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O NOVO SÉCULO: ENTREVISTA A ANTONIO POLITO1

FICHAMENTO DA OBRA DE ERIC HOBSBAWM2

Hellen Danielly Soares3


A bola de cristal do historiador
Na introdução da entrevista Hobsbawm é questionado sobre como o historiador lida,
ou deve, com as previsões do futuro. Eric deixa claro que, apesar da tentativa quase inata do
homem de prever o futuro, o historiador, ao fazê-lo, deve basear-se no passado e entender que,
mesmo entendendo os elementos de uma determinada época, deve ter “sempre a consciência
do perigo de macaquear a cartomante”. Ao ser questionado sobre as possíveis previsões do
novo século - lembrando que Hobsbawm descreve o século XX como o “século breve” e
delimita sem término em 1991 com a dissolução da União Soviética - o autor é enfático ao
afirmar que as datas são apenas convenções criadas para fins históricos, didáticos ou
jornalísticos. Por fim define como sua inspiração e atração para o campo historiográfico foi a
leitura de Karl Marx.

1. Guerra e Paz
No primeiro capítulo do livro, o jornalista italiano Antonio Polito aborda diversas
questões sobre as permanências e rupturas da realização de guerras durante a história. Sobre
os diversos questionamento Hobsbawm afirma que a história não é cíclica mas, que podemos
apreender muita coisa ao conhecê-la e, por mais que as guerras provavelmente nunca deixem
de existir- como exemplos as diversas guerras civis que acontecem pelo o mundo- a natureza
geral da paz e da guerra já não são as mesmas.
A guerra muda tanto politicamente quanto tecnologicamente. Para o entrevistado é
pouco provável que ocorra outra guerra mundial entre potências enquanto os Estados Unidos
se configure como a potência máxima, apesar de afirmar ver um crescimento chinês, e, esse
fato, faz com que se torne também pouco provável uma guerra nuclear.
Ao ser indagado sobre a Guerra dos Balcãs, Eric mostra que a principal diferença das
“guerras convencionais” é a inexistência, se não concreta mas de toda forma iminente, de
1
HOBSBAWN, Eric. O novo século: entrevista a Antonio Polito. São Paulo: Companhia das Letras,
2000.
2
Trabalho apresentado na disciplina de Tópicos Especiais em Pesquisa Histórica do Programa de
Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (PPGH/UFPE)
3
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco
(PPGH/UFPE). Licenciada em História pela Associação Caruaruense de Ensino Superior e Técnico
(ASCES).
fronteiras internas e externas onde, Estados alheios podem interferir em guerras fora de suas
fronteiras sem que isso signifique que estejam em estado de guerra.
As “novas guerras” contam com o avanço da tecnologia que tornam os ataques menos
civis e mais precisos porém, mais mortais e perigosos. Os “guerrilheiros” de hoje possuem
metralhadoras e lança-chamas, herança da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria. A
influência da iniciativa privada é cada vez mais perceptível, os Estados preferem contratar
militares profissionais do que recrutar seu povo e, as consequências da privatização bélica
ainda está longe de ter uma análise satisfatória por meio de pesquisas.
O capítulo é finalizado com uma discussão sobre o papel da televisão nos conflitos, o
que Hobsbawm irá chamar de “efeito CNN”, e como a opinião pública altera-os. A visão de
um chefe de estado, por exemplo, irá levar em consideração essa opinião pública e poderá
facilmente manipulá-la, e até mesmo criar mitos nacionais a-históricos mas aceitos
fervorosamente, por meio da televisão.

