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Os sistemas totalitários na Europa do século XX

O que foi a República de Weimar?

A década de 1920, até a ascensão do nazismo, em 1933, foi um rico período na história
alemã. A Alemanha viveu um momento de transição, e a República de Weimar permitiu a
eclosão de inúmeros movimentos culturais de crítica e de contestação à sociedade burguesa
da época ou a algum de seus aspectos. Na época, surgiram movimentos importantes nas
Artes (no cinema, na literatura, nas artes plásticas, no teatro), na Ciência (especialmente na
Psicanálise, mas também na Psiquiatria, na Física, na Filosofia e nas Humanidades, como a
Escola de Frankfurt) e na Política (como a difusão do feminismo sufragista e a formação de
um primeiro movimento político pela descriminalização da homossexualidade no Código
Penal alemão). Nota-se, assim, um contraste dessa efervescência cultural de Weimar à
sociedade do totalitarismo e da censura da arte que seria instaurada logo em seguida pelo
nazismo.
Desmoralizada diante das derrotas durante a Primeira Guerra, a República alemã foi
instaurada com base em um acordo político na pequena cidade de Weimar (estado da
Turíngia), que resultou na renúncia do cáiser Guilherme II como resposta aos movimentos
que pediam mudanças profundas na sociedade alemã. Essa república tinha como sistema de
governo uma democracia representativa semipresencial, ou seja, o presidente nomeava um
chanceler que ficaria responsável pelo Executivo. A tentativa de modernizar o país ficou a
cargo dos partidos políticos progressistas, sucessores dos conservadores na direção do país.
A arte se beneficiou da empolgação com o novo sistema político. O cinema alemão produziu
filmes experimentais como o clássico Nosferatu (1922), enquanto as artes plásticas também
miravam nos contornos cubistas que se afastavam do tradicional classicismo germânico. A
chamada Escola de Frankfurt passava a dar cada vez mais fundamentos para o raciocínio
crítico e se desenvolvia consonante às pautas da descriminalização da homossexualidade e
do voto feminino.
Entretanto, é preciso entender a República de Weimar dentro de uma lógica de polarização.
Apesar de toda novidade advinda do período, Berlim seguia economicamente decadente. A
república parecia ineficiente para solucionar o desemprego e a estagnação da indústria que
reverberavam os resultados da Primeira Guerra. Aos olhos da burguesia alemã, o regime
republicano não seria capaz de trazer novamente a saudosa realidade das conquistas
imperiais e se tornou suscetível à discursos de restauração da glória do país. A fantasia de
um novo reich (império) invencível foi explorada pela retórica de Adolf Hitler, que, em seus
discursos, encontrou apoio popular nas camadas médias e aristocráticas que entendiam um
governo forte como possível maneira de retomar o crescimento do país.
Considerando esse cenário, você vai estudar, nesta aula, o período em que se instalaram os
sistemas totalitários na Alemanha, na França, em Portugal e na Espanha.
Carro distribuindo propaganda política do Partido Popular Alemão em Berlim (1924),
durante a República de Weimar.

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Breve contextualização
A crise gerada devido à Primeira Guerra Mundial acentuou os problemas socioeconômicos na
Europa. Grupos de proprietários e setores da classe média se encontraram desiludidos com
o sistema político-econômico liberal, que se mostrou incapaz de impedir a eclosão de novas
revoluções operárias. Com o colapso econômico e social gerado pela Primeira Guerra
Mundial e pela Grande Depressão, um vácuo ideológico foi disseminado em vários países. O
alastramento do socialismo representava uma ameaça para a classe média e, ao mesmo
tempo, para a elite econômica europeia, que se via cada vez mais endividada e falida. Assim,
o panorama caótico gerado na Europa, durante o período Entreguerras, foi campo fértil para
o fortalecimento de movimentos operários socialistas. Reforçados pelo exemplo da Rússia
soviética, socialistas e anarquistas em toda a Europa lutaram para avançar a revolução em
seus países.
