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BIBLIOTECA DEPUTADO PROF.

JOSÉ FREITAS NOBRE


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SINOPSE
O CORTIÇO : Sobre a Obra
Lista da Fuvest 2020
SINOPSE DA HISTÓRIA (1/2)
A obra se enquadra no período Naturalista. Lembrando que o Naturalismo é um braço do Realismo, mas que trabalha
com uma visão de mundo mais determinista, mais mecanicista . A obra se passa na segunda metade do século XIX e o
foco são justamente as questões sociais, por isso vamos encontrar no enredo as classes marginalizadas, imigrantes e
trabalhadores, por exemplo. IMPORTANTE: “O Cortiço” é também uma personagem da obra, em que as personagens
adquirem características animalescas, o zoomorfismo*. “O Cortiço” “abraça todas estas personagens, estas questões
sociais dentro dele. TAMBÉM IMPORTANTE: Não há aprofundamento psicológico das personagens, este não é o objetivo
do Naturalismo, sendo o foco maior nas questões sociais .

No início é narrada, pode-se dizer, a busca pelo enriquecimento da personagem inescrupulosa, João Romão, que faz de tudo
para chegar lá, até furtar, explorar empregados, até mesmo a sua amante, Bertoleza, que trabalha de sol a sol sem descanso, o
ajudando em sua taverna. Vale lembrar que João Romão havia forjado uma carta de alforria para Bertoleza, ficando com os bens
dela e ir se enriquecimento. João Romão é também dono de uma pedreira e do Cortiço, aonde vai se passar o enredo.

O contraponto, antagonista de João Romão, é Miranda, um comerciante bem sucedido que começa a disputar com o dono do
Cortiço um pedaço de terra que deseja comprar para aumentar seu quintal. Inescrupuloso e competitivo, a personagem João
Romão chega a passar por privações para enriquecer mais que Miranda, porém, acaba percebendo que não basta se ter dinheiro é
preciso conquistar uma posição reconhecida socialmente, o que acontece quando seu antagonista recebe o título de barão. João
Romão percebe então que vai precisar mudar seu modo de se vestir, frequentar o teatro, bem como outros ambientes mais finos,
praticar o hábito da leitura, enfim vai ter que mostrar uma posição social reconhecidamente de burguês. João Romão, tentando
correr atrás do sucesso e vida bem sucedida, burguesa, de seu antagonista, transforma o Cortiço na Vila João Romão.

O Cortiço, com moradores mais humildes, como Rita Baiana, seu amante, o Capoeira Firmo, o casal de portugueses Jerônimo e
Piedade, perde então o caráter de local pobre e desorganizado, acaba se transformando em um local mais organizado, agora
disponível para a nova mão de obra de trabalhadores que chegavam a cidade, no comércio, por exemplo.

O dono do Cortiço, agora, Vila João Romão, então aproxima-se da família de Miranda e pede a mão da filha do comerciante,
Zulmira, em casamento, e, claro que Bertoleza, que era escrava foragida, e tinha dado toda a vida, trabalhando de domingo a
domingo para enriquecer este mal caráter não vai deixar por menos, e faz uma exigência: usufruir de todos os bens que acumulou
ao lado de João Romão. Como todo mal caráter que se preze, João Romão denuncia Bertoleza, que para evitar ser capturada, se
suicida com um facão, abrindo seu ventre, como se abrisse em si mesma um peixe. O caráter irônico e sarcástico este no fato de
que ao mesmo tempo que este fato brutal ocorre, João Romão recebe um prêmio pelo seu envolvimento com os abolicionistas.
SINOPSE DA HISTÓRIA (2/2)
Ainda pensando no Naturalismo, e nessa transformação do homem pelo meio, vale salientar Jerônimo, homem honesto,
sério, que não é corrupto e trabalhador que chega com sua família ao Cortiço, que vai se transformando aos poucos.
Jerônimo vai conhecer, no Cortiço, a Rita Baiana, que é uma brasileira. Rita Baiana, é companheira do capoeirista Firmo e
Jerônimo, é casado com a portuguesa Piedade, mas aí vamos começar a ver as “problemáticas” do relacionamento, e o
português começa a se interessar por Rita Baiana, em uma roda de samba, logo, o português que se interessava por fado.
Piedade, sua esposa, desconsolada, vai acabar caindo no alcoolismo. Firmo, muito ciumento, vai para o cortiço concorrente,
mais simples, O Cabeça de Gato. Carapicu era o nome dado por eles para o Cortiço, o peixe que era servido na taverna.

