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Organização do Espaço Mundial (Globalização e o Cenário Mundial)

A Teoria da Regionalização Mundial tem por objetivo identificar grandes áreas do planeta com
características próximas, no que diz respeito à população e a economia, ou ainda, semelhanças na
Formação Sócio-Econômica-Espacial. Nesta aula não será abordada a tradicional divisão do planeta em
continentes, ou seja a regionalização a partir de critérios naturais.

As Ciências Sociais buscam criar uma metodologia apropriada para lidar com a enorme diversidade e
também para compreender as diferentes realidades encontradas no planeta. Para compreender um texto,
em especial um Clássico, deve-se inicialmente analisar o momento histórico a que ele se refere e/ou foi
escrito; só a partir daí seus conceitos podem ser interpretados.

Esta observação sobre diferentes metodologias e conceitos ao longo da história é de grande utilidade em
todas as aulas, a principiar pelas diferentes formas de regionalização propostas até a atualidade. Não se
pode esquecer que com o decorrer da história, novas metodologias surgem e novos conceitos são lançados
para diagnosticar com maior propriedade a dinâmica realidade das sociedades.

Países Desenvolvidos e Subdesenvolvidos

O economista Joseph Alois Schumpeter (1883-1950) foi um dos precursores desta proposta de
regionalização. Ele propôs o conceito de desenvolvimento econômico condicionado às idéias de inovação
tecnológica e da ruptura do “fluxo circular”. Schumpeter privilegiou a atuação do empreendedor, do inovador
na superação da condição de pobreza, da precariedade. Assim estabeleceu a divisão do mundo entre
aqueles que se desenvolveram e os que supostamente poderiam se desenvolver.

Entre as diversas escolas do pensamento econômico se destacam as seguintes idéias:

* Liberalismo - o subdesenvolvimento é sinônimo de estagnação econômica.

* Neoliberalismo - criou os rótulos “países em desenvolvimento” e “países emergentes”, e posicionou os


antigos “subdesenvolvidos” dentro de uma fase do desenvolvimento.

* Estruturalismo - estabeleceu que, além das razões econômicas, o subdesenvolvimento era resultante da
fragilidade das instituições próprias de cada Estado.

* Keynesianismo - determinou o subdesenvolvimento como fruto da ausência de um Estado forte, capaz de


impor medidas reguladoras, subsídios e protecionismo alfandegário.

* Teoria da Dependência - argumentou que o subdesenvolvimento é resultado de trocas internacionais


desiguais e não da ausência do desenvolvimento, portanto, é produto do desenvolvimento desigual de
outros países.

Países Centrais e Periféricos


Rosa Luxemburgo (1870-1919), filósofa marxista e militante revolucionária cuja bandeira era “Socialismo
ou barbárie”, foi grande defensora desta proposta de regionalização. No sistema capitalista, segundo esta
concepção, os países centrais e os países periféricos travam um conflito desigual, no qual não há espaço
para que os menos abastados alcancem qualquer forma de progresso, seja social ou econômico.

Cada país ocupa um espaço e desempenha seu papel no mundo capitalista, assim a periferia jamais
chegará ao centro.

No início do século XX, esta visão de mundo foi adotada por inúmeros movimentos revolucionários, depois
esquecida por algumas décadas. Na atualidade voltou a ganhar espaço nos meios acadêmicos. Em 1949,
o economista argentino Raul Prebish apresentou a tese O Desenvolvimento Econômico da América Latina
e seus Principais Problemas. Nesta obra, a difusão do progresso técnico e a distribuição dos seus ganhos
na economia mundial aconteciam de forma desigual. No centro, a difusão do progresso técnico teria sido
mais rápida e homogênea, enquanto na periferia, o progresso só atingiria setores ligados à exportação em
direção ao centro.

A CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe da Organização das Nações Unidas),
criada também em 1949, adotou esta linha em seus estudos. PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO
MUNDOS
Em 1952, o demógrafo francês Alfred Sauvy (1898-1990), cunhou a expressão “Terceiro Mundo” para
classificar as novas nações da Ásia e da África que surgiam durante o processo de descolonização, após
a Segunda Guerra Mundial (1939- 1945).

