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Língua Portuguesa

Prof.ª Lorena
O que foi visto até agora...

Romantismo: poesia - 1°, 2° e 3° fase

Romantismo: prosa - romance histórico, indianista,

regionalista e urbano.

Substantivo

Adjetivo

Coesão textual: pronomes relativos e demonstrativos

Interpretação textual
Romantismo

Quais as principais características


dessa literatura?
Realismo x Naturalismo

O Realismo e Naturalismo são movimentos


literários que surgiram na Europa em meados
do século XIX.
O marco inicial do realismo foi a publicação da
obra Madame Bovary (1857), de Gustave
Flaubert.
Já o naturalismo, tem início em 1867 quando foi
publicado o romance Thérèse Raquin, de Émile
Zola.
O que o Realismo e o
Naturalismo têm em comum?

contrários ao Romantismo, negam a fuga da


realidade;
resgate do objetivismo com descrições
detalhadas;
sugerem a representação fiel da realidade;
apontam falhas e propõem mudanças de
comportamentos humanos e das instituições;
substituem os heróis românticos por pessoas
limitadas e comuns.
Quais as diferenças entre o
Realismo e o Naturalismo?

O que diferencia o naturalismo é a abordagem


patológica das personagens e situações.
Enquanto o realismo privilegia mergulhos
psicológicos nas personagens, o naturalismo
possui um olhar anatômico, ressaltando a doença
e o aspecto animalesco do ser humano.
O Realismo procura descrever a sociedade de
forma realista, para construir personagens que
são fruto do seu meio.
O Naturalismo procura descrever os seres
humanos de forma realista, incluindo o aspecto
sexual como um fator biológico determinante na
formação do caráter.
A outra grande diferença é que o Realismo usa
personagens realistas para fazer críticas a
sociedade burguesa. Já o Naturalismo usa a
patologia (o estudo das alterações) de seus
personagens para analisar a natureza humana e
a sociedade como um todo.
Quais as diferenças entre o
Realismo e o Naturalismo?

1. Linguagem
Realismo
Linguagem direta;
Uso de adjetivos realistas.
Naturalismo
Linguagem simples;
Uso de regionalismos.
2. Principais temas
Realismo
Vida cotidiana;
Subordinação do amor aos interesses sociais;
Críticas às instituições sociais e aos valores
burgueses.
Naturalismo
Sensualismo e erotismo;
Temas mais sombrios;
Engajamento social.
3. Personagens
Realismo
Heróis são mostrados como pessoas comuns,
com defeitos, incertezas e manias;
Personagens com elaboração psicológica
trabalhada;
Demonstração dos defeitos e detalhes da
mulher.
Naturalismo
Ser humano é mostrado como animal;
Personagens patológicas;
Impessoalidade.
Realismo
2.ª metade
do séc. XIX.
Romantismo -> Realismo

Caracteriza-se pela abordagem objetiva da realidade


e pelo interesse por temas sociais, reagindo ao
subjetivismo romântico.

Manifestações literárias em prosa: romance - social,


psicológico e de tese.

A literatura realista deixa de ser mera distração e passa a


preocupar-se com a crítica a instituições, como a Igreja
Católica e a hipocrisia burguesa.

A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os


principais temas, tratados com linguagem clara, direta e
objetiva.
Realismo em Portugal

O Realismo em Portugal desenvolve-se nos últimos anos da


década de 60 do século XIX e tem como marco a Questão
Coimbrã.
O movimento reflete o pensamento da elite intelectual do
país insatisfeita com o clero e a monarquia. É um período de
agitação política, social e cultural que toma conta de
grandes centros educacionais, como em Coimbra.
A Escola Realista de Portugal estende-se até 1890, quando
Eugênio de Castro publica a obra "Oaristos", um livro de
poesias que seguia o modelo simbolista importado da
França.
Questão Coimbra

É o clima ideal para o desenvolvimento do movimento que


ficou conhecido como "Questão Coimbrã" (1865), quando se
defrontam jovens estudantes de Coimbra que estavam
atentos às novas ideias vindas da Alemanha, França e
Inglaterra.
Nos anos 70, os intelectuais que integravam o grupo de
Coimbra promovem um clico de palestras que ficou
conhecido por "Conferências Democráticas do Casino
Lisbonense".
Entre os participantes do ciclo está o jovem Eça de Queiros,
que estava alheio à Questão Coimbrã, mas havia aderido ao
novo pensamento realista.
Realismo
Marco inicial no Brasil: 1881 - Publicação de "Memórias
Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis.

