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Inspirado pelas inovações artísticas das vanguardas europeias (cubismo, futurismo, dadaísmo,
expressionismo e surrealismo), o modernismo teve como marco inicial a Semana de Arte
Moderna, que se realizou entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de
São Paulo.
No país, o cenário era de insatisfação, pois muitas pessoas consideravam a política, a economia
e a cultura estagnadas. Parte disso estava relacionado com o modelo político vigente baseado
na política do café com leite.
Com o poder concentrado nas mãos de grandes fazendeiros, paulistas e mineiros se revezavam
no poder. Isso ocorreu até 1930, quando um golpe de estado depôs o presidente Washington
Luís, pondo fim à República velha.
Foi nesse cenário de incertezas que um grupo de artistas, empenhados em propor uma
renovação estética na arte, apresentam um novo olhar, mais libertário, contrário ao
tradicionalismo e ao rigor estético.
Assim, surge a Semana de Arte Moderna liderada pelo chamado “Grupo dos cinco”: Anita
Malfatti, Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral.
Esse evento, que reuniu diversas apresentações e exposições, colaborou com o surgimento de
revistas, manifestos, movimentos artísticos e grupos com experimentações estéticas
inovadoras.
Assim, numa tentativa de reestruturar o país politicamente, e também o campo das artes -
estimulado pelas vanguardas europeias -, encontra-se a motivação para romper com o
tradicionalismo.
Ao mesmo tempo, o movimento tenentista ganhava força e tentava derrubar o esquema das
oligarquias, cujo poder estava concentrado nas mãos das elites agrárias tradicionais.
Assim, um golpe de estado depôs o presidente Washington Luís e marcou o fim da República
velha. Começa, então, a Era Vargas, que durou até 1945, ano que termina da Segunda Guerra
Mundial.
O modernismo no Brasil foi um longo período (1922-1960), que reuniu diversas características
e obras, por isso, esteve dividido em três fases, também chamadas de gerações:
A primeira fase do modernismo esteve voltada para a busca de uma identidade nacional.
Nesse momento, diversos artistas aproveitaram a agitação causada pela Semana de Arte
Moderna para romper com os modelos preconcebidos que, segundo eles, eram limitados e
impediam a criatividade.
Inspirado nas ideias das vanguardas artísticas europeias, os artistas buscam uma renovação
estética. Por esse motivo, ela é conhecida como a "fase heroica", sendo a mais radical de
todas.
É também chamada de "fase de destruição", pois propunha a destruição dos modelos que
vigoravam no cenário artístico-cultural do país.
Muitas revistas e manifestos foram criados, o que fez surgir alguns movimentos, dos quais se
destacam:
Movimento pau-brasil;
Movimento antropofágico;
Movimento regionalista;
Movimento verde-amarelo.
Manuel Bandeira (1886-1968) - Obras: A cinza das horas (1917), Carnaval (1919)
e Libertinagem (1930).
Diferente da primeira fase, que apresentava um caráter mais destrutivo e radical, na segunda
geração, os artistas demonstram maior equilíbrio e racionalidade em seus escritos.
Além da prosa de ficção, a poesia brasileira se consolida, o que significa o maior êxito para os
modernistas.
Esse é um momento muito fértil da literatura brasileira onde encontramos uma vasta
produção de textos poéticos em verso e prosa.
Jorge de Lima (1893-1953) - Obras: Novos poemas (1929), O acendedor de lampiões (1932) e O
anjo (1934).
Muitos críticos literários defendem que essa fase terminou em 1960, enquanto outros
acreditam que ela perdura até o presente.
Esse momento, que ficou conhecido como “Geração de 45”, reuniu um grupo de escritores,
muitas vezes chamados de neoparnasianos, que buscavam uma poesia mais equilibrada e
objetiva.
Assim, a liberdade formal, característica das fases anteriores, é deixada de lado para dar lugar
à métrica e ao culto à forma, com produções inspiradas no Parnasianismo e Simbolismo.
Além da poesia, há uma diversidade grande na prosa com a prosa urbana, intimista e
regionalista.
Mario Quintana (1906-1994) - Obras: Rua dos cataventos (1940), Canções (1946) e Baú de
espantos (1986).
João Cabral de Melo Neto (1920-1999) - Obras: Pedra do sono (1942), O cão sem
plumas (1950) e Morte e vida severina (1957).
Guimarães Rosa (1908-1967) - Obras: Sagarana (1946), Primeiras Estórias (1962) e Grande
Sertão: Veredas (1956).
Clarice Lispector (1920-1977) - Obras: Perto do coração selvagem (1942), A paixão segundo G.
H (1964) e A hora da estrela (1977).