2. O declínio do império do Ocidente


No segundo capítulo, a entrevista baseia-se em torno das mudanças que ocorreram na
Europa e nos Estados Nacionais e Territoriais. Através de um processo lento e contínuo o
Estado acumulou conhecimento, conquistou poder, alargou suas ambições e o alcance de suas
intervenções, e assumiu mais responsabilidades. Hobsbawm afirma que por mais difícil que
fosse administrar um território, o censo populacional não era preciso até o século XIX, os
Estados alcançaram conquista importantes para sua soberania, a saber: (1) Desarmamento da
população, (2) desenvolvimento de uma ordem pública, e (3) obtenção da lealdade e
subordinação do seu povo.
A partir de 1960, segundo o autor, vem acontecendo uma inversão nesse processo
secular. O Estado não enfraquece, mas perde seu monopólio sobre os meios de coerção social,
os cidadãos, influenciados pela ideologia neoliberal, estão menos dispostos a obedecer. Esse
fenômeno recente tem causado o desaparecimento, e até mesmo a desintegração, de alguns
dos Estados e, isto, afirma o entrevistado, é uma das consequências das grandes guerras. A
história continental europeia passa por três grandes fraturas, na Primeira Guerra, durante a
Segunda Guerra, e na Guerra Fria.
Antonio Polito então o questiona se essa instabilidade dos Estados não estaria levando
a formação de uma única potência mundial. Hobsbawm então rememora o medo de viver
durante a Guerra Fria, período de bipartidarismo mundial que, para o bem ou para o mal
gerou estabilidade mundial, e julga que isso é muito difícil de acontecer pois, “O mundo
tornou-se grande e complexo demais para ser dominado por um único estado”. Por fim, o
entrevistador termina esse bloco refletindo sobre os Estados Unidos, suas influências e o que
ficou conhecido como “o século americano”. Eric afirma que os EUA são uma hegemonia
pois foram os únicos a reivindicar essa posição e, mesmo assim, possui muitas limitações.

