Você está na página 1de 31

FALA/ESCRITA;

LETRAMENTO/ORALIDADE E
NORMAS DA LÍNGUA
LÍNGUA
• Fenômeno heterogêneo, estruturado em níveis
(morfológico, sintático, semântico, fonológico,
fonético e lexical) variável, histórico e social,
indeterminado sob o ponto de vista semântico
e sintático e que se manifesta em situações de
uso concretas como texto e discurso.

• A língua se realiza essencialmente como


heterogeneidade e variação e não como
sistema único e abstrato.
Linguagem
• “Andar pelas ruas históricas do país é um
convite à insanidade da linguagem, pois você
interage constantemente com sabores,
aromas, paisagens, portugueses, além
daquele português, é claro”. (Veríssimo, L.F.
2009)
INDIVIDUAL

CULTURAL SOCIAL

LINGUAGEM

HISTÓRICA FISIOLÓGICA
LÍNGUA e LINGUAGEM

• Tintureiro – Bechara
• Pular carniça
• Pão cacetinho
• Porra
• Moça
• Xepa
• Sacolé
• Autóctone
VARIAÇÃO E NORMAS
LINGUÍSTICAS
NORMAL NORMA NORMATIVO
PROBLEMATIZANDO ALGUMAS
CONCEPÇÕES - NORMA
• Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:

• 4 Rubrica: linguística, gramática


conjunto dos preceitos estabelecidos na seleção do
que deve ou não ser usado numa certa língua,
levando em conta fatores linguísticos e não
linguísticos, como tradição e valores socioculturais
(prestígio, elegância, estética etc.)

• 5 Rubrica: linguística
tudo o que é de uso corrente numa língua
relativamente estabilizada pelas instituições sociais.
NORMA

NORMAL NORMATIVO

uso corrente ■ preceitos


■ real ■ ideal
■ comportamento ■ reflexão consciente
■ observação ■ elaboração
■ situação objetiva ■ intenções subjetivas
■ média estatística ■ conformidade a uma regra
■ frequência ■ juízos de valor
■ tendência geral e habitual ■ finalidade designada
AS NORMAS
• NORMA PADRÃO:

gramática escrita Tradição


literária
base

meio
suporte
SUSTENTAÇÃO ATUAL
• Rocha Lima, em sua Gramática normativa da
língua portuguesa (1989, p. 6), declara:

“Fundamentam-se as regras da Gramática


Normativa nas obras dos grandes escritores, em
cuja linguagem as classes ilustradas põem o seu
ideal de perfeição, porque nela é que se espelha o
que o uso idiomático estabilizou e consagrou”
• CRÍTICA
• Evanildo Bechara (1999):

“A gramática normativa apresenta como se


deve falar e escrever segundo o uso e a
autoridade dos escritores corretos e dos
gramáticos e dicionaristas esclarecidos”
DISCURSOS DE REFORÇO
• CEGALLA (Novíssima gramática da língua
portuguesa (1990, p. xix)):

“Este livro pretende ser uma Gramática


Normativa da Língua Portuguesa, conforme a
falam e escrevem as pessoas cultas na época
atual”
• Quem são essas pessoas cultas?
Que critérios esses autores
utilizaram para classificá-las
assim: onde, quando e com que
metodologia científica?
ERROS CRASSOS NA CONCEPÇÃO DE
NORMA PADRÃO
• Norma padrão é o ideal de língua;

• Serve para estabelecer dicotomias linguísticas: certo


X errado, culto X grosseiro etc.

• Está vinculada à escrita literária “clássica”;

• Ideal abstrato da língua, renegando o seu uso no


seio social.
NORMA CULTA: TERMO TÉCNICO
• Projeto NURC (1970) – Norma culta urbana:

Trabalho inserido na sociolinguística que busca


observar e descrever a linguagem em uso por
seus falantes e os fatores extra linguísticos que
atravessam esse processo.
Noção de falante culto
• Definido por dois critérios:

escolaridade superior completa e antecedentes


biográfico-culturais urbanos

falantes cultos de cinco grandes cidades


brasileiras (Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São
Paulo e Porto Alegre).
NORMA PADRÃO
• Seria a norma culta idealizada, normatizada.

• NÃO é um modo de falar, mas um ideal a ser


alcançado;

• Norma culta, enquanto termo técnico, abriga


as variedades urbanas de prestígio, uma vez
que se destina àqueles sujeitos que tem uma
mobilidade social mais ampla e específicas.
NORMA PADRÃO
• É RECONHECIDA pelos falantes, mas pouco, ou
muito pouco, CONHECIDA por eles.

