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O Modernismo

O Modernismo foi, sem dúvida, um dos movimentos que mais impactaram as formas como
pensamos e criamos. Podemos definir "Modernismo" como um conjunto de correntes
culturais e escolas artísticas que surgiram na primeira metade do século XX.

É importante sublinhar que dentro deste rótulo cabiam várias formas de pensamento e nem
todas concordavam entre si; na verdade, algumas eram antagônicas.

Aquilo que elas tinham em comum era a noção de que a cultura tradicional estava
ultrapassada e que, por isso, era necessário encontrar novas ideias e conceitos. Estas
vanguardas partiram, então, em busca do novo, do "moderno".

Fortemente marcadas por valores de experimentalismo e transgressão, estas correntes


procuravam a ruptura com os padrões, as normas, não só nos modos de criar, mas também de
viver e agir em sociedade.

No Brasil, assim como em outros pontos do mundo, o movimento trouxe várias


transformações na cultura e na arte, sobretudo no campo da literatura.

O seu valor e legado é incalculável, uma vez que os artistas modernistas se tornaram
referência para várias gerações de criadores futuros.

Contexto Histórico

No início do século XX, o Brasil vivia o início da República Velha (1894-1930). Esse
momento esteve representado pelos interesses das oligarquias rurais na prática da chamada de
"política do café com leite".

Em paralelo, o Brasil recebia entre 1871 e 1920, cerca de milhões de imigrantes de origem
italiana e japonesa. O destino eram as lavouras de café ou as indústrias de São Paulo.

As grandes cidades passavam a registrar problemas da marginalização dos ex-escravos e a


formação de um proletariado constituído pela mão-de-obra estrangeira.

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A mão-de-obra também passa a ser empregada nas fábricas. Isso porque com a Primeira
Guerra Mundial, a importação de produtos foi dificultada e o País precisou desenvolver seu
parque fabril.

As ideias anarquistas ganham publicidade em jornais operários a partir de 1917, como reflexo
da agitação política e os efeitos da Revolução Russa, ocorrida naquele ano. É neste contexto
que São Paulo vira palco da primeira greve geral.

Em 1922, o Tenentismo passa a influenciar toda a política da década de 20. Ao fim da


década, em 1929, ocorre a quebra da Bolsa de Nova York. Em consequência, o principal
produto de exportação do País, o café, sofre uma intensa crise.

O País vive a Revolução de 30 e, até 1945 dura a Era Vargas, indutora de transformações
políticas e econômicas.

É esse contexto histórico que leva o Brasil à modernidade do século XX, impondo o
rompimento com o século anterior.

Características do Modernismo

A liberdade é a característica principal do movimento modernista em suas mais diferentes


manifestações artísticas, tanto no Brasil, como na Europa.

No continente europeu, o Modernismo foi um conjunto de tendências artísticas que excediam


a liberdade criadora e o rompimento com o passado.

Não foi diferente no Brasil, onde a busca pelo novo e pela identidade local permearam esse
movimento.

Resultado de muitas correntes artísticas, o Modernismo na Europa e no Brasil resultou da


quebra de paradigmas e dos valores tradicionais.

Na literatura brasileira, as principais características do Modernismo são:

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• Fragmentação
• Síntese
• Busca pela linguagem brasileira
• Nacionalismo
• Ironia, humor e paródia
• Relato do cotidiano
• Revisão crítica do passado histórico e cultural
• Subjetivismo
• Versos livres

A Linguagem do Modernismo

A Linguagem do Modernismo é despretensiosa e despreocupada com os padrões formais.

Isso porque muitos escritores pertencentes ao início do movimento, romperam com a sintaxe,
a metrificação e as rimas.

Sendo assim, eles se aproximaram da linguagem coloquial, subjetiva, original, crítica,


sarcástica e irônica. Lembre-se que o Modernismo foi um movimento artístico-literário que
surgiu no século XX no Brasil e no Mundo.

A produção literária modernista destacou-se na poesia e na prosa rompendo com os padrões


estéticos vigentes.

Modernismo no Brasil

No Brasil, o movimento modernista se consolidou com a Semana de Arte Moderna, ocorrida


em 1922 no Theatro Municipal, em São Paulo. O evento contou com artistas de diversas
áreas, com representantes da literatura, pintura, música e dança.

A Semana de 22, como também é chamada, é considerada um marco da vertente no país,


entretanto, obras com características modernas já estavam sendo produzidas anteriormente. O
momento ficou conhecido como Primeira Fase do Modernismo brasileiro.

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Os artistas buscavam inspiração na arte que acontecia na Europa (as chamadas vanguardas
europeias) para produzir trabalhos com caráter inovador e ao mesmo tempo nacional.

Também é importante destacar que a realidade brasileira nesse período impulsionou o


surgimento da arte e literatura moderna nacional.

O contexto social por aqui era bastante delicado, com a grande insatisfação popular por conta
da crescente alta dos preços, gerando manifestações e paralisações de trabalhadores.

Assim, a intelectualidade brasileira passa a criar trabalhos com o intuito de questionar os


tradicionalismos e propor uma nova visão de mundo, baseada na valorização de temas
cotidianos e nacionais.

Fases do Modernismo

Primeira Geração

A primeira fase do modernismo brasileiro teve início em 1922, com a Semana de Arte
Moderna, e perdurou até 1930. Essa fase modernista é a mais radical, já que realiza uma
quebra com a tradição artística. Assim, empreende uma crítica aos símbolos da nacionalidade
brasileira. Portanto, é caracterizada por um nacionalismo crítico e antirromântico.

Em seu aspecto antiacadêmico, valoriza a liberdade de criação, os versos livres e a


fragmentação. Possui caráter irônico, valoriza a linguagem coloquial e as características
regionais. E conta com autores como Manuel Bandeira (1886-1968), Mário de Andrade e
Oswald de Andrade (1890-1954).

Características e principais nomes

Apesar da inspiração nas vanguardas europeias, a primeira geração tinha como um objetivo a
busca da brasilidade nas obras. Desse modo, os temas da primeira fase foram
temas nacionalistas, que se voltavam, portanto, para a cultura e identidade do Brasil.

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Assim, entre as principais características da fase figuram o nacionalismo crítico, a busca pelo
resgate das raízes culturais brasileiras, as críticas à realidade social e política no país, e o
caráter anárquico.

Além disso, o modernismo se destacou pela inovação estética, inclusive na linguagem usada.
Assim, a literatura da primeira fase trazia a valorização do cotidiano, a inovação da
linguagem e estética, uso de coloquialismo, e o uso de ironia e sarcasmo, por exemplo.

Nesse sentido, a estética da poesia desse período se opunha à estética parnasiana e trazia
liberdade da forma, com versos livres e brancos.

Entre os principais artistas desse período figura o “Grupo dos Cinco”, que era composto por
Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade (1890-1954), Menotti Del Picchia
(1892-1988), Tarsila do Amaral (1886-1973) e Anita Malfatti (1889-1964).

Além deles, também tiveram muita importância Heitor Villa-Lobos (1887-1959), Graça
Aranha (1868-1931) e Manuel Bandeira (1886-1968).

