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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

VITOR SIMÕES DOS SANTOS SILVA

2º Semestre

Filosofia

ATIVIDADE DE HISTÓRIA GERAL

Campinas
2020
PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

VITOR SIMÕES DOS SANTOS SILVA

2º Semestre

Filosofia

ATIVIDADE DE HISTÓRIA GERAL

Trabalho de aproveitamento
apresentado à disciplina História da
Filosofia Medieval do Curso de
Filosofia da Pontifícia Universidade
Católica de Campinas, sob orientação
do Prof. Lindener Pareto, para
obtenção de créditos.

Campinas
2020
1. Descreva o documento/texto a ser analisado quanto as suas características,
sua natureza, o modo como foi produzido, quando foi produzido, quem o
produziu, com que objetivos e para quem.

Eric Hobsbawm, um hi sto ri ador da atualidade , fal o sobre o sé cul o XX , O século


XX foi marcado por um período de grandes mudanças, e para Eric Hobsbawm este
século foi breve e perfeito e sua história edifica sobre as catástrofes, as incertezas e as
crises , decompondo o que construído no longoséculo XIX. O desafio de Eric não é
tanto em falar das perplexidades de hoje , mas de me rgul har nos aconte cimentos,
nas ações e deci sões que desde 1914 constituíram o mundo dos anos 90, onde
passado e futuro parecem estar se desmembrando do presente .

Neste livro Eric abandona seu silêncio para contar em uma linguagem simples e
envolvente a históri a da ERADA S ILUSÕES PERDIDAS . Willi am Waack era dos e
remos de Eri c Hobsb awm, original , pessoal e mais político. Perry Anderson,
Hobsbawm vê o século marcado por grandes eras, onde a da catástrofe de 1914 a
1948 e a de ouro de 1949 a 1973. Ne ssas eras mataram ma s seres humanos do que
em qual qur ou tra e nele se chegou a níveis de transformações que jamais foram
vistas na humanidade. Hobsbawm conta isso com muita dedicação.

O livro, fala também sobre os alicerces estranhamente irregulares, além de variadas


leituras de muitos anos. Eric Hobsbawm foi o maior historiador do século XX e as
suas bras são essenciais para poder compreender o mundo contemporâneo, este livro
se baseia também nas informações em que Eric Hobsbawm
obteve junto a colegas, estudantes, e a todos que ele abordou durante a elaboração.

2. Descreva a natureza das informações oferecidas pelo documento/texto,


tanto as que são mais imediatas e aparentes quanto as que podem ser
colhidas nas entrelinhas, discutindo suas limitações e suas possibilidades
para o debate e a pesquisa histórica.

O Primeiro Mundo era política e socialmente estável quando começara a Guerra Fria
global. O que quer que fumegasse sob a superfície do Segundo Mundo, era abafado
pela tampa do poder do partido e da potencial intervenção militar soviética. Por
outro lado, muito poucos Estados do Terceiro Mundo atravessaram o período a
partir de 1950 (ou da data de sua fundação) sem revolução, golpes militares ou
alguma outra forma de conflito armado interno.
Essa instabilidade era igualmente evidente para os EUA, que a identificavam com o
comunismo soviético. Quase desde o início da Guerra Fria, os EUA partiram para
combater esse perigo por todos os meios. Foi isso que manteve o Terceiro Mundo
como uma zona de guerra.

Durante várias décadas, a URSS nem pretendia nem esperava aumentar a região sob
governo comunista além da extensão da ocupação soviética no Ocidente, ou da
intervenção chinesa (que não podia controlar inteiramente) no Oriente. Moscou
simpatizava com os novos regimes e ajudou-os. Apesar disso, o Terceiro Mundo agora
se tornava o pilar central da esperança dos que ainda acreditavam na revolução social.
Parecia um vulcão global prestes a entrar em erupção. Após 1945, a forma básica de
luta revolucionária no Terceiro Mundo parecia ser a guerra de guerrilha.

A década de 1950 foi cheia de guerras de guerrilha no Terceiro Mundo. Curiosamente,


foi um movimento relativamente pequeno que pôs a estratégia da guerrilha nas
primeiras páginas do mundo: a revolução que tomou a ilha caribenha de Cuba em 1 de
janeiro de 1959.

Os rebeldes latino-americanos, embora radicais, nem Fidel Castro, nem qualquer de


seus camaradas eram comunistas. O populismo precisa de organização. O Partido
Comunista era o único organismo do lado da revolução que podia proporcionar-lhe isso.
Os dois precisavam um do outro, e convergiram.

Nenhuma revolução poderia ter sido mais bem projetada para atrair a esquerda do
hemisfério ocidental e dos países desenvolvidos. A revolução cubana era tudo: romance,
heroísmo nas montanhas, ex-líderes estudantis com a desprendida generosidade de sua
juventude, um povo exultante, num paraíso turístico tropical pulsando com os ritmos da
rumba. E o que era mais: podia ser saudada por toda a esquerda revolucionária,
inclusive os insatisfeitos com a prioridade dos soviéticos para a coexistência pacífica
entre ela e o capitalismo.

