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Forma de arte que criticava o consumismo e o

materialismo da década de 50

O Pop Art foi um movimento artístico que teve início nos anos 50, inicialmente
na Inglaterra e Estados Unidos, como uma forma de reação ao expressionismo
abstrato. O termo é uma abreviatura de Popular Art, dada pelo crítico inglês
Lawrence Alloway, ao caracterizar aquela arte que se iniciava com destaque,
principalmente na publicidade, anúncios e revistas.

Ao contrário do que muitos pensam, o pop art não significava manifestações


artísticas realizadas pelas classes mais populares da sociedade, e sim uma
interpretação por parte dos artistas sobre a cultura popular. Para isso, eles
utilizavam elementos da cultura de massa para criticar a sociedade consumista
que começava a crescer naquele período.

O pop art deixou um importante legado até os dias atuais e pode ser visto, por
exemplo, no grafismo, design, quadrinhos e também na moda. Já foi, inclusive,
inspiração para grandes grifes como Tom Ford, Prada, Valentino, Kenzo, entre
outras.

Características 
O uso de imagens da cultura popular nos anúncios publicitários, histórias em
quadrinhos, desenhos de revista, fotografias, latas de refrigerante, embalagens
de alimentos, entre outros, eram as bases para as criações artísticas do pop
art.

A repetição de uma mesma imagem várias vezes em cores diferentes, vivas e


inusitadas era outra marca desse estilo artístico, que tentava dar um tom
irônico às mensagens transmitidas pelas obras. 

Também destacavam-se como as principais características: 

- Mistura de pintura e objetos reais na composição da obra;


- Uso da técnica silk-screen ou serigrafia, que consiste na impressão de texto
ou figura em uma superfície com tinta vazada;
- Obras com temas como sociedade de consumo, fama, sexualidade e
industrialização;
- Imagens de personalidades e pessoas de destaque nas obras.

Pop Art na Inglaterra e Estados Unidos


O precursor do pop art foi o grupo de artistas ingleses
denominado Independent Group (IG). Fundado em 1952, no Instituto de Arte
Contemporânea de Londres, esse grupo era formado pelos artistas Eduardo
Paolozzi, Laurence Alloway, Reyner Banham, Smithson e Richard Hamilton. Eles
inovaram ao utilizar em suas obras novos meios de produção gráfica como
uma forma de levar a arte para todas as camadas da sociedade.

O grupo se desfez em 1956, após a exibição da mostra “This is Tomorrow”, em


Londres. Na ocasião, Richard Hamilton apresentou a colagem “O que
exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes”, considerada
uma das primeiras obras do pop art.

Nos Estados Unidos, diferente do que ocorreu na Inglaterra, os artistas


começaram os trabalhos do pop art de maneira isolada. Somente em 1963
aconteceram as primeiras exposições com obras de arte que possuíam
características desse movimento, a partir de material publicitário. Foram elas:
“Arte 1963: novo vocabulário” e “Os novos realistas”.

Os artistas americanos que se destacaram no pop art foram: Andy Warhol, Roy
Lichtenstein, Claes Oldenburg, Tom Wesselmann, além de Robert
Rauschenberg, Jasper Johns, entre outros.

Uma das características do pop art era a repetição de uma mesma imagem em
cores diferentes. (Foto: Pixabay)

Pop Art no Brasil


O pop art chegou ao território brasileiro durante a Ditadura Militar no Brasil,
nos anos 60, sendo muito utilizado como um instrumento crítico ao regime de
opressão e insatisfação à censura. Os artistas usavam materiais reutilizados
em suas obras de arte para retratar a violência e os problemas sociais
enfrentados pela população. 

Esse período foi marcado pela exposição “Opinião 65”, realizada no Museu de
Arte Moderna do Rio de Janeiro, que contou com a participação de 17
artistas brasileiros e 13 de outros países. Essa mostra foi composta por obras
que apresentavam características do pop art, além de um caráter pluralista
que buscava dar voz à juventude que assumia um papel importante na
resistência e oposição ao regime militar.

Principais artistas no Brasil e no mundo


Os principais nomes do pop art no Brasil e no mundo foram os seguintes:

Andy Warhol (1927-1987): pintor e cineasta norte-americano, é um dos mais


conhecidos no pop art. Ele utilizava retratos de ídolos da música e do cinema
popular, a exemplo de Marilyn Monroe e Elvis Presley em suas obras por
considerar essas pessoas vazias e impessoais, ainda que estivessem em
ascensão social. Criticava o consumo em massa com imagens de garrafas de
Coca-Cola, automóveis, latas de sopa Campbell, entre outros. 

As telas de Andy Warhol de Marilyn Monroe no Museu de Arte Moderna de


Nova York. (Foto: Flickr)

Robert Rauschenberg (1925-2008): depois de fazer parte do movimento


expressionista, esse pintor norte-americano adotou as características do pop
art em suas obras, combinando pinturas com embalagens de produtos
industrializados. Adotou a técnica da serigrafia em 1962 com aplicação de
imagens a telas grandes e pinceladas de tinta.

Tom Wesselmann (1931-2004): seu interesse pelo desenho começou


durante o serviço militar, primeiro com criação de caricaturas que
representavam sátiras da rotina militar. Passou a utilizar outros temas
enquanto estudava interpretação de fotografia aérea e após cumprir o tempo
no exército americano, ingressou no curso de artes e passou a criar tiras em
quadrinhos para os jornais da época.

Roy Lichtenstein (1923-1997): as histórias em quadrinho eram o tema


principal de suas obras desse pintor americano, pintadas em óleo e tinta
acrílica com o intuito de reproduzir os procedimentos gráficos. Utilizou também
a técnica pontilista, além de adotar cores brilhantes e planas.

Jasper Johns (1930): pintor americano, focava em temas como letras,


números, bandeiras e mapas por meio de uma técnica chamada encaustica,
que é a diluição de tinta em cera quente. A partir de 1958, passa a colocar
objetos reais, como latas e escovas, em suas obras.

Romero Brito (1963): reconhecido internacionalmente, esse brasileiro possui


obras em muitas galerias do Brasil e do mundo. Suas pinturas apresentam
características como traços remarcados, cores vibrantes e formas geométricas.

Obras de Romero Brito são mundialmente conhecidas. (Wikipedia)


Antonio Dias (1944): um dos participantes da exposição “Opinião 65”, marco
importante do pop art no Brasil, adotou muitas características do movimento
nos Estados Unidos e recebeu muitos prêmios. Foi também diretor do Instituto
de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Claudio Tozzi (1944): se destacou no movimento pop art brasileiro por


reinventar técnicas de reprodução fotográfica. Uma de suas obras de destaque
“Guevara vivo ou morto” ficou exposta em Brasília em 1968 e quase foi
destruída em um atentado realizado por um grupo de extrema direita.

Resumo sobre Pop Art


A pop art foi um movimento artístico que surgiu na década de 1950 como uma
forma de reação ao expressionismo abstrato. Ele deixou um importante
legado na história da arte, e pode ser visto no grafismo, design, quadrinhos
e na moda.

Teve como características o uso de imagens da cultura popular nos anúncios


publicitários, histórias em quadrinhos, desenhos de revista, fotografias, latas
de refrigerante, embalagens de alimentos, além da repetição de uma mesma
imagem com cores diferentes.

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