O Realismo surge em meio ao fracasso da Revolução Francesa


e de seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.

Socidade dividida: Operários X Burguesia.

Surgimento de uma realidade oposta ao que tinha sido vivido


no Romantismo.

Progresso tecnológico: avanço da energia elétrica, surgimento


de novas máquinas, como o carro;

O pensamento filosófico que mais exerce influência no


surgimento do Realismo é o Positivismo, que analisa a
realidade através da observação e constatação racional.
Principais características
Reprodução da realidade observada.
Objetividade no compromisso com a verdade.
Personagens baseadas em indivíduos comuns: figura humana não idealizada.
Exposição das condições naturais e culturais das personagens.
Lei da causalidade: toda ação tem uma reação.
Linguagem de fácil entendimento.
Contemporaneidade e preocupação em mostrar personagens nos aspectos reais, até
mesmo de miséria.
Machado de Assis

"O analista da alma humana": representava nas personagens


dele o psicológico das pessoas da época, escancarando as
mazelas da sociedade.
Passa pela fase Romântica e Realista.
Publicou diversas obras realistas, como Memórias Póstumas de
Brás Cubas (1881); Dom Casmurro; Quincas Borba (1891);
A fantasia do Romantismo X a observação dos
fatos no Realismo

• Lucíola (José de Alencar): "com sua virgindade de alma tão pura e tão absoluta, que a não tisnaram os
pecados do corpo. Por isso, mesmo nas horas em que
mais lhe esplende a glória de cortesã, o romancista a
veste simbolicamente de branco."

• Quincas Borba (Machado de Assis): “Rubião fitava a enseada, — eram oito horas da manhã. Quem o visse, com
os polegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele
admirava aquele pedaço de água quieta; mas, em verdade, vos digo que pensava em outra coisa. Cotejava o
passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora? Capitalista. Olha para si, para as
chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a
enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de
propriedade.”
O amor puro do Romantismo X o amor “real”.
• Senhora (José de Alencar): “Não! É cedo! É preciso que
ele me ame bastante para vencer-me a mim; [...] quando

ele convencer-me do seu amor e arrancar do meu coração a última raiz desta dúvida atroz que o dilacera; quando
nele encontrar-te a ti, o meu ideal, o soberano de meu amor; quando tu e ele fores um, e eu não vos possa
distinguir nem no meu afeto, nem nas minhas recordações, nesse dia eu lhe pertenço...”

• O Primo Basílio (Eça de Queirós): “Jorge foi heroico durante toda essa tarde. Não podia estar muito tempo na
alcova de Luísa, a desesperação trazia-o num movimento contraditório; mas ia lá a cada momento, sorria-lhe,
conchegava-lhe a roupa com as mãos trêmulas; e como ela dormitava, ficava imóvel a olhá-la por feição, com uma
curiosidade dolorosa e imoral, como para lhe surpreender no rosto vestígios de beijos alheios, esperando ouvir-lhe
nalgum sonho da febre murmurar um nome ou uma data; e amava-a mais desde que a supunha infiel, mas dum
outro amor, carnal e perverso. Depois ia-se fechar no escritório, e movia-se ali entre as paredes estreitas, como um
animal numa jaula. Releu a carta infinitas vezes, e a mesma curiosidade roedora, baixa, vil, torturava-o sem cessar:
Como tinha sido? Onde era o Paraíso? Havia uma cama? Que vestido levava ela? O que lhe dizia? Que beijos lhe
dava...”
A mulher idealizada do Romantismo X a
mulher não idealizada do Realismo

serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
• Iracema (de José de Alencar): "Além, muito além daquela

Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu
talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado."

• Dom Casmurro (de Machado de Assis): “Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de
cigana oblíqua e dissimulada.” Eu não sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam
chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei
extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas.A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia
do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes,
enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que…”

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