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Geopolítica

Um olha para a América

Material editado para o 8º Ano (Mas pode se aplicar a


outros níveis de turma) – 4º Bim – Prof. Sorrá - 2020
Geopolítica
Geopolítica é uma categoria da geografia que abrange
os fenômenos históricos e políticos da atualidade.
Ela tem o objetivo de interpretar a realidade global e
envolve o estudo de guerras, conflitos, disputas ideológicas
e territoriais, questões políticas, acordos internacionais, etc.
Rudolf Kjellén – 1864 - 1922 Friedrich Ratzel - 1844 -1904

1. A expressão “geopolítica” foi elaborada pelo


cientista político Rudolf Kjellén, logo no início do
século XX. Adepto das teorias do alemão Friedrich
Ratzel, Kjellén definiu este novo conceito através da
relação entre os fatos políticos de um determinado
local com seus espaços geográficos.
Por isso que, para essa ciência, é
necessário entender se as estratégias
escolhidas pelos estados podem
interferir na sua geografia e como
isso repercute nas interações
internacionais.
Geopolítica X Geografia Política

1. Enquanto a geopolítica se atenta em estudar as


intervenções que possam garantir o controle do
poder de um território para com outro, a geografia
política foca apenas em seu espaço geográfico e as
tensões geradas nele, como proteção das fronteiras
e controle dos recursos naturais.

2. A geografia política se comporta como um estudo


científico, já que o geógrafo alemão Friedrich Ratzel
expandiu seus conceitos e abordagens a partir de
1987. Já a geopolítica pode ser vista como uma
estratégia usada por cada país na tentativa de
alcançar o máximo nível de poder, ampliação
territorial e crescimento da sua economia.
Geopolítica do continente americano
Analisando a economia e a qualidade de vida da
população americana, percebemos alto grau de
desigualdades: a concentração de renda em somente
dois países e a distribuição desigual da pobreza
pelos países latino-americanos.

EUA Peru
Analisando o mapa da página
anterior, percebemos que três
países se destacam como
centros mundiais: os Estados
Unidos, a Alemanha (U.E.) e o
Japão. Cada um deles controla
áreas de influência pelo mundo,
destacando-se as áreas de
influência direta, que dependem
do poder das economias desses
países centrais. Os Estados
Unidos atualmente são a maior
economia mundial (possuem o
maior PIB, a maior quantidade de
multinacionais e são o maior
mercado para os diversos
países), e seu poder de influência
vai além dos limites da América.
Conflitos na América Latina
Moedas dos países da América do Sul
Bases militares dos EUA no mundo

Fonte:
http://democraciapolitica.blogspot.com/
Certamente você deve ter percebido que
a presença norte-americana no mundo é
constante – seja pela influência
econômica, política, cultural e, com grande
evidência, a participação militar.
Observa-se a extensão dos interesses
dos EUA nos vários lugares do mundo e
isso se torna possível graças às políticas
externas implementadas pelo Estado, seja
por meio de acordos com aliados, seja por
meio de sua participação em organismos
internacionais, como a ONU (Organização
das Nações Unidas) ou a OTAN
(Organização do Tratado do Atlântico
Norte).
2. As relações geopolíticas na América
North America
O processo de globalização,
nascido nos anos 1980 e que vem
se aprimorando até hoje, baseado
no desenvolvimento de tecnologia
de ponta (3.a Revolução
Industrial) como na área das
comunicações, na robotização da
South America
linha de produção, nas
descobertas da área de
biotecnologia, promoveu grandes
mudanças no espaço geográfico:
ela permite a socialização global
da informação e do
conhecimento, a difusão da
produção e do consumo de
mercadorias que facilitam a vida
humana, o aumento da produção
de alimentos.
Diante desses aspectos a esperança seria que
as sociedades pudessem usufruir efetivamente dos
benefícios dos novos tempos de maneira mais
igualitária.
Ao contrário disso, o que se observa é o
aprofundamento das desigualdades de todo tipo
(renda, acesso a condições mínimas de vida, condições
desiguais de trabalho etc.) – e o jogo de interesses do
capitalismo, em busca sempre de mais lucros, se
reflete na influência dos países uns sobre os outros.
2.1. As relações econômicas

Já vimos que cada país, dentro


do sistema capitalista, tem
uma especialização na
economia globalizada (D.I.T.) e
que é através dela que se
percebe com maior nitidez a
correlação entre os diferentes
países.
Observe o mapa a seguir, em
que utilizamos a teoria
centro/periferia como critério
de regionalização, que nos
permite entender melhor a
participação diferenciada e o
nível de influência entre os
países americanos:
2.2. As relações culturais
No capitalismo, a produção é tão importante quanto o
consumo. Com a globalização, todos estamos submetidos a um
mesmo modelo: o marketing e a propaganda que são difundidos
pelos meios de comunicação, criando “necessidades” de produtos
que vendem sentimentos, como felicidade, conquistas pessoais,
status social – enfim, vende-se nossa inclusão no mundo do “ter”.
De maneira geral os países ricos utilizam esse
princípio, mas os Estados Unidos com o desenvolvimento de
sua indústria cultural (cinema, televisão, histórias em
quadrinhos etc.), disseminaram pelo mundo o “modo de vida
americano” (American way of life), permeado pelos valores
de sua sociedade, ampliando ainda mais sua influência sobre
o mundo.
Walt Disney