As guerrilhas eram feitas na área rural do Terceiro Mundo por jovens intelectuais,
vindos inicialmente das classes médias estabelecidas de seus países. Isso também valeu
quando a tática de guerrilha foi transferida para as grandes cidades, em fins da década
de 1960. Esses grupos acharam mais fácil produzir golpes e assassinatos espetaculares
do que revolucionar seus países. Pois mesmo na América Latina as grandes forças da
mudança política eram políticos civis e exércitos. A onda de regimes militares direitistas
que começou a inundar grandes partes da América do Sul na década de 1960 não
respondia, basicamente, a rebeldes armados.

Nos florescentes países do capitalismo industrial, ninguém mais levava a sério a clássica
perspectiva de revolução social por insurreição e ação de massa. E no entanto, os
governos de repente se viram diante de uma coisa que parecia a velha revolução e
revelava a fraqueza de regimes aparentemente firmes. Em 1968-9, uma onda varreu os
três mundos, levada essencialmente pela nova força social dos estudantes, cujos
números logo se contariam aos milhões. Três características multiplicavam sua eficácia
política. Eram facilmente mobilizados e mais livres que os operários em fábricas
gigantescas. Eram encontrados em geral nas capitais, sob os olhos dos políticos e das
câmeras dos meios de comunicação. E, sendo muitas vezes filhos da classe média
estabelecida, não eram tão fáceis de metralhar quanto as classes mais baixas. As
autoridades cuidavam para que não houvessem mártires.

A rebelião dos estudantes ocidentais foi mais uma revolução cultural. Apesar disso, essa
rebelião ajudou a politizar um número substancial da geração estudantil rebelde. Pela
primeira vez, desde a era antifascista, o marxismo atraía grande número de intelectuais
ocidentais.
A revolta estudantil de fins da década de 1960 foi a última arremetida da velha
revolução mundial. Foi revolucionária tanto no antigo sentido de buscar uma inversão
permanente de valores, quanto no sentido de procurar realizá-la pela ação nas ruas e
barricadas, pela bomba e pela emboscada na montanha. Foi global, não só porque a
ideologia da tradição revolucionária era internacionalista mas porque, pela primeira vez,
o mundo era verdadeiramente global. A primeira geração da humanidade a tomar a
viagem aérea e as telecomunicações rápidas e baratas como coisas do cotidiano.

Na verdade, a mais sensacional prova do desaparecimento da revolução mundial foi a


desintegração do movimento internacional a ela dedicado. O que restava do movimento
internacional comunista centrado em Moscou desintegrou-se entre 1956 e 1968, quando
a China rompeu com a URSS em 1958-60, enquanto partidos comunistas (sobretudo
ocidentais) começavam a distanciar-se abertamente de Moscou.
Contudo, se a tradição de revolução social no estilo de Outubro de 1917 se exaurira,
continuava existindo a instabilidade social e política que gerava revoluções.

O fim da década de 1970 viu a onda de revolução lançar seus salpicos sobre os EUA,
quando a América Latina e o Caribe, inquestionável área de dominação de Washington,
pareceram inclinar-se para a esquerda (Revolução Nicaragüense de 1979, movimento de
guerrilha em El Salvador). A URSS nem fizera, nem controlava essas revoluções, mas
visivelmente as acolhia como aliadas. Poucas revoluções desde 1917-8 foram feitas a
partir das bases. A maioria o foi pelas minorias ativistas ou impostas de cima, como por
golpes de exército ou conquista militar. Contudo, em fins do século XX as “massas”
retornaram à cena mais em papéis principais que coadjuvantes. Independentemente do
que tenha estimulado as populações a entrar em ação, era a disposição de manifestar- se
que decidia as questões. O que essa mobilização das massas conseguia era demonstrar a
perda de legitimidade de um regime. No Irã, como na Petrogrado de 1917, a perda de
legitimidade foi demonstrada pela recusa do exército e da polícia a obedecer ordens. Os
cidadãos precisavam de líderes, estruturas ou estratégias políticas para ser eficazes.

3. Coloque em discussão a ideia de História que o documento/texto propõe e


associe com os métodos da ciência da História.

Uma explicação para a revivescência das massas foi a urbanização do globo, sobretudo
no Terceiro Mundo. A maioria dos habitantes de qualquer grande Estado agora vivia na
cidade, sede de poder; podia sobreviver e defender-se contra o desafio rural. Após a
Guerra do Golfo de 1991, Saddam Hussein manteve-se no Iraque contra insurreições
num Estado militarmente fraco, essencialmente porque não perdeu Bagdá. As
revoluções no fim do século XX têm de ser urbanas, se querem vencer.

O mundo do fim do Breve Século XX se acha mais em estado de colapso que de crise
revolucionária. Esse tipo de descontentamento concentrado com o status quo é hoje
menos comum que uma rejeição desconcentrada do presente, um processo de
desintegração a que as políticas interna e internacional dos Estados se adaptam o melhor
que podem. Além disso, a acessibilidade de armas e explosivos altamente destrutivos
hoje é tal que o habitual monopólio de armamentos do Estado em sociedades
desenvolvidas não pode mais ser tomado como certo. Na anarquia de pobreza e
ganância que substituiu o ex-bloco soviético, não era mais inconcebível nem mesmo
que armas nucleares, ou os meios para fabricá-las, pudessem chegar às mãos de grupos
outros que não os governos.
O mundo do terceiro milênio, portanto, continuará a ser de política violenta e mudanças
políticas violentas. A única coisa incerta nelas é aonde irão levar.

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