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Dado o ritmo, para que a narrativa adquira significado, depende de três fatores
preponderantes: o plano, que possui duração; a sequência de planos, que além de
duração promove ordem das séries de acontecimentos; e o espaço a que chamamos
de narrativa espacial. O plano representa a descontinuidade temporal da narrativa e a
sequência deste, seu agrupamento lógico. O espaço define o rompimento da
linearidade (começo-meio-fim) da história, isto é: os eventos não se encadeiam
sequencialmente, uns após os outros, em direção a um fim (...). Em vez de relações
de contiguidade entre as sequências do acontecimento, estabelecem-se relações
mais complexas, ou seja, organizações paralelísticas – simetrias, gradações,
antíteses responsáveis por uma multiplicidade simultânea de visões de um mesmo
evento. Desse modo, a narrativa espacial põe em relevo o aspecto mais puramente
qualitativo das configurações possíveis do entrecho narrativo (SANTAELLA, L. 2001:
326).
E assim, com a estruturação da narrativa e a liberdade do autor em dispor seus
pontos de vista, surgiram os chamados “gêneros narrativos” que vieram por legitimar
a narrativa no meio cinematográfico, e entre eles, temos: o drama, a comédia, a
aventura, a ação, etc, tudo em prol da legibilidade do cinema e da democracia desta
linguagem. Esta legibilidade pode ser garantida pela mise en scène6, o colocar em
cena, tanto em termos de conteúdo quanto na organização da cena; o conteúdo no
que diz respeito à iluminação, decoração, elementos compositivos e cênicos
(verdadeiros ou não, realidade ou fantasia), assim como, os próprios atores; e a
organização, com a relação da câmera com o espaço cênico, através de seus
enquadres e movimentações.
Para John Gibbs (2002), a mise em scène, engloba tanto o que o público pode
ver, como a maneira com que somos convidados a ver. Refere-se a muitos dos
principais elementos da comunicação no cinema, e as combinações expressivas
através das quais eles operam (GIBBS, J. 2002: 5).
Como instrumento da narrativa, a mise en scène contribui no contar da história,
na encenação da ficção, fazendo com que o espectador a veja o que é necessário ser
visto, não havendo espaço para montagens e cortes.
Assim, a narrativa e a mise en scène permitiram que o cinema avançasse
estética e tecnicamente, criando ou apropriando-se de elementos compositivos como:
a iluminação, proporcionando mais dramaticidade, expressividade e impacto ao filme;
o deslocamento da câmera, que contribuiu para consolidação de uma linguagem
cinematográfica, mais técnica e ao mesmo tempo menos engessada, dando lugar à
subjetividade do autor; o som, agora sincronizado direto no filme e não mais
externamente; a cor na película, antes monocromática, agora tricromática; a
montagem, criando uma nova estrutura de produção e organização do filme; e
atualmente, a passagem do analógico para o digital, possibilitando a inserção de
outras linguagens como o vídeo, a animação, etc, e esta evolução não para por aqui.
A menção a estes elementos se faz importante para a compreensão da
linguagem audiovisual e, consequentemente de suas vertentes no que tange a
contribuição dos códigos da linguagem cinematográfica.
Iluminação
Deslocamento de Câmera
Pontos de iluminação.
Fonte: http://www.utexas.edu/ web/video/prod.php?e= 0
Iluminação de cenário.
Fonte: http://dumafiga3d.blogspot.c om/2007_09_01_archive.html
Enquadramento
Plano geral.
Fonte: http://pipocacombo.virgula.uol.com.br/primeiras-imagens-do-filmeavatar-
de-james-cameron/
Plano conjunto. Fonte: http://comentando cinema.wordpress.com/category/
coming-soon/ -
Ângulo
Marcel Martin (1990) ainda insere a esta categoria mais dois tipos de
enquadramentos utilizados ocasionalmente em uma produção fílmica e classificados
quanto ao ângulo: o enquadramento inclinado, que corresponde o ponto de vista de
uma pessoa deitada ao chão observando um cenário, objeto ou ator em um ligeiro
declive. Este enquadramento também pode ser utilizado de forma a dar impressão de
forte esforço físico a uma personagem ao puxar com uma corda uma caixa
aparentemente pesada em uma rua íngreme; o outro é o enquadramento
desordenado, que fisicamente é adquirido pelo balançar da câmera de um lado para o
outro desordenadamente.