Sauvy notou semelhanças entre as aspirações dessas nações com as do “terceiro estado” antes da
Revolução Francesa. Em 1789, o “terceiro estado” representava 95% da população, porém somente o
primeiro e segundo

estados (clero e nobreza) tinham real representatividade política, privilégios jurídicos e fiscais, o “terceiro
estado” arcava com a carga tributária. Na sua concepção, os países que se opunham às metrópoles
imperialistas formavam o “Terceiro Mundo”, isto é, um bloco de países capitalistas jovens, desprovidos de
capital e crédito, entre outras formas de precariedade. O “Segundo Mundo” era constituído pelos países
socialistas, o “Primeiro Mundo” pelos países capitalistas dominantes.

Em 1955, na primeira Conferência entre os países “Não Alinhados”, realizada em Bandung, na Indonésia,
esta proposta de regionalização ganhou espaço na mídia e se popularizou nos anos da Guerra Fria. De
forma equivocada esta proposta de regionalização ainda é utilizada, mesmo não existindo países socialistas
(Segundo Mundo), pelo menos em sua concepção original. Nos seus últimos anos de vida, Sauvy declarou
que tal denominação deveria ser abolida. Para ele, o “Terceiro Mundo” deveria ser um bloco politicamente
oposto ao “Primeiro Mundo” e não somente um agrupamento de países de grande precariedade econômica.
Além disso, os países designados como “Terceiro Mundo” não poderiam servir ao interesses dos países
dominantes.

Países do Norte e do Sul


Diferente das demais propostas de regionalização, esta não apresenta um autor precursor, mas cabe
destacar o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, como um dos responsáveis pela popularização
dessa representação. Após décadas de Guerra Fria, o enfrentamento ideológico entre Socialismo e
Capitalismo (Leste x Oeste) perdeu espaço para a disputa econômica entre Ricos e Pobres (Norte x Sul).
A idéia ganhou força no início da década de 1990, a partir da dissolução da União Soviética, principal
representante do “Segundo Mundo”.

Com relação a essas representações, deve ficar claro que são simplificações arbitrárias, convenientes para
a maior parte da mídia e para os Estados que as endossam. Em nenhum momento o Leste foi totalmente
Socialista nem o Oeste plenamente Capitalista. A divisão entre Norte e Sul também é uma representação
simbólica, que desrespeita a Linha do Equador. A desigualdade entre Norte e Sul já existia, mas não se
evidenciou após a Segunda Guerra Mundial devido ao predomínio da Guerra Fria.

Nova Ordem Mundial

Histórico: Nos últimos anos, principalmente de 1989 a 1991, o mapa-múndi político sofreu transformações
radicais. Novos estados-nações (países) surgiram e outros desapareceram. Como exemplo disso, podemos
citar a antiga Alemanha Oriental, hoje uma província da Alemanha reunificada. Ou antiga Tchecoslováquia,
hoje em dois novos estados-nações: a República Tcheca e a Eslováquia. Contudo, as mudanças mais
surpreendentes aconteceram na Iugoslávia e na União Soviética. A Iugoslávia, além de ter sido dividida em
cinco novos países (Croácia, Eslovênia, Bósnia, Macedônia e Iugoslávia), conheceu uma sangrenta guerra
civil pela partilha da Bósnia-Herzegóvina. A União Soviética, por sua vez, viu-se obrigada a fragmentar-se
em 15 nações independentes.

Do ponto de vista geopolítico, é possível comparar esse período a um outro do nosso século, quando
também aconteceram mudanças profundas no mapa-múndi, por ocasião da segunda guerra mundial.
Nesses dois momentos ocorreram não apenas mudanças geopolíticas, mas também uma crise de uma
ORDEM MUNDIAL e a emergência de uma outra.

Antes da segunda guerra mundial havia uma ordem multipolar, ou seja, com base em vários pólos ou
centros de poder que disputavam a hegemonia internacional: Inglaterra, ex-grande e exclusiva potência
mundial no século XIX, em decadência hegemônica; a França e em especial a Alemanha, grandes
concorrentes no continente europeu; os EUA, grande potência da América; o Japão, que se lançava numa
aventura imperialista no leste e sudeste asiático; e por fim a imensa Rússia, fortemente militarizada.

