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Profissional Documentos
Cultura Documentos
Iracema____________________________________________pág 6 a 8
Pepetela – Mayombe____________________________________pág 9 a 11
Memórias Póstumas_____________________________________pág 12 a 15
Claro Enigma __________________________________________pág 16 a 17
Quincas Borbas_________________________________________pág 18 a 21
Angústia ______________________________________________pág 22 a 23
Campo Grande_________________________________________pág 24 a 26
Seleção de obras- Gregório de Matos________________________pág 27 a 31
Nove Noites ___________________________________________pág 32 a 34
Romanceiro da Inconfidência______________________________pág 35 a 40
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Resumo
A Relíquia é uma obra realista de Eça de Queirós publicada em 1887, em
Portugal. Possui fortes características da escola literária a qual pertence, como
críticas e tom sarcástico em relação à sociedade da época, permeada por valores
católicos.
A história é narrada em primeira pessoa pelo protagonista, Teodorico Raposo,
cujas memórias vão aparecendo progressivamente, conforme ele relembra sua
infância; sua adolescência, quando perde seu pai e passa a ser criado pela tia; sua
juventude em Lisboa, na Universidade de Coimbra e, por fim, sua longa viagem
à Terra Santa, ambientação da maior parte de suas aventuras.
A história apresenta duas personagens bem opostas: de um lado, Dona Maria do
Patrocínio, a tia Patrocínio, ou Titi; rica e religiosa, torna-se uma caricatura das
devotas católicas da época. Do outro lado, seu sobrinho Teodorico Raposo,
entregue aos valores mundanos.
Ele parte, e logo no início da viagem faz amizade com Topsius, que passa a ser
seu companheiro de empreitada. Em Alexandria conhece Miss Mary, de quem se
torna amante pelo período que passa no local. Como lembrança dos momentos
íntimos vividos por eles, Miss Mary lhe dá um embrulho com uma camisola sua
dentro, para que ele carregue ao longo da viagem e não se esqueça dela.
Teodorico segue seu rumo, com o amigo.
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Análise
Esta obra denuncia um Portugal extremamente conservador, e Titi é uma boa
representação disso. Eça expõe e critica uma sociedade falsamente religiosa, que
ainda vive de aparências. Ainda utilizando a personagem Titi para exemplificar,
ela, tão devota e piedosa, não hesita em deserdar seu sobrinho pelo fato de ele
possuir uma forma de vida diferente da sua, e ir contra as coisas em que ela
acredita, colocando-o para fora de casa sem se preocupar em como ele iria
sobreviver. Ela também se posiciona contra os relacionamentos amorosos e as
crianças, contradizendo os ensinamentos de sua religião, o que a torna uma
personagem hipócrita e preocupada apenas em manter as aparências (e seu
dinheiro).
Em Portugal no século XIX, contexto desta obra, o catolicismo já estava em
decadência, mas a sociedade em geral buscava viver de aparências. Eça de
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Tudo era aparência. Ele só amava o dinheiro, igual à sua tia. Não há caridade ou
verdade nos personagens. Tudo é falso. Assim como Eça enxergava a própria
religião em si.
Tudo nele é mentira e dissimulação. Tanto que seu lamento final é o de não ter
sido esperto o bastante para dizer à tia que a camisola na verdade pertencera a
Maria Madalena, já que o nome condizia com as iniciais Miss Mary. Ou seja, ele
não só não se arrepende se suas mentiras, como lamenta não ter mentido mais.
Resumo
A narrativa de Iracema estrutura-se em torno da história do amor entre ela e
Martim, e se inicia em 1608. Iracema é apresentada ao leitor como a “Virgem
dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais
longos que seu talhe de palmeira”. A índia era uma guerreira da tribo dos
Tabajaras, e ao avistar o explorador Martim, lança uma flechada certeira. Quando
seus olhares se cruzam, Martim desiste de contra atacá-la e esta se arrepende do
gesto, levando-o até sua aldeia, onde é acolhido pelo pajé Araquém, pai da índia.
Mesmo apresentando-se como aliado de seus inimigos da tribo dos Potiguaras,
Martim é tratado com grande hospitalidade pelo pajé, que lhe garante
hospedagem, mulheres e proteção. Porém, quando Iracema lhe oferece as
mulheres prometidas por seu pai, Martim revela sua paixão por ela. Entretanto, o
amor de ambos é idealizado. De Martim, por ser cristão, e de Iracema por ser
portadora do segredo da jurema, que a obrigava a manter-se virgem.
Assim, nasce o amor entre os dois, permeado por proibições que o reforçam
ainda mais. O romance estrutura-se no embate entre o que une e o que separa
os dois amantes.
Como antagonista de Martim, temos Irapuã, o chefe guerreiro Tabajara que
guarda um amor secreto por Iracema, que reconhece no português colonizador
um inimigo mortal.
Um dia, Iracema leva Martim ao bosque sagrado, onde lhe dá uma poção
alucinógena. O guerreiro branco delira, e ela adormece entre os seus braços.
Sucede-se a realização amorosa entre os dois, narrada de forma bem delicada.