• É híbrida, por estabelecer uma relação entre a


modalidade escrita da língua (monitoramento)
e os conhecimentos do falantes sobre a
gramática normativa.
EXEMPLIFICAÇÃO
• As falhas operacionais na ocupação do Complexo
do Alemão derivaram da falta de conhecimento do
fenômeno e isso não significa acordo com o crime
organizado. O diversionismo em curso só aproveita
ao crime organizado. Ele quebra a confiança dos
cidadãos nas forças do Estado. Durante anos
assistiu-se, nas correlações entre associações
criminosas e membros escravizados da
comunidade, um vínculo de solidariedade
constituído pelo medo. E tal vínculo acabou de ser
desfeito com as retomadas (Wálter Fanganiello
Maierovitch, Carta Capital, no 625, 8/12/2010, p.
31)
EXEMPLIFICAÇÃO
• As falhas operacionais na ocupação do Complexo
do Alemão derivaram da falta de conhecimento do
fenômeno e isso não significa acordo com o crime
organizado. O diversionismo em curso só aproveita
ao crime organizado. Ele quebra a confiança dos
cidadãos nas forças do Estado. Durante anos
assistiu-se, nas correlações entre associações
criminosas e membros escravizados da
comunidade, um vínculo de solidariedade
constituído pelo medo. E tal vínculo acabou de ser
desfeito com as retomadas (Wálter Fanganiello
Maierovitch, Carta Capital, no 625, 8/12/2010, p.
31)
• Assistir – verbo tran. dir pede prep. a

• Colocação pronominal – Ênclise X Próclise:


Durante anos assistiu-se:

• O advérbio atrai o pronome oblíquo:


• [...] durante anos se assistiu....
• A Lingua(gem) na atualidade
reflete:

• hibridismo intersemiótico;
• Letramentos;
• Gêneros textuais/discursivos
• Estilística;
• Contextualização socio-
histórica/Situacionalidade
Tríade: Padrão, prestígio e estigma
• Norma culta/padrão – voltada para a prescrição

• Norma culta urbana – focalizada nas variantes


faladas pelas classes sociais mais escolarizadas,
sobretudo aquela que possui o ensino superior;

• Normas populares, variantes pouco afetadas pelo


processo de escolarização e de mobilidades
socioculturais mais elitizadas.
• O prestígio social e/ou cultural
conferido às variações de uma
língua é restritamente de natureza
ideológica e costurado pelas
relações de poder que atravessam
essa língua, e não de um
ordenamento linguístico e
funcional das mesmas.
• Língua natural (vernacular/norma popular)

• Infância (monolíngues) – escola normativa x


trabalho com a variação pressupondo formar
poliglotas em sua própria língua, compreendendo
essas variações.

• Maquiagem das normas – em casa, na rua e entre


os pares.

• Estratificação social – reguladora dos


monitoramentos das normas da língua e seu
prestígio
FALA
• representação acústica e sonora de uso da língua;

• Gênese da fala/oralidade (questão ontológica)

• forma de produção textual-discursiva para fins


comunicativos orais.

• A fala tem sido vista na perspectiva da escrita e


num quadro de dicotomias estritas porque
predominou o paradigma teórico da análise
imanente ao código.
ESCRITA
• representação gráfica (tecnologia), de natureza
textual-discursiva, para fins comunicativos

• Convenção social (aprox. 6 mil anos)

• Prestígio nas relações sociais, culturais e


históricas das línguas/nações (ideologia e
relações de poder)
As diferenças entre fala e escrita se dão
dentro do continuum tipológico das
práticas sociais de produção textual e não
na relação dicotômica de dois polos
opostos.

Nem tudo que está na escrita pode estar


na fala, e vice versa. Assim, a escrita não
é uma representação da fala, mas da
língua.

Se diferem enquanto modalidades de uso


da língua.
ORALIDADE
• Prática social de uso da língua(gem), pressupondo uma
tecnologia além do aparato fisiológico desenvolvido pelo
homem (Fala).

• Repertório de conhecimentos simbólicos, que ganham


corporeidade através da fala e não podem ser
apercebidos/apreendidos/passados para a escrita
(gestualidade, prosódia, impostação da voz, marcadores de
intensificação, situacionalidade, contextualização etc)

• A oralidade seria uma prática social interativa para fins


comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou
gêneros textuais fundados na realidade sonora; ela vai
desde uma realização mais formal a menos informal nos
mais variados contextos de uso.
LETRAMENTOS
• Práticas sociais de uso da língua(gem) nas
modalidades escrita e da leitura.

• LETRAMENTO X ESCOLARIZAÇÃO

• indivíduo letrado – eventos de letramento

Você também pode gostar