Entre as obras modernistas que marcaram a primeira fase podemos citar:

• Pau-Brasil (1925), de Oswald de Andrade;


• Pauliceia Desvairada (1922) e Macunaíma (1928), de Mário de Andrade;
• Terra Roxa e outras Terras, de Antônio de Alcântara Machado;
• O Estrangeiro (1926), de Plínio Salgado.

Por fim, nas artes plásticas, podemos destacar Di Cavalcanti, com o quadro Pierrot, de 1924.
Além disso, há também as pinturas de Tarsila do Amaral e as obras do escultor Victor
Brecheret.

Segunda Geração

A segunda geração modernista ou segunda fase do modernismo representa o segundo
momento do movimento modernista no Brasil que se estende de 1930 a 1945.

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Chamada de “Geração de 30”, essa fase foi marcada pela consolidação dos ideais
modernistas, apresentados na Semana de 1922. Lembre-se que esse evento marcou o início
do Modernismo rompendo com a arte tradicional.

A publicação Alguma Poesia (1930) de Carlos Drummond de Andrade marcou o início da


intensa produção literária poética desse período.

Na prosa, temos a publicação do romance regionalista A Bagaceira (1928) do escritor José


Américo de Almeida.

Caracteristicas da Segunda Fase

As principais características dessa fase foram:

• Influência do realismo e romantismo;


• Nacionalismo, universalismo e regionalismo;
• Realidade social, cultural e econômica;
• Valorização da cultura brasileira;
• Influência da psicanálise de Freud;
• Temática cotidiana e linguagem coloquial;
• Uso de versos livres e brancos.

Nessa fase, o grande foco da prosa de ficção foram os romances regionalistas e urbanos.

Preocupados com os problemas sociais, a prosa dessa fase se aproximou da linguagem


coloquial e regional. Assim, ela mostrou a realidade de diversos locais do país, ora no campo,
ora na cidade.

Principais autores e obras da prosa de 30

1. José Américo de Almeida (1887-1980)


José Américo de Almeida é o autor do romance regionalista A Bagaceira (1928), marco
inicial da prosa de 30. Nessa obra, ele relata o tema da seca e da vida de retirantes.

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2. Graciliano Ramos (1892-1953)
Graciliano Ramos se destacou na prosa regionalista com seu romance Vidas Secas (1938).
Nele, aborda diversos aspectos do sertanejo e problemas como a seca do Nordeste, a fome e a
miséria dos retirantes.

3. Jorge Amado (1912-2001)


Jorge Amado foi importante no desenvolvimento da prosa regionalista e urbana com seus
romances:

• O País do Carnaval (1931): relata a vida de um intelectual brasileiro e suas considerações


sobre o Carnaval e o tema da mestiçagem.
• Cacau (1933): ambientados na fazenda de cacau no sul da Bahia, relata a vida e exploração
dos trabalhadores.
• Capitães de Areia (1937): romance urbano que retrata a vida de meninos abandonados em
Salvador.

4. Rachel de Queiroz
Rachel de Queiroz (1910-2003) publica em 1930 seu romance intitulado O Quinze em que
aborda sobre uma das maiores secas que assolou o Nordeste em 1915.

5. José Lins do Rego (1901-1957)


José Lins do Rego publica em 1932 seu romance Menino de Engenho. Ambientada nos
engenhos nordestinos, aborda a temática do ciclo de açúcar no Brasil.

Terceira Geração

A terceira fase do modernismo brasileiro durou de 1945 até a década de 1970. Ela também é
conhecida como pós-modernismo e possui obras como “Grande sertão: veredas”.

“A hora da estrela”, livro publicado pela editora Rocco, é um dos principais representantes da
prosa da terceira fase do modernismo brasileiro.

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A terceira fase do modernismo brasileiro ou terceira geração modernista é como ficou
conhecido o período da literatura nacional que vai de 1945 até os anos de 1970. As obras
dessa fase são caracterizadas pelo seu caráter experimental, além da crítica sociopolítica e da
metalinguagem. Elas estão inseridas no contexto da Guerra Fria, conflito que acabou
estimulando o consumismo capitalista.

Características da terceira geração modernista

A terceira fase do modernismo brasileiro, também conhecida como pós-modernismo, teve


início em 1945 e se encerrou na década de 1970, dando espaço para
a literatura contemporânea.

• valorização da estrutura do poema;


• crítica sociopolítica;
• texto engajado;
• caráter realista;
• linguagem objetiva;
• uso de palavras do cotidiano;
• antissentimentalismo;
• metalinguagem.

Modernismo literário brasileiro

O modernismo literário foi uma vertente bastante forte no Brasil, sendo que a Segunda Fase
modernista no país foi marcada pela produção da literatura, com destaque para a prosa e
poesia.

Os escritores passam a usar as palavras de maneira mais flexível, abusando de versos livres,
linguagem sarcástica e cômica e renúncia à métrica e à rima.

Alguns dos escritores de maior destaque no período são: Oswald de Andrade,  Mario de
Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Rachel de
Queiroz.

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A partir de 1945, surge um novo momento na literatura do país, com a Terceira Fase do
Modernismo, na qual os escritores buscavam integrar novamente recursos formais com
características intimistas, regionalistas e urbanas. Os representantes dessa fase são
considerados também como “neoparnasianos”.

Modernismo nas artes

Nas artes visuais, a tendência também se deu de maneira significativa, sobretudo na Europa.
Lá ocorreram as primeiras expressões modernas, e fazem parte delas:

• Expressionismo;
• Fauvismo;
• Cubismo;
• Abstracionismo;
• Futurismo;
• Dadaísmo;
• Surrealismo;
• Concretismo.

O Expressionismo

O Expressionismo foi um movimento estético embalado pela arte moderna do início do


século XX e teve expoentes nas artes visuais, no cinema, no teatro, na literatura, na música,
na dança, na arquitetura e na fotografia.

Contrapôs-se ao academicismo artístico, à sistematização alienante do mundo industrial e


principalmente à representação objetiva do Impressionismo: em vez de captar a realidade, o
Expressionismo cria a realidade, em um movimento do interior para o exterior, valorizando
aspectos irracionais e instintivos no procedimento artístico. Engajados em um projeto
de crítica social de seu tempo, os expressionistas comumente elegiam temas relacionados
à angústia da condição humana, à morte, ao medo, ao sexo, muitas vezes representados de
maneira sombria e com figuras deformadas.

Contexto histórico

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O Expressionismo surge no início do século XX, em tentativa da arte moderna de representar
um mundo em constante transformação. As mudanças provocadas pela automatização
industrial em larga escala, pelo crescimento acelerado das grandes metrópoles e pelo
surgimento de novas tecnologias apresentavam um novo paradigma, transformavam a
maneira como o ser humano existe e interage com o mundo.

Assim, a arte precisava também contemplar a vivência humana desses novos tempos. De


modo geral, os expressionistas tentaram captar o drama da existência, da tentativa do homem
de dominar a realidade, mas ser arrastado por ela.