3. O pequeno mundo global


O terceiro capítulo do livro irá tratar sobre a globalização. A globalização não é um processo
universal que atua da mesma forma em todos os campos de atividade humana.Não devemos
buscar a globalização apenas no aspecto econômico. Antes de tudo a globalização depende da
eliminação de obstáculos técnicos, não de obstáculos econômicos ela resulta da abolição da
distância e do tempo.
A globalização só seria efetiva caso todos tivessem acesso aos mesmos bens e serviços
independente do seu local, logo, viver na Antártida não seria mais problemático do que viver
em Roma ou Nova York. Mas é se pode se tornar irreal por motivos práticos. Por isso, pode-se
dizer que a globalização implica um acesso mais amplo, mas não é equivalente para todos,
mesmo em sua etapa teoricamente mais avançada.
Não há dúvida de que a globalização é irreversível e, em alguns aspectos,
independente da atuação governamental. O mesmo não se dá com a ideologia baseada na
globalização, a ideologia neoliberal do livre mercado ou o que foi chamado de
fundamentalismo do livre mercado. A ideia de mercado livre não se importa com a
distribuição de riqueza . Ao buscar as razões para o equilíbrio industrial, segundo Eric, vemos
que esse equilíbrio não foi resultante da liberdade de comércio e sim do protecionismo.
As mudanças profundas que a globalização provocou na vida das pessoas fará uma
enorme diferença no século XXI. Essas mudanças não se dão apenas no quesito das inovações
tecnológicas mas também das coisas mais simples como a mobilidade das pessoas. O
consumismo passa a ser um fator, as pessoas que antes consumiam para subsistência, agora
consomem por escolha o que leva a uma melhora de vida das pessoas no século XX.
Outro aspecto tratado no texto é o que Polito chama de “democratização do
capitalismo nos Estados Unidos” o qual, trata-se do papel dos pequenos investidores no
mercado. Hobsbawn mostra que é evidente que os investidores individuais são muito menos
relevantes que os investidores grandes, as corporações logo, essa democratização de certa
forma não é efetiva.
4. O que restou da esquerda
Neste capítulo Hobsbawm irá falar sobre a esquerda, sua trajetória e realidade atual,
passando por seus ápices e crises.
O autor começa falando sobre as raízes históricas dos conceitos "esquerda” e “direita” e como
tem evoluído ao longo do tempo. Na sua origem, a distinção entre esquerda e direita na
política era baseada na posição dos membros da Assembleia Nacional francesa em relação ao
rei durante a Revolução Francesa. Desde então, a distinção tem sido usada para descrever
diferenças em questões políticas, econômicas e sociais.
No entanto, é importante notar que a divisão entre esquerda e direita não é
universalmente aceita ou aplicada da mesma forma em todas as sociedades. Em algumas
partes do mundo, por exemplo, a esquerda pode ser identificada com o nacionalismo ou o
populismo, enquanto a direita pode ser associada a ideias mais progressistas. Por fim,
Hobsbawm ao ser questionado por Polito afirma que a tradição revolucionária costuma ser
mais associada à esquerda do que à direita.
A primeira fase da esquerda estava mais focada em lutar contra governos monárquicos
e aristocráticos e em favor de instituições burguesas, como o governo liberal e constitucional.
No entanto, Eric alerta que é importante notar que a esquerda não se limitou a essa posição ao
longo da história. À medida que a luta pelos direitos civis e a igualdade social se tornaram
mais importantes, muitos movimentos de esquerda se expandiram para incluir essas questões
em sua agenda. Hoje em dia, o termo "progressista" é frequentemente usado para descrever
aqueles que se identificam com a esquerda e que apoiam políticas e mudanças que promovam
a justiça social e a igualdade.
No entanto, Hobsbawm também apontou que a esquerda tem sido marcada por
conflitos internos e divisões ideológicas, que por vezes impediram a ação coletiva e a
mobilização efetiva.A segunda fase da esquerda no século XIX foi marcada pela substituição
do conceito de "massa" pelo de "classe" e pelo reconhecimento da existência da luta de
classes. Nessa fase, o projeto socialista era fundamental para as aspirações da maioria dos
movimentos operários. No entanto, até a Revolução Russa, nenhum esquerdista havia
considerado seriamente o que faria caso chegasse ao poder, e o socialismo era mais um sonho
utópico do que uma palavra de ordem concreta.
Desde a década de 1960, surgiu uma nova esquerda. O problema é que ela não possui
base sólida em uma classe, tal como a esquerda operária, nem base eleitoral significativa. Ela
nem sequer possui um projeto único ponto final vários movimentos que se consideram parte
da esquerda tendem a se concentrar em questões muito específicas
Em resumo, o autor afirma que a esquerda enfrenta atualmente diversos desafios para
se manter relevante e mobilizar a população em torno de uma visão política comum. Alguns
desses desafios incluem a fragmentação ideológica, a falta de uma base sólida em uma classe
ou setor da população, a dificuldade de mobilizar as pessoas em torno de questões políticas
mais amplas e a ascensão da sociedade do consumo e da valorização excessiva da liberdade e
escolha individual em detrimento das consequências sociais.
5. Homo globalizatus
Nesse tópico a entrevista irá girar em torno do homem do século XX e XXI e suas
transformações. Hobsbawm começa respondendo Polito sobre a felicidade. As mudanças
culturais ao longo do século XX foram significativas e impactaram profundamente a
sociedade em geral. O aumento da mobilidade social e profissional permitiu que as pessoas
tivessem mais oportunidades de realização pessoal e profissional. A alfabetização em massa
também teve um impacto significativo, permitindo que mais pessoas tivessem acesso ao
conhecimento e à educação. Em resumo, a busca pela felicidade é um desejo comum entre as
pessoas, mas sua realização é influenciada por uma série de fatores, incluindo a situação
econômica e social em que se vive, experiências passadas e o processo de envelhecimento.
A entrevista agora muda seu foco para as mudanças que ocorreram no século XX. As
transformações sociais, tecnológicas e econômicas que ocorreram no século XX tiveram um
impacto significativo na cultura global, criando novas formas de expressão e difusão cultural,
bem como novas formas de interação e conexão entre as pessoas. No entanto, a globalização
também trouxe desafios, como o desemprego estrutural, a pressão por valores de mercado e a
ansiedade que pode surgir da incerteza do futuro em um mundo em constante mudança.
Outro ponto abordado são as novas formas de discriminação, como a gordofobia por
exemplo. Hobsbawm é firme ao dizer que essas novas formas de discriminação parecem estar
relacionadas principalmente aos países ricos, onde as questões de renda e status social já não
são tão preponderantes.Nessas sociedades, as pessoas podem ser julgadas e discriminadas por
suas características físicas ou psicológicas, que não estão necessariamente relacionadas à
renda ou à posição social. No entanto, é importante destacar que essas formas de
discriminação também podem estar presentes em outros contextos sociais, mesmo que em
menor escala
Além disso, o autor também menciona que a globalização econômica tem contribuído
para a criação de novas formas de desigualdade, como a desigualdade entre países ricos e
pobres e a desigualdade entre as classes sociais dentro dos países. A mobilidade social
também pode ser afetada por essas novas formas de desigualdade, uma vez que a
discriminação com base em características pessoais pode limitar as oportunidades para
aqueles que são discriminados.
Eric Hobsbawm reconhece, por fim, a emancipação feminina como um dos grandes
fenômenos do século XX, mas destaca que ainda há muito a ser feito. Ele acredita que a
difusão da educação por todo o planeta será o instrumento mais eficaz para uma emancipação
maior das mulheres, especialmente nos países mais atrasados. Ele aponta que a emancipação
feminina ainda não afetou a maior parte da população mundial e que a luta por igualdade de
gênero ainda é uma questão pendente para o próximo século.