O final da grande guerra trouxe um novo cenário: as potências européias estavam arrasadas e
consequentemente seus impérios na Ásia e África; o Japão, igualmente arrasado, perdeu as áreas que
havia conquistado no extremo oriente Coréia, Manchúria, partes da Sibéria, etc.). Duas novas potências
mundiais – EUA e União Soviética – lotearam o mundo entre si. Foi a época da BIPOLARIDADE, a nova
ordem mundial, que durou cerca de 45 anos, desde o final da segunda guerra até meados de 1991.

O mundo bipolar foi marcado pela eterna disputa entre capitalismo e socialismo, tendo os EUA e a União
Soviética de cada lado, respectivamente. Os EUA, líderes político-econômicos do mundo capitalista . A
União Soviética, a guardiã e o exemplo a ser seguido no mundo socialista.

Esse Status que começou a ser mudado com a ascensão do Japão e da Europa Ocidental, que passaram
a disputar a supremacia internacional com os EUA, e ao esgotamento do modelo soviético.

As Disparidades tendem a aumentar

A oposição entre o Norte e o Sul tem ainda um outro motivo para se acentuar: as desigualdades
internacionais, que vêm aumentando desde os anos 1980 e devem se agravar ainda mais até o início do
século XX. O PNB dos ricos sempre tem aumentado, enquanto grande parte dos países pobres tem
diminuído, especialmente na África. De forma resumida, podemos dizer que isso se deve ao seguinte:
enquanto as economias mais avançadas estão atravessando a chamada Revolução técnico-científica, com
substituição de força de trabalho desqualificada por máquinas, com a expansão da informática, etc., os
países mais pobres só têm duas coisas a oferecer – matérias-primas e mão de obra barata -, e esses
elementos perdem valor a cada dia. Somente os países com uma força de trabalho qualificada (resultado
de um ótimo sistema educacional) e tecnologia avançada é que possuem condições ideais para o
desenvolvimento.

O Subdesenvolvimento
De forma sucinta, podemos definir o subdesenvolvimento como uma situação econômico-social
caracterizada por dependência econômica e grandes desigualdades sociais.

Subordinação ou dependência econômica

Todos os países do Sul ou do terceiro mundo são economicamente dependentes dos países desenvolvidos.
Tal dependência manifesta-se de três maneiras:

I. Endividamento externo – normalmente, todos os países subdesenvolvidos possuem vultosas dívidas para
com grandes empresas financeiras internacionais.

II. Relações comerciais desfavoráveis – geralmente, os países subdesenvolvidos exportam produtos


primários (não industrializados), como gêneros agrícolas e minérios. As importações, por sua vez,
consistem basicamente de produtos manufaturados, material bélico e produtos de tecnologia avançada
(aviões, computadores, etc.). Esta relação comercial revela-se terrivelmente desvantajosa, pois os artigos
importados têm valor agregado bem maior do que os exportados, e ainda se valorizam mais rapidamente.

III. Forte influência de empresas estrangeiras – nos países subdesenvolvidos, boa parte das principais
empresas industriais, comerciais, mineradoras e às vezes até agrícolas é de propriedade estrangeira,
possuindo a matriz nos países desenvolvidos. São as chamadas multinacionais. Uma grande parcela dos
lucros dessas empresas é remetida para suas matrizes, o que provoca descapitalização no terceiro mundo.

Grandes Desigualdades Sociais

Em todos os países subdesenvolvidos, a diferença entre ricos e pobres é muito mais acentuada do que nos
países desenvolvidos. Por exemplo, na Colômbia, 2,6% da população possui 40% da renda nacional; no
Chile, 2% dos proprietários possuem 50% das terras agrícolas. Dessa forma, a população de baixa renda
acaba sofrendo de sérios problemas de subnutrição, falta de moradias, atendimento médico-hospitalar
inadequado, insuficiência de escolas, etc . Então :Como Definir a Nova Ordem?

