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COLÉGIO EDUCAR DOM BOSCO

Língua Portuguesa
Produção de texto
Literatura

VIRGÍNIA OLIVEIRA SANTOS

ANÁLISE LITERÁRIA DA OBRA “O CORTIÇO” DE ALUÍSIO


AZEVEDO

Balsas-MA
2021
VIRGÍNIA OLIVEIRA SANTOS

ANÁLISE LITERÁRIA DA OBRA “O CORTIÇO” DE ALUÍSIO


AZEVEDO

Trabalho apresentado às disciplinas de Língua Portuguesa,


Produção Textual e Literatura, com o objetivo de aprendizagem
e obtenção de nota.

Orientador: Prof.ª Geane Martins Mendes

Balsas-MA
2021
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RESUMO
Tendo como foco principal a obra “O Cortiço” do grande escritor naturalista
Aluísio Azevedo, este trabalho busca analisar as características da obra, associando a
literatura e as escolas literárias. Inicialmente há a introdução com breves explicações sobre a
Literatura, Escolas literárias e o Naturalismo. No resultado da análise é apresentado o enredo,
tempo, espaço, narrador, personagens e uma biografia do autor. Posteriormente se torna
explícito a metodologia aplicada, além da conclusão da análise literária. As referências do
livro e dos sites auxiliadores deste trabalho são apresentadas na última página.

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................4
1. RESULTADOS DA ANÁLISE...........................................................................................5
1.1 Enredo...................................................................................................................................5
1.2 Tempo...................................................................................................................................6
1.3 Espaço...................................................................................................................................6
1.4 Narrador................................................................................................................................6
1.5 Personagens...........................................................................................................................7
1.6 Autor...................................................................................................................................11
2. METODOLOGIA...............................................................................................................13
3. CONCLUSÃO.....................................................................................................................14
REFERÊNCIAS......................................................................................................................15

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INTRODUÇÃO
A literatura (do latim littera, que significa “letra”) é uma das manifestações
artísticas do ser humano. Ela representa comunicação, linguagem e criatividade, sendo
considerada a arte das palavras. É o conjunto de estórias fictícias inventadas por escritores em
determinadas épocas e lugares, sejam poemas, romances, contos, crônicas, novelas. Por meio
da literatura o ser humano é capaz de sentir emoções que o auxiliam no processo de
compreensão sobre o mundo e sobre si mesmo.
As manifestações literárias ligadas por característica semelhantes são

denominadas Escolas literárias. Entre essas características está a língua, o tema, a estética (as
características literárias do texto como as figuras de linguagens recorrentes, por exemplo), o
papel social, a natureza social (o contexto social), a natureza psíquica ou filosófica, o conjunto
de autores (conscientes de seu fazer literário) e o público. Por isso, textos de autores com as
mesmas características num mesmo período histórico, sob o mesmo contexto social e sob a
mesma influência filosófica pertencem a uma mesma Escola literária. As escolas são divididas
em: Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, Quinhentismo, Barroco, Arcadismo,
Romantismo, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo,
Modernismo e Tendências Contemporâneas (Pós Modernismo).
O Naturalismo surgiu juntamente com o Realismo, na segunda metade do
século XIX após o desgaste da estética romântica. Ele é considerado como o movimento que
radicalizou algumas características do Realismo. Com seu ideal determinista, mostra que o ser
humano é instintivo e resultado do meio, da raça e do tempo. Suas obras são marcadas pela
valorização dos aspectos biológicos, zoomorfização, abordagem do coletivo, descritivismo e
apresentação da mulher sensual que fascina.
Todas as características dessa Escola literária estão presentes na obra “O
Cortiço” do grandioso representante do Naturalismo brasileiro, o autor Aluísio Azevedo. A
obra apresenta a vida coletiva de uma população em um cortiço mostrando como essas
pessoas são influenciadas pela raça, meio social e o tempo. È uma obra que apresenta
situações reais da sociedade como o excesso de bebida, falta de oportunidade de estudo,
traição, prostituição, brigas freqüentes, ganância e é um dos primeiros romances que contém
personagem homossexual.

