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NOME: SOFIA SALES COSTA

SÉRIE: 1° ANO
POP ART NO BRASIL: PRINCIPAIS ARTISTAS E
OBRAS NACIONAIS
Durante os anos 50, a história da arte foi marcada pelas primeiras obras de arte
produzidas por artistas da Pop Art.

O movimento de origem britânica, logo se espalhou pelos EUA pós-Segunda Guerra,


com uma crítica severa ao consumismo e ao american way of life. A Pop Arte no Brasil
ganhou expressão na década de 60, no período da Ditadura Militar. Por aqui, as
manifestações artísticas tinham forte cunho político.

Foto: Tavin Honeyghan.

E não foi só a arte que se fortaleceu com a Pop Arte no Brasil. Músicos, intelectuais,
jornalistas e formadores de opinião também deram o contorno para esse movimento em
diferentes aspectos da sociedade, onde tinham influência.

Continue lendo e conheça mais sobre o movimento da Pop Art no Brasil e os principais
artistas nacionais.

QUANDO SURGIU A POP ART NO BRASIL?


A chegada da Pop Art no Brasil aconteceu na década de 60 em meio aos movimentos de
protestos no país contra a Ditadura Militar.
A Pop Arte já havia transformado o cenário da arte na Inglaterra e nos Estados Unidos,
destacando artistas como Roy Lichtenstein, Andy Warhol e Robert Rauschenberg.

O espírito contestador desses artistas também foi a marca dos artistas nacionais, apesar
do alvo dos protestos serem pontos diferentes.

Obra de Rubens Gershman.

No Brasil, eram as duras críticas à tortura e à violência da Ditadura e as reflexões do


cotidiano banal e dos problemas sociais que ganhavam as telas.

A utilização de cores vivas e inusitadas, colagens, alterações dos formatos das imagens,
as figuras de ícones simbólicos, o uso das impressões em serigrafia, alto-contraste e as
referências aos gibis foram algumas das marcas da Pop Art no Brasil.

As obras eram usadas como um forte instrumento de denúncia política e social.

Obra de Cláudio Tozzi.


E, além das telas de artistas como Antonio Dias, Rubens Gerchman e Claudio Tozzi,
Hélio Oiticica, outros membros da cultura nacional se apropriaram do conceito
contestador da Pop Art no Brasil e o levaram para a música.

A movimento da Tropicália também bebeu na fonte da Pop Art, buscando inspirações


para as canções de protestos e filmes.

Artistas dessa época são Caetano Veloso e Gilberto Gil (músicos), Glauber Rocha
(cineasta), Zé Celso (ator), entre outros foram exemplos de artistas que usaram sua arte
para protestar, driblando o “sistema” de censura com trocadilhos, metáforas e outros
recursos linguísticos.

Por usar signos e símbolos extraídos do imaginário da cultura de massa e da vida


cotidiana, a Pop Art conseguia criar conexões com o público e agitar a mente dos
espectadores tanto através da arte quanto da música e do cinema.

Agora que já entendemos esse cenário tão efervescente da Pop Art no Brasil, vamos
conhecer alguns dos principais artistas brasileiros desse movimento.

POP ART: PRINCIPAIS ARTISTAS BRASILEIROS


RUBENS GERCHMAN (1942-2008)
Em 1967, Rubens Gerchman foi premiado no Salão Nacional de Arte Moderna com
uma viagem aos Estados Unidos. Ele se baseou em Nova York, entre 1968 e 1972,
realizando várias exposições.

Também fez parte do Fashion Show Poetry Event com uma série de “casas-roupas”. A
mostra foi idealizada na época por um grupo de jovens poetas americanos e teve a
participação de Andy Warhol, do irlandês Les Levine e Robert Plate.

A sua serigrafia ‘A Bela Lindoneia – A Gioconda do Subúrbio’, fazia alusão a uma


jovem leitora de fotonovelas de 18 anos que morreu sem encontrar um amor.
A foto teria sido também a inspiração de Caetano Veloso para escrever uma de suas
principais canções que marcou o Movimento Tropicalista: Lindoneia.

ANTONIO DIAS (1944-2018)


Antonio Dias era um artista multimídia. Estudou no Atelier Livre de Gravura da Escola
Nacional de Belas Artes (Enba) com Oswaldo Goeldi (1895 – 1961).

Na década de 1960, incorporou palavras ou frases às suas obras. Em 1965, recebeu uma
bolsa do governo francês e morou em Paris até 1968.

Depois, mudou-se para Milão, onde mantém um ateliê. Em 1971, editou o disco
‘Record: The Space Between’ e criou a série ‘The Illustration of Art’.

Em 1972, ganhou outra bolsa, agora da ‘’Simon Guggenheim Foundation’ em Nova


York.

Em 1977, estudou técnicas de produção de papel em uma viagem a Índia e ao Nepal.


Depois, começou uma série de trabalhos que tiveram como suporte o papel artesanal, o
qual se integra às obras pela textura e mistura de pigmentos. Um desses trabalhos foi o
álbum ‘Tramas’ de xilografias.
Os restos do herói (1966), Antonio Dias.

Em 1988, morou em Berlim novamente como bolsista do Deutscher Akademischer


Austausch Dienst – DAAD [Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico].

Em 1992, tornou-se professor da Sommerakademie für bildende Kunst, em Salzburgo,


Áustria, e, no ano seguinte da Staatliche Akademie der bildenden Künste, em Karlsruhe,
Alemanha.

HÉLIO OITICICA (1937-1980)


Hélio Oiticica foi outro dos principais artistas da Pop Art no Brasil. Era um artista
performático, pintor e escultor.

Começou seus estudos de pintura e desenho com Ivan Serpa. Logo no primeiro ano de
aprendizado, escreveu seu primeiro texto sobre artes plásticas. A partir daí, o registro
escrito de reflexões sobre arte e sua produção tornou-se um hábito.

Em 1959, entrou para o Grupo Neoconcreto. Abandonou os trabalhos bidimensionais e


passou a criar relevos espaciais, bólides, capas, estandartes, tendas e penetráveis.

Em 1964, começa a fazer as chamadas Manifestações Ambientais. Em 1968, realiza a


manifestação coletiva Apocalipopótese no Aterro do Flamengo, da qual fizeram parte
seus Parangolés e os Ovos de Lygia Pape.
Grupo Frente (1956) | Reprodução fotográfica autoria desconhecida.

Em 1969, realizou na Whitechapel Gallery, em Londres, o que chama de ‘Whitechapel


Experience’, apresentando o projeto Éden.

VIK MUNIZ (1961-)


Vik Muniz é outro artista da Pop Art moderna no Brasil, um representante
contemporâneo com suas fotografias cobertas por balas e geleias. Atualmente, radicado
em Nova York, suas obras já passaram por diversas exposições no Brasil.

Um das suas obras famosas é a Monalisa desenhada com geléia e pasta de amendoim.
Imagem: Divulgação.

A Pop Art no Brasil tem um legado que chega até os dias atuais como manifestação da
nossa cultura através da técnica extravagante e chamativa que desperta até os olhares
mais desatentos.

Fonte: https://laart.art.br/blog/pop-art-brasil/

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