exército vermelho ocupou a Áustria - Hungria e Bulgária.
Nos finais de 1944, o exército vermelho à porta da Alemanha. Tempo depois,
Berlim é cercado e Hitler suicida-se. A Alemanha capitula-se sem condições a 8
de Maio de 1945.

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A guerra ainda continuava entre Japão e os EUA. Para dar o fim, com a autorização do
presidente Norte-Americano Hanry Truman efectuou-se com o objectivo de aterrorizar todo
o Mundo, o lançamento das bombas atómicas nas cidades japonesas de Hirochima e
Nagazaki nos dias 6 e 8 de Agosto de 1945 respectivamente, seguindo a capitulação do Japão
a 2 de Setembro de 1945.

O carácter da 2ª Guerra Mundial


Inicialmente a guerra tinha um carácter imperialista, quando a Alemanha ocupa vários
países da Europa e depois nesses países os alemães reprimiam os prisioneiros da guerra,
roubavam os recursos agrícolas, industriais e mão-de-obra. Com a implantação do Fascismo
no seio dos presos, a guerra transforma-se em carácter anti-fascista.

Em suma: A 2ª GM teve um duplo carácter: Expansionista e Anti-Fascista.

A conferência de Paz de Potsdam


No período final da 2ª GM, realizou-se a Conferência de Paz em Potsdam (Alemanha) de
Julho a Agosto de 1945. Tomaram parte desta conferência, os representantes dos EUA
(Truman); da Inglaterra (Churchil) e Estaline (URSS). As principais decisões tomadas foram:

- O desmembramento da Alemanha para destruir o Nazismo;

- Desmilitarizar a Alemanha Nazi;

- Criação de um tribunal internacional para julgar os criminosos da guerra e seus actos;

- A constituição de um conselho de ministros para atender os tratados de paz;

- Proibição do serviço militar na Alemanha;

- Destruição das indústrias bélicas alemãs e de seus aliados; etc.

A Criação da Organização das Nações Unidas (ONU)


Na Conferência de Yalta (Rússia) fixaram-se análises pormenores da extinta SDN para
fundar a ONU. Assim, efectuou-se na cidade de São Francisco (EUA) um encontro e 50
países assinaram a Carta das Nações Unidas a 26 de Junho de 1945. Esta organização nascia
oficialmente em Outubro de 1945, com a sede em Nova York.

As Consequências da 2ª GM

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 A Criação da ONU – Com o objectivo de garantir a paz, garantir a segurança dos
povos, manter as relações económicas, assegurar os direitos do Homem, conquistar a
Paz sem derramamento do sangue;
 Perdas Humanas - Muitos judeus foram sufocados inocentemente, cerca de 60
milhares de soldados e civis mortos e um número incalculável de mutilados, feridos e
desaparecidos;
 Destruição Material – Rede de transporte, vias de comunicação e de transporte
destruídas;
 Decréscimo da produção industrial acompanhado pela desvalorização das moedas
europeias;
 Subida Económica Mais Uma Vez dos EUA – Os EUA e a URSS foram beneficiados
pela guerra em termos económicos, políticos e militares. Os outros países dos aliados
nada lhes valeram a guerra;
 Verificou-se falta de emprego, contínuos tumultos e greves sem soluções a vista em
quase todos os países participantes na guerra, sobretudo na Europa Ocidental;
 Alteração do Mapa Político do Mundo – Criação nos países do Leste, de novos
estados socialistas e o surgimento do estado de Israel em 1948;
 Derrota para os regimes ditatoriais (Totalitários), como o Fascismo e o Nazismo;
 Surgimento dos países emancipados do colonialismo, que passaram a designar-se de
países do “terceiro Mundo”;
 Surgimento de Blocos de Oposição e Guerra - Fria – Nasce um ódio entre as duas
superpotências mundiais (EUA e URSS). A URSS tinha a intenção de expandir o
Socialismo pelo Mundo e os EUA criavam uma opinião aos países capitalistas para
não aceitarem a política soviética (convista a evitar as revoluções)

Foram criadas as doutrinas Truman e Marshal com o objectivo de impedir o desenvolvimento


do comunismo no Mundo.

OS PAÍSES MAIS DSENVOLVIDOS DO MUNDO APÓS 2ª GM

Após 2ª GM, o mundo passou a ser dominado por duas superpotências, nomeadamente os
EUA e a URSS.

 OS EUA

Após 2ª GM, os EUA tornaram-se na grande superpotência económica e militar do mundo.

O poderio da sua indústria baseou-se na inovação tecnológica, na organização produtiva do


trabalho, através da mecanização da produção.

Dentre os principais ramos da industria dos EUA, destacaram-se a Petroquímica,


Aeronáutica, Electrónica Nuclear e Alimentar.

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Durante a guerra, a indústria e a tecnologia desenvolveram-se, abastecendo-se a Europa, com
bens de consumo e equipamento militar provenientes dos EUA. A guerra não afectou o seu
território, logo não houve perdas nem danos materiais e consequente despesa na reconstrução.

Em 1945 conseguiram produzir 50 por cento da energia do mundo e o seu stock de ouro era
aproximadamente 50 por cento do valor das transacções do comércio mundial. O dólar
passou a ser a moeda - padrão nas trocas internacionais e a Nova York dirigia o mundo
financeiro.

 A URSS

A 2ª GM criou condições para que a URSS se transformasse na segunda superpotência


mundial. Com efeito, aproveitando o enfraquecimento dos países da Europa do Leste,
destruídos pela guerra, a URSS exerceu a sua influência económica e o seu poder militar para
aí instalar regimes comunistas da sua confiança.