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1. RESULTADO DA ANÁLISE
A obra literária “O cortiço” apresenta uma rica diversidade de características.
Com seu estilo Naturalista, retrata o ser humano sujeito à influência da raça, do meio e do
tempo. A análise foi realizada e dividida em etapas: enredo, tempo, espaço, narrador,
personagens e autor que estão dispostas a seguir.

1.1 Enredo
O romance naturalista “O Cortiço” de Aluísio Azevedo, apresenta a história de
João Romão, um português muito ambicioso que tinha como sonho enriquecer. E Bertoleza,
uma escrava a qual João Romão havia falsificado sua carta de alforria. Com a ajuda da crioula
e de uma herança deixada por seu antigo patrão, João Romão deu prosseguimento com a
taverna, construiu uma pedreira e o cortiço.
Enquanto o cortiço é construído, o sobrado que havia ao lado da taverna é
vendido para o português Miranda e sua família. A ocupação desse local causou revolta no
vendeiro que tinha a intenção de adquirir aquele espaço, e assim iniciou a rivalidade entre
João Romão e Miranda.
Após Miranda ganhar o título de Barão, João Romão fica com muita inveja
decide parar de economizar e começa a usufruir de sua fortuna tentando assim conseguir
títulos semelhantes. Mas ele percebe que Bertoleza, por ser negra e escrava, poderia ser um
empecilho nesse seu novo estilo de vida e começa a bolar plano para tira - lá do seu caminho.
Certo dia chega ao cortiço Jerônimo com sua esposa, casal reservado e focado
em economizar para pagar a escola da filhinha. Tudo ia bem até ele conhecer Rita Baiana e se
apaixonar. Rita, que até então tinha um namorado, percebe o interesse de Jerônimo e eles
começam um romance de flertes. Firmo, amante de Rita, fica enciumado e acaba causando
uma briga na qual Jerônimo vai parar no hospital. Quando o português sai do hospital planeja
um encontro e acaba matando Firmo.
Jerônimo e a mulata saem do cortiço e vão morar juntos em outra estalagem.
Piedade abandonada pelo marido só encontra conforto na bebida. Certo dia houve uma briga
entre Rita e Piedade que só finalizou com o incêndio do cortiço. Após o cortiço pegar fogo,
muitos moradores perderam suas coisas e foram embora. João Romão aproveitou o dinheiro
do seguro e reformou o cortiço elitizando-o.

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O vendeiro se aproxima de Miranda e decide pedir a mão de sua filha Zulmira
em casamento. Antes do casamento ele entrega Bertoleza ao seu senhor, e essa ao perceber
que foi enganada sobre a carta de alforria, acaba se matando. Jerônimo acaba se tornando um
português abrasileirado, rendido a extravagância, luxuria e a bebida.

1.2 Tempo
O livro é apresentado de forma linear com começo, meio e fim. Ele nos remete
ao século XIX, quando ainda existia escravidão e a Família Real Portuguesa chegou ao Brasil.
A crioula Bertoleza é o exemplo do trabalho escravo e o casal português Jerônimo e Piedade
de Jesus são exemplos da imigração dos portugueses para o Brasil.

“[...] a Bertoleza, crioula trintona, escrava de um velho cego residente em Juiz de


Fora e amigada com um português que tinha uma carroça de mão e fazia fretes na
cidade.” (Capítulo 1, pág.9)

“E maldizia, soluçando a hora em que saíra da sua terra; essa boa terra cansada, velha,
como que enferma; essa boa terra tranqüila, sem sobressaltos nem desvarios de
juventude.” (Capítulo 16, pág.184)

1.3 Espaço
A história é retratada na cidade do Rio de Janeiro, mais precisamente no bairro
do Botafogo. Nesse bairro está localizado o cortiço - local onde se passa a maior parte da
história- a pedreira e a taverna, bens de João Romão. Além desses espaços, há também o
sobrado de Miranda e sua família.

