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Fig. 33.1 Dois Seres (1919), Lasar Segall. Família Enferma (1920), Lasar Segall.
Dimensões: 95 cm x 76 cm.
Em 1924, retornando ao Brasil, Lasar Segall passou a residir
definitivamente em São Paulo. A partir daí, sua pintura assumiu uma
temática brasileira: seus personagens agora são mulatas, prostitutas e
marinheiros; sua paisagem, favelas e bananeiras. São exemplos as telas
Mãe Preta e Bananal (fig. 33. 2).
A exposição que Lasar Segall realizou entre nós em 1913 não provocou
nenhuma polêmica, pois seus trabalhos foram vistos como a produção de
um estrangeiro. Como tal, ele tinha o direito de apresentar uma arte
estranha ao senso estético dos brasileiros. Mas com a de Anita Malfatti
(1896-1964), pintora brasileira, a reação foi totalmente diferente. Essa
artista, que teve uma importância muito grande nos acontecimentos que
antecederam o Movimento Modernista no Brasil de 1922, nasceu em São
Paulo e aí realizou seus primeiros estudos de pintura. Em 1912 foi para
a Alemanha, onde frequentou a Academia de Belas Artes de Berlim. De
volta ao Brasil, em 1914, realizou sua primeira exposição individual.
Entretanto, sua exposição mais famosa é a de 1917. Foi esta exposição
que provocou o artigo de Monteiro Lobato (citado no início deste texto),
contendo severas críticas à arte de Anita. Nessa mostra figuraram, por
exemplo, A Estudante Russa, O Homem Amarelo, Mulher de Cabelos
Verdes e (Tropical), trabalhos que se tornaram marcos na pintura
moderna brasileira, por seu comprometimento com as novas tendências
(fig. 33.3).
Fig. 33.3. A Estudante Russa (1915), de Anita Malfatti. O Homem Amarelo (1915-1916), de Anita Malfatti.
Dimensões: 76 cm x 61 cm. Óleo sobre tela. Instituto de Dimensões: 61 cm x 51 cm. Óleo sobre tela. Instituto de
Estudos Brasileiros, São Paulo, USP. Estudos Brasileiros, São Paulo, USP.
Mulher de Cabelos verdes (1915-1916), de Anita Tropical (1917), de Anita Malfatti. Dimensões: 77cm x 102 cm. Óleo
Malfatti. Dimensões: 61 cm x 51 cm. Óleo sobre sobre tela. Pinacoteca do estado de São Paulo.
tela. Acervo particular.
As críticas desfavoráveis a Anita Malfatti, porém, fizeram com que
muitos artistas se unissem à pintora e, juntos, trabalhassem para o
desenvolvimento de uma arte brasileira livre das limitações que o
academicismo impunha. Neste sentido, Anita acabou tendo uma
importância histórica muito grande para as artes do Brasil, pois, na
medida em que foi criticada, polarizou a atenção dos artistas inovadores
e revelou que sua arte apontava para novos caminhos, principalmente
para os novos usos da cor. Como dizia a própria artista à Revista Anual
do Salão de Maio, em 1939: "Os objetos se acusam só quando saem da
sombra, isto é, quando envolvidos na luz. (...) Nada neste mundo é incolor
ou sem luz".
Um incentivador da Semana de Arte Moderna
Fig. 33 5. Pescadores (1951), de Di Cavalcanti. Óleo sobre tela. Dimensões: 114 cm X 116 cm. Museu de Arte Contemporânea, São Paulo.
O cubismo de um jovem artista brasileiro
Fig. 33.6. Pietà (cerca de 1966) de Vicente do Rego Monteiro. Óleo sobre tela. Dimensões: 110 cm x 134 cm. Museu de Arte Contemporânea.
São Paulo.
Fig. 33.7. Nascimento de Mani (1921). Aquarela de Vicente do Rego Monteiro. Dimensões: 28 cm x 38 cm. Museu de Arte
Contemporânea, São Paulo.
Devorar a estética europeia e transforma-la numa arte brasileira