“Tupã já não tinha sua virgem na terra dos tabajaras” é a sutil indicação de que a
união amorosa se realizara.
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Análise da Obra
José de Alencar foi o maior escritor romântico brasileiro, participou
integralmente com obras simbólicas e com o projeto de identidade nacional que
dava corpo à parte substancial dessa escola. Pois buscava vincular às criações
artísticas com o discurso de brasilidade e, de alguma maneira, solidificar as bases
para explicação para a formação do povo brasileiro.
“Iracema” é a mais conhecida obra do chamado indianismo, que romantizou a
colonização e as misturas étnicas que ocorreram, principalmente entre os índios,
que segundo essa leitura eram os responsáveis pela essência sentimental do
brasileiro e do europeu português, ainda nessa ideia, o responsável pelo senso
explorador, criativo e guerreiro de nossa gente.
Do contato da índia tabajara Iracema com o explorador português Martim,
teremos o nascimento do “primeiro cearense” Moacir, a representação do
brasileiro, pois é fruto da mistura, uma síntese.
A luta entre os Tabajaras e o Pitiguaras, é utilizadas como uma camada da luta
pela consolidação da colonização portuguesa da região do Ceará. Martim, Poti,
Iracema, Jacaúna, Irapuã e outros mais, serão utilizados para ilustrar esse evento,
por meio de batalhas épicas.
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Resumo e análise
Neste momento, tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas unidas. Assim,
somente após a Segunda Guerra Mundial as colônias foram conquistando a
independência. Pepetela faz essa transposição, de algo realmente vivido para o
literário, a fim de mostrar aos leitores como foi sua experiência durante a guerra
de guerrilha e não para justificar, por meio dos documentos históricos,
os acontecimentos.
Assim, vemos que como comandante, Sem Medo faz do Mayombe de todos, o
seu próprio, contudo tendo um toque de desraizamento com este local. Isso
mostra que há uma busca incessante por uma identidade, sendo formada
por passagens obscuras e objetivas, em que esta busca não terminou antes e nem
depois do Mayombe.
Um exílio sentimental mostra ser mais doloroso e mais sombrio para a pessoa
que carrega esse fardo; para abstrair essa ideia do passado, ela usa as
atividades atuais como algo que possa ocupar sua mente, afastando da sua
memória recordações do passado que infrinja o seu presente e, principalmente,
seu futuro, um futuro incerto que, dependendo da dor, pode direcionar o caminho
a total desgraçada.
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Por esse motivo, percebemos que o exílio é algo que deve ser visto por diferentes
perspectivas, pois, ainda que o exílio seja algo penoso e torturante, ele,
indiretamente, pode auxiliar na formação do indivíduo. Entretanto, o indivíduo
deve estar receptivo ao aprendizado, até mesmo em momentos difíceis e não se
torturando mentalmente.
Ou seja, o exílio é uma bela arma para a construção de uma nova identidade do
indivíduo no espaço em que pertence, já que a antiga se mantém em fragmentos
como em um segundo plano, ativada, apenas, em momentos chaves. Assim, só
depende do indivíduo superar e seguir em rumo à paz interior ou fracassar e viver
amargurado.
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Personagens
Brás Cubas: o defunto-autor narrador do livro, que conta suas memórias e é o
responsável pela caracterização de todos os demais personagens.
Vigília: grande amor de Brás Cubas, sobrinha de ministro, e a quem o pai do
protagonista via como grande possibilidade de acesso para o filho ao
mundo político. Torna-se sua amante depois.
Marcela: prostituta com a qual Brás se envolveu na adolescência.
Eugênia: moça humilde pela qual o protagonista se interessa, mas não se dispõe
a levar adiante um romance, porque a garota mancava de uma perna.
Nhá Loló: última possibilidade de casamento para Brás Cubas, moça simples,
que morre de febre amarela aos 19 anos.
Lobo Neves: casa-se com Virgília e tem carreira política sólida, mas sofre o
adultério da esposa com o protagonista.
Quincas Borba: teórico do humanitismo, doutrina à qual Brás Cubas adere.
Morre antes de Brás, com problemas psicológicos.
Dona Plácida: representante da classe média, tem uma vida de muito trabalho e
sofrimento, e serve de alcoviteira para Brás e Virgília.
Prudêncio: escravo da infância de Brás Cubas, ganha depois sua alforria.
Resumo
Essa obra dá início ao Realismo no Brasil, e, além disso, inicia também a análise
psicológica dos personagens, revelando seu caráter, hipocrisias, vaidades etc. De
ritmo lento, é narrada por um "defunto autor”, Brás Cubas, que por estar morto e
não ter mais nenhum compromisso com a sociedade a qual pertencia, sente-se
livre para criticá-la e expô-la da maneira que achar mais pertinente.
Assim, Brás Cubas vai contando a sua vida, começando sobre sua morte, seu
enterro e seus últimos momentos terrenos. A narração é mesclada com
digressões, uma característica marcante de Machado de Assis, que consiste num
desvio momentâneo do assunto sobre o qual se está falando para inserir
comentários. Devido a isso, nesse início não há nenhuma ordem convencional
dos capítulos, já que a história é narrada da forma como o narrador prefere,
desobedecendo qualquer linearidade.