“[...] empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e
obscura taverna nos refolhos do bairro de Botafogo;”

1.4 Narrador
O narrador do romance é onisciente, em terceira pessoa do singular, e fora do
mundo narrado ou descrito. Predomina o discurso indireto-livre, permitindo ao autor revelar o
pensamento das personagens. Ele ainda é classificado como intruso, pois se intromete na
história caracterizando os lugares e as pessoas.

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“Contra todo o costume, abriu-se, nesse dia, uma garrafa de vinho do Porto e os dois
beberam-na em honra ao grande acontecimento.” (Capítulo 1, pág.11)

“A praia estava deserta. Caía um chuvisco. Ventos frios sopravam do mar. O céu era
um fundo negro, de uma só tinta; do lado oposto da baía, os lampiões pareciam durgir
d’agua, como algas de fogo, mergulhando bem fundo as suas trêmulas raízes
luminosas.” (Capítulo 15, pág.173)

1.5 Personagens
Os componentes de “O Cortiço” formam um vasto painel da sociedade do Rio
de Janeiro, nos meados do século XIX. Além disso, o próprio cortiço, com seus vários
moradores e intrigas, é o principal personagem do romance.

João Romão: Homem ambicioso e avarento, capaz de tudo para enriquecer. É


dono do cortiço, de uma pedreira e de uma venda.

“João Romão não saía nunca a passeio, nem ia à missa aos domingos; tudo que rendia
a sua venda e mais a quitanda seguia direto para a caixa econômica e daí então para o
banco.” (Capítulo 1, pág.12)

Bertoleza: Escrava para quem João Romão forja uma carta de alforria e que se
torna companheira de trabalho e amante.

"Bertoleza representava agora, ao lado de João Romão, o papel tríplice de caixeiro, de


criada e de amante. Mourejava a valer, mas de cara alegre; às quatro da madrugada
estava já na faina de todos os dias aviando o café para os fregueses e depois
preparando o almoço para os trabalhadores de uma pedreira que havia para além de
um grande capinzal ao fundos da venda.” (Capítulo 1, pág.11)

Miranda: Vizinho e rival de João Romão. Casado com Estela, mantém uma
união de aparências desde que pegou a mulher em adultério. Não se separa, porém, para não
perder a fortuna conseguida em função do dote da esposa.

“Prezava, acima de tudo, a sua posição social e tremia só com a ideia de ver-se
novamente pobre, sem recursos e sem coragem para recomeçar a vida, depois de se
haver habituado a umas tantas regalias e afeito à hombridade de português rico que já
não tem pátria na Europa.” (Capítulo 1, pág.14)

Estela: Esposa de Miranda. Trai o marido não só com os caixeiros, mas


também com Henrique, menino hospedado em sua casa.
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“Dona Estela era uma mulherzinha levada da breca: achava-se casada havia treze anos
e durante esse tempo dera ao marido toda sorte de desgostos.” (Capítulo 1, pág.13)

Zulmira: Filha de Miranda e Estela.

“[...] a pobre criança, em vez de servir de elo aos dois infelizes, foi antes um novo
isolador que se estabeleceu entre eles. Estela amava-a menos do que lhe pedia o
instinto materno, por supô-la filha do marido, e este a detestava porque tinha
convicção de não ser seu pai.” (Capítulo 1, pág.14)

Botelho: Amigo de Miranda. Mora em sua casa, na condição de “parasita”.

“Era um pobre-diabo caminhando para os setenta anos, antipático, cabelo branco,


curto e duro, como escova, barba e bigode do mesmo teor; muito macilento, com uns
óculos redondos que lhe aumentavam o tamanho da pupila e davam-lhe à cara uma
expressão de abutre.” (Capítulo 2, pág.27)

Henrique: Filho de um fazendeiro rico, cliente de Miranda, hospeda-se na


casa do português e tem um caso com sua esposa, Estela.

