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conflitos e mudanças
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3ª FASE: FASE PÓS-MODERNISTA OU GERAÇÃO DE 45
(1945 — 1960/80)
3ª Geração (geração)
do Modernismo (Modernismo)
Busca da Perfeição (Perfeição) Neoparnasianismo
(Parnasianismo)
João Cabral de Melo Neto nasceu no Recife, em 1920, e morreu na mesma cidade, em 1999.
Nunca se adaptou à cidade grande e à agitação do mundo urbano: era essencialmente um homem do
interior. Primo do sociólogo Gilberto Freyre (1900-1987), autor de Casa grande & senzala, e do poeta Manuel
Bandeira (1886-1968), a partir dos dez anos, estudou no colégio dos irmãos maristas até 1935.
Aos 20 anos, viajou com a família para o Rio de Janeiro onde conheceu Murilo Mendes (1901-
1975), Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) e o círculo de intelectuais que se reunia no consultório de Jorge
de Lima (1893-1953). Em 1941, participou do Congresso de Poesia do Recife, apresentando o texto em
prosa Considerações sobre o poeta dormindo. Publicou o primeiro livro de poemas, Pedra do sono, em 1942.
Em 1945 conseguiu publicar O engenheiro, em edição custeada pelo amigo Augusto Frederico Schmidt
(1906-1965). Nessa época foi nomeado para a carreira diplomática, na qual atuou em diversas cidades europeias,
entre elas, Sevilha, pela qual tinha predileção e que foi tema de alguns de seus poemas.
Em 1950, foi a vez de O cão sem plumas. Em 1954 recebeu o Prêmio José de Anchieta (no IV
Centenário de São Paulo) pelo livro O rio. O volume Duas águas, uma coletânea dos livros anteriores, acrescido
dos textos “Morte e vida severina“, “Paisagens com figuras” e “Uma faca só lâmina”, foi lançado em 1956.
Destacam-se ainda Quaderna (1960), A educação pela pedra (1966), Museu de tudo (1975), A escola
das facas (1980), Auto do frade (1984), Crime na Calle Relator (1987).
Em agosto de 1968, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, mas só tomou posse quase um ano
depois.
Ao saber que sofria de uma doença degenerativa incurável que faria sua visão desaparecer aos poucos,
o poeta anunciou que pararia de escrever. Quando morreu, em 9 de outubro de 1999, era um forte candidato ao
Prêmio Nobel de Literatura.
João Cabral de Mello
Neto com sua
esposa Stella Maria
Barbosa de Oliveira e
seus filhos Rodrigo
Cabral de Mello, Inês
Cabral de Mello, Luís
Cabral de Mello e
Isabel Cabral de
Mello, no colo do pai.
Grande parte dos críticos considera João Cabral como o melhor poeta da chamada geração de 45, bem como de
toda a poesia brasileira mais recente.
Um dos traços marcantes de sua produção poética provém de seu senso de exatidão do significado da palavra, o
que lhe permitiu fazer uma poesia precisa e concisa, à moda de Carlos Drummond, de quem, parece, sofreu salutar
influência.
De posse dessa técnica, controlou a sentimentalidade e a subjetividade, permitindo-se equilibrar, de maneira
ímpar, forma e conteúdo, e até mesmo submeter o conteúdo à forma, como no poema “Tecendo a manhã”, um dos
exemplos originais de seu racionalismo.
Dono, portanto, de estilo preciso, o qual sempre esteve sob o controle da vontade do autor, João Cabral
desenvolveu poesia técnica na forma. Se conseguia dizer muito com poucas palavras e só o que queria dizer, fez isso em
espaços determinados do papel, previamente definidos e utilizados de forma organizada e racional.
Quando bem queria, juntava ao conteúdo, nesses espaços definidos e justos, metros exatos e rimas de “música
seca”, mas intencionalmente expressivas.
É possível perceber que, em João Cabral, o processo de construção do poema é perceptível, palpável, visível,
mesmo ao leitor comum, daí a razão de ele ser identificado como poeta construtor ou poeta engenheiro.
Outro traço comum em sua produção poética são as alusões que o autor faz à própria poesia. Explicando melhor:
não são raras as poesias nas quais o autor discute o processo ou o trabalho de construir o poema, tática conhecida como
metalinguagem.
Como poeta, mas principalmente como intelectual e filho de uma região social e economicamente pobre, como é
o Nordeste, ele não poderia se furtar à sua responsabilidade social: paralelamente aos caracteres poéticos expostos acima,
João Cabral desenvolveu poesia crítica, compromissada com o sentimento de tristeza e de angústia, de mistura com certa
rebeldia.