O advento da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) também influenciou profundamente os


artistas expressionistas. O combate, que devastou a Europa e ceifou um enorme número de
vítimas, trouxe à tona um cenário de sofrimento, fome, recessão econômica e deterioração
moral. Os horrores desse longo conflito evidenciaram um mundo caótico, violento,
esfacelado e moribundo, dando ao período e aos sujeitos uma sensação de constante aflição e
desespero.

O momento do pós-guerra na Alemanha, país considerado o berço do Expressionismo, trouxe


uma sensação ainda maior de derrota e miséria. O país foi à bancarrota, a moeda nacional não
tinha mais valor, e os alemães sentiam-se vexados e humilhados, situação que favoreceu o
golpe parlamentar de Hitler e a tomada do poder pelo partido nazista. Importante acrescentar
também que o Expressionismo sofreu grande repressão do governo nazista, que considerava a
arte moderna como “degenerada”.

Principais características do Expressionismo

O Expressionismo foi um movimento muito diversificado, fundado por dois grupos: A Ponte,
de 1905, e O Cavaleiro Azul, de 1911, que reuniram majoritariamente artistas alemães. Em
uma segunda fase, monta-se o grupo Nova Objetividade, já de caráter internacional. Embora
não houvesse um manifesto ou uma declaração programática dos objetivos e procedimentos
da arte expressionista, podem ser apontadas como principais as seguintes características:

• o entendimento de que a experiência da realidade é subjetiva;

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• a não representação mimética da realidade;
• a valorização da gravura e da arte primitiva;
• a deformação das formas e o uso de cores vibrantes para ressaltar o sentimento, a
interioridade;
• a poética do feio, a representação do que é tido como indesejável;
• a preferência por temas sombrios e mórbidos.

Principais artistas do Expressionismo

Nas artes plásticas, destacam-se como precursores da arte expressionista os pintores Edvard


Munch e Vincent Van Gogh.

Podem ser considerados como os principais nomes do Expressionismo:

• Emil Nolde
• Erich Heckel
• Ernst Barlach
• Vassili Kandinsky (antes de sua fase abstracionista)
• Franz Marc
• Otto Dix
• Amadeo Modigliani

Essa vanguarda apresentou seus desdobramentos também na produção dos brasileiros Anita


Malfatti e Oswaldo Goeldi, bem como na produção de Lasar Segall.

No cinema, a grande figura é principalmente Fritz Lang, diretor dos


clássicos Metrópolis (1927) e M, o vampiro de Dusseldorf (1931), ao lado de Robert
Wiene com o icônico O gabinete do Dr. Caligari (1920) e de F. W. Murnau e
seu Nosferatu (1922).

Na literatura, os principais nomes são Herwart Walden, Frank Pfemfert e Georg Trakl. Os


brasileiros Mario de Andrade e Oswald de Andrade também receberam influências da estética
expressionista.

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O Fauvismo

O Fauvismo (ou Fovismo) foi um movimento artístico de vanguarda europeu reconhecido


como corrente artística no ano de 1905. O grupo, bastante heterogêneo, pregava o uso de
cores fortes, formas simplificadas, e, de modo geral, em obras que celebravam a alegria. Os
grandes nomes dessa geração foram Henri Matisse, Albert Marquet, Maurice de Vlaminck,
Raoul Dufy e André Derain.

O que foi o Fauvismo?

O Fauvismo nasceu na França e foi reconhecido como corrente artística em 1905, a partir de
uma exposição realizada no Salão de Outono, em Paris. No ano a seguir, os artistas também
expuseram no Salão dos Independentes consolidando ainda mais a corrente artística.

O grupo de vanguarda europeu era não propriamente organizado: não teve um manifesto nem
nenhum tipo de programa, não foi uma escola com ideais bem definidos. Os artistas dessa
geração foram produzindo obras relativamente bastante heterogêneas - embora fossem todos
informalmente liderados pelo pintor Henri Matisse (1869-1954).

Principais artistas fauvistas

Os principais artistas fauvistas foram Henri Matisse, Albert Marquet (1875-1947), Maurice
de Vlaminck (1876-1958), Raoul Dufy (1877-1953) e André Derain (1880-1954).

O nome fauvismo vem da expressão les fauves (que em francês quer dizer feras, animais


selvagens). O nome foi dado pelo crítico de arte Louis Vauxcelles (1870-1943) de forma
pejorativa, para identificar um grupo de pintores que produziram criações inovadoras e
chocantes para o seu tempo.

O adjetivo foi escolhido depois de Louis visitar uma sala do Salão de Outono onde estavam
expostas uma série de obras fauvistas ao redor de uma peça do escultor renascentista
Donatello (1386-1466). Vauxcelles então escreveu que parecia que a escultura estava cercada
de animais selvagens.

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Os artistas acabaram gostando do nome, que deveria ser uma crítica, e assimilaram a
expressão se autointitulando os fauvistas.

Embora a produção fauvista tenha sido bastante rica, o grupo não durou muitos anos. O final
do movimento começou a se delinear com o surgimento do cubismo, já em 1907, liderado por
Pablo Picasso e representado inicialmente pela tela Les Demoiselles d'Avignon.

Características do Fauvismo

A importância das cores

A corrente artística trazia uma certa rebeldia, um movimento de experimentação radical. Os


fauvistas defendiam, acima de tudo, uma exploração de cores fortes, impactantes, vibrantes,
intensas.

Tratava-se mesmo uma paleta estridente (os artistas usavam especialmente o vermelho, o
verde, o azul, o amarelo), promovendo uma explosão de cores puras (tintas que saiam direto
das bisnagas).

Um fato interessante: as cores não estavam, necessariamente, ligadas à realidade, havia uma
liberdade também nesse sentido. Observe, por exemplo, a tela Retrato de Madame Matisse,
pintada em 1905 por Matisse:

Havia também muitas telas dessa geração fazendo uso de ilhas de cor (em uma série delas há
pontos específicos de destaque).

As formas e temas no fauvismo

As pinturas dessa geração eram habitualmente trabalhadas a partir de traços largos,


organizados. Igualmente podemos identificar nas peças fauvistas um movimento no sentido
da simplificação das formas.

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Os fauvistas faziam uso de formas planas, chapadas, superfícies flat (com menor noção de
volume). Produziam sobretudo um espaço livre e bidimensional, sem profundidade, muitas
vezes quebrando a perspectiva. Repare, por exemplo, na emblemática tela A dança:

O Cubismo
O cubismo é o primeiro movimento das vanguardas europeias e surgiu em 1907, com a
obra As senhoritas de Avignon, de Pablo Picasso. Assim, esse movimento aconteceu em uma
época marcada por inovações tecnológicas, quebra com o pensamento tradicional e tensão
política que precedeu a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). É caracterizado
pelo geometrismo, pelo antiacademicismo e pela fragmentação.