“[...] tinha quinze anos e vinha terminar na corte alguns preparatórios que lhe
faltavam para entrar na Academia de Medicina.” (Capítulo 2, pág.26)

Jerônimo: Português, pai de família exemplar, muito sério e trabalhador,


abandona tudo para ficar com Rita Baiana, mulata sensual e provocante. Acaba
transformando-se em um típico “malandro carioca”.

“Era homem de uma honestidade a toda prova e de uma primitiva simplicidade no seu
modo de viver. Saía de casa para o serviço e do serviço para casa, onde nunca
ninguém o vira com a mulher senão em boa paz; traziam a filhinha sempre limpa e
bem alimentada e, tanto um como outro, eram sempre os primeiros à hora do
trabalho.” (Capítulo 5, pág.55)

“O português abrasileirou-se para sempre; fez-se preguiçoso, amigo das


extravagâncias e dos abusos, luxurioso e ciumento; fora-se-lhe de vez o espírito da
economia e da ordem; perdeu-se a esperança de enriquecer e deu-se todo, todo inteiro,
à felicidade de possuir a mulata a ser possuída só por ela, só ela, e mais ninguém.”
(Capítulo 19, pág.205)

Piedade de Jesus: Esposa de Jerônimo. Torna-se alcoólatra depois que é


abandonada pelo marido.

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“[...] teria trinta anos, boa estatura, carne ampla e rija, cabelos fortes de um castanho
fulvo, dentes poucos alvos, mas sólidos e perfeitos, cara cheia, fisionomia aberta; um
todo de bonomia toleirona, desabotoando-lhe pelos olhos e pela boca numa simpática
expressão de honestidade simples e natural.” (Capítulo 5, pág.52)

Rita Baiana: Mulata sensual e alegre é amiga de todos no cortiço. Sai da lá


apenas para viver com Jerônimo.

“No seu farto cabelo, crespo e reluzente, puxado sore a nuca, havia um molho de
manjericão e um pedaço de baunilha espetado por um gancho. E toda ela respirava o
asseio das brasileiras e um odor sensual de trevos e plantas aromáticas. Irrequieta,
saracoteando o atrevido e rijo quadril baiano, respondia para a direita e para a
esquerda, pondo à mostra um fio de dentes claros e brilhantes que enriqueciam a sua
fisionomia com um realce fascinador.” (Capítulo 6, pág.60)

Firmo: Amante de Rita Baiana no começo da história, é assassinado por


Jerônimo, por causa da mulata.

“Firmo, o atual amante de Rita Baiana, era um mulato pachola, delgado de corpo e
ágil como um cabrito; capadócio de marca, pernóstico, só de maçadas, e todo ele se
quebrando nos seus movimentos de capoeira. Teria seus trinta e tantos anos, mas não
aprecia ter mais de vinte e poucos. Pernas e braços finos, pescoço estreito, porém
forte; não tinha músculos, tinha nervos.” (Capítulo 7, pág.65)

Leandra: Apelidada de "Machona", é lavadeira. Mora no cortiço e é mãe de


Das Dores, de Neném e de Agostinho.

“[...] portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do


campo. [...] Ninguém ali sabia ao certo se a Machona era viúva ou desquitada; os
filhos não se pareciam uns com os outros.” (Capítulo 3, pág.35)

Augusta Carne-Mole: Mulher de Alexandre, é outra lavadeira do cortiço e


vive grávida. Uma de suas filhas, Juju, mora na cidade com a madrinha, uma prostituta
chamada Léonie.

“Augusta ficara com a família numa das casinhas do segundo andar, à direita; estava
grávida outra vez.” (Capítulo 20, pág.213)

Alexandre: Mulato de quarenta anos, soldado da polícia, pernóstico, de grande


bigode preto queixo sempre escanhoado.

