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AGORA SÃO AS/OS MODERNISTAS

Professora: Me. Amilla Barbosa


Material de apoio para as terceiras séries

Movimento ARTÍSTICO, CULTURAL E LITERÁRIO que se caracterizou pela liberdade estética o


nacionalismo e a crítica social. Inspirado pelas inovações artísticas das vanguardas europeias (Cubismo,
Futurismo, Dadaísmo, Expressionismo e Surrealismo), o Modernismo teve como marco a Semana de Arte
Moderna, que se realizou entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo.

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PRÉ-MODERNISMO

O final do século XIX e o início do XX foram marcados, no Brasil, pela coexistência entre
romances realistas-naturalistas, poemas parnasianos e simbolistas, heranças românticas e novas
posições artísticas. O prenúncio de nossa “entrada na modernidade”, oficializada pela Semana de Arte
Moderna, em 1922, deu-se com a publicação, em 1902, de três obras voltadas à análise crítica do país:
a nova edição de História da literatura brasileira, de Sílvio Romero; Canaã, de Graça Aranha; e,
principalmente, OS SERTÕES, de Euclides da Cunha. Tais obras, bem como outras do período, chamam
atenção para os problemas da nação que havia pouco se tornara uma república. Elas criticam a
organização social do país, especialmente o abandono de algumas regiões e de alguns grupos pelo
Estado, promovendo uma revisão do nacionalismo. Assim, embora não seja, de fato, uma escola
literária, com propostas estéticas próprias e capazes de criar coesão entre os artistas, o Pré-
Modernismo foi importante para a formação do espírito renovador do nosso Modernismo.

No país, o cenário era de


insatisfação, pois muitas pessoas
consideravam a política, a economia e a
cultura estagnadas. Parte disso estava
relacionado com o modelo político
vigente baseado na Política do Café com
Leite: Com o poder concentrado nas
mãos de grandes fazendeiros, paulistas
e mineiros se revezavam no poder. Isso
ocorreu até 1930, quando um golpe de estado depôs o presidente Washington Luís, pondo fim à
República Velha. Foi nesse cenário de incertezas que um grupo de artistas, empenhados em propor
uma renovação estética na arte, apresentam um novo olhar, mais libertário, contrário ao
tradicionalismo e ao rigor estético, então surge a Semana de Arte Moderna liderada pelo chamado
“Grupo dos cinco”: Anita Malfatti, Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Tarsila
do Amaral. Esse evento, que reuniu diversas apresentações e exposições, colaborou com o surgimento
de REVISTAS, MANIFESTOS, MOVIMENTOS ARTÍSTICOS e grupos com experimentações estéticas
inovadoras. Tudo isso permitiu consolidar as IDEIAS MODERNISTAS e inaugurar o movimento no país.

REVENDO O CONTEXTO HISTÓRICO DO MODERNISMO NO BRASIL


✓ Primeira Guerra Mundial (1914-1918): morte de milhares de pessoas, a destruição de diversas
cidades e a instabilidade política e social.

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✓ Segunda fase da República Velha (1889-1930): República das Oligarquias ou República do Café
com Leite;
✓ Aumento da inflação: aumento da crise e propulsão de greves e protestos;
✓ Força do Movimento Tenentista no intento de derrubar o esquema das oligarquias, cujo poder
estava concentrado nas mãos das elites agrárias tradicionais;
✓ Revolta do forte de Copacabana, em julho de 1922, no Rio de Janeiro;
✓ Revolta paulista de 1924, que ocorreu na cidade de São Paulo;
✓ Coluna Prestes (1925-1927);
✓ Crise econômica gerada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929;
✓ Golpe de Estado e início da Era Vargas;
✓ Segunda Guerra Mundial- Nazismo- Fascismo (1930-1945).

AS TRÊS FASES DO MODERNISMO

PRIMEIRA fase Modernista no Brasil (1922-1930)

✓ busca de uma identidade nacional;


✓ renovação estética;
✓ fase heroica"- a mais radical;
✓ "fase de destruição";
✓ cenário artístico-cultural do país;
✓ consolidação de uma arte genuinamente brasileira;
✓ valorização da cultura e do folclore;
✓ liberdade formal,
✓ linguagem mais coloquial para se aproximar da fala cotidiana;
✓ valorização do folclore, arte e cultura popular brasileira;
✓ uso de versos brancos, com ausência de rimas;
✓ utilização do sarcasmo e da ironia.

Revistas e Manifestos da época:


✓ Movimento Pau-brasil;
✓ Movimento Antropofágico;
✓ Movimento Regionalista;
✓ Movimento Verde-Amarelo.

