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Data: 02/04/2024
Para tratar dos assuntos do capítulo, Marcel Martin dividiu em tópicos, quase que
subcapítulos. O primeiro tópico que discorre é “Uma Realidade Material de Valor Figurativo”,
aqui o autor trata de discutir a imagem fílmica como um produto bruto de um aparelho de
registo mecânico, destacando sua objetividade reprodutora inquestionável.
A imagem cinematográfica para Marcel Martin é como uma percepção objetiva que
restitui fielmente o que é capturado pela câmara, sendo comparada a um documento
fotográfico ou filmado. Dessa forma a imagem fílmica é a matéria-prima da linguagem
cinematográfica, sendo uma complexa realidade, marcada por uma dualidade significativa.
A origem da imagem fílmica situa-se na interação entre a atividade automática, de uma
câmera, e a direção dos produtores de uma obra, o resultado se divide em vários níveis de
realidade. Martin chega a ressaltar ainda mais a ambiguidade da imagem fílmica, uma vez
que é tanto um produto objetivo da tecnologia quanto uma expressão artística subjetiva
moldada pela intenção do diretor, ou mesmo os outros realizadores do projeto. Portanto a
imagem fílmica é o âmago da linguagem cinematográfica, dotada de uma complexidade
oriunda da transição entre objetividade e subjetividade existente no processo, uma zona de
tons cinzas entre a realidade e representações artísticas.
Em seguida, o autor passa a discutir o valor afetivo da imagem fílmica e como uma
realidade que vai além da mera reprodução objetiva do real, ele evidencia a capacidade da
linguagem cinematográfica de gerar emoções, manipulá-las, no espectador. Ademais
Marcel enfatiza a estética da imagem cinematográfica, considerando os tratamentos
purificadores e intensificadores que a câmara pode aplicar ao real em estado bruto.
Levando em considerações diversos fatores que podem construir ou conduzir as emoções
do espectador, como a mudez do cinema antigo, a música, os enquadramentos, os
movimentos de câmara, etc.
Partindo para o segundo capítulo Marcel Martin busca discutir como a câmara
exerce uma função poderosa no processo de realização do cinema durante sua produção,
para isso ele aborda uma extensa discussão com imagens de enquadramentos
exemplificando as suas reflexões.
Ademais os ângulos que estão dispostos cada plano abrangem esse leque de
opções e Martin faz questão de evidenciar a importância dos diferentes ângulos de
filmagem na linguagem cinematográfica. Os ângulos, como o Contra-Plongée
(contrapicado) e o Plongée (picado), têm o poder de influenciar a percepção do espectador
sobre os personagens e a narrativa. O contrapicado, por exemplo, pode transmitir uma
sensação de superioridade e triunfo, enquanto o picado tende a diminuir o indivíduo e
sugerir um sentimento de opressão, enquanto também faz com que o espectador se
enxergue na cena de outra forma, como inferior ao personagem ou superior a ele. Os
ângulos proporcionam a construção da atmosfera e da emoção da cena, permitindo um
impacto visual e transmitindo significados simbólicos.
Por fim, das diversas possibilidades de usar a câmera como objeto narrativo, resta
“Os movimentos de câmara”. Para o autor é inegável que esses movimentos têm o poder de
criar emoção, suscitando sentimentos e expectativas no espectador em relação ao que será
visto a seguir. Eles podem acompanhar um personagem em movimento, criar a ilusão de
movimento de um objeto estático, descrever um espaço ou uma ação de forma singular, e
definir relações espaciais entre elementos da ação. Os movimentos podem abordar todos
os outros fatores citados anteriormente e resultam numa execução que constroem a
narrativa toda a partir da câmara e seus movimentos, suas possibilidades espaciais.
Marcel Martin permite uma análise que abrange diversos elementos que são
essenciais da linguagem cinematográfica. Desde os discursos dentro das produções e as
relações entre realidade e irrealidade até a importância dos enquadramentos e tipos de
planos. Martin dá ênfase na composição visual do cinema, uma vez que o capítulo que trata
disso é bem maior, evidencia a complexidade da linguagem e das mensagens transmitidas
por produções cinematográficas. Assim, dominar e compreender esses elementos é
importante para conseguir entender a linguagem cinematográfica.