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O que a esquerda
deve propor
TRADUÇÃO DE
Antonio Risério Leite Filho
REVISÃO TÉCNICA DE
Tito Riff
�
CIVll.IZAÇÃO BRASILEIRA
iiiiii
Rio de Janeiro
2008
COPYRIGHT© Roberto Mangabeira Unger, 2005
PROJETO GRÁFICO:
Evelyn Grumach e João de Souza Leite
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
DFL
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
08-0251 CDD-320.5
CDU-321
Impresso no Brasil
2008
Sumário
2 A desorientação da esquerda 19
3 A reorientação da esquerda 27
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2 A desorientação da
esquerda
A esquerda se acha desorientada, agora, em quatro terrenos
distintos : uma alternativa perdida, uma idéia de mundo per
dida, um agente perdido e uma crise perdida. Encarar cada
uma dessas deficiências, de modo claro e direto, é começar a
ver que ações se podem tirar delas . É começar a redefinir o
que a esquerda deveria propor.
A esquerda está perdendo uma alternativa. "Dirigismo "
não é o caminho. A idéia de uma direção governamental da
economia, já desacreditada, tornou-se ainda mais irrelevan
te, p e l a direção da mudança numa economia baseada n o
conhecimento. Redistribuição compensatória n ã o é suficien
te. Não o bastante para remediar as enormes pressões no sen
tido da desigualdade, da insegurança e da exclusão, resultan
tes da crescente segmentação hierárquica da economia. Nem
p a r a l i d a r com as preocupações de desconex ã o s o c i al e
depreciação do indivíduo, que se situam bem além do alcan
ce da redistribuição compensatória.
Hoj e, a esquerda parece incapaz de dizer a que veio, para
além da direção governamental da economia ou da reparação
redistributiva de desigualdades e inseguranças. Se afirma sua
atitude crítica diante dos arranj os estabelecidos, p arece estar
dando ouvidos, uma vez mais, ao "estatismo " . Se se contenta
com a retaguarda defensiva das dotações sociais tradicionais,
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3 A reorientação da
esquerda
No entanto, existe uma alternativa. Existe um conj unto
idéias a partir do qual podemos imaginar esta alternativa.
Existem forças sociais reais que podem constituir suas bases
eleitorais. Existe um modo de prescindir da crise como condi
ção de possibilidade da mudança. E de agarrar as oportunida
des de transformação que a nossa circunstância nos oferece.
A marca distintiva da alternativa é ancorar a inclusão
social e o fortalecimento do indivíduo nas instituiçõ e s da
vida política, econômica e social . Não é suficiente humanizar
o mundo social - é necessário transformá-lo.
Transformá-lo significa , mais uma vez, engajamento no
esforço para redesenhar a produção e a política; engaj amen
to do qual a social-democracia se afastou quando s e estabe
leceu o compromisso de meados do século p a s s a d o , que
definiu seu horizonte presente . Significa tomar as forma s
institucionais familiares d a economia d e mercado, d a demo
cracia representativa e da sociedade civil livre como subcon
junto de um conj unto muito mais amplo de possibilidades
institucionais. Significa rej eitar o contraste entre orientação
de mercado e direção governamental como eixo organizador
de nossas disputas ideológicas - e substituí-lo pelo contras
te entre modos de organizar o pluralismo econômico, políti
co e social . Significa enraizar uma predisposição p ara m aior
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4 Um agente : trabalhadores que
querem ser pequeno-burgueses
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s Um agente : nações que querem
ser diferentes
O nacionalismo foi uma das mais inesperadas e poderosas
forças transformadoras da história moderna. Hoj e, tornou
s e u m desvio p erigo s o . Reinterpretado e re direci o n a d o ,
poderia se tornar uma oportunidade para o avanço d e alter
nativas progressistas.
Na experiência humana, identidades coletivas extraíram
seu poder de seu conteúdo . Ser romano, por exemplo, signi
ficava viver como os romanos, seguir o caminho de Roma:
uma estrutura herdada de costume e sensibilidade.
D e s d e que o s p o deres ocidentais avançaram s o b r e o
mundo, procurando submeter o resto da humanidade a seus
impérios, interesses e crenças, uma rivalidade até então con
fin a d a a o Ocidente se tornou glob al. Para desenvolver a s
capacidades econômicas e militares requeridas para a inde
pendência nacional - e manter sua identidade de cultura -,
cada nação teve de abandonar uma boa parte da idéia que
tinha herdado de si mesma no altar dessa luta universal -
uma luta a um só tempo prática e espiritual . Cada nação teve
de pilhar o mundo inteiro , à procura não só das melhores
máquinas , mas também das instituições e práticas mais efi
cientes - aquelas que produziriam maior impulso às capaci
dades nacionais, com um mínimo possível de ameaça à estru-
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6 Uma oportunidade :
a nova relação entre cooperação
e 1novaçao
. -
Uma outra oportunidade para o avanço da alternativa pro
gressista nasce da difusão de um novo conjunto de práticas
cooperativas, abertas amistosamente à inovação . Estas práti
cas estão mudando o caráter da produção e do aprendizado
em b o a p arte do mun d o . Estão centr a d a s n a s m e l h o r e s
empresas e nas melhores escolas . Sua marca principal é ate
nuar a tensão que sempre existe entre os dois imperativo s
m a i s fundamentais do progresso prático : a necessidade d e
c o operar e a necessidade de inovar. S e r á que e s t e s novos
modos de produzir e aprender, que tanto prometem fortale
cer nossos poderes produtivos, ficarão confinados a certos
setores de produção e aprendizado ? Ou vão se tornar acessí
veis a amplos segmentos da sociedade e a muitos setores da
economi a ? Da resposta a estas perguntas dependem nossas
chances de realizar a tão alardeada meta do crescimento eco
nômico socialmente inclusivo.