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Autores e obras da primeira fase Modernista

✓ Mario de Andrade (1893-1945) -Obras: Paulicéia Desvairada (1922), Amar, Verbo Intransitivo
(1927) e Macunaíma (1928);
✓ Oswald de Andrade (1890-1954) - Obras: Os condenados (1922), Memórias Sentimentais de
João Miramar (1924) e Pau Brasil (1925);
✓ Manuel Bandeira (1886-1968) - Obras: A cinza das horas (1917), Carnaval (1919) e
Libertinagem (1930).

SEGUNDA fase Modernista no Brasil (1930-1945)

✓ Chamada de fase de consolidação ou geração de 30, começou em 1930 e durou


✓ maior equilíbrio e racionalidade nos escritos;
✓ amadurecimento da literatura brasileira é caracterizado por temáticas nacionalistas,
regionalistas e de caráter social, com predomínio de uma literatura mais crítica e revolucionária;
✓ prosa de ficção, a poesia brasileira se consolida,
✓ momento muito fértil da Literatura Brasileira- vasta produção literária em poesia e prosa
✓ valorização do regionalismo e da linguagem popular;
✓ utilização de versos livres, sem métrica, e brancos, sem rimas;
✓ crítica à realidade social brasileira;
✓ valorização da diversidade cultural do país;
✓ temática cotidiana, social, histórica e religiosa.

Autores e obras da segunda fase Modernista

✓ Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) - Obras: Alguma poesia (1930), A Rosa do povo
(1945) e Claro Enigma (1951);
✓ Murilo Mendes (1901-1975) - Obras: Poemas (1930), A poesia em pânico (1937) e As
metamorfoses (1944);
✓ Jorge de Lima (1893-1953) - Obras: Novos poemas (1929), O acendedor de lampiões (1932) e O
anjo (1934);
✓ Cecília Meireles (1901-1964) - Obras: Espectros (1919), Romanceiro da Inconfidência (1953) e
Batuque, Samba e Macumba (1935);
✓ Vinicius de Moraes (1913-1980) - Obras: Poemas, Sonetos e Baladas (1946), Antologia Poética
(1954), Orfeu da Conceição (1954);

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✓ Graciliano Ramos (1892-1953) - Obras: Vidas Secas (1938), São Bernardo (1934), Angústia
(1936), Memórias do cárcere (1953);
✓ José Lins do Rego (1901-1957) - Obras: Menino do Engenho (1932), Doidinho (1933), Banguê
(19 34) e Fogo morto (1943);
✓ Jorge Amado (1912-2001) - Obras: O País do Carnaval (1930), Mar morto (1936) e Capitães da
areia (1937);
✓ Rachel de Queiroz (1910-2003) - Obras: O quinze (1930), Caminho das pedras (1937) e
Memorial de Maria Moura (1992);
✓ Érico Veríssimo (1905-1975) - Obras: Olhai os lírios do campo (1938), O Tempo e o Vento – 3
volumes (1948-1961) e Incidente em Antares (1971).

TERCEIRA FASE MODERNISTA NO BRASIL (1945-1960)


✓ processo de redemocratização do país;
✓ novos contornos e linguagens.
✓ críticos literários defendem que essa fase terminou em 1960, enquanto outros acreditam que ela
perdura até o presente;
✓ “Geração de 45”, reuniu um grupo de escritores, muitas vezes chamados de neoparnasianos, que
buscavam uma poesia mais equilibrada e objetiva;
✓ liberdade formal, característica das fases anteriores, é deixada de lado para dar lugar à métrica
e ao culto à forma, com produções inspiradas no Parnasianismo e Simbolismo;
✓ diversidade grande na prosa com a prosa urbana, intimista e regionalista;
✓ influência do Parnasianismo e Simbolismo;
✓ oposição à liberdade formal;
✓ forte preocupação com a estética e a perfeição- valorização da métrica e da rima;
✓ temática social e humana.

Autores e obras da terceira fase Modernista


✓ Mario Quintana (1906-1994) - Obras: Rua dos cataventos (1940), Canções (1946) e Baú de
espantos (1986);
✓ João Cabral de Melo Neto (1920-1999) - Obras: Pedra do sono (1942), O cão sem plumas (1950)
e Morte e vida severina (1957);
✓ Guimarães Rosa (1908-1967) - Obras: Sagarana (1946), Primeiras Estórias (1962) e Grande
Sertão: Veredas (1956);
✓ Clarice Lispector (1920-1977) - Obras: Perto do coração selvagem (1942), A paixão segundo G.
H (1964) e A hora da estrela (1977)

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REFERÊNCIAS

BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994.

CANDIDO, A. Literatura e Sociedade: estudos de teoria e história literária. 7. ed. São Paulo: Nacional,
1985.

KOCH, I. G. V. Intertextualidade: diálogos possíveis. São Paulo: Cortez, 2007.

MOISÉS, M. Literatura Brasileira através dos textos. 19.ed. São Paulo: Cultrix, 1996.

Ormundo, Wilton. Se liga nas Linguagens: Português. 1 ed. -- São Paulo: Moderna, 2020.

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