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“Alexandre, em casa, à hora de descanso, nos seus chinelos e na sua camisa
desabotoada, era muito chão com os companheiros de estalagem, conversava, ria e
brincava, mas envergando o uniforme, encerando o bigode e empunhando a sua
chibata, com que tinha o costume de fustigar as calças de brim, ninguém mais lhe via
os dentes e então falava teso e por cima do ombro.” (Capítulo 3, pág.36)

Leocádia: Casada com Bruno, é expulsa de casa ao ser pega em adultério, mas
depois é perdoada pelo marido.

“[...] portuguesa pequena e socada, de carnes duras, com uma fama terrível de leviana
entre as suas vizinhas.” (Capítulo 3, pág.36)

Paula: Conhecida como Bruxa. Enlouquece e tenta incendiar o cortiço duas


vezes.

“Era extremamente feia, grossa, triste, com olhos desvairados, dentes cortados à
navalha, formando ponta, como dentes de cão, cabelos lisos, escorridos e ainda
retintos, apesar da idade.” (Capítulo 3, pág.37)

Marciana e Florinda: Mãe e filha são lavadeiras no cortiço. Marciana


enlouquece depois que Florinda engravida de um balconista da loja de João Romão.

“Em lhe apanhando o mau humor, punha-se logo a espanar, a varrer febrilmente e,
quando a raiva era grande, corria a buscar um balde de água e descarregava-o com
fúria pelo chão da sala. A filha tinha quinze anos, a pele de um moreno quente, beiços
sensuais, bonitos dentes, olhos luxuriosos de macaca.” (Capítulo 3, pág.37)

Albino: Lavadeiro, mora no cortiço e é homossexual.

“Era lavadeiro e vivia sempre entre as mulheres, com quem já estava tão
familiarizado que elas o tratavam como a uma pessoa do mesmo sexo; em presença
dele falavam de coisas que não exporiam em presença de outro homem; faziam-no até
confidente dos seus amores e das suas infidelidades, com uma franqueza que o não
revoltava, nem comovia.” (Capítulo 3, pág.39)

Dona Isabel: Viúva e lavadeira. Já teve uma boa posição social, perdida após
o suicídio do marido. Espera que o casamento de sua filha, Pombinha, tire-a definitivamente
do cortiço.

“Tinha uma cara macilenta de velha portuguesa devota, que já foi gorda, bochechas
moles de pelancas rechupadas, que lhe pendiam dos cantos da boca como saquinhos
vazios; fios negros no queixo, olhos castanhos, sempre chorosos, engolidos pelas
pálpebras.” (Capítulo 3, pág.37)
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Pombinha: Filha da lavadeira Isabel, é a “flor do cortiço”. Muito estimada,
conseguiu estudar antes de o pai morrer e, por isso, é quem escreve cartas para os moradores
da estalagem. Casa-se para agradar a mãe, mas logo depois abandona o marido, torna-se
amante de Léonie que é prostituta.

“Bonita, posto que enfermiça e nervosa ao último ponto; loura, muito pálida, com uns
modos de menina de boa família. A mãe não lhe permitia lavar, nem engomar, mesmo
porque o médico a proibira expressamente.” (Capítulo 3, pág.37)

Léonie: Prostituta de luxo, seduz Pombinha e depois se torna sua companheira.

“Léonie, com as suas roupas exageradas e barulhentas de cocote à francesa, levantava


rumor quando lá ia e punha expressões de assombro em todas as caras.” (Capítulo 9,
pág.105)