6. Itália, querida Itália


O capítulo seis discute a visão positiva do autor sobre a Itália, destacando a
hospitalidade e inteligência dos italianos, além da sua modéstia. No entanto, o autor considera
a tendência dos italianos à autocrítica como excessiva. Hobsbawm destaca a sorte da Itália em
se livrar do fascismo graças a um movimento de resistência de massa, que permitiu ao país
desvincular-se do seu passado e alcançar realizações na década seguinte.
Isso possibilitou um renascimento cultural que tornou a Itália pioneira em um novo
estilo de vida elegante e de massa, antecipando mudanças que afetariam todos os povos do
continente. O declínio da hegemonia da França e de Paris no cenário internacional abriu
espaço para a Itália se destacar em diversos aspectos, como moda e culinária.
Ao ser questionado sobre suas pesquisas sobre a Itália, o autor revela que ele trabalhou
principalmente em bibliotecas de províncias meridionais, sem se aprofundar muito. Quanto à
política italiana, Hobsbawm aponta a presença excessiva e interferência do Estado na
economia e na vida dos cidadãos, com instituições estatais frágeis e pouco respeitadas. O
autor considera essa situação como uma consequência negativa da Guerra Fria e alerta que
pode ser um problema grave para o futuro da Itália. Ao finalizar este breve capítulo, Erick fala
sobre a problemática da União Europeia que, para a maioria dos europeus, a Europa não
passa de um termo técnico e não algo a que deve em algum tipo de lealdade