Na Europa, seus principais artistas são: Pablo Picasso e Georges Braque (na pintura), Pablo
Gargallo e Raymond Duchamp-Villon (na escultura), e Ígor Stravinsky (na música). No
Brasil, os principais pintores modernistas que aderiram ao cubismo são: Tarsila do Amaral,
Ismael Nery, Candido Portinari e Anita Malfatti. Já a literatura conta com os seguintes
escritores: o francês Guillaume Apollinaire, o português Mário de Sá-Carneiro, o russo
Vladimir Maiakovski, e o brasileiro Oswald de Andrade.

Contexto histórico do cubismo

O início do século XX foi marcado pela rivalidade entre os países imperialistas da Europa,


que disputavam a supremacia e o controle dos territórios explorados, principalmente, na
África e na Ásia. Essa disputa acabou desencadeando a Primeira Guerra Mundial. No entanto,
foi também nesse século que a humanidade passou a conviver com grandes inovações
tecnológicas, como o avião e o telégrafo sem fio. Era o início, portanto, de uma era
tecnológica comandada pela velocidade nos meios de comunicação e transporte.

Além disso, o físico Albert Einstein (1879-1955) e o psiquiatra Sigmund Freud (1856-1939)


trouxeram novas perspectivas para a ciência e mostraram que tudo pode ser questionado, que
não existem certezas. Depois deles, o tempo, o espaço, e a mente humana passaram a ser
vistos de outra maneira. Assim, nesse contexto de incertezas, renovação, questionamentos e
inovação, surgiu, em 1907, o primeiro movimento de vanguarda, o cubismo, que trazia uma
maneira diferente de fazer e ver a arte.

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Características do cubismo

O cubismo é o primeiro movimento de vanguarda na Europa e surgiu em 1907, com a tela As


senhoritas de Avignon, de Pablo Picasso. A origem do termo “cubismo” vem da figura
geométrica cubo. Em 1908, no jornal Gil Blas, o crítico Louis Vauxcelles (1870-1943)
referiu-se ao novo estilo como sendo uma realidade construída com cubos. Foi o que bastou
para dar nome ao movimento.

São características do cubismo:

• Geometrismo: representação da realidade por meio de figuras geométricas.


• Antitradicionalismo: rompe com os conceitos de harmonia, proporção, beleza e perspectiva.
• Fragmentação das formas e distorção da realidade.
• Oposição à ideia de arte como imitação da natureza.
• Apresentação de relações e formas não acabadas.
• Apresentação de diferentes pontos de vista pelos quais um objeto pode ser observado.
• Quebra radical com a arte acadêmica.

O cubismo pode ser dividido em três fases:

• Cubismo primitivo: planos largos, simples e volumétricos.


• Cubismo analítico: decomposição dos objetos, condensação dos planos e monocromatismo.
• Cubismo sintético: cores e colagens.

O Abstracionismo

A arte abstrata (ou abstracionismo) é aquela que foge a representação de qualquer realidade
exterior.

Em outras palavras, o abstracionismo não se debruça sobre um objeto ou cenário, não


pretende imitar a natureza, ou tem qualquer intenção de representar o mundo externo.

Resumo e Características da Arte Abstrata

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A arte abstrata, completamente liberta de qualquer obrigatoriedade em representar figuras
reconhecíveis, ficou também conhecida como arte não figurativa.

Por ser mais aberto, o abstracionismo permite que o espectador multiplique interpretações
possíveis, podendo usar a imaginação como uma ferramenta de compreensão do trabalho.

O foco é no uso das cores, das formas geométricas, disposição gráfica, texturas, arranjo e
composição.

Origem do movimento abstracionista

Historicamente, a arte acompanha as transformações da sociedade. No momento em que arte


abstrata surge, despontavam novas ideologias políticas, descobertas científicas nos campos da
biologia, física e matemática.

Seguindo o fluxo dessas mudanças, os artistas procuraram desenvolver linguagens


completamente inovadoras. É nesse contexto que ocorre a chamada arte moderna, da qual as
obras abstratas são decorrentes.

Assim, esse tipo de arte nasce na pintura, no princípio do século XX, como uma oposição ao
figurativismo. Quando surgiu, era um movimento bastante polêmico e foi rejeitado pela
crítica e público, especialmente pela elite.

Vertentes do abstracionismo

Costuma-se dividir a arte abstrata em dois grupos: abstracionismo expressivo (também


conhecido como lírico ou informal) e abstracionismo geométrico.

O primeiro se inspirou nos movimentos de vanguarda expressionismo e fauvismo, tendo


como maior representante o russo Wassily Kandinsky. Esse artista é considerado o primeiro a
produzir arte abstrata, realizando diversos trabalhos a partir da experiência sonora e da
relação entre a música e as cores.

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Já o abstracionismo geométrico teve como principal influência o rigor matemático e foi
influenciado pelo cubismo e futurismo. Nomes de destaque nessa vertente são Piet Mondrian
e Malevich.

Apesar dessa tentativa de categorização, vale a pena sublinhar que a arte abstrata não se
tratou de um grupo homogêneo de artistas produzindo peças semelhantes. Cada artista
escolheu percurso e seguiu uma linha particular.

Artistas e obras do abstracionismo

1. Wassily Kandinsky

O pintor russo Wassily Kandinsky (1866-1944) é considerado o pioneiro da arte abstrata. O


trabalho Primeira aquarela abstrata data de 1910 e representou um divisor de águas na
pintura.

Kandinsky, que vivia em Munique, foi o primeiro pintor ocidental a conseguir se


desvencilhar da obrigatoriedade da pintura representacional. As suas telas eram famosas pelas
formas geométricas, composição inovadora e pelo uso intenso das cores. O pintor dizia que se
inspirava na liberdade presente na música.

Kandinsky chegou a ser professor da Bauhaus, importante escola alemã de design, arquitetura
e arte.

Outra obra emblemática dele é Composição IV ou A Batalha, realizada em 1911, feita
também com o intuito de evidenciar os efeitos cromáticos na psiquê das pessoas.

Confira também as principais obras de Wassily Kandinsky que resumem a sua biografia.

2. Kazimir Malevich

Outro grande nome do abstracionismo é o também russo Kazimir Malevich (1878-1935). As


obras do pintor procuravam resumir formas e cores a composições mais simples possíveis.

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Esse foi um dos primeiros artistas a utilizar formas geométricas puras em seus trabalhos.
Malevich é um dos mais representativos artistas do Abstracionismo geométrico, ou
suprematismo.

3. Piet Mondrian

O holandês Piet Mondrian (1872-1974) também foi um dos grandes nomes do movimento
abstrato. Suas telas foram pintadas a partir de cores puras e linhas retas.

O desejo do pintor era obter o máximo de clareza possível e, para isso, procurava que as telas
refletissem as leis matemáticas do universo. Não por acaso os padrões da pintura eram
sempre regulares, precisos e estáveis.

Grande parte de seus trabalhos são variações sobre as cores primárias, compostas em arranjos
com linhas pretas. Uma dessas telas é Composição em vermelho, amarelo e azul, de 1921.

Arte abstrata no Brasil

Desde a década de 1940, a arte abstrata começou a entrar em território brasileiro. Os


pioneiros foram Abraham Palatnik (1928), Manabu Mabe (1924-1997) e Luiz Sacilotto
(1924-2003).