Aproveitando o ensejo, os regimes totalitários se desenvolveram. Os governos, acreditando
que deveriam ser mais fortes, passaram a querer controlar a população, com o intuito de
garantir a obtenção dos seus objetivos. O povo, até então desacreditado, passou a ver,
nessas ideias, uma esperança da retomada de fundamentos nacionais. Enquanto uma parte
conduzia-se pelo socialismo, a outra buscava a participação em partidos ou movimentos
nacionalistas autoritários.
Quando se escuta falar sobre regimes totalitários, logo surge a ideia de regimes
controladores e repressores. De fato, esses governos possuem uma ideologia forte, ancorada
na manipulação e dominação da coletividade e na forte presença de noções de rigidez e
disciplina. Outra característica marcante é a concentração de poderes nas mãos de um único
governante, que controla a imprensa, por meio da propaganda, de forma manipular a
opinião pública.
O sentimento de humilhação gerou um revanchismo, tendência em ascensão de grupos
sociais em alguns países que procuravam superar a crise pós-guerra. Assim, os regimes
totalitários foram ganhando terreno propício ao seu desenvolvimento, tendo sido
implantados em vários países da Europa (Alemanha, Itália, Espanha, Portugal).
TOME NOTA
Como é o totalitarismo?
O totalitarismo é um tipo específico de regime político, tendo as principais características:
 autoritarismo e nacionalismo exacerbados;
 vigilância e controle sociais;
 único partido político oficial, que se confunde com a estrutura do Estado;
 desumanização de minorias sociais (socialistas, anarquistas, judeus,
homossexuais etc.).

A Alemanha nazista
A derrota alemã na Primeira Guerra, a sua decadência econômica e as imposições
estabelecidas pelo Tratado de Versalhes, somadas ao desespero da população germânica
diante do desemprego e da miséria, estimularam o caos social e constituíram a válvula
motivadora para a exacerbação do sentimento nacionalista e revanchista alemão.
Nesse contexto, surgem duas tendências: de um lado, a esquerda, simbolizada pelo Partido
Social Democrata e pelo Partido Comunista Alemão, e do outro, a extrema direita,
identificada pelo Partido Nazista (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães).
A pequena burguesia e os grandes capitalistas germânicos, que sonhavam com o retorno dos
anos de glória do Império Germânico (Reich), apoiaram Adolf Hitler (1889-1945), receosos
diante do avanço dos movimentos de esquerda.
A expansão do Partido Nacional Socialista começou no início dos anos 1920, associada às
tropas de assalto (SA), que faziam uso da violência para conter os movimentos de esquerda.
Em 1928, influenciado pela Internacional Comunista de Moscou, que apresentava uma
tendência de extrema esquerda, o Partido Comunista Alemão eliminou as possibilidades de
união com o Partido Social Democrata, acusado pelos comunistas de também estar
integrado aos interesses do grande capital.
A Crise de 1929 também contribuiu sensivelmente para a vitória nazista nas eleições para
o Reichstag (Parlamento), alcançando um número significativo de parlamentares (230
deputados) no Congresso. Apoiado pela alta burguesia, pelos latifundiários e pelos setores
médios urbanos, o Partido Nazista estava cada vez mais próximo de alcançar hegemonia nos
quadros políticos da Alemanha.
Sem o apoio dos nazistas, as alianças para a formação de um gabinete para o exercício da
governabilidade não poderiam acontecer, já que eles representavam um grupo político com
crescente participação. Diante desse quadro, o presidente Hindenburg (1847-1934) nomeou
Adolf Hitler como primeiro-ministro em 1933, momento após o qual o Partido Nazista passou
a consolidar seu poder eliminando toda sua oposição política. O governo ditatorial
começava a se cristalizar, adotando posturas severas, violentas e golpistas para alcançar o
poder, tais como incendiar o Parlamento.
Com a morte do presidente Hindenburg, a elite alemã e os militares apoiaram a unificação
dos cargos de chefe de Estado e de governo na figura de Adolf Hitler, que se consolidava
também como líder maior das forças armadas. Em 1934, um referendo nacional consolidou o
nome de Hitler como único Führer (líder) da Alemanha.