No seu jeito claro, medido, contundente e direto, ainda que por meio de metáforas originais, denunciou a injustiça
social vivida pelos nordestinos e o estado de esquecimento e de extorsão em que se encontravam.
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BIOGRAFIA DE FERREIRA GULLAR
Ferreira Gullar, pseudônimo de José de Ribamar Ferreira, nasceu em São Luís, Maranhão,
em 10 de setembro de 1930. Sua infância foi típica de qualquer criança de classe média: estudava e
brincava na rua com seus amigos de jogar bola ou acompanhava-os nas pescarias no Rio Bacanga.
Muito interessado por poesia, aos 18 anos, o jovem Gullar passou a frequentar os bares da
Praça João Lisboa e o Grêmio Lítero Recreativo, onde, aos domingos, havia leitura de poemas.
Interessou-se muito pela poesia moderna, cujos principais autores do período eram
Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, poetas que lia com entusiasmo. No início,
escandalizado com essa estética moderna, procurou estudá-la e, pouco tempo depois, aderiu a ela.
Seu primeiro livro, Luta corporal, foi publicado em 1954. Os últimos poemas dessa obra
são considerados os embriões da poesia concreta, vertente literária à qual Ferreira Gullar foi um dos
adeptos.
Descontente com a poesia concreta, o autor maranhense foi um dos pioneiros, em 1959, do
movimento literário e artístico neoconcretismo. É de autoria de Gullar um manifesto e a “Teoria do
não objeto”, textos referências para a compreensão dessa estética artística brasileira.
Muito ousado, Gullar inovou a poesia brasileira ao criar o “livro-poema”, o “poema espacial”
e o “poema enterrado”. Este consiste em uma sala no subsolo a que se tem acesso por uma escada;
após penetrar-se no poema, depara-se com um cubo vermelho; ao levantar-se esse cubo, encontra-se
outro, verde, e sob este, há ainda outro, branco, que tem escrito numa das faces a palavra
“rejuvenesça”.
O “poema enterrado” foi a última obra neoconcreta de Gullar, que se afastou dessa vertente
literária para integra-se à luta política. Filiou-se ao Partido Comunista e passou a integrar a luta
contra a Ditadura Militar de 1964. Nesse período, sua poesia voltou-se para questões políticas e
sociais. Entre 1962 e 1966, por exemplo, publicou três poemas em estilo de cordel, numa tentativa de
alcançar de forma mais direta o leitor de camadas mais populares.
Em razão de sua atuação política, foi processado e preso pela ditadura. Quando solto, teve
que atuar na clandestinidade e, posteriormente, teve de exilar-se em Moscou e depois em Santiago do
Chile, Lima e Buenos Aires.
Regressou ao Brasil em 1977, quando foi preso e torturado pelo regime militar, só sendo
libertado por meio de forte pressão internacional. Trabalhou na imprensa do Rio de Janeiro e, depois,
como roteirista de televisão, função que possibilitou que trabalhasse com o dramaturgo Dias Gomes.
Durante o exílio em Buenos Aires, Ferreira Gullar escreveu aquela que é considerada sua
obra-prima: Poema sujo, um longo poema de quase 100 páginas. Muito impactante, essa obra foi
traduzida para vários idiomas.
Além da poesia, o escritor maranhense também se dedicou ao teatro, sendo um dos
fundadores, após o golpe militar, do Teatro Opinião, que teve importante papel na resistência
democrática ao autoritarismo da época. Nesse período escreveu, com Oduvaldo Viana Filho, as
peças Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come e A saída? Onde fica a saída? Também é autor da
peça Um rubi no umbigo.
Em 2002, foi indicado para o Prêmio Nobel de Literatura, mas não foi contemplado. Faleceu
em 4 de dezembro de 2016, na cidade do Rio de Janeiro, onde residia.
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Características literárias de Ferreira Gullar
“Cantiga de Banheiro”, de Mauro Mota, demonstra, desde a estética, que se trata de um poema moderno, pela
quebra com a tradição em não apresentar forma fixa; além disso, mostra a capacidade do poeta em fazer o hibridismo
entre gêneros textuais (descrição e poesia) para poetizar temas tão corriqueiros (do dia a dia) como o banho de uma
simples moça.
Esteticamente, o poema, apesar de ter como predominância a métrica em redondilho maior – típica
característica de poemas populares como também as cantigas (trovadorescas) foram – quebra com a tradição na
distribuição dos versos por estrofe e nas rimas (predominância das emparelhadas). Ele possui quatro estrofes contendo
doze, nove, catorze e sete versos cada.