O momento chave, no entanto, ocorreu em 1951, com a I Bienal de São Paulo. Foi lá que
despontaram nomes como Lygia Clark, Helio Oiticica e Alfredo Volpi.

1. Lygia Clark

Lygia Clark (1920-1988) não foi apenas pintora, também atuou como escultora, desenhista,
professora de belas artes e psicoterapeuta.

A artista fez parte do neoconcretismo brasileiro. A sua série tridimensional Bichos, de 1960,


fez imenso sucesso de público e crítica, pois trazia inovações no campo da não representação,
a medida que permitia que a imaginação do público fluísse.

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As esculturas eram feitas com material de revestimento de avião e ofereciam múltiplas
combinações de acordo com o desejo do espectador.

2. Hélio Oiticica

Hélio Oiticica (1937-1980) pertenceu, assim como Lygia Clark, ao neoconcretismo. Sua
produção - composta de muitas telas e instalações - teve influência anarquista.

O artista ficou muito conhecido pelas instalações com cores intensas, uma delas é Penetrável
Magic Square nº 5, De Luxe, uma construção feita a partir de uma maquete de 1977, que
pode ser encontrada também no Museu de Inhotim.

3. Alfredo Volpi

Alfredo Volpi (1896-1988) é considerado um dos expoentes do movimento modernista


brasileiro.

Seu nome está relacionado à arte abstrata devido às suas composições geométricas, ainda que
sejam inspiradas em elementos reconhecíveis, as bandeirinhas de festas juninas, e muitas
vezes levem no título o nome das bandeirinhas.

O Futurismo

Futurismo foi um movimento de vanguarda inaugurado em 1909, na Itália, porém sua


influência expandiu-se por toda a Europa, além de outros continentes. Seu enaltecimento da
guerra refletia bem o estado de ânimo dos europeus nos anos que precederam à Primeira
Guerra Mundial (1914-1918). Assim, esse movimento artístico teve, em sua essência,
um caráter fortemente político.

Artistas como Carlo Carrà e Giacomo Balla trouxeram, em suas obras, o


caráter antiacadêmico das vanguardas, além de terem valorizado a tecnologia e a velocidade.
No entanto, o maior representante do futurismo foi Filippo Tommaso Marinetti, que assinou
o Manifesto futurista, em que expôs os princípios radicais desse movimento.

1
Origem do futurismo

No início do século XX, a Europa assistiu ao surgimento de uma revolução no cenário


artístico. Jovens artistas, cansados da mesmice da arte acadêmica, propunham uma quebra
radical com o passado e, portanto, defendiam formas alternativas de fazer-se arte. Os
tradicionalistas ficaram chocados com as inovações propostas e atacaram os vanguardistas.
De toda forma, os movimentos de vanguarda mudaram a nossa maneira de encarar a arte.

O futurismo foi apenas mais um deles, contudo, um dos mais radicais. Seu criador foi o
escritor italiano Filippo Tommaso Marinetti, que, em 20 de fevereiro 1909, publicou
o Manifesto futurista, em que explicitou os princípios do movimento. Marinetti, um
nacionalista que, mais tarde, declarou-se simpatizante do fascismo, não escondeu o caráter
violento do manifesto, que glorifica a guerra e a destruição do passado:

“É da Itália, que nós lançamos pelo mundo este nosso manifesto de violência arrebatadora e
incendiária, com o qual fundamos hoje o “futurismo”, porque queremos libertar este país de
sua fétida gangrena de professores, de arqueólogos, de cicerones e de antiquários. Já é tempo
de a Itália deixar de ser um mercado de belchiores. Nós queremos libertá-la dos inúmeros
museus que a cobrem toda de inúmeros cemitérios.”

Características do futurismo

De forma geral, o futurismo italiano apresentou as seguintes características:

• Antiacademicismo
• Culto à guerra
• Glorificação da tecnologia
• Enaltecimento da velocidade
• Inovação estética
• Busca de originalidade
• Otimismo
• Cores vibrantes
• Visão heroica da humanidade
• Antropocentrismo

1
• Perspectiva iconoclasta

Já a poesia futurista teve as seguintes peculiaridades:

• Destruição da sintaxe
• Palavras soltas
• Ausência de adjetivos e advérbios
• Verbos no infinitivo
• Presença de sinais matemáticos
• Uso de onomatopeias

Principais artistas do futurismo

• Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) — literatura


• Umberto Boccioni (1882-1916) — pintura e escultura
• Carlo Carrà (1881-1966) — pintura
• Giacomo Balla (1871-1958) — pintura
• Gino Severini (1883-1966) — pintura
• Luigi Russolo (1885-1947) — pintura
• Antonio Sant’Elia (1888-1916) — arquitetura
• Francesco Balilla Pratella (1880-1955) — música
• Francesco Cangiullo (1884-1977) — literatura
• O projeto arquitetônico Central elétrica (1914), de Antonio Sant’Elia
• A Música futurista (1912), de Francesco Balilla Pratella.
• O livro Piedigrotta: palavras em liberdade (1916), de Francesco Cangiullo.
• A pintura O funeral do anarquista Galli (1911), de Carlo Carrà.
• As pinturas Dinamismo de um cão na coleira (1912) e Velocidade abstrata e ruído (1914),
de Giacomo Balla.
• A pintura Blue dancer (1912), de Gino Severini

Futurismo no Brasil

No início do século XX, os movimentos de vanguarda, ocorridos na Europa, acabaram


por influenciar a arte brasileira. Desse modo, o modernismo — inaugurado, no Brasil, em

1
1922, com a Semana de Arte Moderna — trazia a mesma perspectiva dos movimentos
vanguardistas, isto é, a criação de obras que valorizavam a originalidade e buscavam libertar-
se dos valores estéticos tradicionais.

A princípio, os artistas modernistas foram chamados, pelos conservadores, de “futuristas”,


termo usado de forma pejorativa, pois esses críticos não apreciavam as inovações na arte. No
entanto, o modernismo sofreu influência também do cubismo, dadaísmo e expressionismo.
Na prática, o futurismo inspirou o modernismo brasileiro por seu caráter radical no que se
refere à oposição à arte acadêmica.

E também pelo seu culto à velocidade e às novas tecnologias, o que muito tinha a ver com a
cidade de São Paulo da época, em processo de modernização. Nessa cidade, o modernismo
nasceu, e os artistas filiados a ele buscaram refletir, em suas obras, o otimismo em relação à
industrialização e ao crescimento urbano. Entretanto, não houve, no Brasil, uma arte
puramente futurista.

Anita Malfatti e Oswald de Andrade foram os principais nomes do futurismo no Brasil.


Algumas influências futuristas puderam ser observadas na Semana de Arte de Moderna de
1922, como a exaltação do futuro e a ruptura com o passado.

O Dadaísmo

O Dadaísmo, ou simplesmente “Dadá”, foi um movimento artístico pertencente às


vanguardas europeias do século XX, cujo lema era: "a destruição também é criação".

Foi considerado o movimento propulsor das ideias surrealistas e tinha um caráter ilógico,
anti-racionalista e de protesto.

