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RESENHA

As ideias populistas no México e na Argentina: Início e seus efeitos,


causas e consequências.

Mário Pedrosa de Assis Filho¹

PRADO, Maria Lígia. O populismo na América Latina (México e Argentina). 6


Edição. São Paulo: Editora Brasiliense, 1981.

No interesse a base de pesquisa da América latina Maria Ligia Prado é


um dos grandes nomes, com vasto currículo em pesquisa e graduação em
história da América ela é: graduada em História pela FFLCH/Universidade de
São Paulo (1971), Mestre em História Social, FFLCH/USP (1974) e Doutora em
História Social, FFLCH/USP (1982); Livre-docente em História da América
Independente, FFLCH/USP (1996); Professora Titular em História da América
Independente, FFLCH/USP (2002). Professora Emérita FFLCH/USP (2012).
Pesquisadora Emérita do CNPq (2016). Foi presidente da Associação Nacional
de Pesquisadores e Professores de História das Américas (ANPHLAC),
1998/2000. É especialista em História da América Latina, trabalhando na
interseção dos campos da História Política, História da Cultura e História das
Idéias. Foi coordenadora do Projeto Temático/FAPESP: Cultura e Política nas
Américas: Circulação de Idéias e Configuração de Identidades (séculos XIX e
XX) entre 2007 e 2011. Membro do Laboratório de Estudos de História das
Américas - LEHA do Departamento de História da USP, que coordenou entre
2008 e 2012. A autora dessa obra tem mais algumas obras publicadas e em
sua grande maioria são sobre a américa latina em uma breve pesquisa vemos
a grande pesquisa e conhecimento ela tem sobre a história da América.
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No livro, O populismo na América Latina (México e Argentina). Em


questão a ser analisado a pedido do professor, nos trás uma base sobre o
populismo e seus principais líderes e suas caminhadas para que acontecesse
esse processo histórico tão importante. O livro tem 2 capítulos, e a contar
introdução e conclusão. Na introdução Maria Lígia primeiro nos dá a base de
informação de o que é o populismo, nos mostrando o que foi e onde teve início
seu maior e como se expandiu. A autora nos diz sobre o populismo na Rússia e
nos Estados Unidos na segunda metade do século XlX. Esses são só
exemplos para entendermos a complexidade de muita discussão através do
tema. Na mesma época acontecia em quase todos os continentes do mundo,
Ásia, África, Europa do Leste e como citado Rússia e Estados Unidos. Mas no
livro tendo maior ênfase na introdução os Russo (Narodniki) e o Americano.
Sendo assim considerado o início do populismo, trazendo uma discussão a
partir dos aos 50, para a América Latina, nesse livro em questão a autora sita
alguns dos países que tiveram seus governos populistas entre eles aqui no
Brasil os governos de Getúlio Vargas (1930-1945/ 1951-1954) e o de João
Goulart (1961-1964). Sendo os principais até então no Brasil, mas com isso o
livro nos mostra outros que são considerados os principais da América Latina.
Que foi o mexicano e o argentino. Características comuns a todos os
movimentos em busca de um conceito abrangente de todas essas realidades.
Temos assim estudos gerais sobre o populismo que procuram identifica-lo com
uma situação - histórica, típica da América Latina. “Os sociólogos. Argentinos
Gino Germani e Torcuato di Tella construiram modelos que pretendem dar
conta da explicação do fenômeno. Partem do pressuposto que populismo
ocorre numa situação de “transição” isto é, na passagem da assim chamada
sociedade tradicional agrária, pré-capitalista, atrasada para a sociedade
moderna capitalista, urbana e industrial. As raízes do populismo estão na
assincronia entre os processos de transição de uma sociedade para a outra”.
(vol.6, pág.10), desta forma, devido a falta de amadurecimento das massas,

¹ Mário Pedrosa de Assis Filho Discente do 4º período, “2020-2”. História da


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América 4. Prof. Raimundo Pessoa


possibilita a sua manipulação pelas elites que querem defender seus status.
Tanto Germani, quanto, Di Tella elaboram modelos para compreensão do
populismo latino americano. Isto nos mostra o do que o populismo tem de
base, pois temos essa ideologia de “progresso” e evolução que eram
apresentados pelos governos populistas.

No segundo capitulo nos mostra de início o começo do populismo


do México onde passa brevemente pela revolução mexicana até se chegar ao
governo de populismo de Lazaro Cárdenas, que foi considerado o primeiro
governo populista do México, ele governou do ano 1934 até 1940. Cárdenas
responde às necessidades, às angústias, às propostas do momento histórico.
México começa a superar a crise em 1933 e a partir de 1934 Cárdenas toma
medidas econômicas e sociais, aproveitando esse momento de superação da
crise e crescimento das forças produtivas capitalistas. Ele dinamizou o
programa de Reforma Agrária, Cárdenas tornou ainda outras medidas, como
a criação, em 1936, do Banco Nacional de Crédito Ejidal, para financiamento
da produção dos ejidos. Começa a delinear-se o perfil do governo populista
mexicano, com a concessão de terras aos camponeses, respondendo às suas
velhas e marcantes aspi- rações, e o ataque aos latifundiários, no rastro da
tradição da Revolução Mexicana. Não nos esqueçamos que, em 1930, a
população mexicana era predominantemente rural (vol. 6, pág 24).