A disputa acaba com um incêndio causado pela personagem, Paula, a bruxa, porém, no meio do caos, conseguem deixar a
rivalidade de lado e se unem pela busca dos pertencentes. Outra transformação vai se dar em Pombinha, jovem, cuja mãe
lavava roupas para Léonie, uma prostituta. Pombinha ao ser tocada por Leoni vai ser envolvida. Pensando aqui na
característica do Naturalismo, como estas personagens são determinadas pelo seu destino, ou seja, não dá para se
escapar.
escapar.

* Lembram da cachorra Baleia, em Vidas Secas de Graciliano Ramos? Então, aí tínhamos o Antropomorfismo,
características humanas ao animal. O Zoomorfismo é justamente o oposto, o humano agindo por seus instintos.
NARRADOR, TEMPO E ESPAÇO NA OBRA

Narrador
Em terceira pessoa, onisciente. O narrador tudo conhece, tudo sabe, como se fosse um cientista, tudo comprova, considerando as
influências do meio e o momento histórico.

Tempo
Linear, com princípio, meio e fim. O enredo se passa no Brasil, na segunda metade do século XIX, lembrando que foi nesse momento
da história do Brasil que as cidades cresceram, o que justificava a existência de cortiços, aonde viviam os operários, trabalhadores em
geral e imigrantes.

Espaço
O local da narrativa é o bairro do Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro, aonde temos o Cortiço, de João Romão, aonde moram os
mais humildes, e também a Pedreira e a Taverna do mesmo comerciante. O segundo espaço, se opõe a esse, com ares da burguesia
ascendente do período, que é o sobrado o comerciante Miranda.

Cenário
Natureza exuberante, digna de um país tropical, em que o Sol do litoral funciona como elemento corruptor do homem, vale lembrar
aqui o abrasileiramento do tão honesto, pai de família, trabalhador, amante do fado, Jerônimo que se apaixona por Rita Baiana, em
uma roda de samba, se transformando, a partir de então.
PERSONAGENS (1/7)
JOÃO ROMÃO

Imigrante português, inescrupuloso, mal caráter,


caráter, que faz de tudo para subir na vida,
vida, até mesmo dar uma carta
de alforria falsa para Bertoleza, sua amante, que o ajuda a enriquecer e depois troca-la por um casamento por
interesse em ascensão social. Dono do “Cortiço”, com uma taverna e pedreira . Retrata o capitalista
explorador.
BERTOLEZA

Escrava foragida para quem João Romão forja uma carta de alforria, a tem como amante e explora seus
dons culinários, como, literalmente, uma escrava, trabalhando de domingo a domingo, para ajuda-lo a
enriquecer em sua taverna. No fim, com sua ambição por ascensão social, a troca por Zulmira, filha do burguês
Miranda e ainda a denuncia como escrava foragida.

MIRANDA

Imigrante português, burguês, mora em um sobrado e almeja terreno de João Romão para ampliar seu
quintal. Mora com a filha Zulmira, escravos, um ex-empregado, e sua mulher, que infeliz tem casos extraconjugais
que Miranda finge ignorar para manter as aparências. Antagonista de João Romão, que almeja chegar a sua
posição.

DONA ESTELA

Imigrante portuguesa, burguesa, presunçosa, esposa de Miranda, com quem mantém uma relação de
aparências, pois infeliz no casamento, mantém casos extraconjugais. Mora no sobrado com o marido, a filha
Zulmira, escravos e o ex-empregado, seu amante.

HENRIQUE
Filho de um amigo rico de Miranda, um fazendeiro . Estudava na cidade e seu pai pagava pela hospedagem ao
amigo. O jovem manteve um caso com Dona Estela, esposa de Miranda.
PERSONAGENS (2/7)

Zulmira
Filha de Miranda e Dona Estela, a quem João Romão pede em casamento, visando sua ascensão social.

Jerônimo
Imigrante português honesto e trabalhador, amante do fado. Chegou ao Brasil com sua família,
Piedade, também portuguesa e filha, que mantinha em um colégio de freiras, com a melhor
educação.
educação. Trabalha na pedreira de João Romão. Exemplo de determinismo na obra, acaba se
transformando quando se apaixona por Rita Baiana, em uma roda de samba , chegando mesmo a
matar seu companheiro, Firmo, em nome da paixão pela amante e abandonado esposa e filha.
Piedade
Imigrante portuguesa, chega ao Brasil com seu esposo, Jerônimo e a filha do casal. Sente muitas
saudades de sua terra Natal. Acaba se rendendo ao alcoolismo quando perde o marido para a Rita
Baiana.

