Você está na página 1de 21

• Texto-base 1: FARRET, Rafael Leporace & PINTO,

Simone Rodrigues. América Latina: da construção do


nome à consolidação da ideia. TOPOI, Rio de Janeiro,
v. 12, n. 23, jul./dez. 2011, p. 30-42.

• Texto-base 2: BRUIT, Héctor. A invenção da América


Latina. In: Anais Eletrônicos do V Encontro da
ANPHLAC ,Belo Horizonte, 2000.
• O nome “América Latina” exclui a participação dos povos indígenas e
africanos no processo identitário do continente;

• A “América Latina” foi criada a partir dos discursos elitistas;

• Esse nome está relacionado à latinidade do continente;

• A consolidação do nome ocorreu em fins do século XIX;

• Farret & Pinto (2011) tomam como principal referência bibliográfica a


obra do filósofo uruguaio Arturo Ardao.
• Para se explicar como se deu a construção do nome
“América Latina”, se faz preciso entender como se
originou o nome “América”, de acordo com a obra
de Ardao;

• Tanto o processo identitário da “América” quando


da “América Latina” podem ser divididos em três
processos;

• O continente foi, primeiramente, nomeado Índias,


posteriormente Novo Mundo e, por fim, América,
em 1507.
• A identidade “americana” só foi utilizada pela
elite criolla  no início do século XIX, a partir das
lutas pela independência da América Espanhola;

•A identidade “americana” era utilizada apenas


por aqueles que estavam no topo da sociedade,
assim como será, inicialmente, a identidade
“latino-americana”
Imagem
Imagem 2: 1: ArturoRojas
Miguel ArdaoMix

Fonte:
Fonte:
https://www.mssa.cl/sin-categoria/escritor-miguel-rojas-mix-en-el-museo/.
http://fabricadesites.fcsh.unl.pt/ghispanicas/2019/05/09/arturo-ardao/
.
• No artigo intitulado “Pan-Latinism, French
Intervention in Mexico (1861 - 1867) and the
Genesis of the Idea of Latin América”,
Phelan constrói a tese de que o termo foi
popularizado pelo panlatinismo, que
consistia na soberania francesa acima das
nações hispano-americanas.
• O político e economista Michel Chevalier é quem vai apresentar uma
noção de América Latina;

• Chevalier propõe, de forma indireta, a divisão das Américas no trecho de sua


obra intitulada "Lettres Sur L' Amérique du Nord":

“[...] a América do Sul é, como na Europa, meridional, católica e Latina. A


América do Norte pertence à uma população protestante e Anglo-Saxônica”
(Chevalier, 1836, apud Farret & Pinto, 2011, p. 36).
Imagem 3: A Guerra de Secessão

• O Panlatinismo e a sua
participação na criação do termo
“América Latina” são apresentados
ao mundo no artigo intitulado
“Revue de Races Latines”, escrito
por Tisserand.
Fonte:
https://www.marxismo.org.br/a-guerra-de-secessao-dos-estados-unidos-1861-1
865/
.
Imagem 4: Caicedo

• Ardao critica a tese de Phelan


sustentando sua tese de que o termo
"América Latina" não fora criado pelos
franceses, em 1862, mas sim pelo
jornalista e poeta colombiano José
Maria Torres Caicedo, em 1856.

Fonte: https://www.infobae.com/america/colombia
/2022/12/30/jose-maria-torres-caicedo-el-colombiano-que-creo-el-v
ocablo-america-latina/
.
“LA RAZA DE LA AMERICA LATINA
AL FRENTE TIENE LA SAJONA RAZA
Poema escrito por Caicedo, ENEMIGA MORTAL QUE YA AMENAZA
em 1856, no qual ele SU LIBERTAD DESTRUIR Y SU PERDÓN”.
publica e expande o termo
“América Latina” num
jornal de Paris: “A RAÇA DA AMERICA LATINA
A FRENTE TEM A RAÇA SAXONICA,
INIMIGA MORTAL QUE AMEAÇA
SUA LIBERDADE E SEU PERDÃO”.
• As discordâncias entre Ardao e Phelan são inúmeras;

• Ambos concordavam que o panlatinismo foi um grande aliado na


gênese do termo “América Latina”;

• Ardao teve sua tese anulada pela de Phelan, que já era conhecido como
promissor da tese sobre o termo “América Latina”.
• Miguel Rojas Mix discorda tanto de Phelan quanto de Ardao;

• Rojas Mix argumenta que o termo “América Latina” foi citado,


inicialmente, numa conferência, em Paris, pelo intelectual chileno
Francisco Bilbao, em 1856:

“[...] Mas a América vive, a América Latina, saxônica e indígena e protesta


sobre a causa do homem”.

• Rojas Mix acusa Caicedo de plágio, alegando que ele estava nessa
conferência.
• A marginalização da América Latina e a ascensão do nome América
atrelado somente aos EUA;

• O conceito de latinidade, inicialmente atribuído aos franceses, veio de


dois latinos importantes: Carlos Calvo e Caicedo;

• Chevalier surge como idealizador do combate ao expansionismo, em


“Le Mexique ancien et moderne”.
• A França como “herdeira das nações católicas” tenta combater o
expansionismo e a missão se iniciaria no México;

• A expressão “América Latina” era inexistente para Chevalier e outros


escritores franceses da época, muito menos para a consciência político-
cultural do continente;

• A França utilizou a latinidade como justificativa para invadir o México,


apenas por interesses próprios;

• Para Domingo Faustino Sarmiento, a ideia de latinidade estava


associada ao monarquismo e ao conservadorismo.
• Posicionamento dos autores americanos: rupturas ou
continuidades?

• José Martí;
• José Enrique Rodó;
• José Vascoceles;
• Victor Raúl Haya de La Torre.

• Um caminho inexplorado: a história de um continente e de um


termo centralizado em apenas um país
Imagem 4: Lélia Gonzalez

Fonte:
https://www.quatrocincoum.com.br/br/resenhas/pol
itica/a-forca-de-
“Agora, para o mundo, América é tão só os Estados
Unidos, e nós quando muito habitamos uma sub-América,
uma América de segunda classe, de nebulosa identidade”
(GALEANO, 2022, p. 18).
BRUIT, Héctor. A invenção da América Latina. In: Anais Eletrônicos do V
Encontro da ANPHLAC. Belo Horizonte, 2000.

FARRET, Rafael Leporace & PINTO, Simone Rodrigues. América Latina: da


construção do nome à consolidação da ideia. TOPOI, Rio de Janeiro, v. 12, n. 23,
jul./dez. 2011, p. 30-42.

GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Tradução de Sergio


Faraco. Porto Alegre, RS: L&PM, 2022.

Você também pode gostar