A nova ordem costuma ser definida como multipolar. Isso quer dizer que existem vários pólos ou centros
de poder no plano mundial. Hoje temos três grandes potências mundiais de poderio econômico, tecnológico
e político-diplomático: EUA, Japão e a União Européia.
Assim, o século XX começou com uma ordem multipolar, passou para a bipolaridade e termina com uma
nova multipolaridade. Que diferenças existem entre a multipolaridade deste fim de século e aquela do
início?

A primeira grande diferença é que no início do século havia somente um agente no cenário internacional: o
Estado Nacional (como, por exemplo, Inglaterra, Alemanha, etc.) e tudo girava ao redor de suas relações
econômicas e político-militares. Já nos dias hodiernos há um relativo enfraquecimento do estado-nação e
um fortalecimento de outros agentes internacionais – a ONU, em primeiro lugar, e também as empresas
multinacionais e as diversas organizações mundiais (governamentais e não-governamentais) que atuam
nas áreas ambiental, econômica, cultural, técnica, etc.

Em segundo lugar, no início do século vivia-se uma situação de pré-guerra: as rivalidades entre potências
conduziam inevitavelmente a conflitos bélicos entre si, o que ocorreu efetivamente de 1914 a 1918 e
novamente de 1939 a 1945. Hoje isso é extremamente improvável de acontecer, pois no lugar de uma
disputa acirrada pela hegemonia mundial, existe uma crescente cooperação, uma interdependência,
inclusive com a criação de mercados regionais ou blocos econômicos. Dessa forma, as três grandes
potências são ao mesmo tempo rivais e associados, possuem alguns interesses conflitantes e inúmeros
outros em comum.

A ordem mundial era tida como dicotômica ou dualista, ou seja, predominava a oposição entre o bem e o
mal, entre o capitalismo e o socialismo. A nova ordem é pluralista, ou seja, possui várias frentes de
oposição, como RICOS/POBRES; CRISTÃOS/MUÇULMANOS(ISLÂMICOS); INTERESSES
MERCANTIS/CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA, etc.

Multipolaridade e aceleração econômica e tecnológica

A tecnologia desenvolvida durante a Segunda Guerra Mundial estabeleceu um novo padrão de


desenvolvimento tecnológico, que levou à modernização e a posterior automatização da indústria. Com a
automatização industrial, aceleraram-se os processos de fabricação, o que permitiu grande aumento e
diversificação da produção.

O acelerado desenvolvimento tecnológico tornou o espaço cada vez mais artificializado, principalmente
naqueles países onde o atrelamento da ciência à técnica era maior. A retração do meio natural e a expansão
do meio técnico-científico mostraram-se como uma faceta do processo em curso, na medida em que tal
expansão foi assumida como modelo de desenvolvimento em praticamente todos os países.

Favorecidas pelo desenvolvimento tecnológico, particularmente a automatização da indústria, a


informatização dos escritórios e a rapidez nos transportes e comunicações, as relações econômicas
também se aceleraram, de modo que o capitalismo ingressou numa fase de grande desenvolvimento. A
competição por mercados consumidores, por sua vez, estimulou ainda mais o avanço da tecnologia e o
aumento da produção industrial, principalmente nos Estados Unidos, no Japão, nos países da União
europeia e nos novos países industrializados (NPI’s) originários do "mundo subdesenvolvido" da Ásia.

A internacionalização do capital

Desde que surgiu, e devido à sua essência - produzir para o mercado, objetivando o lucro e,
consequentemente , a acumulação da riqueza - o capitalismo sempre tendeu à internacionalização, ou seja,
à incorporação do maior número possível de povos ou nações ao espaço sob o seu domínio. No princípio,
a Divisão Internacional do Trabalho funcionava através do chamado pacto colonial, segundo o qual a
atividade industrial era privilégio das metrópoles que vendiam seus produtos às colônias.