7. 12 de outubro de 1999
Hobsbawm comenta sobre a chegada da criança de número 6 bilhões que, segundo
previsões, nascerá em 12 de outubro de 1999 e como isso marca o início de uma nova era. No
entanto, ele afirma que é impossível fazer previsões gerais sobre o futuro dessa criança ou do
mundo em que ela nascerá. As mudanças que ocorrem rapidamente contam pouco, exceto
para a própria criança e seus pais.
Hobsbawm comenta sobre a queda da taxa de natalidade, que afeta tanto países ricos
quanto pobres, e prevê que as disparidades demográficas entre diferentes regiões do mundo
serão um dos maiores problemas do próximo século.
A urbanização pode ajudar a reduzir a pressão sobre o meio ambiente causada pelo
aumento da população, mas o problema mais urgente é a má distribuição da população pelo
globo, o que pode levar a uma migração em massa para os países mais ricos. A demanda por
serviços baratos que não podem ser realizados pela população nativa pode levar a
transferência de mais pessoas do terceiro mundo para o primeiro mundo, o que pode criar
problemas políticos e sociais. Existe o risco de uma sociedade protecionista na Europa que
prefere manter os estrangeiros fora de suas fronteiras, o que pode criar uma sociedade de
primeira classe e outra de segunda classe, composta pelos estrangeiros sem direitos de
cidadania plena.
A entrevista aborda ainda a questão da imigração e o aumento da população
estrangeira em países da Europa como a Alemanha e a Áustria, que já atingiram cerca de 10%
da população total. Hobsbawm acredita que as rígidas restrições europeias sobre a imigração
não serão suficientes para impedir um aumento ainda maior desse percentual, o que poderia
gerar tensões políticas e sociais, além do risco de racismo. Ele também se questiona sobre o
que pode acontecer com países mais pobres do leste europeu que estão apresentando
tendências similares, indicando que isso também pode gerar problemas.
O autor afirma que os efeitos da degradação ambiental são inevitáveis e sérios, e que a
humanidade tem a capacidade de esgotar recursos não renováveis e tornar o mundo inabitável
através da poluição e da modificação da atmosfera. Ele ressalta que a percepção desse
problema é relativamente recente e que a degradação ambiental antes era algo regional, mas
que agora é global. O autor defende que devemos resistir às tentativas de preservação apenas
por meio de museus vivos e áreas simbólicas, e em vez disso, devemos agir com base na
experiência do passado e encontrar soluções para a preservação do ambiente em escala global.
Entretanto, é importante considerar que as alterações no meio ambiente não
necessariamente levam a um desastre total e que há possibilidades de gerenciar a situação. No
entanto, é importante ter em mente que, apesar de haver autoridade em níveis locais e
nacionais para lidar com o problema ambiental, a falta de uma autoridade global pode ser um
grande obstáculo. As maiores ameaças ambientais são, de fato, globais e requerem uma
cooperação global para serem resolvidas. Portanto, a questão de quem terá autoridade para
realizar planos e colocá-los em prática é um desafio importante a ser enfrentado no século 21.
Sobre a questão da natalidade, o autor acredita que, no passado, as mulheres tinham
muitos filhos porque não tinham muitas opções e porque os filhos eram uma fonte de ajuda
para a família. Com o tempo, no entanto, as coisas mudaram e hoje os filhos não podem mais
ajudar financeiramente a família desde cedo. Além disso, os métodos anticoncepcionais
possibilitaram que as pessoas tenham maior controle sobre a natalidade e, consequentemente,
a decisão de ter ou não ter filhos passou a ser mais uma questão financeira do que uma
questão cultural ou religiosa. Em suma, Hobsbawm acredita que o declínio da natalidade na
Europa é uma resposta racional às condições econômicas e sociais do mundo atual.

Conclusão: Tomara!
Na conclusão da entrevista dada a Polito, Hobsbawm fala sobre sua militância no
Partido Comunista e sua visão de que a luta por um mundo melhor é fundamental para a
humanidade. Ele não se arrepende de ter se filiado ao partido, mas reconhece que a causa que
defendeu nem sempre teve resultados positivos. Ele acredita que se os homens se
concentrarem apenas na busca da felicidade pessoal, por meio do acúmulo de bens materiais,
a humanidade será diminuída.
Hobsbawm considera o século XX um período extraordinário, não apenas marcado
por desastres. Ele afirma que o mundo está melhor no final do século do que antes, embora
haja algumas exceções. O autor finaliza a entrevista expressando seus desejos para seu neto
Roman, que será um filho do século 21. Hobsbawm espera que Roman goste do lugar onde
vive e que encontre uma sociedade que esteja à altura de suas esperanças e aspirações, apesar
de ser difícil para ele entender as experiências que seu avô teve no século anterior.

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