Maria Lígia Fala também sobre o que Cárdenas estimulou por exemplo
coisas como o desenvolvimento capitalista e que ao mesmo tempo atendeu a
algumas aspirações operárias. Fez cumprir as leis quanto ao direito trabalhista.
Tiveram também algumas greves, pois ele considerava as greves armas
legítimas de pressão para os operários alcançassem melhores condições de
e xistência . Cárdenas enfrentou oposição de setores da burguesia. A
burguesia cresceu economicamente, mas não estava satisfeita com os
benefícios dados a os trabalhadores. Cárdenas fez o programa de
nacionalização de empresas petrolíferas petróleos de México S.A. Exploração
do petróleo como monopólio do Estado.

TRAÇOS PRINCIPAIS DO POPULISMO MEXICANO:


Concessão de benesses aos trabalhadores rurais e urbanos. Incentivo
estatal para avanço das forças produtivas capitalistas. Incentivo ao crescimento
econômico autônomo. Pinceladas nacionalistas. Proletariado mexicano,
sindicalismo revolucionário.

POLÍTICA TRABALHISTA DE CÁRDENAS:

Governo é o árbitro e o regulador da vida social. Não intervenção nas


organizações trabalhistas por parte dos patrões. As agitações provêm da
existência de privações e necessidades justas das massas trabalhadoras e da
falta de cumprimento das leis do trabalho.

No segundo capitulo a autora nos mostra muito sobre o que desencadeou o


populismo argentino. A Argentina recebeu imenso contingente de imigrantes
europeus. Desejo de europeizar a Argentina. Grande prosperidade econômica
até a crise de 1929. Conservadores pensavam que o que era bom para eles
deveria ser ótimo para toda a nação. Indústria alimentícia, têxtil e metalurgia
leve crescimento na indústria de base que não se desenvolveu. Fala da
agricultura de exportação sustentáculo da economia. Argentina defesa da
hegemonia na améria Latina. Simpatias pelo Nazifascismo. Perón percebeu
que com o apoio dos trabalhadores seriam invencíveis. “O trabalhador se
constituía na riqueza da nação e, como tal, o Estado, deveria ajudá-lo, protege-
lo, vigia-lo, pois em diversos discursos "Perón proclamava a tutela; do Estado
sobre toda a sociedade, mas o tom paternalista se acentuava nas suas
observações a respeito das massas trabalhadoras” (vol.6, pág,64).

Medidas sociais sustentadas por Peron não agradavam às classes


dominantes. Os socialistas e comunistas o qualificavam de fascistas.
Nacionalização das estradas de ferro, empresas elétricas, serviços telefônicos,
frota aérea do Estado Aerolíne as Argentinas, empresas de Gás do Estado,
Banco Central já cria do em 43. As indenizações pagas pelas nacionalizações
das empresas, que acabaria com as divisas acumuladas durante a guerra.
Partido Peronista também foi um canal de atrelamento dos sindicatos do
Estado. Sindicatos e política do Governo (Justicialismo/ sindicato). Objetivo de
ambos é a nação. Justicialista nome dado à política social e Perón. No
segundo período presidencial, muito diferente do anterior, devido as reservas
monetárias terem se acabado. Temor afasta investimento estrangeiro. Conflito
com a Igreja devido a revogação da lei do ensino religioso obrigatório,
implantação do divórcio (1955) separação entre Igreja e Estado. Peron possuía
forte carisma e apesar dos discursos retóricos (Arte de bem falar) e
demagógicos, medidas que beneficiaram de fato os trabalhadores, chamado de
descamisados. Regime agrário latifundista continuou intacto, com pequenas
restrições na comercialização dos cereais. O comércio de carnes continuou
nas mãos de frigoríficos estrangeiros. Peron se apresentava como “terceirista”
Nem capitalista e nem socialista.

Ele considerava o capitalismo internacional era frio e desumano. Já o


Capitalismo Patrimonial era considerado o do bem-estar representando a
prosperidade. Perón e os abusos do capitalismo surge o descontentamento
social que faz emergir o comunismo.

O livro mostra que se pensarmos bem o populismo foi uma forma que
muitos políticos acharam para “iludir” as partes mais pobres e sem muita fonte
de renda. Digo fazendo com que a população mais pobre, as classes com
maior parte da população acreditassem em suas ideias, suas promessas e
muitas vezes fazendo a ideia de capitalização de muitos estados, como uma
forma de que a população seria beneficiada pelas promessas, e
endividamentos dos estados com todas as ideias e criações de bancos e
chegada de indústrias onde a população muitas vezes rural de pequenas
propriedades se viam muitas vezes obrigada a vender terras e buscar novas
formas de ganhar a vida. Com tudo isso digo que o livro de muito boa leitura e
com informações de grande relevância, onde muito explicado e compactado o
conteúdo.

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