Isso porque, através da ironia, buscava questionar a arte e, sobretudo, seu contexto histórico,
com a ocorrência da Primeira Guerra Mundial.

Características do Dadaísmo

Podemos destacar algumas características do movimento dadaísta, a saber:

1
• Rompimento com os modelos tradicionais e clássicos;
• Espírito vanguardista e de protesto;
• Espontaneidade, improvisação e irreverência artística;
• Anarquismo e niilismo;
• Busca do caos e desordem;
• Teor ilógico e irracional;
• Caráter irônico, radical, destrutivo, agressivo e pessimista;
• Aversão à guerra e aos valores burgueses;
• Rejeição ao nacionalismo e ao materialismo;
• Crítica ao consumismo e ao capitalismo.

Origem do Movimento Dadaísta

Tristan Tzara, o maior articulador do movimento dadaísta

Em 1916, os artistas e agitadores culturais Hugo Ball, Emmy Hennings, Marcel Janco,
Richard Huelsenbeck, Tristan Tzara, Sophie Tauber-Arp e Jean Arp fundam o Cabaret
Voltaire.

O espaço foi feito com o intuito de ser um lugar para manifestações políticas e artísticas em
Zurique, na Suiça. Lá, um grupo de artistas refugiados com tendências anarquistas, dentre
escritores, pintores e poetas, reuniram-se para inaugurar uma nova manifestação de arte.

É nesse contexto que o poeta romeno Tristan Tzara (1896-1963) cria o movimento Dadaísta,
em meados da primeira guerra mundial, junto aos artistas Hugo Ball (1886-1927) e Hans Arp
(1886-1966).

Essa proposta de arte era irreverente e espontânea, pautada na irracionalidade, na ironia, na


liberdade, no absurdo e no pessimismo. O intuito principal era de chocar a burguesia da
época e criticar a arte tradicionalista, a guerra e o sistema.

1
Foi assim que aleatoriamente foi escolhido o termo "dadaísmo". Os artistas reunidos
resolveram escolher um termo num dicionário que, de certa maneira, já indicava o caráter
ilógico do movimento que surgia. Do francês, o termo “dadá” significa "cavalo de madeira".

Nesse sentido, o dadaísmo é considerado um movimento antiartístico, uma vez que questiona
a arte e busca o caótico e a imperfeição.

Dadaísmo no Brasil

O dadaísmo, assim como outras vanguardas artísticas europeias, influenciou o movimento


modernista que surgia no Brasil, sobretudo após a Semana de Arte Moderna.

Na literatura, podemos notar essa influencia em algumas manifestações dos escritores Mário
de Andrade e Manuel Bandeira. Além deles, destaca-se o "teatro de experiência" de Flávio de
Carvalho e as pinturas de Ismael Nery.

Dadaísmo na Literatura

Note que o movimento dadaísta se difundiu nas artes plásticas e também na literatura. Os
poetas dadaístas cultivavam a disposição aleatória das palavras.

Dessa forma, era notória a falta de lógica e irracionalidade, próprias do dadaísmo. Ocorria
assim, a banalização das rimas e da construção poética.

Segundo Tristan Tzara, ao enfatizar a importância da sonoridade das palavras em detrimento


de seu significado, para fazer um poema dadaísta é necessário:

“Pegue um jornal. Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja
dar a seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção algumas palavras que
formam esse artigo e meta-as num saco. Agite suavemente. Tire em seguida cada pedaço um
após o outro. Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco. O poema
se parecerá com você.

Artistas Dadaístas

1
Alguns artistas plásticos e poetas que participaram do movimento dadaísta foram:

• Tristan Tzara: poeta romeno;


• Marcel Duchamp: poeta, pintor e escultor francês;
• Hans Arp: poeta e pintor alemão;
• Francis Picabia: poeta e pintor francês;
• Max Ernst: pintor alemão;
• Raoul Hausmann: poeta e artista plástico austríaco;
• Hugo Ball: poeta e filósofo alemão;
• Richard Huelsenbeck: escritor e psicanalista alemão;
• Sophie Täuber: artista plástica suíça.

O Surrealismo

Surrealismo foi um movimento artístico e literário de origem francesa. É caracterizado


pela expressão do pensamento de maneira espontânea e automática, regrada apenas
pelos impulsos do subconsciente, desprezando a lógica e renegando os padrões estabelecidos
de ordem moral e social.

A origem do termo "surrealismo" ocorreu em 1917, através de Guillaume Apollinaire, que


significa "o que está acima do realismo". Apesar disso, enquanto movimento artístico e
literário, só surgiu em França na década de 1920.

O surrealismo tinha como objetivo ultrapassar os limites à imaginação estabelecidos pelo


pensamento burguês, bem como a tradição do pensamento lógico e os ideais artísticos em
vigor desde o Renascimento.

O movimento surrealista evoluiu, apesar de ter estado em risco de ser exterminado, pois
surgiram manifestações contrárias baseadas no anarquismo. Muitos pensadores do
movimento trocavam acusações, afirmando que não seguiam os propósitos do surrealismo.

1
Apesar deste clima de tensão, o surrealismo prosperou, influenciando o pensamento humano.
Criou uma nova concepção do mundo e do ser humano, além de uma mudança relevante no
processo artístico.

Alguns estudiosos afirmam que o surrealismo esteve em processo de gestação até 1924,
quando surgiu o Manifesto do Surrealismo, de autoria de André Breton.

Em substituição do sistema de valores que pretendiam abolir, os dadaístas e os primeiros


surrealistas recorreram às teorias psicanalíticas, de recente difusão, para formular um novo
pensamento poético. Com o início da II Guerra Mundial, os surrealistas se espalharam e
pouco tempo depois o movimento foi disseminado pela Europa, apesar das divergências de
opiniões e posições políticas entre os membros.

Características do Surrealismo

• Expressão livre do pensamento, regrada pelos impulsos do subconsciente.


• Contestação do pensamento lógico, dos padrões estéticos e morais burgueses.
• Influência das teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, sobretudo no que se refere ao papel
do subconsciente como força criativa e determinante do comportamento humano.
• Criação de uma "realidade superior" à imposta pela sociedade burguesa, através da
superação dos limites da imaginação e da tradição lógica.
• Valorização do sonho, do onírico, de elementos do inconsciente e da fantasia.
• Utilização de elementos abstratos e formas que se baseavam na fantasia e na dimensão do
imaginário.

Surrealismo na Literatura

Os surrealistas defenderam uma ótica particular para interpretar o mundo natural e o das
ações humanas. Esta ótica também explicava a função da poesia e da arte, de
uma forma totalmente liberta do predomínio da razão.

As obras literárias Os Cantos de Maldoror, do Conde de Lautréamont, e o poema O Barco


Ébrio, de Arthur Rimbaud, são apontadas por vários especialistas como as principais obras

1
que antecedem o surrealismo. Nelas já se percebe a exploração intencional do e do
inconsciente, características do surrealismo.