Agora, para escapar dos pesados encargos sociais e do pagamento dos altos salários conquistados pelos
trabalhadores de seus países, as grandes empresas industriais dos países desenvolvidos optaram pela
estratégia de, em vez de apenas continuarem exportando seus produtos, também produzi-los nos países
subdesenvolvidos , até então importadores dos produtos industrializados que consumiam. Dessa maneira,
barateando custos, graças ao emprego de mão-de-obra bem mais barata, menos encargos sociais,
incentivos fiscais etc., e, assim, mantendo , ou até aumentando, lucros, puderam praticar altas taxas de
investimento e acumulação. Grandes empresas de países desenvolvidos, também conhecidas como
corporações, instalaram filiais em países subdesenvolvidos, onde passaram a produzir um elenco cada vez
maior de produtos
Por produzirem seus diferentes produtos em muitos países, tais empresas ficaram consagradas como
multinacionais. Nesse contexto, opera-se, pois, uma profunda alteração na divisão internacional do
trabalho, porquanto muitos países deixam de ser apenas fornecedores de alimentos e matérias-primas para
o mercado internacional para se tornarem produtores e até exportadores de produtos industrializados. O
Brasil é um bom exemplo.

A globalização

Nos anos 1980, a maior parte da riqueza mundial pertencia às grandes corporações internacionais. Pôr
outro lado, os Estados desenvolvidos revelaram finanças arruinadas, depois de se mostrarem incapazes
de continuar atendendo às onerosas demandas da sua população: aposentadoria, amparo à velhice,
assistência médica, salário-desemprego, etc. Com o esgotamento do Estado do bem-estar Social (Welfare
state), o neoliberalismo ganhou prestigio e força.

Agora, a lucratividade tem de ser obtida mediante vantagens sobre a concorrência, para o que é necessário
oferecer ao mercado produtos mais baratos, preferentemente de melhor qualidade. Para tanto, urge reduzir
custos de produção.

Então, os avanços tecnológicos, particularmente nos transportes e comunicações, permitiram que as


grandes corporações adotassem um novo procedimento - a estratégia global de fabricação - que consiste
em decompor o processo produtivo e dispersar suas etapas em escala mundial, cada qual em busca de
menores custos operacionais. A produção deixa de ser local para ser mundial, o que também ocorre com o
consumo, uma vez que os mesmos produtos são oferecidos à venda nos mais diversos recantos do planeta.
Os fluxos econômicos se intensificam extraordinariamente, promovidos sobretudo pelas grandes empresas,
agora chamadas de transnacionais. A divisão internacional do trabalho fica subvertida, pois torna-se difícil
identificar o lugar em que determinado artigo industrial foi produzido.

Após a derrocada do socialismo, a internacionalização do capitalismo atinge praticamente todo o planeta e


se intensifica a tal ponto que merece uma denominação especial - globalização -, marcada basicamente
pela mundialização da produção, da circulação e do consumo, vale dizer, de todo o ciclo de reprodução do
capital. Nessas condições, a eliminação de barreiras entre as nações torna-se uma necessidade, a fim de
que o capital possa fluir sem obstáculos. Daí o enfraquecimento do Estado, que perde poder face ao das
grandes corporações.

O "motor" da globalização é a competitividade. Visando à obtenção de produtos competitivos no mercado,


as grandes empresas financiam ou promovem pesquisa, do que resulta um acelerado avanço tecnológico.
Esse avanço implica informatização de atividades e automatização da indústria, incluindo até a robotização
de fábricas. Em consequência, o desemprego torna-se o maior problema da atual fase do capitalismo.

Embora a globalização seja mais intensa na economia, ela também ocorre na informação, na cultura, na
ciência, na política e no espaço. Não se pode pensar, contudo, que a globalização tende a homogeneizar
o espaço mundial. Ao contrário, ela é seletiva. Assim, enquanto muitos lugares e grupos de pessoas se
globalizam, outros, ficam excluídos do processo. Por esse motivo, a globalização tende a tornar o espaço
mundial cada vez mais heterogêneo. Além disso, ela tem provocado uma imensa concentração de riqueza,
aumentando as diferenças entre países e, no interior de cada um deles, entre classes e segmentos sociais.

De qualquer modo, para se entender melhor o espaço de hoje, com as profundas alterações causadas pela
globalização, é preciso ter presente alguns conceitos essenciais

FÁBRICA GLOBAL - A expressão indica que a produção e o consumo se mundializaram de tal forma que
cada etapa do processo produtivo é desenvolvida em um país diferente, de acordo com as vantagens e as
possibilidades de lucro que oferece.