Fonte: Universo HQ
A visita de Disney à América Latina
Em 1941, o mundo inteiro estava em colapso. A
Segunda Guerra Mundial tinha confrontado os Aliados e o
Eixo em uma das maiores contendas bélicas da história.
Nos Estados Unidos, Walt Disney desfrutava do sucesso
comercial e de crítica de seu primeiro longa-metragem de
animação: Branca de Neve.
No entanto, o conflito militar global prejudicou seus
planos de construir um estúdio e a continuidade de seus
projetos seguintes, Pinocchio e Fantasia. Com uma dívida de
4,5 milhões de dólares, sem investimentos do Velho
Continente e com o início de uma greve de funcionários, um
convite diplomático foi a salvação do diretor e roteirista.
O então presidente Franklin Delano Roosevelt
buscava aliados na América do Sul e Disney queria trabalhar
e obter ideias para futuras produções. Estes foram os
bastidores que levaram ao também produtor e 18 artistas
de sua equipe ao sul da fronteira, em busca de inspiração e
para deter o avanço da Alemanha nazista.
Da visita diplomática foram feitos dois
filmes: Alô, amigos e Você já foi à
Bahia?
Alô, Amigos teve o pato Donald, o
Pateta, o avião mensageiro chileno
Pedrito e o papagaio brasileiro Zé
Carioca como principais
protagonistas. A equipe de Disney
ficou fascinada com os cartões postais
do Rio de Janeiro, as pedras
portuguesas da orla de Copacabana e,
é claro, o samba. Donald não só
conseguiu aprender a dançar samba,
como experimentou cachaça. A
canção Aquarela do Brasil, do
lendário compositor mineiro Ary
Barroso, foi a trilha sonora do
encontro de culturas no episódio
documental de nome homônimo.
A influência cultural norte-americana cresceu nos anos 1950,
propagando diariamente sua concepção de mundo, pelo cinema,
rádio e televisão. Também as multinacionais se multiplicam,
sobretudo as de produtos alimentícios, como McDonald’s e
Coca-Cola, mudando o padrão alimentar do mundo. Após os
anos 1980, iniciado o processo de globalização, a interação via
internet permitiu ainda maior influência: computadores,
celulares que ficam cada vez mais completos e a divulgação de
informações em segundos permitiram o reconhecimento da
importância da presença norte-americana no mundo da cultura.
Em contrapartida, graças à desigualdade social nem
todos têm acesso à tecnologia, atingindo camadas menos
favorecidas financeiramente, que são excluídas por não
conseguirem se adaptar ao mundo do consumo e criam
meios para absorvê-lo. Na América, como vimos, somente
poucos países e partes de suas populações podem usufruir
de benefícios da globalização. Em cada país latino-
americano as influências deste fenômeno na cultura e no
consumo são assumidas de maneiras diferentes. Além
disso, sobretudo devido à diversidade étnica, ocorrem
resistências à imposição desses modelos
Nas áreas onde predominam as populações indígenas ou de
mestiços, as culturas tradicionais, suas tradições tendem a ser
mantidas, apesar da propagação da cultura do mundo globalizado.
Associadas às questões econômicas, isso tem provocado tensões
que resultam em movimentos sociais locais e que dão outra face à
globalização.
Líderes políticos que defendem a causa indígena:

• Rigoberta Menchú (Prêmio Nobel da Paz em 1992);

• Evo Morales (ex-presidente da Bolívia, exilado);

• Felipe Quispe (Movimento Indíge - na Pachakutik –


MIP);

• Iza (Confederação das Nacionalidades Indígenas do


Equador – Conaie);

• Marcos (EZLN, Chiapas).


Greta Thunberg – ativista sueca

Tradução do sueco: Greve da escola pelo clima

Além desses grupos tradicionais, novos atores


surgiram nos diferentes países com a globalização: são,
sobretudo, os ecologistas, preocupados com o exagero na
produção e no consumo, que desencadeiam várias questões
ambientais, como o esgotamento das reservas naturais (por
exemplo, o desmatamento da Amazônia), o controle da
poluição (os EUA se recusam a assinar o acordo para
diminuição da emissão de CO2) e as questões ligadas ao lixo
produzido pelo alto nível de consumo (desde restos
orgânicos até lixo eletrônico e espacial).
2.3. As relações político-militares

O domínio colonial de exploração da América Latina


deixou marcas profundas na estrutura dessas nações
americanas: capitais concentrados na mão de uma elite,
descendente dos colonizadores europeus, que domina as
atividades econômicas, enquanto a maioria da população
não tem terras, as relações de trabalho são precárias e os
serviços sociais, tais como educação e saúde não recebem o
investimento necessário para atender a todos.
Tensões sociais, assim, sempre ocorreram nos vários
países, mas assumem um caráter mais constante com a
Guerra Fria: os ideais socialistas se disseminaram, há uma
maior organização dos trabalhadores e, diante de um
quadro de tanta desigualdade, a URSS (União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas), interessada na ampliação
de seu domínio ideológico e político, se dispôs a treinar
lideranças para a revolução socialista, suprindo a população
com armas e dinheiro.
Do mesmo modo, os EUA, defensores do
capitalismo, aliados tradicionais dos governos de elite
da região, disponibilizam dinheiro, armas e o
treinamento de soldados latino-americanos, com o
propósito de controlar o sistema econômico e político
da América.
Veja, no mapa a seguir, algumas das intervenções
norte-americanas na América Latina.
Linha temporal de 1950 - 2020

2020

John Biden e Kamala Harris


Referências:

Geopolítica: o que é, história, no Brasil e no mundo - Toda


...www.todamateria.com.br

Livro de Geografia do 8º Ano – Sistema Objetivo – 4º Bim – 2020

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/geografia/geopolitica

https://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/07/cultura/1460044858
_011138.html
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