Principais escritores surrealistas

Os criadores do surrealismo foram Louis Aragon, Philippe Soupault, Paul Éluard, Benjamin
Péret e, sobretudo, André Breton, após o fim do grupo dadaísta.

Este grupo tinha como missão abolir as regras tradicionais estéticas e éticas, porque
acreditavam que estas contribuíram para o início da I Guerra Mundial.

Surrealismo nas Artes Plásticas

No âmbito das artes plásticas, o pintor catalão Salvador Dalí é o nome mais conhecido do


surrealismo. Na primeira fase do movimento, foram seguidas noções do dadaísmo como os
pré-julgamentos, que criaram objetos fora do contexto, ou objetos surrealistas.

Muitos artistas usavam meios técnicos tradicionais da pintura, e representavam mitos, fábulas
e sonhos, que seguiam as normas surrealistas criadas em 1924 por Breton.

Algumas dessas normas eram a exaltação dos processos oníricos e da imaginação, assim
como demonstrações da paixão erótica e do humor corrosivo. Eram, portanto, manifestações
opostas à cultura e aos valores tradicionais burgueses.

A Galeria Surrealista foi fundada por um grupo em 1926 e a partir de 1930 o surrealismo


começou a se propagar para além de França.

Algumas exposições importantes foram organizadas na Dinamarca, Tchecoslováquia,


Canárias, Londres, Nova Iorque e também em Paris (1938), onde foram reveladas obras de
artistas de 22 países. Neste período novos membros se juntaram ao movimento, entre eles
Salvador Dali e Giacometti.

Principais pintores do surrealismo

1
Salvador Dalí

Salvador Domingo Felipe Jacinto Dali i Domènech , mais conhecido como Salvador Dalí, é,
sem dúvida, o artista mais conhecido do Surrealismo.

Nascido em 1904 na cidade de Figueres, Espanha, Dalí desenvolveu um estilo único e


inconfundível, tanto em seus trabalhos quanto em seus modos, tornando-se mundialmente
famoso. É autor de obras surrealistas emblemáticas, como "A persistência da memória", de
1931.

Além da pintura, também atuou no cinema, na fotografia, na escultura e na poesia. Faleceu


em sua cidade natal, em 1989, aos 84 anos.

René Magritte

O belga René François Ghislain Magritte (1898 – 1967) foi um dos principais artistas do
Surrealismo. Influenciado pela pintura metafísica de Giorgio de Chirico, desenvolveu um
estilo singular, chamado ora de surrealismo realista, ora de realismo mágico.

Suas obras costumam apresentar uma espécie de paradoxo visual: enquanto os elementos são
representados de maneira realista, a junção desses mesmos elementos forma um conjunto
insólito, realçando o caráter metafórico de sua obra.

Joan Miró

Joan Miró i Ferrà (1893 – 1983) foi um dos mais importantes artistas do Surrealismo. O
pintor e escultor espanhol mudou-se no início do século XX para Paris, onde entrou em
contato com as vanguardas modernistas, especialmente o Dadaísmo e o Fauvismo. Após
conhecer o poeta André Breton, em 1923, integrou o então recém-formado grupo surrealista.

A obra de Miró é marcada por uma simbologia que remete à fantasia, mas sem adentrar nas
teses freudianas, como muitos dos seus colegas.

1
O uso frequente de pontos e linhas dispostos de maneira espontânea na tela vazia demonstra a
"tradução poética" da realidade pretendida pelo pintor: o signo é muito mais uma metáfora do
que propriamente uma imagem.

Max Ernst

Max Ernst (1891 - 1976) foi um pintor, poeta e escultor surrealista de grande relevância.
Auto-didata, aprendeu a pintar sozinho enquanto estudava Psicologia e Filosofia na
Alemanha. Seus primeiros trabalhos, entretanto, foram interrompidos pela eclosão da
Primeira Grande Guerra, para a qual foi convocado.

Em 1922, mudou-se para Paris, onde entra em contato com o grupo surrealista capitaneado
por André Breton. É desse período que datam suas obras mais conhecidas, marcadas pela
busca incessante por novas técnicas expressivas, bem como pelo simbolismo alusivo à
psicanálise freudiana.

Surrealismo no Brasil

No Brasil, as noções surrealistas começaram a surgir entre 1920 e 1930, por elementos que
participaram da Semana de Arte Moderna de 22.

Alguns dos artistas brasileiros surrealistas (ou com tendências surrealistas) mais conhecidos
são: Tarsila do Amaral, Maria Martins, Cícero Dias, Ismael Nery, entre outros.

O Concretismo

O Concretismo é um movimento artístico surgido no século XX. Essa corrente literária é


caraterizada pela racionalidade e pelo trabalho experimental com o espaço.

Concretismo é um movimento artístico, e também uma corrente literária, caracterizado pela


objetividade e pelo trabalho experimental com o espaço. Ele surgiu no século XX, como
reflexo de uma realidade marcada pela racionalidade e pelo avanço tecnológico.

1
Nesse século, ocorreram duas guerras mundiais e a ameaça de uma guerra nuclear. Já no
Brasil, a política desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek (1902-1976) foi grande
propulsor do Concretismo.

A poesia concreta brasileira surgiu com a publicação da revista Noigandres, em 1952, de


responsabilidade de poetas como Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Augusto de Campos.
No entanto, o lançamento oficial do Concretismo brasileiro ocorreu em 1956, na Exposição
Nacional de Arte Concreta, em São Paulo. Além dos poetas citados, são cofundadores do
Concretismo o boliviano Eugen Gomringer (na Suíça) e o brasileiro Öyvind Fahlström (na
Suécia).

Contexto histórico do Concretismo

Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), houve o fortalecimento de movimentos


ultranacionalistas como o fascismo italiano e o nazismo alemão, os quais levaram à Segunda
Guerra Mundial (1939-1945), que culminou no lançamento das bombas atômicas em
Hiroshima e Nagasaki. Assim, enquanto a Europa iniciava a sua reconstrução, o mundo
dividia-se entre duas grandes potências econômicas: Estados Unidos e a extinta União
Soviética.

Surgia, então, a Guerra Fria (1947-1991) — disputa política, econômica e ideológica entre


países capitalistas e socialistas. Se, nos Estados Unidos, ocorria, na década de 1950, uma
perseguição e prisão de supostos comunistas americanos, o chamado macarthismo (1950-
1957) —, na União Soviética, mesmo na Era Pós-Stalin (1953-1991), havia a censura e
perseguição a cidadãos opositores ao regime.

No continente americano, um novo país socialista surgia. Apoiado pela União Soviética, e
com a mesma política de censura e perseguição a opositores no país, Fidel Castro (1926-
2016) transformava-se em uma grande ameaça para os Estados Unidos, pois podia permitir
que a União Soviética fizesse uso de seu território, Cuba, para atacar o país da América do
Norte. Havia, então, uma forte ameaça de guerra nuclear.

Nesse conflito, o Brasil ficou do lado dos Estados Unidos e, como essa nação, empreendeu
também a sua perseguição e prisão de comunistas. Porém, após o suicídio de Getúlio

1
Vargas (1882-1954), o novo presidente, Juscelino Kubitschek, manteve seu foco na
construção de Brasília e empreendeu uma política desenvolvimentista que levou ao
problemático e acelerado crescimento urbano.