Reduzido a seus termos mais simples, o crescimento eco
nômico é a conseqüência de três conjuntos de causas. A curto
prazo, um determinante crucial é a relação entre o custo de
produzir bens e serviços e os ganhos alcançados com sua pro
dução . A longo prazo, um fator crucial é o desenvolvimento
e a aplicação prática do conhecimento . A mais importante
espécie deste conhecimento é a que nos permite rotinizar o
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7 Países em desenvolvimento :
crescimento com inclusã o
A experiência recente dos países em desenvolvimento nos
ensina duas lições fundamentais. Sua contradição é apenas
aparente . A primeira é que países crescem, embora muitas
vezes com dramático aumento de desigualdades, quando
desatrelam as forças do mercado. A segunda é que aqueles
que mais cresceram - a China e, em menor grau, a Índia -
são os menos obedientes à fórmula com que são pressiona
dos por governos, financistas e acadêmicos dos países ricos.
Os países em desenvolvimento mais bem-sucedidos são
os que têm sido mais pródigos em inovações institucionais -
especialmente, inovações na definição institucional da pró
pria economia de mercado . Eles são também o s que com
mais insistência têm erguido um escudo para proteger a here
sia nacional em estratégia de desenvolvimento e organização
institucional. O escudo se tem construído de iniciativas poli'··
ticas que alargam a margem de manobra dos governos nacio
nais . A fórmula vitoriosa tem sido: mercados e globalização,
sim, mas apenas em nossos próprios termos.
Mesmo o s hereges relativamente bem�:;mcedidos) todavia,
vêm experimentando fracassos no que mais importa : cresci
mento socialmente inclusivo e fortalecimento individual. Na
China, centenas de milhões de pessoas vivem num purgatório
de desemprego, insegurança e medo. Na Índia, a maioria
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* " Venture cap ital " : capital que financia, ou participa como acionista, de
empreendimentos que, pelo caráter inovador, envolvem grande risco e incerteza,
mas oferecem, caso bem-sucedidos, altos lucros. (N.R. T. )
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s Europa : a reinvenção da
social-democracia
A social-democracia - a mais amplamente admirada forma
de organização das sociedades avançadas - está há tempos
s e retr a i n d o em seu solo europeu de origem . Por que a
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9 Estados Unidos : esperança p ara
a pessoa comum
Supõe�se que não exista uma esquerda nos Estados Unidos
- ao menos, não no mesmo sentido, ou com a mesma força,
em que há uma esquerda no resto do mundo. No entanto, é
vital transformar o debate sobre o futuro da esquerda num
debate norte-americano.
É vital, em primeiro lugar, porque os Estados Unidos não
são somente o p oder predominante no mundo, mas, tam
bém, um poder que não está em contato imaginativo com o
resto da humanidade. Os grandes debates ideológicos que
agitam o mundo p arecem fantasias distantes e perigosas,
quando repassados nos Estados Unidos, diversamente do que
ocorria com as disputas ideológicas oitocentistas, que ecoa
vam dentro da Grã-Bretanha. Há uma propensão dos norte
americanos a considerar que o resto do mundo vai definhar
:na pobreza e no despotismo, caso não se torne mais p arecido
com os Estados Unidos. Esta falta de imaginação é fonte de
um perigo imenso. O único modo de corrigir isto é os norte
americanos reconhecerem a similaridade fundamental entre
a sua situação e a de outras sociedades contemporâneas -
similaridade no âmbito dos mais urgentes problemas, tanto
quanto no caráter das soluções mais pertinentes.
É vital, em segundo lugar, porque a distinção entre as duas
caras, que o mundo rico tem mostrado ao resto da humanida�·
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10 A globalização e o que fazer
com ela
Tais alternativas para os países mais ricos e mais pobres exi
gem, p ara o seu avanço , uma ordem global que não os supri
ma por seu próprio desenho. A globalização se torna hoj e um
álibi genérico para a rendição: cada alternativa progressista é
e scarnecida sob o argumento de que os constrangimentos da
glo balização a tornam inviáve l . A verdade, p orém, é que,
como as experiências contrastantes da China e da América
Latina contemporâneas mostram, mesmo a presente ordem
p olítica e econômica global permite um amplo espectro de
respostas efetivas . Além disso, não temos razão alguma para
abordar o regime econômico e político global estabelecido
em um toma-lá�dá-cá. A questão não pode nunca ser apenas:
quanto de globalização . D eve também sempre ser: que espé
cie de globalizaçã o ?