Posteriormente, o narrador retoma essa linearidade narrando seu nascimento e
infância, e contando como era inquieto, o que lhe rendeu o apelido de “menino
diabo”. Conta-nos que maltratava os escravos, mentia; caçoava dos outros... tudo
isso acobertado pelo pai e presenciado com inércia pela mãe.
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Após isso, Brás comenta sobre seu Tio João, um militar boa-vida fã de
obscenidades, que o influencia desde muito jovem, e depois passa a contar sobre
sua árvore genealógica. Damião Cubas foi o fundador da família, um homem
humilde especializado em consertar coisas, que se tornou lavrador e fez fortuna,
deixando uma boa herança ao filho, Luís Cubas. Entretanto, era nesse herdeiro
que começava a linhagem dos Cubas, já que não reconheciam Damião por se
envergonharem de sua origem humilde.
Então, é nesse contexto familiar que o menino cresce, envolto em mentiras, lutas
por ego, o que nos leva a compreender sua personalidade depois de adulto.
Já adolescente, de início estimulado pelo pai e sofrendo influência do Tio João,
envolve-se com Marcela, uma prostituta, com a qual ele mesmo nos conta ter
gasto “onze contos de réis”. Diante desses gastos abusivos, seu pai, que outrora o
estimulara, resolve afastá-lo da moça e o manda à Europa para estudar. Ao final
do Curso Superior Brás retorna, já homem feito, com diploma na mão, e perde a
mãe em seguida.
Na sequência Brás narra seu envolvimento com a jovem Eugênia, moça humilde
conhecida de sua família. Entretanto, visto que seu pai almejava que ele
fosse político, imagina um casamento para o filho com Virgília, filha do
Conselheiro Dutra, que devido a sua influência política poderia ajuda-lo a
ascender. Além disso, argumenta sobre a necessidade de continuar o ilustre nome
de família, não se casando com “qualquer uma”.
Assim, convencido pelo pai, dispõe-se a obter o amor de Virgília em troca de
fama e prestígio, apesar de ter se encantado pela beleza da humilde Eugênia.
Outro fato que o faz desistir da moça é ela mancar de uma perna. Diante desses
fatores Brás segue rumo ao casamento com Virgilia e ao cargo de deputado.
Mas, daí vem sua primeira frustração: Brás perde Virgília e o cargo para Lobo
Neves, e se torna amante da mulher a qual seria sua esposa, inclusive alugando
uma casinha exclusivamente para manter encontros com ela, evitando levantar
suspeitas das pessoas. Para disfarçar ainda mais, colocam na casa D. Plácida,
uma senhora da confiança da família de Virgília, que aceita a missão de
alcoviteira por ter sido subornada por Brás e por temer a solidão e o abandono,
devido a algumas situações que já enfrentou na vida, como Brás no conto em
seguida: Sempre foi de família humilde, perdeu o pai ainda criança e com
isso começou a ajudar a mãe a fazer docinhos para fora para sobreviverem. Ainda
bem jovem casou-se com um alfaiate que morreu de tuberculose deixando-lhe em
condição de miséria, com uma filha e tendo também a mãe idosa para sustentar.
Não se envolve com mais ninguém, dedicando-se arduamente ao trabalho.
Adoeceu, envelheceu, a mãe faleceu e a filha fugiu com um homem
desconhecido, ficando D. Plácida completamente sozinha até conhecer e cair nas
graças da família de Virgília, para quem passou a costurar e, agora, acobertar o
adultério de Virgília.
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E, como se não bastasse esse envolvimento clandestino com a moça, Brás, num
ato ambicioso em busca de alguma ascensão qualquer, torna-se secretário do
marido da amante, chegando, depois, a deputado. Mas, em seguida nova
frustração lhe assola: engravida Virgília, mas o filho more antes mesmo de
nascer, o que, somado a uma carta anônima enviada ao marido traído, põe fim
à relação entre os amantes.
Brás tenta novamente a felicidade no amor, num possível noivado arranjado por
sua irmã com D. Eulália, conhecida por Nhá Loló, mas que morre vítima de uma
epidemia.
Posteriormente o defunto-autor fala sobre seu amigo de infância Quincas Borba,
destacando sua filosofia do Humanitismo, em que o mais forte, rico e esperto
impera sobre os demais. Quincas aparece e desaparece diversas vezes ao longo
do romance, algumas vezes rico e outras pobre, mas vem a morrer também após
reaparecer depois de ter sumido por quase um ano.
No meio tempo entre a morte de Quincas e a de Brás, este último tem a ideia de
fazer um emplasto contra a hipocondria, buscando finalmente obter a
supremacia almejada por toda sua vida, deixando para trás os fracassos que o
acompanharam até então. Todavia, este acaba sendo mais um projeto fracassado.
Seu último fracasso, aliás, já que morreu de pneumonia antes de registrar seu
invento.
Ao seu enterro comparecem pouquíssimas pessoas, entre elas Virgília. Então,
para distrair-se do tédio que sentia após a morte, o defunto torna-se autor e nos
narra sua história.
