Você está na página 1de 4

Disciplina: História Prof.

ª: Flávia Paola Atividade: Data:


Aluno(a): Turma:

Leia o texto atentamente e responda as questões em seguida.

Era dos Extremos: O Terceiro Mundo

Resumo de O Terceiro Mundo, capítulo de Era dos Extremos de Eric Hobsbawm. Boa leitura!

I. A explosão demográfica nos países pobres do mundo é provavelmente a mudança mais fundamental no
Breve Século XX. Uma população mundial que dobrou nos quarenta anos desde 1950 é inteiramente sem
precedente histórico, como o são os problemas práticos que tem de suscitar.

Ela foi tão sensacional porque as taxas de nascimento básicas nesses países foram em geral muito altas e
porque a enorme taxa de mortalidade caiu como uma pedra. A partir da década de 1940, a inovação médica e
farmacêutica pela primeira vez estava em condições de salvar vidas em escala maciça (por exemplo, com
antibióticos). Uma consequência incidental foi o alargamento do fosso entre ricos e pobres, países avançados e
atrasados.

É importante iniciar qualquer história do Terceiro Mundo com alguma consideração acerca de sua demografia,
uma vez que a explosão demográfica é o fato central de sua existência.

II. Contudo, quando surgiram no mundo pós-guerra e pós-colonial, essas não foram as primeiras
preocupações dos Estados do mundo pobre. Que forma deveriam eles tomar?

Previsivelmente, adotaram sistemas político derivados dos antigos senhores imperiais, ou daqueles que os
haviam conquistado. Uma minoria deles, saindo de revoluções sociais ou (o que equivalia à mesma coisa)
extensas guerras de libertação, inclinavam-se a adotar o modelo revolução soviética. Em teoria, portanto, o
mundo tinha cada vez mais pretensas “repúblicas democráticas populares” sob um partido único orientador.
Na prática, tais rótulos eram em geral tão irrealistas quanto as Constituições oficiais das repúblicas latino-
americanas, e pelas mesmas razões: na maioria dos casos, faltavam-lhes as condições materiais e políticas para
corresponder a eles.

Na verdade, a predominância de regimes militares unia Estados do Terceiro Mundo de diversas filiações
constitucionais e políticas. É difícil pensar em quaisquer repúblicas que não tenham conhecido pelo menos
episódicos regimes militares depois de 1945.

As condições para a intervenção militar no Terceiro Mundo eram muito mais convidativas, sobretudo nos
novos, fracos e muitas vezes minúsculos, onde era provável que governos inexperientes ou incompetentes
produzissem recorrentes estados de caos, corrupção e confusão.

A política dos militares não era nenhum tipo particular de política, mas uma função da instabilidade e
insegurança em volta. Contudo, foi se tornando cada vez mais difundida no Terceiro Mundo porque
praticamente todos os países da parte anteriormente colonial ou dependente do globo se achavam agora
comprometidos com políticas que exigiam deles exatamente os Estados estáveis, funcionais e eficientes que
tão poucos tinham. Estavam comprometidos com a independência econômica e o “desenvolvimento”, fosse
com base no modelo soviético de planejamento centralizado.
Os países que vieram a ser conhecidos a partir da década de 1970, no jargão dos funcionários internacionais,
como NICS (Newly industrializing countries — Países de industrialização recente) baseavam-se nessas políticas.
Elas produziram burocracia, corrupção e desperdício — mas também uma taxa de crescimento anual de 7% no
México e Brasil durante décadas.

III. O desenvolvimento não era de interesse imediato para a grande maioria dos habitantes do Terceiro Mundo
que viviam cultivando sua própria comida. O problema era que, como modernidade e governo andavam
juntos, o “interior” era governado pelo “litoral”, o sertão pela cidade, o analfabeto pelo educado.

Até as pessoas mais distantes e atrasadas, portanto, reconheciam cada vez mais as vantagens da educação
superior. Educação significava, muitas vezes, um posto garantido no funcionalismo público. A sede de
conhecimento explica muito da espantosa migração em massa da aldeia para a cidade que esvaziou o campo
do continente sul-americano, a partir da década de 1950.

IV. Não surpreende, assim, que as dezenas de Estados pós-coloniais que surgiram após a Segunda Guerra
Mundial, junto com a maior parte da América Latina, logo se vissem agrupadas como o “Terceiro Mundo”, em
contraste com o “Primeiro Mundo” dos países capitalistas desenvolvidos e o “Segundo Mundo” dos países
desenvolvidos comunistas. Todos eram pobres (comparados com o mundo desenvolvido), todos eram
dependentes, todos tinham governos que queriam “desenvolver”, e nenhum acreditava que o mercado
mundial capitalista ou a empresa privada alcançassem esse fim.

V. Na década de 1970, tornou-se evidente que nenhum nome ou rótulo individual podia cobrir
adequadamente um conjunto de países cada vez mais divergentes.