ALDEIA GLOBAL - Essa expressão reflete a existência de uma comunidade mundial integrada pela grande
possibilidade de comunicação e informação. Com os diferentes sistemas de comunicação, uma pessoa
pode acompanhar os acontecimentos de qualquer parte do mundo no exato momento em que ocorrem.
Uma só imagem é transmitida para o mundo todo, uma só visão. Os avanço possibilitam a criação de uma
opinião pública mundial. Nesse contexto de massificação da informação é que surgiu a IINTERNET, uma
rede mundial de comunicação por computador que liga a quase totalidade dos países. Estima-se que, hoje,
mais de 100 milhões de pessoas estejam se comunicando pela Internet. Esse sistema permite troca de
informações, com a transferência de arquivos de som, imagem e texto. É possível conversar por escrito ou
de viva voz, mandar fotos e até fazer compras em qualquer país conectado.
ECONOMIA MUNDO - Ao se difundir mundialmente, as empresas transnacionais romperam as fronteiras
nacionais e estabeleceram uma relação de interdependência econômica com raízes muito profundas,
inaugurando a chamada economia mundo.

INTERDEPENDÊNCIA - No sistema globalizado, os conceitos de conceitos descritos anteriormente


envolvem a interdependência. Os países são dependentes uns dos outros, pois os governos nacionais não
conseguem resolver individualmente seus principais problemas econômicos, sociais ou ambientais.

As novas questões relacionadas com a economia globalizada fazem parte de um contexto mundial, refletem
os grandes problemas internacionais, e as soluções dependem de medidas que devem ser tomadas por
um grande conjunto de países.

PAÍSES EMERGENTES - Alguns países, mesmo que subdesenvolvidos, são industrializados ou estão em
fase de industrialização; por isso, oferecem boas oportunidades para investimentos internacionais. Entre os
países emergentes destacam-se a China, a Rússia e o Brasil. Para os grandes investidores, esse grupo
representa um atraente mercado consumidor, devido ao volume de sua população. Apesar disso, são
países que oferecem grandes riscos, se for considerada sua instabilidade econômica ou política.

Com o objetivo de construir uma imagem atraente aos investidores, os países emergentes tentam se
adequar aos padrões da economia global. Para isso, têm sempre em vista os critérios utilizados
internacionalmente por quem pretende selecionar um país para receber investimentos:

* cultura compatível com o desenvolvimento capitalista;

* governo que administra bem os seus gastos;

* disponibilidade de recursos para crescer sem inflação e sem depender excessivamente de recursos
externos;

* estímulo às empresas nacionais para aprimorarem sua produção;

* custo da mão-de-obra adequado à competição internacional;

* existência de investimentos para educar a população e reciclar os trabalhadores.

A proposta dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos, elaborada pelo economista Joseph Schumpter.
Baseia -se no conceito de desenvolvimento econômico às ideias de inovação tecnológica e da ruptura do
“fluxo circula”, estabelecendo a divisão dos que se desenvolveram e os que poderiam se desenvolver.

A concepção dos países centrais periféricos Baseia-se num conflito desigual, no que qual não há espaço
para que os menos abastados alcancem uma forma de progresso, seja social ou econômica. Isso passa a
ser mais visível quando vemos a exploração de mão de obra barata que os países desenvolvidos aplicam
nos subdesenvolvidos.

Atualmente não se usa a divisão de 1º, 2º e 3º mundos, Por que o socialismo praticamente não existe mais.
Porém, atualmente pode-se classificar ou dividir o mundo em capitalistas pobres e capitalistas ricos.

A divisão entre países do norte e do sul aconteceu com o fim do socialismo a divisão passou a ser pela
linha do equador, pois, ao norte se encontram os países desenvolvidos, ou seja, os mais ricos, e ao sul se
encontram os países subdesenvolvidos, ou seja, os mais pobres. O precursor dessa divisão que deu o
“ponta pé inicial” foi o ex. presidente americano Bill Clinton.