No tocante à temática, trata-se de um texto cujo ideal é descrever poeticamente o ato do banho de uma moça,
com toda sua beleza e sensualidade (indícios de erotismo), conforme a 2ª estrofe “[...] Dela soltam / os peitos agressivos
de/ bicos rubros insinuantes, [...]”. Essa descrição vai desde o ato de a moça (personagem central) despir-se, até a água
descer pela sarjeta e, com ela, levar a espuma de sabão que antes estava na moça.
Mauro Mota possui a capacidade de transformar um simples banho, característica básica do dia a dia, em
poesia, uma vez que o popular e os simples acontecimentos do cotidiano (assuntos banais) são (também) temas
constantes em sua poética.
Para dar a forma de poema, ele utiliza-se de encavalgamentos ou enjambement, além de apropriar-se de
figuras estilísticas como anáforas (repetição constante de “a moça” no início dos versos nas duas primeiras estrofes) e
personificações “[...] Dela soltam / os peitos agressivos [...]”. Além do forte teor imagético que o texto possui como um
todo, a imagem que o leitor pode promover da última estrofe reflete bem o poder poético do autor.
Quanto aos indícios de descrição, percebe-se pela quantidade de predicados verbais existentes no texto, pois
os verbos de ação permitem um maior movimento dentro do poema, facilitando o processo do banho (do início ao fim).
Então, analisando a poética de Mauro Mota, percebe-se a capacidade que o poeta tem de retratar assuntos tão
banais, como o banho de uma moça, sem perder a beleza que é a poesia, através de um vocabulário simples, métrica
popular e recursos estilísticos que dão à descrição a poeticidade que o texto precisa.
Boletim Sentimental
da Guerra no Recife Tínheis de quinze a vinte anos,
tipos de colegiais,
Meninas, tristes meninas, diante dos americanos,
de mão em mão hoje andais. dos garbosos oficiais,
Sois autênticas heroínas do segundo time vasto
da guerra, sem ter rivais. dos fuzileiros navais
Lutastes na frente interna prontos a entregar a vida
com bravura e destemor. para conseguir a paz,
À vitória aliada destes varrer da face do mundo
o sangue do vosso amor. regimes ditatoriais
Por recônditas feridas, e democratizar todas
não ganhastes as medalhas, as terras continentais E os presentes? Os presentes
terminadas as batalhas a começar pelo sexo eram vossa tentação.
de glórias incompreendidas. das meninas nacionais. Coisas que causavam aqui
Éreis tão boas pequenas. inveja e admiração:
Éreis pequenas tão boas! Iniciou-se então a fase bolsas plásticas, a blusa
De várias nuanças morenas, de convocação e treino de alvas rendas do Havaí,
ó filhas de Pernambuco, todos os dias na Base. bicicletas "made in USA",
da Paraíba e Alagoas. Ah! com que pressa aprendíeis, verdes óculos "Ray Ban".
só pela conversa quase! Era um presente de noite
Dentro de menos de um mês e outro dado de manhã,
sabíeis falar inglês. verdadeiras maravilhas
da indústria de Tio Sam.
E as promessas? As promessas
eram vossa sedução. Ah! bom tempo em que corríeis,
acreditáveis que elas "pés descalços, braços nus,
não eram mentira, não. atrás das asas ligeiras
Um "Frazer" no aniversário, das borboletas azuis".
passeios de "Constellation", Ó prematuras mulheres,
num pulo alcançar Miami, fostes, na velocidade
"Babies" saxonizados,
almoçar na Casa Branca, dos "jeeps", às "garconières"
que só mamam vitaminas,
descer a Quinta Avenida, da Praia da Piedade.
são vossos "babies", meninas,
fazer "piquet" pela Broadway em vários cantos gerados,
ver a "première" no Cine Quase que se rebentavam
mas "mapples" dos automóveis,
junto dos artistas, com vossos úteros infantis
no interior das cantinas,
eles todos na platéia. quando veio o telegrama
da praia na branca areia,
Ouvir na "Opera House", da tomada de Paris.
em noites sem lua cheia.
numa noite Toscanini,
na outra noite Lili Pons. Ingênuas meninas grávidas,
Meninas, tristes meninas,
o que é que fostes fazer?
vossos dramas recordai,
Com tanto "it" e juventude Apertai bem os vestidos
quando eles no armistício,
podíeis testes ganhar, pra família não saber.
vos disseram "Good bye".
ser estrelas de Hollywood, Que os indiscretos vizinhos
Ouvireis a vida toda
ciúmes de Hedy Lamarr. vos percam também de vista.
a ressonância do choro
Saístes do pediatra
dos vossos filhos sem pai.
para o ginecologista.