O que o dividiu o “Terceiro Mundo” foi basicamente o desenvolvimento econômico. Era impossível classificar
os Emirados Árabes Unidos, onde o PNB (Produto Nacional Bruto) per capita era de mais de 13 mil dólares
(1975), no mesmo escaninho que, digamos, o Paquistão, que então tinha um PNB per capita de 130 dólares.

Em segundo lugar, parte do Terceiro Mundo industrializava-se e entrava no Primeiro Mundo, embora
continuasse muito pobre. Como vimos, uma nova categoria, os NICS, entrou no jargão internacional.

Em terceiro lugar, estabeleceu-se um subgrupo de países em desenvolvimento de baixa renda para distinguir
os 3 bilhões de seres humanos cujo PNB per capita (se o recebessem) teria dado uma média de 330 dólares em
1989 dos 500 milhões mais afortunados em países menos destituídos, como o Equador, cujo PNB era cerca de
três vezes maior.

Além disso, à medida que cresciam as divisões entre os pobres, também a globalização provocava
movimentos mais evidentes de seres humanos que cruzavam as linhas divisórias entre regiões e
classificações. Dos países ricos, fluíam turistas para o Terceiro Mundo como jamais antes. Dos países pobres,
os fluxos de migração para os ricos incharam em enormes torrentes.

VI. O “grande salto avante” da economia mundial (capitalista) e sua crescente globalização não apenas
dividiram e perturbaram o conceito de Terceiro Mundo como também levaram quase todos os seus habitantes
conscientemente para o mundo moderno. Num mundo onde as pessoas do campo migravam para as cidades
aos milhões, aldeia e cidade estavam interligadas. Mesmo as mais remotas viviam agora num mundo de
embalagem plástica, relógios digitais baratos e fibras artificiais.

Assim, em algum momento no último terço do século XX, a larga vala que separava as pequenas minorias
dominantes modernizantes ou ocidentalizantes dos países do Terceiro Mundo do grosso de seus povos
começou a ser tapada pela transformação geral de suas sociedades.
Apesar disso, em vastas áreas do Terceiro Mundo, as consequências políticas da transformação social eram de
fato impossíveis de prever. A única coisa certa era a instabilidade e inflamabilidade desse mundo, do qual
tinha dado testemunho o meio século desde a Segunda Guerra Mundial.

Bibliografia:

HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

1) O texto trata especificamente sobre os países do terceiro mundo (Presentes nos continentes: África,
América Latina e Ásia, exceto Japão neste contexto). Em relação ao item I, porque o autor afirma que: “É
importante iniciar qualquer história do Terceiro Mundo com alguma consideração acerca de sua demografia,
uma vez que a explosão demográfica é o fato central de sua existência”. Lembrando que demografia é a
ciência responsável pela dinâmica da população.

__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________.
2) No item II, o trecho chama atenção para os países que saíram do regime pós-colonial (em destaque alguns
países africanos que tinham sito partilhados durante a chamada Partilha da África - no “neocolonialismo”) e o
sistema pós-guerra (Segunda Guerra Mundial). De acordo com o texto, o que o autor chama de estados
estáveis?

__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________.

3). Os itens III e IV explicam quais eram os países chamados terceiro mundo, bem como alguns desafios destes
territórios, explique-os.
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________.
4). No item V o autor aborda sobre o movimento de saída da população de um país para outro:
“Além disso, à medida que cresciam as divisões entre os pobres, também a globalização provocava
movimentos mais evidentes de seres humanos que cruzavam as linhas divisórias entre regiões e classificações.
Dos países ricos, fluíam turistas para o Terceiro Mundo como jamais antes. Dos países pobres, os fluxos de
migração para os ricos incharam em enormes torrentes”.

Na sua opinião, qual o impacto positivo e negativo deste movimento, para os habitantes do chamado Terceiro
Mundo?
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
______________________________.
5) O trecho VI, vai contra as propostas discutidas sobre as formas do chamado “Bem-Viver” a partir da
filosofia indígena discutido em sala e trabalhado durante a feira de ciências. Explique quais seriam essa
diferença.

__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________.

_____________________________________________________________________________________

Atividade complementar:

Abaixo um Mapa Ilustrativo do antes e após a Partilha do Continente Africano e suas divisão por estados.A
Partilha da África é o nome pelo qual ficou conhecida a divisão do continente africano durante o século XIX e
que finalizou com a Conferência de Berlim (1884-1885). Com o crescimento econômico de Inglaterra, França,
Reino da Itália e Império Alemão, esses países quiseram avançar sobre a África em busca de matérias-primas
para suas indústrias chamada de “Neocolonização”.

1) Atividade para a próxima aula 11/11 no caderno: Faça uma breve pesquisa sobre os impactos para o
continente africano após sua partilha.

Você também pode gostar