1.6 Autor
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em 14 de abril de 1857 em
São Luís (MA). Nascido de um casamento que provocou escândalo na conservadora São Luís
- sua mãe abandonou o marido e foi viver com o vice-cônsul do governo português sem se
casar - Aluísio Azevedo mudou-se para o Rio de Janeiro aos 17 anos, quando foi estudar na
Academia Imperial de Belas-Artes.
Em pouco tempo passou a colaborar em jornais e revistas, com caricaturas e
poesias. Em 1880, publicou seu primeiro romance, “Uma Lágrima de Mulher”, ainda em
estilo romântico e exageradamente sentimental. A partir daí, viveu 15 anos apenas do que
ganhava como escritor. Um ano depois de seu romance de estréia, lançou “O Mulato”, já de
acordo com a escola naturalista. O livro foi publicado no auge da campanha abolicionista e
provocou um enorme escândalo.
Aluísio Azevedo continuou colaborando em jornais e revistas, com caricaturas,
contos, críticas e novelas. Tentou lançar um periódico anticlerical em São Luís, intitulado “O
Pensador”, mas a reação hostil da sociedade provinciana e do clero fez com que ele voltasse
definitivamente para o Rio de Janeiro. Em 1884, lançou “Casa de Pensão” e, em 1890, “O
Cortiço”, considerado sua obra-prima.

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Em 1895, ingressou na carreira diplomática, por concurso, encerrando
definitivamente a carreira literária. Esteve em diversos países, Espanha, Japão, Uruguai,
Inglaterra, Itália, Paraguai e Argentina. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras
(cadeira nº 4), morreu em 21 de janeiro de 1913, em Buenos Aires, Argentina, onde ocupava
o posto de vice-cônsul do Brasil.
Faleceu dia 21 de janeiro de 1913 em Buenos Aires (Argentina).

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2. METODOLOGIA
O caminho percorrido até o resultado desta análise começou com a
apresentação da obra em sala de aula e posteriormente a orientação para a leitura.
A professora explicou as regras da ABNT e indicou como o trabalho deveria
ser realizado.
O livro “O Cortiço” do autor Aluísio Azevedo da editora Avenida, se tornou o
principal instrumento para construção da análise. A internet também foi utilizada como
recurso para realizar pesquisas que complementassem os textos.
Todos esses recursos foram utilizados com o intuito de facilitar o aprendizado
e a realização da análise literária.

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3. CONCLUSÃO
Por meio da análise literária da obra “O Cortiço” é possível concluir que esta é
uma obra riquíssima de detalhes da escola literária Naturalista. O romance apresenta
protagonista de comportamento determinado por forças incontroláveis, sendo o protagonista
principal o próprio cortiço. Os personagens são guiados pelo instinto e têm seu destino
determinado pela raça, meio e momento, como João Romão e Jerônimo.
Apresenta também uma característica clássica do naturalismo que são os
espaços em que as ações se desenrolam, geralmente são ambientes coletivos como: cortiços,
internatos, tavernas e minas. Alcoolismo, jogo, adultério, loucura, animalização, opressão
social e a mulher como objeto sensual são as principais características atribuídas à obra. O
autor usa muito o descritivismo, apresentando muitos trechos com detalhamento das cenas e
dos personagens.
Todas as informações da obra estão dispostas nesta análise literária.
Primeiramente com uma breve introdução sobre a literatura, escolas literárias e a relação da
escola naturalista com a obra. Depois foram dispostos alguns elementos do livro como:
Enredo, Tempo, Espaço, Narrador, Personagens e uma biografia do autor Aluísio de Azevedo.
Ao final foram apresentadas as metodologias utilizadas para conclusão do trabalho.

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REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 10. Ed. Jaraguá do Sul: Avenida Gráfica e Editora Ltda.,
2009. 256 p.

DIANA, Daniela. O que é Literatura? Toda matéria. Toda Matéria. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/o-que-e-literatura/. Acesso em: 19 maio 2021.

ENSINO, Canal do. Como fazer uma boa análise literária. Disponível em:
https://canaldoensino.com.br/blog/como-fazer-uma-boa-analise-literaria. Acesso em: 15 maio
2021.

NASCIMENTO, Marcela Silva do. Escolas literárias-Literatura-: infoescola. Infoescola.


Disponível em: https://www.infoescola.com/literatura/escolas-literarias/. Acesso em: 19 maio
2021.

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