Rita Baiana

É uma “alegoria” do Brasil, a mulata bonita e sensual , que mantém um caso com o capoeirista
Firmo. A personagem é que promove as rodas de samba no Cortiço . Numa dessas rodas de samba
desperta o interesse do imigrante português Jerônimo. Também se interessa pelo imigrante e não se faz
de rogada, apesar de saber que é casado e conhecer a sua esposa.

Capoeirista Firmo

Como sua companheira Rita Baiana, é também uma “ alegoria” do Brasil, o malandro, valentão. Acaba
sendo vítima de Jerônimo em uma emboscada pelo amor de sua amante.
PERSONAGENS (3/7)
Dona Isabel
Viúva, lavadeira, respeitosa senhora, o indica que teve uma vida melhor no passado. Foi morar no Cortiço após
a morte de seu marido, juntamente com sua filha, Pombinha, moça pura, donzela, de bons costumes e
educação. Tudo o que a mãe deseja é um futuro melhor e um bom casamento para a filha.

Pombinha
É a moça pura, donzela, vista por todos do Cortiço como de boa educação e bons costumes. Após a morte do
pai, foi morar com sua mãe no Cortiço. É noiva de João da Costa, com quem acaba se casando. O casamento
não dura muito. Pombinha tem um romance rápido com a prostituta Léonie, se separa de João da Costa, torna-
se prostituta e passa a cuidar da filha de Jerônimo, que abandona a esposa e filha, envolvendo-se com Rita
Baiana e Piedade, que se perde no alcoolismo após o abandono do marido.
Augusta Carne-Mole

É do grupo das personagens lavadeiras, como Dona Isabel. É casada com o soldado da polícia Alexandre, e
mãe de Juju, que é afilhada da prostituta francesa Léonie.

Alexandre

Soldado da polícia, mulato, casado com Augusta Carne, Mole, que faz parte do grupo das lavadeiras no enredo.
É pai de Juju, que é afilhada da prostituta francesa Léonie.

Juju

Filha da lavadeira Augusta Carne-Mole e do soldado da polícia Alexandre, é afilhada da prostituta francesa
Léonie, com quem vive em um sobrado na cidade.

Léonie
Prostituta francesa, vive em um sobrado na cidade , é madrinha de Juju e tem um romance rápido com
Pombinha.
PERSONAGENS (4/7)

Dona Isabel
Viúva, lavadeira, respeitosa senhora, o indica que teve uma vida melhor no passado. Foi morar no Cortiço após
a morte de seu marido, juntamente com sua filha, Pombinha, moça pura, donzela, de bons costumes e
educação. Tudo o que a mãe deseja é um futuro melhor e um bom casamento para a filha.

Pombinha
É a moça pura, donzela, vista por todos do Cortiço como de boa educação e bons costumes. Após a morte do
pai, foi morar com sua mãe no Cortiço. É noiva de João da Costa, com quem acaba se casando. O casamento
não dura muito. Pombinha tem um romance rápido com a prostituta Léonie, se separa de João da Costa, torna-
se prostituta e passa a cuidar da filha de Jerônimo, que abandona a esposa e filha, envolvendo-se com Rita
Baiana e Piedade, que se perde no alcoolismo após o abandono do marido.

João da Costa

Noivo de Pombinha, filha de Dona Isabel. Moço que trabalhava no comércio e tinha um futuro promissor, como
o marido que a mãe idealizava para a filha.

Augusta Carne-Mole

É do grupo das personagens lavadeiras, como Dona Isabel. É casada com o soldado da polícia Alexandre, e
mãe de Juju, que é afilhada da prostituta Léonie. Mulher honesta, mãe de muitos filhos.

Alexandre
Soldado da polícia, mulato, casado com Augusta Carne, Mole, que faz parte do grupo das lavadeiras no enredo.
É pai de Juju, que é afilhada da prostituta Léonie.

Paula
Cabocla anciã, conhecida como Bruxa por curar febre com rezas e feitiçarias . Teria sido a responsável
pelo início do incêndio no Cortiço.
PERSONAGENS (5/7)

Albino
Efeminado, ela lavadeiro. Vivia sempre entre as lavadeiras, suas amigas. As lavadeiras o tratavam como se
fosse uma pessoa do mesmo sexo.

Andréa, Delporto, Francesco e Pompeo

Um grupo de trabalhadores mascates, vendedores ambulantes, de origem italiana, que viviam sempre com suas
caixas cheias de bugigangas.
Leocádia
Imigrante portuguesa, casada com um ferreiro chamado Bruno. Tinha fama de ser leviana, entre as vizinhas. Traiu
o marido com o jovem Henrique, que morava na casa de Miranda.
Bruno
Trabalhador, era ferreiro e esposa de uma imigrante portuguesa, Leocádia.