Além disso, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, o cinema e a televisão (que chegou
ao Brasil em 1950) foram usados em prol do entretenimento e do estímulo ao consumo
capitalista. Era o início de um período que alguns historiadores entendem como Pós-
Modernidade, marcado pelo consumo exagerado e pelo vazio existencial.

Características do Concretismo

A arte concreta precedeu o movimento concretista na literatura. Surgiu, portanto, no início do


século XX, mais precisamente em 1930, quando o holandês Theo van Doesburg (1883-1931)
publicou o Manifesto da Arte Concreta. Assim, ela apresenta as seguintes características:

• Linguagem autônoma
• Geometrismo
• Temática universal
• Planejamento
• Simplicidade
• Objetividade
• Anti-Impressionismo
• Antinacionalismo
• Antirregionalismo
• Antissentimentalismo
• Oposição à arte abstrata
• Não representação da natureza
• Valorização da técnica, dos elementos formais
• Metalinguagem: a obra representa a si própria
• Defesa da especificidade de cada segmento artístico

Autores concretistas

1
A poesia concreta nasceu, concomitantemente, no Brasil, na Suíça e na Suécia. No entanto, as
suas características básicas foram fundamentadas aqui, no Brasil. Na Suíça, o
boliviano Eugen Gomringer, considerado um dos criadores da poesia concreta em língua
alemã, foi o responsável pela divulgação do Concretismo, nesse país, na década de 1950.

No Brasil, os pais da poesia concreta são Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Augusto de


Campos, autores do Plano-piloto para poesia concreta (1958), um manifesto em que os
autores apontam os precursores da poesia concreta e caracterizam suas obras:

• O francês Stéphane Mallarmé (1842-1898): “espaço e recursos tipográficos como


elementos substantivos da composição”.
• O americano Ezra Pound (1885-1972): “método ideogrâmico”.
• O irlandês James Joyce (1882-1941): “palavra-ideograma, interpenetração orgânica de
tempo e espaço, atomização de palavras, tipografia fisiognômica,
valorização expressionista do espaço”.
• O francês Guillaume Apollinaire (1880-1918): “como visão, mais do que
como praxis. futurismo, dadaísmo: contribuições para a vida do problema”.
• Oswald de Andrade (1890-1954): “em comprimidos, minutos de poesia”.
• João Cabral de Melo Neto (1920-1999): “discurso direto, economia e arquitetura funcional
do verso”.

Além dos irmãos Campos e de Décio Pignatari, o brasileiro Öyvind Fahlström (1928-1976),


autor do Manifesto para a poesia concreta, de 1953, é considerado um dos fundadores da
poesia concreta, além de ser o seu divulgador na Suécia.

Outros autores de poesia concreta:

• E. M. de Melo e Castro: português


• Salette Tavares (1922-1994): portuguesa
• Arnaldo Antunes: brasileiro
• Paulo Leminski (1944-1989): brasileiro

Obras do Concretismo dos precursores

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• Stéphane Mallarmé: Um lance de dados (1897)
• Ezra Pound: Os cantos (1925)
• James Joyce: Ulysses (1922) e Finnegans Wake (1939)
• Guillaume Apollinaire: Caligramas (1918)
• Oswald de Andrade: Pau-brasil (1925)
• João Cabral de Melo Neto: O engenheiro (1945), Psicologia da composição (1947)
e Antiode (1947)

Dos fundadores

• Eugen Gomringer: Constelações (1953)
• Öyvind Fahlström: Bord (1966)
• Haroldo de Campos: Galáxias (1984)
• Décio Pignatari: Organismo (1960)
• Augusto de Campos: Clip-poemas (1997)
• E. M. de Melo e Castro: Ideogramas (1962)
• Salette Tavares: Poesia gráfica (1995)
• Arnaldo Antunes: Tudos (1991)
• Paulo Leminski: caprichos & relaxos (1983)

Concretismo no Brasil

Noigandres é o nome de um grupo criado em 1952, em São Paulo, formado por poetas como
Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Augusto de Campos. É também o título da revista
criada por esse grupo, cujos integrantes são responsáveis pelo surgimento da poesia concreta
brasileira. Para eles, a poesia deveria refletir a sociedade moderna, de forma a unir o
experimentalismo formal à crítica da realidade.

Porém, o lançamento oficial do Concretismo brasileiro ocorreu na Exposição Nacional de


Arte Concreta, em 1956, no Museu de Arte Moderna em São Paulo. Nesse evento, artistas
nacionais de vanguarda — das artes visuais e da poesia concreta — apresentaram suas obras.
Nessa exposição, foram mostrados cartazes-poemas, pinturas, desenhos e esculturas dos
seguintes artistas:

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• Décio Vieira (1922-1988)
• Rubem Ludolf (1932-2010)
• César Oiticica
• Hélio Oiticica (1937-1980)
• Lygia Pape (1927-2004)
• Lygia Clark (1920-1988)
• Amilcar de Castro (1920-2002)
• Franz Weissmann (1911-2005)
• Alexandre Wollner (1928-2018)
• Alfredo Volpi (1896-1988)
• Aluísio Carvão (1920-2001)
• Kazmer Féjer (1923-1989)
• Ferreira Gullar (1930-2016)
• Geraldo de Barros (1923-1998)
• Hermelindo Fiaminghi (1920-2004)
• Ivan Serpa (1923-1973)
• Judith Lauand
• Lothar Charoux (1912-1987)
• Luiz Sacilotto (1924-2003)
• Maurício Nogueira Lima (1930-1999)
• Waldemar Cordeiro (1925-1973)
• Décio Pignatari (1927-2012)
• Haroldo de Campos (1929-2003)
• Augusto de Campos
• Ronaldo Azeredo (1937-2006)

Poesia concreta

A poesia concreta possui as seguintes características:

• Experimentação formal ou estrutural


• Quebra radical com a poesia lírica
• Oposição à poesia intimista

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• Valorização da materialidade das palavras
• Caráter verbivocovisual: palavra, som e imagem
• Ausência de versos
• Signo visual e plurissignificativo
• Uso de elipses
• Defesa do poema-objeto
• Ressignificação do espaço em branco da página
• Exploração do espaço da página
• Preocupação com a ordenação das palavras
• Disposição não linear dos vocábulos
• Autonomia estética: independe de subjetividades
• Exploração da metalinguagem

Neoconcretismo

Em 1959, com a publicação do Manifesto Neoconcreto, alguns artistas realizaram


uma ruptura com o Concretismo. Entre eles, estava o poeta Ferreira Gullar, que assim
caracterizava a nova estética:

• Arte interativa: participativa


• Poema não objeto: somente se realiza ao ser lido
• Antipositivismo: contra os excessos racionais concretistas
• Expressionista: em oposição à objetividade
• Poesia temporal: contrária à universalidade concreta

Referências Bibliográficas

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● https://www.google.com/amp/s/m.brasilescola.uol.com.br/amp/literatura/o-
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1
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