A criação do Conselho de Assistência Económica Mútua (COMECON), de que faziam


parte os países do Leste, alargou os mercados consumidores dos produtos soviéticos e
permitiu à URSS aumentar consideravelmente a sua produção e desenvolver a sua economia,
sobretudo com base nas indústrias Metalomecânica, dos transportes, Aeronáutica e de
armamento.

A Descolonização: conceito e factores


Descolonização – é um processo através do qual os povos submetidos ao domínio das
potências coloniais alcançaram a sua independência política.

Factores da Descolonização
 A Revolução Socialista de Outubro de 1917 – que contribuiu para a difusão de ideias
sobre a igualdade, liberdade e o direito de autodeterminação dos povos;
 O Abalo da II Guerra mundial e suas consequências – A destruição material e
humana provocada pela guerra colocou a Europa numa posição de dependência em
relação aos EUA no pós-guerra e, a partir de então, a Europa cede lugar ao domínio
de duas superpotências, nomeadamente: os EUA e a URSS;
 A Acção da ONU – Na sua carta, defendia o direito de autodeterminação dos povos
colonizados, o principio de igualdade entre os povos e as relações amigáveis. A ONU
foi um instrumento para o despertar do nacionalismo através da abertura ao mundo, as
missões de inquérito, as instituições especializadas, os discursos e relatórios que
ajudaram a criar uma opinião pública anti-colonialista no mundo;

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 A Politica dos EUA e da URSS- A política dos EUA no pós-guerra era anti-
colonialista e resultava da sua tradição democrática emanada nas suas origens
políticas; existia também o desejo de manutenção da política de portas abertas em
África e outras partes do mundo, bem como a necessidade de evitar a expansão do
comunismo soviético caso os russos fossem os primeiros a sair em defesa da África;
A URSS, por influência da Revolução Socialista defendia, na sua ideologia, uma
acção anti-colonialista. A influência comunista nas colónias se exercia por intermédio
dos partidos comunistas da metrópole e associações de ideologia marxista. Os russos
condenavam o capitalismo e colonização, acusando-os de serem os únicos culpados
pelas guerras que perigavam a paz no mundo. Por isso, o fim do colonialismo para os
russos não era somente uma tarefa de libertação, mas uma contribuição para a paz
mundial;
 O papel dos intelectuais – Os intelectuais desempenharam um papel histórico que
traduzia a necessidade de criação de uma sociedade nova reivindicando em vozes
altissonantes a libertação dos africanos da alienação cultural. Recorrendo à Negritude,
os africanos buscavam a sua afirmação como dotados de personalidade própria,
rejeitando a assimilação e a redução do africano a outrem.
 Os movimentos dos Estudantes – foram nos círculos estudantis e nas associações dos
estudantes que emergiu o nacionalismo africano. Essas associações foram criadas
pelos africanos que se encontravam a estudar no estrangeiro. Nos encontros, nos cafés
e noutros ambientes dos estudantes foram fermentadas as ideias nacionalistas em
meio a uma situação de discriminação racial onde os negros se encontravam a fazer os
seus estudos. Foram os próprios estudantes africanos no estrangeiro que contribuíram
para revelar a situação africana a meios europeus que até aí desconheciam a sua
essência;
 Os Partidos Políticos – foram criados partidos não elitistas no período pós-guerra,
eram partidos de massa cujos militantes recrutavam-se tanto no meio urbano quanto
no meio rural. Estes partidos eram sustentados por antigos militares, pelos sindicatos,
pelos estudantes, pelas organizações feministas, pelos agricultores, pelos negociantes,
etc.
 As Igrejas – No seio da religião cristã importada da Europa e dos EUA exprimia-se o
nacionalismo por meio da fé. Existia uma grande distância entre a mensagem cristã e
a prática. Reagindo ao cristianismo evangélico assente na discriminação entre negros
e brancos, surgiram o profetismo e o messianismo tipicamente africanos anunciando
novos tempos. O cristianismo evangélico fez nascer novas correntes religiosas que
apresentavam os brancos como demónios e os negros como anjos. As novas doutrinas
eram de combate e punham em causa a ordem colonial, sendo os dirigentes religiosos,
aos olhos das autoridades coloniais, os mais perigosos que os políticos.
 A Conferência Afro-Asiática de Bandung de 1955, na Indonésia – onde tomaram
parte os povos colonizados da África e Ásia. Esta conferência condenou o
colonialismo adoptando uma opinião favorável aos movimentos de libertação, bem
como o movimento dos países “não alinhados;

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 As contradições internas dos próprios colonizadores – O colonialismo estava
condenado ao desaparecimento com a chegada ao poder na Europa de partidos da
esquerda que aumentaram o movimento contra o colonialismo, cujos próprios
europeus manifestavam-se contra os abusos coloniais e contra a própria colonização
 A Conferência de Belgrado de 1961, entre outras.

Não-Alinhamento – foi uma doutrina seguida pelos países do 3º mundo, que consistia em
não alinhar com nenhum dos blocos (Socialismo e Capitalismo).

A Conferência de Bandung, ocorrida na Indonésia, à luz do novo clima de relações


internacionais, incorporando o ideal de Neutralidade num conflito Leste - Oeste, reuniu os
países recém independentes do 3º mundo.

Estas novas nações posicionaram-se pelo Não-Alinhamento e assumiram o seu


desenvolvimento económico para escaparem à Bipolarização EUA-URSS

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