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O apoio dos militares e das polícias foi essencial para a direita conseguir
chegar ao poder. Eles foram amparados por estes grupos, e todos tendiam ao
nacionalismo, por conta de experiências passadas com Estados estrangeiros e
guerras perdidas, que foram o embrião do fascismo. Exaltar o nacionalismo
legitimava a ação destes e ao mesmo tempo os tornava populares.
Não existia uma linha nítida que separava esses regimes reacionários e o
fascismo, pois ambos partilhavam dos mesmos inimigos e metas comuns. A
Igreja Católica Romana não era fascista, e por sua aversão a Estados
seculares com tendências totalitárias, veio a sofrer oposição do fascismo. No
entanto, os Estados corporativistas foi em grande parte elaborada em
ambientes fascistas, especialmente italianos, mas recorriam a tradição católica.
II
A grande diferença entre a direita fascista e a não fascista era que o fascismo
em si mobilizava as massas de baixo para cima; o fascismo se alegrava com a
mobilização destas grandes massas e mantinha-se na forma de teatro público,
simbolicamente. Os fascistas eram considerados os revolucionários da
contrarrevolução.
III
A ascensão da direita radical após a Primeira Guerra Mundial foi uma resposta
ao perigo da ascensão do poder operário e da revolução social; da Revolução
de Outubro e do leninismo. No entanto, há de se considerar duas restrições a
tese de que a reação da direita radical foi essencialmente em resposta ao
movimento de esquerda revolucionário.
O fascismo, por sua vez, foi um regime mais calcado nos interesses das
antigas classes dominantes, tendo surgido em reação a onda revolucionaria do
pós guerra, diferentemente da Alemanha, que foi uma reação a Grande
Depressão. A importância do fascismo recai no fato de ele ter sido o pioneiro
de uma nova versão da contra-revolução, que inspirou Hitler.
IV
O porque o liberalismo sofreu queda mesmo em países que não eram fascistas
é uma questão a ser refletida. Os radicais, comunistas e socialistas viam a era
da crise como a morte do sistema capitalista; afirmavam que o modo de
governar de acordo com a democracia parlamentar, apoiada pelas liberdades
liberais que fomentaram os movimentos trabalhistas e reformistas. Diante
destas situações, a burguesia se via obrigada a apelar para a coerção e para a
força, o que se assemelhava ao fascismo.