Análise da Obra
Narrador
A narração é feita em primeira pessoa por um narrador observador e
protagonista, que se autointitula um defunto-autor, ou seja, um morto que
resolveu escrever suas memórias, e que, estando desprovido de
qualquer compromisso com o mundo terreno, denuncia as personagens e as
mazelas da sociedade carioca do século XIX em tom irreverente e irônico.
Tempo
Nesta obra há o tempo psicológico, do defunto-autor, que conta sua vida fazendo
várias digressões, sem seguir uma linearidade temporal, narrando, por exemplo, a
morte antes das própria vida; e o tempo cronológico, quando ele narra
sequencialmente sua infância, adolescência, ida para Coimbra, volta ao Brasil e
morte.
Uma vida de fracassos
Publicado em 1881, o livro trata das vivências de Brás Cubas, um membro da
elite brasileira do século XIX e narrador da obra, que começa nos contando sobre
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sua morte até retornar a sua infância e daí ir avançando nos fatos
cronologicamente vividos por ele.
O curioso do romance é que não apresenta grandes acontecimentos: há sempre a
sensação de que haverá um clímax, de que algo grandioso será realizado, seguido
pela frustração da não obtenção do êxito esperado. Brás Cubas não se casa, não
conclui seu emplasto, se torna deputado mas com um desempenho é medíocre, e
não tem filhos. Assim, o leitor se depara continuamente com a vida vazia do
protagonista, representante da elite.
Entretanto, por mais que seus ideais não fossem alcançados, o que importava era
o direito de ter esses ideais, ou seja, a capacidade de almejar, da qual
muitos eram desprovidos na época, como é o caso de Dona Plácida, que teve uma
vida de sofrimentos na qual só teve tempo para lutar pela sobrevivência, sem
luxos ou caprichos.
Assim, o a importância de Memórias Póstumas de Brás Cubas, vai além da
literária, pois a obra funciona como instrumento de entendimento do desnível
social da época, já que a sociedade se estruturava a partir de uma divisão nítida,
onde de um lado estavam os donos de escravos, componentes da classe
dominante do país, representada na obra pelos políticos, e de outro os
escravos responsáveis pelo trabalho e sustento do país. No meio, estava a classe
média, composta por pequenos comerciantes, funcionários públicos e outros
servidores dependentes dos favores da classe privilegiada.
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Parte 1
Após um período de forte engajamento político, Drummond passa por uma fase
de decepção com os rumos do Brasil e do mundo após a Segunda
Guerra Mundial. Por abandonar a militância, cerrou-se numa introspecção mais
acentuada. Claro Enigma é fruto dessa introspecção, resultando em temas
tratados de forma profunda e transcendente.
Para entender melhor este livro, podemos compará-lo à obra A Rosa do Povo,
publicada anteriormente, em 1945, onde predominava seu engajamento e
compromisso social. Em Claro Enigma surge o questionamento em torno desse
posicionamento de outrora. Assim, a poesia abandona o desejo de buscar
respostas e foca nas perguntas que precisam ser feitas. Além disso, em
virtude dos fatos ocorridos ao longo dos anos 40, a esperança é substituída pelo
desencanto. Não há mais certezas. O caminho a ser seguido é muito incerto, na
realidade.
Entende-se agora que as certezas e as esperanças de épocas anteriores são
capazes de nos fazer sangrar. Até por que, na época em que os poemas desta
obra começaram a ser escritos, vivia-se a Guerra Fria e a ameaça da bomba
atômica, e o mundo mergulhava numa divisão ideológica entre capitalismo e
comunismo. Para um poeta como Drummond, que sempre lutou pela liberdade,
essa divisão ideológica do mundo conduzia à perplexidade e ao pessimismo em
relação ao futuro.
Parte 2
Pode-se dizer que há dois caminhos possíveis de análise das poesias que compõe
a obra, a individual, que depende da leitura de cada texto num processo de
associação e comentário e, outra, mais ampla, que busca perceber um caminho de
leitura, que auxiliaria as leituras individuais, que evidenciasse um caminho do
eu-lírico.
O livro é dividido em Cinco partes, ou capítulos, que têm objetivos relativamente
coesos entre si e podem ser comentados aqui.
“Entre lobo e cão” que apresenta a dúvida do eu-lírico e, por decorrência, do
próprio autor, sobre o sentido da literatura e dos caminhos que tenha tomado até
ali. São destaques “Dissolução” , “Oficina Irritada” e outros mais.
“Notícias amorosas”, há a busca de sentidos nos sentimentos e na própria
literatura, destacando-se “Amar” e “campo de Flores”
“O menino e os homens” se percebe uma figuração do eu-lírico, como em “a um
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varão que acaba de nascer”, onde se vê ante um mundo convulso e que não
oferece esperanças ao novo, bem como também se volta às referências literárias e
de amizade, como se vê em “Quintana’s bar” e “O chamado”.
Em “Selo de minas”, ante as incertezas, há a busca por resposta na história
pessoal, explicitado em “Evocação Mariana”, mas ao fim, nada pode fazer ter
alento, pois a memória negativa persiste “Os bens e o sangue” são exemplos
disso.