Marciana

Mulata, conhecida por ser muito asseada, sua casa vivia lavada e também muito séria. Morava com sua filha,
Florinda.
Florinda
Filha de Marciana, era adolescente, tinha quinze anos.

Leandra
Imigrante portuguesa, conhecida como “machona”, por ser brava e berrar . Tinha duas filhas, uma
separada, Ana das Dores e uma donzela, Nenen . Tinha também um filho, o Agostinho. Toda a família
morava no cortiço. Leandra, Nenen e Agostinho na mesma casa e Ana das Dores, em uma casa a parte.
PERSONAGENS (6/7)

Ana das Dores

Conhecida como Das Dores, era separada e vivia em uma casa ao lado de sua mãe Leandra e de seus irmãos Nenen e
Agostinho, no Cortiço.
Nenen

Filha de Leandra, era ainda jovem e donzela. Morava com a mãe e o irmão Agostinho no Cortiço.

Agostinho
Filho caçula de Leandra e irmão de Das Dores e Nenen. Vivia no Cortiço com a mãe e a irmã Nenen. Era um menino
muito levado, que berrava tanto ou mais que a mãe. Acaba morrendo em um acidente na pedreira.

Isaura

Uma moça mulata, um pouco simplória demais, acreditava em tudo e em todos.

Leonor
Uma jovem afrodescendente, descrita como lisa e seca como um moleque.

Valentin

Filho de uma escravizada que foi de Dona Estela, esposa de Miranda, a quem ela havia alforriado.

Porfiro
Mulato, capoeirista, amigo de Firmo, companheiro de Rita Baiana.
PERSONAGENS (7/7)

Pataca

Foi cúmplice do português Jerônimo na emboscada montada para matar Firmo. Aproveitou-se de Piedade,
depois que Jerônimo foi morar com Rita Baiana.

Libório

Era um mendigo que esmolava, mas que pão-duro, tinha uma fortuna escondida da qual se apoderou o
inescrupuloso João Romão, quando do segundo incêndio no Cortiço provocado por Paula, conhecida como
bruxa.

Botelho

Senhor de setenta anos, descrito como antipático. Realizou muitas especulações durante a Guerra do Paraguai
e chegou a ser rico. Agora era um parasita de Miranda.

Arraia Miúda*
Designação para o conjunto das seguintes personagens do Cortiço: lavadeiras, caixeiros (mascates),
trabalhadores da pedreira e o soldado da polícia Alexandre

Importante: Grande personagem da obra “O Cortiço”, é o próprio Cortiço.


CONCLUSÃO (1/2)
O Cortiço é considerada uma das principais obras do Naturalismo no Brasil. É composta por 23 capítulos,
e, se passa em uma habitação coletiva no bairro do Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro, na segunda
metade do século XIX. A obra foi lançada em 1890. O escritor, Aluísio de Azevedo, já havia escrito O
Mulato, em 1881, que teria sido considerado o primeiro romance do Naturalismo no Brasil e Casa de
Pensão, em 1884.

Alguns destaques para a obra:

-A mistura de raças, temos no Cortiço, os mascates italianos, o explorador e imigrantes portugueses, a prostituta
francesa, os mulatos, afrodescendentes, formando a nação brasileira e levando a uma degradação humana;

-A imensa desigualdade social: temos o Cortiço ao lado de um sobrado de um burguês, o Miranda, que queria
comprar espaço do Cortiço para ampliar seu quintal, mas será que não era por temer o crescimento do espaço,
com todas as suas mazelas que queria comprar?;

-Outro fato interessante é que o Cortiço se projeta mais na obra do que personagens que nele vivem e chega a ser
comparado a uma floresta, um organismo vivo que cresce, vai crescendo, crescendo e deteriorando, determinando
o moral de quem mora naquele espaço;

-Podemos ver o Cortiço como uma “Alegoria”* do Brasil;

-Mostra a promiscuidade (sexual), a sujeira, a miséria como crítica social, assim viviam os trabalhadores que se
aglomeravam na cidade;

-A exploração capitalista representada pelo inescrupuloso e mão caráter personagem João Romão, que por acaso,
é português, explorando os brasileiros, inclusive;

-A redução das pessoas ao instinto animal (o Zoomorfismo)


CONCLUSÃO (2/2)
Na obra de Aluísio de Azevedo, O Cortiço, a raça, o momento histórico que se vive na cidade, o meio em que
vivem as personagens são fundamentais para seu comportamento. O determinismo está presente na obra de
acordo com personagens: Jerônimo, um europeu português, sofre um abrasileiramento, a “arraia miúda”:
lavadeiras, mascates (caixeiros ou ambulantes), trabalhadores...estão condenados a vida que têm, não há como
ascender socialmente. Circunstâncias hereditárias e do meio ambiente determinam o comportamento de
personagens. Personagens não tem como se defender.

