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2- (ENEM)
Mal secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’aIma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o soneto de
Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na concepção
do eu lírico, esse julgamento revela que:
a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada.
b) o sofrimento intimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social.
c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o sentimento de inveja.
d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo.
e) a transfiguração da angústia em alegria é um artificio nocivo ao convívio social.
3- (Acafe 2017) “Diferentemente do Realismo e do Naturalismo, que se voltavam para o exame e para a crítica da
realidade, o Parnasianismo representou na poesia um retorno ao clássico, com todos os seus ingredientes: o princípio
do belo na arte, a busca do equilíbrio e da perfeição formal. Os parnasianos acreditavam que o sentido maior da arte
reside nela mesma, em sua perfeição, e não na sua relação com o mundo exterior.”
CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p. 334.
4- O poema “Ora (direis) ouvir estrelas” de Olavo Bilac é um dos mais famosos do período literário no Brasil
referente ao Parnasianismo. Acerca do poema transcrito, assinale a alternativa correta.
a) É possível observar um lirismo passional no soneto de Olavo Bilac.
b) Em seu poema, Olavo Bilac representa os ideais tipicamente parnasianos.
c) Tal poema demonstra rigor formal e objetividade através da forma fixa do soneto.
d) Em “Ora (direis) ouvir estrelas”, Bilac demonstra o lema parnasiano da “arte pela arte”.
Ismália
I. Todo o poema é construído com base em antíteses. As antíteses articulam-se em torno dos desejos contraditórios
de Ismália, que se dividem entre a realidade espiritual e a realidade concreta.
II. A partir da análise deste poema podemos afirmar que, para os simbolistas, sonho e loucura levam à libertação,
pois a razão e a lógica aprisionam o homem. Dar vazão ao mundo interior; explorar zonas ocultas da mente humana
é o mesmo que transcender os limites do mundo real.
III. De acordo com o desfecho do poema, o céu recebe a alma; logo, liga-se ao aspecto espiritual. O mar recebe o
corpo; logo, representa o universo material.
Vida obscura
6- Com uma obra densa e expressiva no Simbolismo brasileiro, Cruz e Souza transpôs para seu lirismo uma
sensibilidade em conflito com a realidade vivenciada. No soneto, essa percepção traduz-se em
a) sofrimento tácito diante dos limites impostos pela discriminação.
b) tendência latente ao vício como resposta ao isolamento social.
c) extenuação condicionada a uma rotina de tarefas degradantes.
d) frustração amorosa canalizada para as atividades intelectuais.
e) vocação religiosa manifesta na aproximação com a fé cristã.
PRÉ-MODERNISMO
A) Não se caracterizou como uma escola literária com princípios estéticos bem delimitados, mas como um período de
prefiguração das inovações temáticas e linguísticas do Modernismo.
B) Algumas correntes de vanguarda do início do século XX, como o Futurismo e o Cubismo, exerceram grande influência sobre
nossos escritores pré-modernistas, sobretudo em Monteiro Lobato, entusiasta da arte não-acadêmica.
C) Tanto Lima Barreto quanto Monteiro Lobato são nomes significativos da literatura pré-modernista produzida nos primeiros
anos do século XX, pois problematizam a realidade cultural e social do Brasil.
D) Euclides da Cunha, com a obra “Os Sertões”, ultrapassa o relato meramente documental da batalha de Canudos para fixar-se
em problemas humanos e revelar a face trágica da nação brasileira.
E) Nos romances de Lima Barreto observa-se, além da crítica social, a crítica ao academicismo e à linguagem empolada e vazia
dos parnasianos, traço que revela a postura antecipadora da literatura moderna no escritor.
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
8- A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré-
modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto, identificam-se marcas
dessa literatura de transição, como
Trata-se de uma obra híbrida que transita entre a literatura, a história e a ciência, ao unir a perspectiva científica, de
base naturalista e evolucionista, à construção literária, marcada pelo fatalismo trágico e por uma visão romântica da
natureza. Seu autor recorreu a formas de ficção, como a tragédia e a epopeia, para compreender o horror da guerra
e inserir os fatos em um enredo capaz de ultrapassar a sua significação particular.
(Roberto Ventura. “Introdução”. In: Silviano Santiago (org.). Intérpretes do Brasil, vol. 1, 2000. Adaptado.)
9- Tal comentário crítico aplica-se à obra
a) Capitães da Areia, de Jorge Amado.
b) Vidas secas, de Graciliano Ramos.
c) Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto.
d) Os sertões, de Euclides da Cunha.
e) Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
GABARITO
1- D
2- A
3- C
4- A
5- E
6- A
7- B
8- D
9- D