Em meio ao cenário da Grande Depressão, o governo nazista conseguiu restaurar a economia
e acabar com o desemprego em massa. Além disso, foram realizadas grandes obras públicas,
como rodovias de alta velocidade. Todo esse contexto impulsionou a popularidade do
regime.
A imprensa era submetida aos interesses do Estado totalitário; o panorama de censura e
repressão se intensificava, combatendo as forças oposicionistas, eliminando os partidos de
esquerda e garantindo o perfil político unipartidarista. Muitos opositores ao nazismo eram
presos, deportados, torturados ou mortos.
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No período de 1933 a 1939, o Estado alemão adotou uma educação militarista e uma política
expansionista, estimuladas por teorias pseudocientíficas, como aquelas que tentavam
fortalecer os ideais de superioridade racial, contidas no livro Mein kampf (Minha luta), de
Adolf Hitler, considerado a principal obra do nazismo. Com essa política, Hitler desobedeceu
ao Tratado de Versalhes, retomando a industrialização bélica da Alemanha e reunificando
seu território.
O nacionalismo exacerbado e a Teoria do Espaço Vital eram também elos que fortaleciam a
tendência expansionista do Terceiro Reich, dando forma a uma juventude nazista, que
abandonava cada vez mais seus interesses pessoais e voltava-se aos interesses corporativos
do Estado. Segundo a Teoria, cunhada por Friedrich Ratzel, toda raça considerada superior
deveria ter um espaço físico amplo para o seu desenvolvimento total e próspero. Advinda da
Biologia, ela estipulava que, para que isso acontecesse, existiriam etnias que deveriam se
sobrepor a outras, ou seja, estas perderiam sua cidadania e seus direitos civis, sendo
dominadas, completando o processo de evolução segundo o darwinismo social.
A perseguição a grupos de nacionalidades e etnias minoritárias (ciganos, africanos,
poloneses, latinos, russos) que viviam na Alemanha hitlerista e o fortalecimento de posturas
antissemitas constituíam estratégias fortalecedoras de elos de identidade nacional, criando
inimigos comuns para uma população que lutava para vencer a crise e as humilhações do
pós-guerra. Os povos germânicos, conhecidos como a raça nórdica, eram considerados a
raça pura e superior, e outras etnias eram perseguidas e até assassinadas. Igrejas cristãs
foram reprimidas, e a educação era focada no ensino da biologia racial, cujo objetivo era
propagar a ideia de raça superior como a única aceitável e possível. Mesmo as expressões
artísticas eram controladas, só sendo permitidas as que o governo promovia e endossava,
enquanto outras eram silenciadas.
A Itália fascista
Pertencente ao grupo de países que venceram a guerra, a Itália ainda assim encontrava-se
em uma situação de retração econômica e humilhação nacional. Isso se explica pelo fracasso
de sua campanha expansionista, que não conquistou os territórios esperados, ao mesmo
tempo que a morte de seus soldados, as perdas civis e os prejuízos econômicos, acarretados
pela guerra, agravaram todo o cenário. Além das perdas provocadas pela guerra, os líderes
italianos exigiam um maior reconhecimento indenizatório por parte do Tratado de
Versalhes.
Uma parcela significativa da população italiana fazia oposição aos antigos governantes
liberais por entender que eles teriam agido de forma incompetente e corrupta na gestão do
Estado italiano, fato que contribuiu para a ascensão de uma nova composição política, o
fascismo.
O crescimento do número de adeptos do partido socialista, em 1920, esteve relacionado à
estagnação econômica e ao crescimento das forças operárias de esquerda. A partir desse
período, os italianos vivenciaram o aumento das ocupações de fábricas e a ampliação do
número de conselhos operários, o que preocupava de forma significativa a alta burguesia,
que, detentora do grande capital, passou a financiar partidos de extrema direita,
abandonando as forças políticas ligadas ao pensamento liberal.