Quando O Cortiço pega fogo, o capitalista explorador João Romão constrói uma nova habitação coletiva,
desta vez a Vila João Romão, não mais tendo como público alvo as classes pobres, mas a nova classe
média trabalhadora que começava a surgir na cidade do Rio de Janeiro .

*Alegoria:
*Alegoria: Forma figurada de representação
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SINOPSE O CORTIÇO : Sobre o autor

Aluísio de Azevedo - Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo escreveu romances,


peças de teatro, contos e crônicas, tendo conseguido viver do que escrevia. Foi também
caricaturista e jornalista e diplomata, além de desenhar e pintar. Como diplomata foi
cônsul do Brasil no Japão, Espanha, Inglaterra, Itália, Paraguai e Argentina, aonde veio
a falecer. Maranhense, nasceu em 14 abr. 1857 em São Luís, Maranhão e faleceu em
21 jan. 1913 em La Plata, Argentina.

Aluísio de Azevedo é considerado o precursor do Movimento Naturalista no Brasil, tendo


sofrido influências de Eça de Queirós e do escritor francês Émile Zola. A sua obra “O
Mulato” é considerada, a primeira obra do gênero no país . Considerado um
abolicionista,
abolicionista, é nesta obra que deixa clara sua posição em relação aos escravizados.
Foi um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras .

Uma curiosidade: Aluísio de Azevedo é irmão mais novo do dramaturgo Artur de


Azevedo.

Fonte: Wiki
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SINOPSE O CORTIÇO: Sobre o Autor: Obras

Obras Crônicas e Epistolário

Aos Vinte Anos, conto O Touro Negro


Uma Lágrima de Mulher, romance (1880)
O Mulato, romance (1881)
Mistério da Tijuca ou Girândola de Amores, romance (1882)
Memórias de um Condenado ou A Condessa Vésper, romance (1882) Peças de Teatro
Casa de Pensão, romance (1884)
Filomena Borges, romance (1884) Caboclo
O Homem, romance (1887) Casa de Orates
O Cortiço, romance (1890) Em Flagrante
O Coruja, romance (1890) Flor de Lis
A Mortalha de Alzira, romance (1894) Os Doidos
Demônios, contos (1895) República
O Livro de uma Sogra, romance (1895) Um Caso de Adultério
O Japão, publicado, a partir de manuscritos Venenos que Curam
encontrados na Academia Brasileira de Letras (1894)
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SINOPSE O CORTIÇO : Contexto Histórico – Político - Literário

Na segunda metade do século XIX, contexto em que se dá a obra O Cortiço, há dois lados da moeda a se considerar: a
burguesia e o proletariado. De um lado as cidades crescem, de outro lado os bairros e moradias pobres crescem também, entre
eles, os cortiços. Teriam sido os cortiços os precursores das favelas? Bem, a burguesia queria dinheiro, queria poder e os
trabalhadores, operários estavam insatisfeitos. Nesse contexto há o desenvolvimento das Ciências Sociais, do Método Científico.
Assim o homem começou a ver, analisar a sociedade em que vivia. Nesse contexto temos o Naturalismo, não é mais hora do
Romantismo, com todo tom poético e subjetivo. Agora é a Real, com retrato fiel e não romantizado, idealizado de personagens, como
também de denúncia social, mostrando a ambição humana, a exploração capitalista, o preconceito, etc...A realidade cotidiana é
relatada com linguagem objetiva, clara, o comportamento do homem é determinado pelo meio em que vice e personagens românticas,
poéticas, idealizadas darão lugar a personagens tais como: prostitutas, miseráveis, doentes, assassinos, de comportamentos
mórbidos, etc...

A obra O Cortiço se apresenta na segunda metade do século XIX. No enredo temos clara a presença de um explorador capitalista,
João Romão. Alguma coincidência pelo fato de ser português? De qualquer modo, temos dois espaços antagônicos na obra, o Cortiço
aonde vivem as classes mais baixas e o sobrado de Miranda, aonde vive a burguesia, a que pretende ascender o explorador
capitalista.
Vivemos também no final do século XIX, a troca da mão de obra escravizada pela mão de obra imigrante, no Cortiço, temos
portugueses, italianos. A cidade do Rio de Janeiro sofre com o crescimento demográfico e as dificuldades dos menos abastados em se
localizar nesse espaço. A desigualdade social é explícita.

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