Em “os lábios Cerrados” a aceitação da morte e do fim, que tem ocorrências da
vida, como pela morte do pai do poeta, bem como de aspectos exclusivamente do
plano da construção do texto, que podem significar que a noção de que a
aceitação não faz com que termine a lembrança da perda, seja esta, ou outras
mais.
Por fim, “Máquina do Mundo”, composta por dois poemas, sendo um com o
mesmo nome do capítulo, que encaminha o movimento de dúvida do eu-lírico
com uma consumação diversa, pois uma máquina advinda da tradição de Dante
em sua “Divina Comédia” e Camões com “Os Lusíadas”, oferecendo a
explicação e resolução para todas as dúvidas, mas que ao fim e ao cabo, a ação
do eu-lírico, de deixar os braços pensos e continuar por palmilhar pelas ruas de
Minas pedregosa, predomina. E ele decide por se manter na busca, sozinho, por
respostas.
Dessa maneira, “Claro enigma” se mostra como um exemplo da poética de
Carlos Drummond de Andrade que caminha para um dos pontos altos do nossa
literatura, como uma radiografia metafórica de uma persona poética que
mimetiza as angústias pessoais de seu tempo de forma até hoje singular.
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RESUMO
Após a morte de Quincas Borba, narrada no livro Memórias póstumas de Brás
Cubas, a fortuna herdada por ele foi deixada para seu amigo Rubião, professor de
Barbacena, cidade onde residia o filósofo. O dinheiro vem acompanhado do
compromisso de cuidar do cachorro, também chamado Quincas Borba.
Com a convivência, nasce o interesse de Rubião pela bela Sofia. Ela logo percebe
a paixão que provoca, utilizando-se disso para envolver ainda mais o milionário.
Acreditando-se correspondido, Rubião se declara à amada durante um baile.
Sofia comenta com o marido a ousadia do convidado, mas Cristiano tenta
diminuir a ira da esposa, comentando que já devia muito dinheiro a Rubião. O
marido ainda sugere que ela alimente aquele sentimento, para que eles possam
continuar a explorar o pobre milionário.
Rubião e Cristiano se tornam sócios em uma importadora, Palha & Cia. Com o
tempo, o capitalista passa a administrar os bens e a fortuna do mineiro. A
condição de vida do casal Palha melhora a olhos vistos. Rubião continua a
frequentar-lhes a casa. Passa a sentir ciúmes crescentes do jovem Carlos Maria,
que dirige gracejos a Sofia. Atingindo o estado de desespero, Rubião chega certa
vez a gritar com Sofia, insinuando o adultério. A mulher contorna a situação e
prova sua inocência, posteriormente confirmada com o casamento de Carlos
Maria com Maria Benedita, prima de Sofia.
CONTEXTO
Sobre o autor
Machado de Assis está definitivamente associado ao realismo brasileiro. E com
razão: a busca da verdade era um dos traços mais marcantes tanto da escola
quanto de sua obra. Para os realistas, essa verdade poderia ser alcançada por
intermédio dos recursos da ciência, do Positivismo, do Determinismo, do
Evolucionismo. No entanto, Machado foi além, questionando até mesmo os
fundamentos realistas
Importância do livro
Quincas Borba não é o romance mais conhecido de Machado de Assis – posto
disputado por Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro –, mas tem a
mesma relevância. Diferentemente do que acontece nessas obras, o narrador,
aqui, se apresenta sob o foco da terceira pessoa, mas nem por isso deixa de haver
o mesmo questionamento da verdade que caracterizava o autor.
Período histórico
A segunda metade do século XIX é um momento de transformações profundas
na sociedade brasileira: sua diversificação abre novas oportunidades, ampliando
horizontes. Da mesma forma – segundo a sugestão do romance – também surgem
novas falcatruas e novos enganadores. São os ladrões de sempre, mas agindo
com sutileza maior.
ANÁLISE
A trama de Quincas Borba gira em torno das relações sociais: o ingênuo
professor Rubião descobre a maldade humana ao se mudar para a corte. As
manifestações de amizade que recebe por parte do casal Palha só são verdadeiras
para sua credulidade provinciana. Mas Rubião não é uma caricatura do caipira
enganado na cidade grande. Convém recordar, nesse sentido, que sua própria
relação com o filósofo Quincas Borba tinha algo de interesse e que ele só
resgatou o animal de estimação do amigo morto depois de conhecer a
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PERSONAGENS
Rubião: herdeiro do filósofo Quincas Borba.
Cristiano Palha: capitalista que se finge amigo de Rubião para explorá-lo.
Sofia Palha: esposa de Cristiano, auxilia o marido em suas tramoias.
Carlos Maria: moço que desperta o interesse de Sofia.
A temática da traição, sempre presente nas obras do autor, é insinuada no
interesse que Sofia manifesta pelos homens que a cortejam – como Rubião e
Carlos Maria. Não chega a perpetrar-se, contudo, talvez porque a moça encontre
no marido o seu melhor parceiro no ludibrio e no engodo – esta sim, a temática
central da obra.