Lêdo Ivo
BIOGRAFIA
ALGUMAS DAS OBRAS DE LÊDO IVO
CARACTERÍSTICAS DA OBRA DE LÊDO IVO
Lêdo Ivo foi um dos poetas mais representativos do
Brasil nas últimas décadas, aparecendo como um dos
principais nomes da Geração de 45, marcada por uma
literatura intimista, introspectiva e com traços psicológicos.
Ivo defendia um modelo de poesia comprometido com
o indivíduo e com a sociedade. Algum crítico chegou a se
referir a ele como "o poeta indignado", embora ele tenha
preferido se qualificar como um "poeta municipal".
Sua obra se destacava ao fugir da poesia pura, dirigida
a celebração do universo através de rebuscados versos.
Distante dessa linha, ele preferia, como fez alusão em mais de
uma ocasião, abordar a vida cotidiana e, principalmente, a
condição humana.
O poeta moderno, segundo Ivo, deve se interessar pelo
mundo de hoje e pela experiência pessoal vivida, ao invés de
se concentrar em poemas sobre a criação poética.
O CORAÇÃO DA LIBERDADE
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As ondas nascem,
as ondas morrem,
num só minuto;
mas o pensamento
pode eternizá-las.
Desconhecido de mim,
fui eu próprio, hoje não sei:
a vida, não seu reflexo, Orfeu deitado nas trevas,
deixei-a em glebas longínquas... meu olhar é como o sonho:
não vejo, mas estou vendo;
Quem as visse, eis que seria e assim, liberto da tumba,
o mais puro dos mortais: na alvorada hei de encontrar-me
pois veria, além do tempo, junto às portas de meu Reino:
brilhar a carne das almas;
a carne que exige as cinzas — sereno, lúcido e claro,
deste lodo que nos veste. porém coberto de cinza...
BIOGRAFIA
Manoel Wenceslau Leite de Barros (Cuiabá, 19 de dezembro de 1916 — Campo Grande, 13 de
novembro de 2014) foi um poeta brasileiro do século XX, pertencente, cronologicamente à Geração de 45, mas
formalmente ao pós-Modernismo brasileiro, se situando mais próximo das vanguardas europeias do início do
século e da Poesia Pau-Brasil e da Antropofagia de Oswald de Andrade. Com 13 anos, ele se mudou para Campo
Grande (MS), onde viveu pelo resto da sua vida. Recebeu vários prêmios literários, entre eles, dois Prêmios
Jabutis e foi membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. É o mais aclamado poeta brasileiro da
contemporaneidade nos meios literários. Enquanto ainda escrevia, Carlos Drummond de Andrade recusou o
epíteto de maior poeta vivo do Brasil em favor de Manoel de Barros. Sua obra mais conhecida é o "Livro sobre
Nada" de 1996.
Um ano depois do nascimento do poeta, sua família foi viver em uma propriedade rural em Corumbá.
Mudou-se sozinho quando ele era ainda criança para Campo Grande, onde estudou em colégio interno e, mais
tarde, para o Rio de Janeiro, a fim de completar os estudos, onde formou-se bacharel em direito em 1941. Tendo
estado 10 anos em um internato, rebelou-se contra a escrita do Padre Antônio Vieira, por lhe parecer que para
aquele a frase era mais importante que a verdade. Através da leitura da poesia em prosa de Arthur Rimbaud,
Manoel de Barros descobre que "pode misturar todos os sentidos".
Seu primeiro livro não era de poesia, e teria se perdido em razão de uma confusão com a polícia. Quando
vivia no Rio de Janeiro, aos 18 anos, tendo entrado para a União da Juventude Comunista, grafitou as palavras
"Viva o Comunismo" em uma estátua. Quando a polícia foi buscá-lo na pensão onde morava, a dona do
estabelecimento pediu para "não prender o menino, tão bom que até teria escrito um livro, chamado "Nossa
Senhora de Minha Escuridão'". Tendo o policial que comandava a operação se sensibilizado, o poeta não foi preso,
mas a polícia levou o seu livro. Embora a poesia tenha estado presente em sua vida desde os 13 anos de idade,
teria escrito o primeiro poema somente aos 19 anos. Seu primeiro livro publicado foi "Poemas concebidos sem
pecado" (1937), feito artesanalmente por amigos numa tiragem de 20 exemplares mais um, que ficou com ele.
