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RESENHA
Wallerstein, Immanuel – As Agonias do Liberalismo - Revista Lua Nova (34) • Dez 1994.
Uberlândia - MG
2022
A Revolução Francesa deixou diversas marcas na sociedade. Uma das principais
marcas, foi o momento simbólico do fim do ancien régime, marcando uma mudança
política profunda. Marcando também o entendimento de que mudanças políticas eram
normais, e que, eram feitas pela própria população, o poder estava em suas mãos e não
mais nas de um soberano.
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Wallerstein, Immanuel – As Agonias do Liberalismo - Revista Lua Nova (34) • Dez 1994. p.119.
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Idem. p.120.
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Idem. p.121.
exatamente para impedir que o governo seja de todos. Sendo assim, o liberalismo não se
apresenta como antiestatista, mas sim, como antidemocrático, “o liberais defendiam
sempre que apenas o reformismo racional barraria o advento da democracia, um
argumento que ao final seria aceito com simpatia por todos os conservadores
inteligentes.”4 Essa característica, acaba remontando as próprias raízes do liberalismo,
sendo esse, um dos objetivos do liberalismo como ideologia.
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Idem. p.122.
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Idem. p.122.
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Idem. p.122.
foi o auge da hegemonia norte-americana e da legitimação global da ideologia liberal.
Um período de grande expansão da economia mundial, em diferentes partes do mundo,
porém, beneficiando mais o norte global em relação ao sul.
Neste período acontece também a chamada “Guerra Fria”, um conflito entre EUA
e URSS, porém, que não ocorrem conflitos nos países em guerra ou na Europa. Em
contrapartida, ocorreram diversos conflitos em outras partes do mundo, principalmente
na Ásia. Esses conflitos aconteciam de diferentes formas, no caso coreano, onde o país
foi dividido em dois, um lado, apoiado pelos norte-americanos e o outro pelos soviéticos,
de forma similar ao que acontecia na Alemanha. Já no caso do Vietnã, a luta nacional
tinha apenas um lado, a dos movimentos de libertação nacional, que não queriam ter
nenhum conflito com os EUA e a Europa, apenas queriam ser deixados em paz por esses
países, baseando-se na própria estrutura dos países imperialistas, “Os movimentos de
libertação nacional estavam, desse modo, protestando contra os poderosos e o faziam em
nome do cumprimento da agenda liberal de autodeterminação das nações e de
desenvolvimento econômico dos países subdesenvolvidos.”7
7
Idem. p.125.
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Idem. p.125.
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Idem. p.126.
questionar os próprios liberais, e o que distinguia aquele grupo dos demais, o que fazia
eles estarem entre os “melhores”. O movimento de 1968, foi como um rápido brilho na
história, em apenas três anos ele acabaria, porém, acabou deixando muitas marcas, a
principal delas talvez seja marcar o fim da era de uma centralidade do liberalismo, ou
como a única ideologia possível, recolocando-a como uma dentre tantas outras estratégias
políticas.
O período de 1968-1989 teve como seu último marco, o colapso dos comunismos.
Esse período, de acordo com o autor, gerou um enorme caos político/social. Esse caos,
parece surgir da grande insatisfação da população com a desigualdade do sistema e
consequentemente, a falta de democracia. Deste assunto, o autor mostra dois fatores: “o
crescimento do total da riqueza material e o fato de que não apenas um punhado de
pessoas, mas certamente menos do que a maioria delas até agora pôde viver bem”10 Sendo
assim, é necessário a busca por um modelo mais igualitário e democrático e para isso, é
precisar atuar em frentes intelectuais/culturais para tratar o problema do eurocentrismo,
requisito básico para a igualdade das pessoas, dos cidadãos, de qualquer nacionalidade,
raça ou religião.
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Idem. p.133.