O Partido Comunista Italiano, fundado em 1921, tendo como um de seus fundadores
Amadeo Bordiga (1889-1970), pregava a conquista e o desmonte do Estado e a instalação
dos conselhos de fábrica, não admitindo uma aliança entre socialistas (tendência à ditadura
do proletariado) e social-democratas (tendência reformista) contra os fascistas, pois, para
Bordiga, tanto a social-democracia quanto o fascismo representavam duas faces de um
mesmo inimigo: a burguesia. No entanto, também em 1921, surgia o Partido Nacional
Fascista, idealizado por Benito Mussolini, o qual almejava alcançar o poder por meio da
incorporação de ações violentas para manter a ordem.
TOME NOTA
A origem do termo fascismo é italiana (fascio: palavra derivada de fascis, que em latim
significa “feixe, fardo de varas”, símbolo da justiça e do autoritarismo romanos).
Benito Mussolini (1883-1945) foi a referência da organização da liderança fascista. Filho de
um ferreiro socialista e de uma professora primária, tornou-se professor e, após estudar na
Suíça, jornalista.
Mussolini declarava-se, inicialmente, socialista, mas não é possível afirmar que ele
realmente tivesse uma ideologia definida, pois não se desenvolveu de forma apropriada na
prática marxista e estava bem mais próximo das tendências corporativas sindicais, que
tendiam a camuflar a luta de classes em detrimento dos ideais bolcheviques.
Em um dado momento, Mussolini defendeu a neutralidade italiana diante da Primeira
Guerra; entretanto, em outra ocasião, apoiou o conflito e a participação italiana ao lado da
Entente. O líder fascista aproveitou-se da conjuntura de caos para se projetar no meio
político como alguém que conhecia estratégias de vinculação com as camadas mais
humildes e que, por isso, poderia representar o povo.
Mussolini também foi o fundador do movimento Fasci di Combattimento, milícia do Partido
Fascista, que atacava jornais e associações operárias, combatendo o movimento comunista.
Os líderes fascistas costuravam relacionamento com as massas populares e as camadas
médias; ao mesmo tempo, eram financiados pela decadente e endividada elite econômica,
que buscava, por meio dessas lideranças carismáticas, assegurar o controle político em seus
países.
TOME NOTA
Paralelamente ao fascismo europeu, projetava-se na América Latina o sistema populista,
também como um instrumento ideológico de manipulação de massas para a garantia de
uma suposta estabilidade em época de crises.
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A burguesia italiana, em meados de 1922, apoiava e financiava ações do Partido Fascista,
com o objetivo de limitar e extinguir os movimentos de esquerda. Em 27 de outubro do
mesmo ano, militantes fascistas (conhecidos como camisas negras) realizaram a Marcha
sobre Roma, exigindo melhorias sociais, mas sua real motivação era a busca pelo poder.
Os fascistas de Mussolini alcançaram o poder com o apoio do Estado burguês. O rei Vitor
Emanuel III (1869-1947) convidou Benito Mussolini para organizar o novo governo,
inicialmente de caráter parlamentarista. Em abril de 1924, os fascistas já apresentavam
maioria no Parlamento; ao mesmo tempo, a oposição foi sendo combatida, com muitos
parlamentares executados, exilados ou aprisionados. Esse foi o contexto de implantação do
regime totalitário na Itália.
No governo fascista, a imprensa era estatal. Além disso, o Congresso italiano não tinha
poder de expressão e era submisso ao Poder Executivo. Já os trabalhadores estavam
submetidos aos decretos e às regulamentações da Carta del Lavoro.
O regime fascista era corporativista, buscava unir a sociedade em nome de um Estado
nacional que reprimisse os anseios e interesses classistas, devotando a dimensão dos
interesses sociais a um Estado forte. No entanto, o que realmente se ergueu foi um Estado
autoritário burguês, cujas manobras direcionadas às camadas populares as fizeram
acreditar que os interesses nacionais prevaleciam sobre os individuais. Muitos chegaram a
devotar a esperança de que reviveriam o período áureo do Império Romano.
No plano econômico, o Estado administrava a economia estimulando a indústria pesada e o
setor bélico. Os fascistas acreditavam que o Estado alcançaria grande expressão econômica
e contribuiria para o equilíbrio social. Mediante essa justificativa, os italianos de Mussolini
marcharam para uma campanha imperialista e dominaram a Etiópia, o que acabou
transferindo para a Itália grandes prejuízos.
