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A primeira globalização ocorreu entre o século XV e o século XIX, momento em que a

europa explorou as rotas marítimas e comerciais do Oriente Médio, o que gerou novas
formas de relações sociais, econômicas e culturais. O considerado começo da Globalização
- Colonialismo - caracterizada pela ocupação territorial, é marcada também por uma
banalização da exploração, especialmente com o continente Africano e com a América pré-
colombiana, onde cerca de 70 milhões de nativos foram exterminados. Tais povos tiveram
os seus territórios ocupados e demarcados arbitrariamente, ignorando sua cultura e seus
direitos, além disso, aproximadamente 10 milhões de africanos foram excluídos e
explorados violentamente pela sociedade da época. A considerada segunda Globalização,
começa no fim do século XX , marcada pela fragmentação dos territórios, visto que, tal era,
foi marcada por revoluções, sejam elas de âmbito social, cultural, econômico, político e
especialmente, tecnológico. Nas novas formas de organização social, o consumo
(capitalismo) se torna propulsor da urbanização da sociedade.

Milton Santos, em seus estudos, escolheu estudar sobre geografia e história - o mundo em
si e todas as suas relações - por conta do movimento. Da procura de entender sobre como
as pessoas se comportam e também como o mundo funciona. Dessa forma, para ver o
mundo como ele é, existe a necessidade de classificar o nosso único mundo em três
modos:
1. O mundo tal como nós fazemos ver: a Globalização como fábula.
2. O mundo tal como ele é: a Globalização como perversidade.
3. O mundo como ele pode ser: Uma outra Globalização.
Consenso de Washington: visava propagar a conduta econômica neoliberal com a intenção
de combater as crises e misérias dos países subdesenvolvidos, sobretudo os da América
Latina. Entretanto, o Consenso de Washington fomentou as desigualdades sociais, o
aumento da inflação, o aumento do desemprego e o aumento das taxas de juros nos países
da América Latina, o que fez com que diversos grupos sociais latinos se unissem para
protestar contra o rumo que seu País estava seguindo. Para o economista Joseph Stiglietz,
esse receituário violento não provém de análise econômica, mas sim, de postura ideológica.

Globalização e Território: A nova DIT (Divisão Internacional do Trabalho)


O Capitalismo sempre visará o lucro e produtividade, mesmo que isso signifique abandonar
os valores morais e sociais. Dessa forma, o DIT se torna, em sua grande maioria,
exploratório e desigual. Onde os países de terceiro mundo sofrem com condições de
trabalhos extremamente injustas. Para Milton, tal produtividade gera um desperdício de
alimentos, já que eles produzem mais do que vendem, e para o sociólogo, tal
comportamento é imoral, pois, tal superprodução poderia ser distribuída de forma justa para
aqueles que realmente precisam - a população que está à margem da sociedade. A fome e
o desabrigo se generalizam em todos os continentes.

No Capitalismo, a sociedade se repartiu em barreiras, sejam elas físicas ou simbólicas


(muro de Berlim, muralha da China), por exemplo, nos Estados Unidos, a livre circulação de
produtos com o país vizinho, o México, é evidente, mas já na circulação de pessoas, os
EUA não aceitam tão livremente a ideia da migração entre os dois países, e isso só reforça
a desigualdade e preconceito. A mídia assume também o papel de intermediar e controlar a
interpretação do que “acontece” no mundo, onde muitas vezes, o que é transmitido e
postado não é necessariamente a real versão dos acontecimentos diários. Além de
influenciar e aumentar o consumo nos países. Para Santos, a cultura popular se torna uma
grande aliada e uma importante ferramenta para lutar contra a perversidade da
globalização. É fazer cultura e política ao mesmo tempo. É possível também usar a cultura
popular como forma de revanche com a cultura de massa.

Milton Santos cita a África e o resultado do imperialismo. Denunciando os males que os


europeus causaram no continente, causando miséria e dominando os seus recursos. A
necessidade de mudança é clara. Uma outra ética marcada por vastas mudanças deve ser
proposta como uma nova forma de Globalização, especialmente ao se tratar de respeitar e
tratar com dignidade aqueles que estão à margem da sociedade.

Por fim, é importante, para Milton Santos, acreditar que o mundo pode ser solidário, onde o
Estado cuide de todos, garantindo o pleno direito de ser humano e principalmente, onde o
Capitalismo ande lado a lado com questões sociais e ambientais. A Globalização Solidária
pode ser algo além de uma ideia, pode deixar de ser como deveria ser e passa a ser como
ela realmente é.

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