O obj etivo principal é u m pluralismo qualifica d o : um
mundo de democracias. As diferenças na forma de organiza
ção e de experiência , em tal mundo, seriam limitadas s omen
te pela exigência de que nenhuma sociedade, que se proclame
livre, faria a reforma depender da crise, ou negaria, a indiví
duos ou grupos dissidentes que nela possam surgir, o poder
e fetivo e o direito formal de desafi á - l a . Este p o der e este
direito nunca estarão inteiramente assegurados, a não ser
que o indivíduo sej a livre para escapar da sociedade e da cul-
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Wilsoniana e a Bismarckiana.
A tradição Metternichiana tem a ordem como seu com
promisso formativo e o concerto de grandes poderes contra
esforços de subversão, como seu método preferido . Trans
formando a vantagem presente em direito investido adquiri
do, procura fechar a s portas à revolução.
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11 Duas concepções de esquerda
O que significa ser de esquerda, hoj e ? Uma idéia preexisten
te deve ser realizada numa nova circunstância, através de um
novo projeto. O novo projeto, por seu turno, requer a rein
venção da idéia preexistente .
Duas concepções de esquerda deveriam lutar, agora , pela
primazia . Uma expressa a orientação da social-democracia
institucionalmente conservadora e seu contínuo recuo diante
da ambição transformadora, tanto nos mais ricos quan
to nos mais pobre s . A outra anima, aprofunda e generaliza
uma direção programática, corno a esboçada nestas páginas.
A primeira das duas concepções prevalece, embora pou
cos de seus adeptos a reconheçam pelo que ela é. Ela tem
duas p arte s : somente uma destas partes é regularmente
citada; a outra, geralmente, permanece nas sombras . parte
que se explicita é o compromisso com uma maior igualdade
de recursos e de chances na vida, a ser alcançada, sobretudo,
pela redistribuição compensatória, via tributação e transfe
rência . A função principal desta redistribuição, hoj e , é ate�
nuar os e feitos na segmentação hierárquica da economia
sobre as desigualdades de renda; a preocupação primária é
com a desigualdade de renda e de padrões de vid a . O aparen
te extremismo do compromisso com maior igualdade coexis-
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12 Cálculo e profecia
O avanço de alternativas como estas equivaleria a uma revo
lução mundial . Mas não conduziria a uma revolução mun
dial na forma que - graças aos preconceitos do pensamento
oitocentista e novecentista - costumamos associar à idéia de
revoluçã o : mudança súbita, violenta e total. A transforma
ção seria gradual, peça por peça e, geralmente, pacífica. Seria
todavia revolucionária em vários sentidos. Derrubaria a dita
dura da falta de alternativas, sob a qual vivemos hoj e - e o
faria rompendo os limites do restrito repertório de arranj os
da organização prática da sociedade, que é nossa mais vívida
experiência de um destino coletivo. Combinaria , como toda
mudança revolucionária, uma transformação política e uma
religiosa: m udança nas instituições sob as quais vivemos e
nas i déias sobre a humanidade que estas instituições encar
nam. O mais importante signo de nosso êxito seria ter dimi
nuído a dependência entre mudança e crise .
Que temos problemas para reconhecer alternativas revo
lucionárias tais como elas são, é conseqüência direta do hábi
to de confundir orientações com proj etos. Um falso dilema
paralisa o pensamento programático. Uma proposta distante
dos modos presentes de fazer as coisas é escarnecida como
interessante, mas utópica. Uma proposta próxima à prática
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" Start-up companies: empresas que estão iniciando suas atividades. (N.R. T. )
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1 Grande parte do meu trabalho, publicado e não publicado, pode ser acessado
através do site: www.robertounger.net.
2 Ver Social Theory: Its Situation and Its Task, Verso, 2004; Fa/se Necessity:
Antinecessitarian Social Theory in the Service of Radical Democracy, Verso, 2001;
Plasticity into Power: Comparative Historical Studies on th e lnstitutional
Conditions of Economics and Military Success, Verso, 2004.
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Janeiro de 2 0 0 7
3 Ver The Criticai Legal Studies Movement, Harvard University Press, 1 9 8 6; What
Should Legal Analysis Become?, Verso, 1 9 8 6 .
4 Ver D e m ocracy Realized: Th e Progressive A lternative, Verso, 1 9 9 8 ; What
Should the Left Propose?, Verso, 2005 .
s Ver Passion: An Essay on Personality, Free Press, 1 9 8 4 ou a edição alemã desse
livr o , Leidensch aft: Ein Essay über Personlich k eit, traduzido por Michael
Bischoff, S . Fischer, 1984; The Sei( Awakened: Pragmatism Unbound, Harvard
University Press, 2007.
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O texto deste livro foi composto em Sabon,
da Distribuidora Record.