Em 1929, Vitor Emanuel III e Benito Mussolini participaram da idealização do Tratado de São
João de Latrão, com o papa Pio XI. De um lado, a Igreja Católica reconhecia a Itália
unificada; de outro, recebia o reconhecimento de um Estado católico no interior do país: o
Vaticano. Além da oficialização do Vaticano, a Igreja recebeu uma indenização e o direito da
educação católica nas escolas da Itália.
Portugal e Espanha
Os autoritarismos italiano e alemão serviram de referenciais para outros movimentos que
marcaram diferentes localidades na própria Europa.
Nas décadas de 1920 e 1930, os modelos fascistas alcançaram a Península Ibérica. No Estado
português, esse regime recebeu o nome de salazarismo, em referência a Oliveira Salazar
(1889-1970); na Espanha, foi reconhecido como franquismo, fazendo alusão ao general
Francisco Franco (1892-1975).
A origem da república hispânica está associada ao ano de 1931. Ela sofreu instabilidade
política devido às disputas pelo governo entre membros da esquerda (que detinham o
poder) e as camadas direitistas.
A história do autoritarismo na Espanha está vinculada à vitória nas eleições de 1936 da
Frente Popular (ou forças republicanas), que reunia os grupamentos de esquerda.
Associados aos militares, aos grandes proprietários e à Igreja, os setores conservadores
reagiram, liderados pelo general Franco. Dessa forma, a vitória da oposição nas eleições foi
combatida pelas elites, dando início à Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
De várias partes do mundo, voluntários alistavam-se nas brigadas internacionais para
combater os franquistas da Falange Espanhola Tradicionalista, que ascenderam ao poder na
Espanha por meio de um golpe militar, fazendo uso de práticas violentas contra seus
opositores.
Os franquistas foram apoiados pelas forças militares nazifascistas, que destruíram a cidade
espanhola de Guernica, acusada de ser um reduto comunista. A Itália e a Alemanha
utilizaram a intervenção militar na Espanha como palco para o treinamento de suas tropas,
antecedendo as operações que levariam à Segunda Guerra Mundial.
Em Portugal, a república, proclamada em 1910, não conseguiu solucionar os sérios
problemas de ordem socioeconômica do país, facilitando a implantação de um golpe militar
em maio de 1926.
O aprofundamento da insatisfação popular e a possibilidade de avanço dos movimentos de
esquerda fizeram a elite portuguesa apoiar o golpe de 1926, liderado pelos militares Óscar
Carmona e Gomes da Costa. Mesmo assim, os problemas financeiros de Portugal não foram
sanados, e, em 1928, Óscar Carmona, antes proclamado presidente apenas por decreto, foi
legitimado por meio dos votos, nomeando António de Oliveira Salazar para ministro da
Fazenda de Portugal.
Com uma política econômica rígida e um alto controle das despesas, Portugal alcançou o
equilíbrio das finanças do país. Salazar conseguiu o apoio popular, sendo nomeado, em
1932, presidente do conselho de ministros, equivalente ao cargo de chefe de governo. Após a
nomeação, foi preparada uma nova Constituição, aprovada por plebiscito, em 1933, a qual
pôs fim ao período da Ditadura Militar e deu início ao Estado Novo.
O novo regime caracterizou-se pelo autoritarismo, nacionalismo e corporativismo,
assemelhando-se ao fascismo. Dos 41 anos de Estado Novo, 35 foram liderados por Salazar.
O período teve fim com a Revolução dos Cravos, em abril de 1974, que derrubou o governo
de Marcelo Caetano.
TOME NOTA
A política imperialista de Salazar tentou resgatar uma suposta idade de ouro do
colonialismo lusitano. Salazar pôs bastante ênfase na manutenção das colônias africanas de
Portugal (sobretudo Angola e Moçambique), apoiando, inclusive, um movimento cultural de
cunho conservador, chamado luso-tropicalismo, capitaneado inicialmente pelo intelectual
brasileiro Gilberto Freyre e, mais tarde, cooptado pelo salazarismo.

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