O que a generalização do engodo sugere é a existência de uma sociedade
improdutiva e parasitária, dissimulada sob máscaras de duvidosas transações
financeiras e falsos elogios nos jornais. Uma sociedade na qual o jogo de
aparências exerce uma ação poderosa e irresistível. Um diretor de banco é
humilhado em uma visita ao Ministro e desconta em Cristiano Palha, tratando-o
da mesma forma; o próprio Rubião, senhor de sua fortuna, sente-se pequeno ao
se deparar com a suntuosidade de uma baronesa do Império. Assim, a
demonstração de poder é mais importante que o poder em si, que permanece
mascarado.
Conforme o enredo se desenrola, pode-se perguntar as razões do título dado ao
livro. Seria uma referência ao filósofo que morre logo na abertura ou ao cachorro
que fica de herança? Na verdade, aos dois. Segundo a filosofia criada por
Quincas Borba, Humanitas é o princípio da existência que se manifestaria em
todo ser vivente, podendo também existir no cão. E talvez esteja nesse princípio a
verdadeira razão do título: ele pode ser uma referência ao Humanitismo.
Afinal, a história de Rubião confirma a filosofia de Quincas Borba. Sofia e seu
marido não fazem mais do que seguir a máxima segundo a qual “Humanitas
precisa comer”. Eles seguem à risca essa prescrição, alimentando-se da fortuna e
da credibilidade de Rubião. Os espólios da guerra se destinam aos vitoriosos,
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RESUMO:
A obra revela a crise que foi resultado da mudança de sistema político na época, o
que se pode perceber através das mudanças entre as gerações da família de
Trajano, um poderoso senhor de terra, as quais passam pela vida de seu filho
Camilo e terminam em Luís da Silva, o protagonista e narrador da história.
PERSONAGENS
Marina, estereótipo das mulheres da época, tão bem retratadas por outros autores,
tem certa futilidade devido às leituras que fazia. Personagem comparada, por
alguns críticos, a Luísa, do romance O Primo Basílio, de Eça de Queiroz. De
personalidade fraca, se deixa levar pelas situações, pelos interesses, enfim, é mais
tida como alvo, prêmio ou posse de Julião e de Luís do que como mulher.
Julião Tavares, por sua vez, possui linguajar rebuscado, com certo formalismo
exagerado, como que para expressar a classe social à qual pertencia. Além disso
se mostrava um patriota vazio, ou seja, sem ideais políticos. Este
personagem é também comparada a um dos personagens de O Primo Basílio: o
Conselheiro Acácio.
RESUMO
O romance regionalista de Guimarães Rosa, Manuelzão e Miguilim, é dividido
em duas narrativas: Campo Geral e Uma Estória de Amor.
Campo Geral narra a história da família e da vida de Miguilim no interior do
sertão mineiro. O menino experimenta diversas situações típicas da infância, os
medos, as brincadeiras. No entanto, uma experiência específica será decisiva para
o seu amadurecimento: a morte do irmão mais novo, Dito. Pouco tempo depois
desse trágico acontecimento, Miguilim é levado para trabalhar com o pai e a
relação entre os dois se torna cada vez pior.
Após algum tempo, o menino adoece e chega mesmo a acreditar que vai morrer.
Entretanto, uma tragédia com outro familiar acaba interrompendo o destaque que
essas reflexões ganham na história. Bernardo, pai de Miguilim, mata um
vaqueiro e em seguida se suicida. Com isso, o tio Terez se casa com a mãe do
menino. Nesse momento surge um novo personagem, o médico. Com o
restabelecimento de Miguilim, este homem desempenha um papel fundamental
em sua formação, pois descobre sua miopia e lhe fornece seus primeiros
óculos. A novela tem fim quando, acompanhado do doutor Lourenço, Miguilim
deixa a casa em que viveu toda a vida e vai estudar na cidade.
Uma Estória de Amor é uma narrativa sobre os preparativos e a festa organizada
por Manuelzão para a inauguração da capela para Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, construída em homenagem à sua mãe. A festa acaba envolvendo mais
pessoas que o previsto, deixando Manuelzão preocupado. O organizador convida
também um padre e a família de seu filho, Adelço, para a festa.
Apesar de não ter boa relação com o filho, Manuelzão tem grande admiração por
Leonísia, esposa de Adelço. A beleza da mulher chega a provocar desejos
inadequados no sogro, que vive um conflito interior.
Enquanto se desdobram os preparativos para a festa, o protagonista relembra
antigas histórias, e por fim, quando chega o padre, a comemoração tem de fato
início. No segundo dia de festa é celebrada a missa, que é seguida por mais
danças e cantigas. Contadora de histórias, Joana Xaviel também ganha destaque
no evento, narrando casos que entretêm a todos. Ao fim da narrativa, Manuelzão
se sente mais jovem do que realmente é, a festa ajuda a recuperar algo de sua
mocidade.
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CONTEXTO
Sobre o autor
Guimarães rosa é um dos principais nomes da literatura brasileira do século XX.
Sua obra, traduzida para muitos idiomas, é considerada revolucionária em vários
aspectos. O sertão brasileiro era um ambiente recorrente nos escritos do mineiro,
que apostava no regionalismo para narrar as histórias. Rosa é lembrando também
pela inovação na linguagem, utilizando influências da fala popular no seu texto.