Rompe com o PCB quando o seu líder, Luís Carlos Prestes, após 10 anos de prisão política durante o
regime getulista, resolve declarar apoio ao presidente Getúlio Vargas, que já havia entregue sua esposa Olga
Benário ao regime nazista da Alemanha, onde ela morreu.
Após sua decepção, viveu na Bolívia, no Peru e também, durante um ano, em Nova York onde fez um
curso de cinema e pintura no Museu de Arte Moderna.
Na década de 1960 voltou para Campo Grande, onde passou a viver como criador de gado, sem nunca
deixar de trabalhar incansavelmente em seu ofício de poeta.
Apesar de ter escrito muitos livros durante toda a sua vida e de ter ganho vários prêmios literários desde
1960, durante muito tempo sua obra ficou desconhecida do grande público. Possivelmente porque o poeta não
frequentava os meios literários e editoriais e, deduzindo-se das palavras do poeta (ele diz "por orgulho"), por não
bajular ninguém.
Seu trabalho começou a ser valorizado nacionalmente a partir da descoberta deste por parte de Millôr
Fernandes, já na década de 1980. A partir daí, ganhou reconhecimento através de vários dos maiores prêmios
literários do Brasil, como o Jabuti, em 1987, com "O guardador de águas".
Foi considerado o maior ou um dos maiores poetas do Brasil, sendo um dos mais aclamados nos círculos
literários do seu país. Seu trabalho tem sido publicado em Portugal, onde é um dos poetas contemporâneos
brasileiros mais conhecidos, na Espanha e na França.
O escritor morreu aos 97 anos. Ele foi internado no dia 24 de outubro de 2014 no Proncor, em Campo
Grande (MS), para uma cirurgia de desobstrução do intestino. De acordo com o boletim médico assinado pela
doutora Carmelita Vilela, o falecimento ocorreu no dia 13 de novembro, às 8h05min, por falência de múltiplos
órgãos. Ele foi sepultado por volta das 18h no cemitério Parque das Primaveras. O escritor completaria 98 anos
em 19 de dezembro de 2014.
MANOEL DE BARROS | Resumo de Literatura para o Enem
•
Obras •
2000 — Exercícios de ser criança
2000 — Encantador de palavras - Edição portuguesa
• 2001 — O fazedor de amanhecer
• 2001 — Tratado geral das grandezas do ínfimo
• 1937 — Poemas concebidos sem Pecado
• 2001 — Águas
• 1942 — Face imóvel
• 2003 — Para encontrar o azul eu uso pássaros
• 1956 — Poesias
• 2003 — Cantigas para um passarinho à toa
• 1960 — Compêndio para uso dos pássaros
• 2003 — Les paroles sans limite - Edição francesa
• 1966 — Gramática expositiva do chão
• 2003 — Todo lo que no invento es falso -
• 1974 — Matéria de poesia
• Antologia na Espanha
1980 — Arranjos para assobio
• 2004 — Poemas Rupestres
• 1985 — Livro de pré-coisas
• 2005 — Riba del dessemblat.
• 1989 — O guardador das águas
• Antologia poètica — Edição catalã
1990 — Gramática expositiva do chão: Poesia quase
• 2005 — Memórias inventadas I
toda
• 2006 — Memórias inventadas II
• 1993 — Concerto a céu aberto para solos de aves
• 2007 — Memórias inventadas III
• 1993 — O livro das ignorãças
• 2010 — Menino do Mato
• 1996 — Livro sobre nada
• 2010 — Poesia Completa
• 1996 — Das Buch der Unwissenheiten - Edição da
• 2011 — Escritos em verbal de ave
revista
• 2013 — Portas de Pedro Viana
Manoel de Barros :: Matéria de
Poesia / Por Antônio Abujamra
Algumas obras de Manoel de
Barros:
O cantor Márcio de Camillo, antes da morte do poeta, veio
com a proposta de musicar as suas poesias, o que resultou
no CD Crianceiras com ilustrações feitas por Martha Barros.
O espetáculo roda o Brasil inteiro. Clique na imagem ao lado
para saber mais.
Clique nos vídeos abaixo, para
conhecer alguns dos poemas de
Manoel de Barros musicados .
O tempo só anda de ida.
A gente nasce cresce amadurece
envelhece e morre.
Pra não morrer tem que amarrar o
tempo no poste.
Eis a ciência da poesia:
Amarrar o tempo no poste.
Manoel de Barros