O processo histórico da atual ordem mundial, é a multipolar. Sua história se baseia nos primórdios do
século XIX, na época essa ordem levou as duas guerras mundiais, no entanto, ao fim da segunda grande
guerra surge duas novas superpotências A União Soviética e os EUA, formando naquele momento uma
nova ordem chamada de Bipolar que durou 45 anos. A partir daí e com o fim da guerra fria surgiram outras
potências que começaram a se desenvolver e a ordem multipolar começou a prevalecer novamente.

As disparidades tendem a aumentar entre os países pobres e ricos, por que os países ricos estão
atravessando a chamada revolução técnica – científica, com substituição da força de trabalho qualificada
por maquinas devido a expansão da informática. Já os países pobres só têm duas coisas a oferecerem:
Matéria prima e mão-de-obra barata.

O subdesenvolvimento e suas manifestações, caracteriza-se por dependência econômica e grandes


desigualdades sociais. Suas manifestações se dão por: endividamento externo, relações comerciais
desfavoráveis e forte influência de empresas estrangeiras (Multinacionais).

A multipolaridade do passado que data do início do século XX tinha apenas dois agentes no cenário
internacional, Inglaterra e Alemanha. Tudo girava em torno de suas relações econômicas, políticas e
militares, sempre viviam uma situação de pré-guerra.

Atualmente a multipolaridade se baseia numa cooperação crescente de interdependência. Com a criação


de mercados regionais ou blocos econômicos.

A tecnologia de desenvolvimento durante a segunda guerra mundial estabeleceu um novo padrão de


desenvolvimento que levou a modernização e a posterior automatização da indústria. Favorecidas pelo
desenvolvimento tecnológico e a rapidez nos transportes e comunicação, fez com que o capitalismo
ingressasse numa faze de grande desenvolvimento, que estimulou e muito o desenvolvimento de mais
tecnologia.

A internacionalização por sua vez, introduziu no mercado, lucro e acumulo de riqueza e isso, está fazendo
que para visarem mais lucros ainda e fugir do pagamento de altos impostos, as empresas dos países
desenvolvidos, instalem suas filiais nos países subdesenvolvidos tornando-se grandes multinacionais.

A Explicação de globalização, e suas alterações ocorridas no mundo que transformaram a organização do


espaço, aconteceram da seguinte maneira: Nos anos 1980, a maior parte da riqueza mundial pertencia às
grandes corporações internacionais, por outro lado, os estados desenvolvidos revelaram finanças
arruinadas. Agora, a lucratividade tem de ser obtida mediante vantagens sobre a concorrência, o que acaba
aumentando as multinacionais.

Após a derrota do socialismo, a internacionalização do capitalismo atinge praticamente todo o planeta,


fazendo com que “motor” da globalização fosse a competitividade se alastrando pela economia, cultura,
ciência e política.

Os conceitos de fábrica global; aldeia global; economia mundo e interdependência.

Fabrica global: Indica que a etapa de um processo produtivo seja desenvolvida em um país diferente. Ex.
para a fabricação de um carro, o chassi é desenvolvido na Europa, os motores na Ásia e o restante na
América, no entanto a venda acaba acontecendo no território Africano.

Aldeia Global: Expressa a existência de uma comunidade integrada pela grande possibilidade de
comunicação e informação, ou seja, podemos acompanhar do Brasil em tempo real o que acontece no
Japão.

Economia Mundo: É a difundição mundial das empresas, formando um conjunto econômico mundial, como
a União Europeia, Tigres Asiáticos, Mercosul, entre outros, visando uma economia equilibrada entre as
nações.

Interdependência: Os países são dependentes um dos outros. Ex.: para o Brasil ter uma boa economia
na produção de carne é necessário depender da compra dos países europeus e asiáticos, o que gera maior
desenvolvimento e produção, gerando grandes lucros e estabilidade financeira nacional.

A Explicação sobre a existência dos países emergentes, destacando suas tentativas em adequar-se nos
padrões da economia global está apontada da seguinte mandeira: Países emergentes: mesmo sendo
subdesenvolvidos, são industrializados, por isso oferecem boas oportunidades de investimentos
internacionais, destacam-se nesse quadro, Brasil, Rússia e China. Com o objetivo de construir uma imagem
atraente aos investidores, esses países tentam se adequar aos padrões de economia global, se tornando
países em desenvolvimento.

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