Importância do livro
Manuelzão e Miguilim, obra composta pelas novelas Campo Geral e Uma
Estória de Amor, revela toda a genialidade de Guimarães Rosa na construção de
enredos e no trabalho com a linguagem. De fato, os dois textos, denominados por
ele ‘poemas’, combinam com maestria a oralidade do interior com temas
filosóficos universais, como o crescimento.
Período
Manuelzão e Miguilim foi lançado em 1964, um ano depois de o autor ser eleito
para a Academia Brasileira de Letras por unanimidade. Porém, com medo de se
emocionar demais, só tomou posse após quatro anos. Infelizmente, faleceu três
dias depois.
ANÁLISE
As duas obras de Manuelzão e Miguilim, inicialmente publicadas no
volume Corpo de Baile unidas a outras cinco novelas, podem ser vistas como
exemplos de um procedimento recorrente na obra de Guimarães Rosa: partir do
regional para atingir valores universais. Dessa forma, cada uma apresenta um
momento da vida: infância e velhice.
Em Campo Geral, embora o protagonista não seja o narrador, todos os fatos são
apresentados de acordo com sua visão de mundo. Dessa forma, pode-se perceber
que a intenção de Rosa era criar seu universo ficcional a partir da percepção de
um menino em processo de crescimento. Trata-se também de uma história de
aprendizagem, já que acompanhamos o processo de amadurecimento do pequeno
Miguilim.
Em Uma Estória de Amor, o procedimento narrativo também é bastante
interessante, está presente o foco em terceira pessoa e, assim como em Campo
geral, em diversos momentos o autor emprega o fluxo de consciência, recurso
através do qual falas e pensamentos são misturados. O recurso cria um ritmo que
dá dinamismo e sofisticação à narrativa.
Ambas as narrativas têm por característica a forte presença da oralidade,
desenvolvida, porém, em um universo que também dialoga com a alta cultura.
Além disso, há nas novelas os típicos procedimentos de criação de palavras de
Guimarães Rosa.
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Comentário do professor
O professor Gilberto Alves da Rocha (Giba), do Curso Apogeu de Curitiba (PR),
comenta que existem dois pontos principais na obra de Gregório de Matos que
devem ser observados pelo estudante. O primeiro é o intenso conflito de ordem
espiritual, típico do período barroco: de um lado, o Teocentrismo (teoria segundo
a qual Deus é o centro do universo) e, de outro, o Antropocentrismo (segundo
esta teoria, o homem é o centro do universo e este deve ser analisado de acordo
com sua relação com o homem). Em sua poesia religiosa, Gregório consegue
filtrar com maestria essa dualidade vivida pelo homem da época. Já o segundo
ponto a ser observado, comenta o prof. Giba, é a linguagem do autor: assim como
Gregório procura utilizar um vocabulário mais formal nos poemas líricos e
religiosos, ele utiliza gírias e até termos de baixo calão nos poemas satíricos.
Pensando-se na prova do vestibular, o prof. Giba afirma que, por se tratar de obra
poética, os aspectos formais (rima, métrica, vocabulário) são bastante explorados
pelas bancas examinadoras e o aluno deve estar atento a questões desse tipo.
Quanto aos temas tratados por Gregório de Matos, a temática do “carpe diem”
(aproveitar o dia) está muito presente em sua poesia lírica, e é geralmente
associada à ideia da efemeridade, um dos temas mais caros aos artistas barrocos.
Por fim, o prof. Giba lembra a importância de Gregório de Matos dentro da
literatura brasileira, pois ele foi o primeiro artista brasileiro a filtrar os
desmandos políticos e o cotidiano da Bahia, Capital da Província na época.
Análise da obra:
Bernardo Carvalho alcançou a fama como um dos mais importantes romancistas
brasileiros graças a Nove noites. A trágica história do promissor
antropólogo Buell Quain é relembrada, tornando-se o ponto de partida para toda
a construção narrativa do livro.
O autor utiliza a liberdade artística para desenrolar o romance misturando
diferentes elementos narrativos além da escrita, como fotos e personagens da
década de 1930, o que foi considerado inovador no contexto cultural em que foi
lançado, no início dos anos 2000.
Em Nove noites, Carvalho faz jus aos seus títulos como romancista, jornalista e
contista, visto que narra uma história baseada em fatos reais, utilizando aspectos
da ficção e fazendo um equilíbrio perfeito entre realidade e imaginação. Nove
noites é um romance lúdico e realista com toques de outros gêneros literários,
como investigação policial e ficção.
Resumo:
Nove noites conta a história do misterioso caso do suicídio de um antropólogo
norte-americano em solo brasileiro, chamado Buell Quain. Quain teria se
suicidado diante de índios de uma tribo localizada no Tocantins (Krahôs),
em 1939.
O caso foi rapidamente esquecido, por não ter sido muito difundido ao público
pela mídia. Mas o narrador decide investigar as razões de Quain, 62 anos após o
ocorrido, ao se deparar com a história intrigante em um artigo de jornal.
Contexto histórico
Como já abordamos, Nove noites é baseado em fatos reais: o misterioso caso do
suposto suicídio de Buell Quain, um antropólogo norte-americano de 27 anos, em
1939. O fato se tornou um escândalo sem uma resolução certa e que entrou no
esquecimento da mídia.
Um dos pontos mais intrigantes da história é o fato de Quain ter consumido o ato
diante dos índios Krahôs, uma tribo localizada no Tocantins. Nessa
obra, Carvalho tenta despertar a curiosidade do leitor, atraindo-o para uma busca
incessante pela verdade por trás de um acontecimento incompreensível.
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Uma das principais características que você deve saber sobre Nove noites é que
ela é uma obras mais importantes exigidas pela Fuvest. Isto é, para prestar
o vestibular da USP, uma das universidades mais concorridas do Brasil, é
fundamental conhecer a obra-prima de Bernardo Carvalho.
Nove noites foi o sexto livro de Carvalho e fez com que o autor ganhasse grande
destaque como romancista. Embora a obra seja categorizada como romance,
contém toques de investigação policial e tom jornalístico.
Personagens da obra
Apesar de trazer personagens fictícios e outros baseados na vida real, há três
principais personagens em Nove noites: Buell Quain (protagonista), o
antropólogo suicida, Manoel Perna, o engenheiro local, e o jornalista, que não
tem a identidade revelada.
A narrativa da obra é feita a partir dos pontos de vista de Manoel Perna e do
jornalista. A visão de Perna é importante para a história porque ele teve
proximidade com Buell Quain: uma relação amorosa casual que resultou em
importantes confidências.
Já o jornalista é quem se dedica a uma investigação extraoficial a respeito do
misterioso suicídio de Quain. Um fato curioso é que muitos leitores interpretam
que o jornalista é o próprio Bernardo Carvalho, contudo essa informação não é
oficial.
Além dos personagens citados, há uma personagem não fictícia que faz
referência à mentora da Antropologia no Brasil: a própria Heloisa Alberto
Torres (1895-1977).
Foco narrativo
Os acontecimentos principais da história se desenrolam por meio de uma
narrativa única, que mistura elementos de ficção com a realidade. Carvalho
insere, em meio às palavras, fotos e personagens imaginários e reais, utilizando o
mesmo artifício em relação às localizações em espaços geográficos delimitados.
Além disso, o autor utiliza seu lado jornalista para registrar as histórias por meio
de uma visão “semidocumental”, sem abrir mão do privilégio da visão parcial do
escritor. Porém, deixa evidente, nos agradecimentos, que Nove noites é uma obra
de caráter fictício.
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Análise
Uma das melhores facetas da Literatura é a possibilidade de estudarmos, com ela,
uma série de outras disciplinas. Com os livros, é possível aprender mais sobre
Matemática, Biologia e, claro, História. Esse é o caso de Romanceiro da
Inconfidência, que nos leva à época da Inconfidência Mineira e de Tiradentes por
meio de poesias líricas.
Mas o que significa romanceiro? Seria esse um personagem? Na verdade, não.
Aqui, Meireles viajou para a Idade Média, período do Trovadorismo. Nele,
“romanceiro” era o nome dado a uma narrativa linear, ou seja, uma história,
contada por meio de poemas. Legal, né?
Romanceiro da Inconfidência é uma obra pertencente à Segunda Geração
do Modernismo Brasileiro. No entanto, classificar essa autora em uma só escola
literária é uma tarefa árdua e que divide muitos especialistas no assunto até os
dias de hoje. Por isso, estude bastante sobre suas características e
particularidades!
Contexto histórico
O contexto histórico da narrativa é a Inconfidência Mineira, que aconteceu
no século XVIII. A obra não é completamente linear, mas conta uma história que
realmente ocorreu ao longo da trajetória brasileira.
Boa parte do texto se passa em Minas Gerais. No entanto, há menções
esporádicas sobre outros espaços, especialmente quando o foco da narração está
em personagens que vieram de outros lugares para participar desse contexto
histórico.
Personagens da obra
Agora, relembraremos alguns dos personagens mais importantes dessa obra:
Chico Rei:“príncipe” africano que descobriu, a partir de uma visão religiosa,
onde estava uma boa porção de ouro em Minas Gerais;
Chica da Silva:escrava nacionalmente famosa que conquista o coração do
homem que a “possuía”;
Tiradentes: herói da Inconfidência, retratado, aqui, por um viés humano;
Cláudio Manuel da Costa:poeta brasileiro que participou do contexto da
Inconfidência;
Tomás Antônio Gonzaga: outro famoso autor brasileiro, cuja história também se
cruzou com a dos inconfidentes.
Foco narrativo
A ideia para a construção da obra Romanceiro da Inconfidência surgiu a partir de
uma viagem de Cecília Meireles a Ouro Preto, um dos berços do contexto
histórico mencionado logo acima. Nessa ocasião, a autora relatou que sentia
como se a cidade falasse com ela conforme ela passava por suas ruas, contando
uma história.
O foco narrativo é, portanto, o de um narrador lírico que conta, assim como
fizeram as ruas de Ouro Preto à autora, uma história sobre o Brasil.
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Resposta: B
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