Você está na página 1de 4

Lista complementar de Arte.

Professor: Thiago Veronezzi.

Conteúdo: Modernismo no Brasil.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Os modernistas de São Paulo, em especial Menotti del Picchia e Oswald de Andrade, usavam habitualmente o
termo “futurismo”, mas o faziam em sentido elástico, para designar as propostas mais ou menos renovadoras que se
opunham às receitas “passadistas” e “acadêmicas”. A polarização futurismo passadismo servia como tática retórica
eficaz – mas também simplificadora. Esse aspecto do discurso modernista, que se apresentava como ruptura com o
“velho”, acabava por atirar na lata do lixo do “passadismo” manifestações variadas, às quais, diga-se, não raro os
próprios “novos” estavam atados.

GONÇALVES, Marcos. Augusto. 1922 – A semana que não terminou. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 20.

1. (Puccamp 2017) O afã de rompimento com o passado e o entusiasmo presente em movimentos artísticos
contemporâneos ao futurismo, na Europa, ecoavam um contexto marcado:

a) pelos efeitos da industrialização nas grandes capitais europeias, responsável pela glamorização de cidades como
Londres, e o desenvolvimento de uma contracultura que questionava os hábitos burgueses e preconizavam um
“homem novo”, mais próximo da natureza e do hedonismo.
b) pelo trauma das duas grandes guerras, que arrasaram as principais cidades e despertaram um forte desejo de
renovação e a busca de novos paradigmas estéticos e projetos utópicos de sociedade que pudessem se contrapor ao
niilismo vigente.
c) pela rejeição ao romantismo, à pintura de cavalete e ao espírito da Belle Époque, diante do evidente crescimento
dos movimentos operários e da disseminação das ideias socialistas e revolucionárias, que conduziam os artistas à
militância política de esquerda.
d) pela herança do fascismo, que se amparara em discursos inflamados que saudavam a perspectiva de construção de
sociedades tecnológicas, ordenadas, vanguardistas, semelhantes à norte-americana e opostas à velha Europa.
e) pela recusa crescente à arte academicista e à busca de propostas formais que traduzissem a realidade vertiginosa da
modernidade, explorando a beleza encontrada nas máquinas, nas geometrias, no uso da eletricidade e na comunicação
de massa.

2. (Enem PPL 2016) TEXTO 1

Embora eles, artistas modernos, se deem como novos precursores duma arte a ir, nada é mais velho que a arte
anormal. De há muitos já que a estudam os psiquiatras em seus tratados, documentando-se nos inúmeros desenhos
que ornam as paredes internas dos manicômios. Essas considerações são provocadas pela exposição da Sra. Malfatti.
Sejam sinceros: futurismo, cubisrno, impressionismo e tutti quanti não passam de outros tantos ramos da arte
caricatural.

LOBATO, M. Paranoia ou mistificação: a propósito da exposição de Anita Malfatti. O Estado de São Paulo, 20 dez.1917 (adaptado).

TEXTO II

Anita Malfatti, possuidora de uma afta consciência do que faz, a vibrante artista não temeu levantar com os seus
cinquenta trabalhos as mais irritadas opiniões e as mais contrariantes hostilidades. As suas telas chocam o preconceito
fotográfico que geralmente se leva no espírito para as nossas exposições de pintura. Na arte, a realidade na ilusão é o
que todos procuram. E os naturalistas mais perfeitos são os que melhor conseguem iludir.

ANDRADE. O. A exposição Anita Malfatti. Jornal do Commercio, 11 jan. 1918 (adaptado).

TEXTO III

A análise dos documentos apresentados demonstra que o cenário artístico brasileiro no primeiro quartel do século XX
era caracterizado pelo(a):

a) domínio do academicismo, que dificulta a recepção da vertente realista na obra de Anita Malfatti.
b) dissonância entre as vertentes artísticas, que divergiam sobre a validade do modelo estético europeu.
c) exaltação da beleza e da rigidez da forma, que justificavam a adaptação da estética europeia à realidade brasileira.
d) impacto de novas linguagens estéticas, que alteravam o conceito de arte e abasteciam a busca por uma produção
artística nacional.
e) influência dos movimentos artísticos europeus de vanguarda, que levava os modernistas a copiarem suas técnicas e
temáticas.

3. (Mackenzie 2013) A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um marco cultural e a expressão da busca de um novo
Brasil que conseguisse superar suas características arcaicas, refletindo mudanças em todas as áreas de nosso país. Em
1928, Oswald de Andrade publicou o Manifesto Antropofágico, que procurou “traduzir” o espírito da cultura
nacional. A respeito do contexto histórico e cultural da época, é correto afirmar que:

a) Como proposta de mudança para a Arte do século XX, ao se aceitarem as influências estrangeiras, sem se
menosprezar a identidade nacional, e sim reforçando-a, retoma-se a proposta da antropofagia como “ferramenta” na
elaboração da verdadeira cultura nacional.
b) Todas as novas correntes artísticas advindas da Europa, no início do século XX, são fundamentais para a
elaboração de uma cultura verdadeiramente nacional, pois estavam engajadas na preocupação de favorecer as classes
trabalhadoras dentro da nova sociedade moderna mundial.
c) O Modernismo brasileiro surgiu com a intenção de promover uma atualização da arte brasileira, capaz de ajudar na
consolidação da identidade nacional de tal forma que tiveram de se desligar da influência cultural externa para a
dedicação única da arte, considerada nacional e genuína.
d) Reflete um novo posicionamento em relação à Arte no Brasil, reproduzindo as ideias que, no plano político, eram
defendidas pelo movimento Verde-Amarelismo de Plínio Salgado que defendia a presença de estrangeirismos em
nossa cultura.
e) Mostra o rompimento de vários artistas nacionais, como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, com as influências
externas, principalmente com o movimento futurista italiano, profundamente aliado aos ideais fascistas e autoritários.

4. (Mackenzie 2013) Em 2012, completam-se 90 anos da Semana de Arte Moderna, marco de renovações artístico-
culturais do Brasil. A respeito desse acontecimento, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Internacionalismo e nacionalismo foram, simultaneamente, suas características básicas. O nacionalismo, em
especial, viria como decorrência de afirmação, presente desde a implantação da República em 1889, de uma arte e
cultura genuinamente brasileiras.
b) Tal Semana exprimia o anseio de uma nova mentalidade intelectual, insatisfeita com o status quo das artes de
então. Por isso, tinha como um dos objetivos centrais a modernização, por meio de um olhar para o social e para o
que havia de mais avançado na criação artística.
c) Existia naquele movimento um olhar para o futuro, que trazia um desejo de ruptura, de inovação e de
experimentação. Mas, ao mesmo tempo, marcava presença um sentimento de nostalgia, um retomar das raízes
culturais que marcaram a formação histórica do país.
d) Internacionalismo e nacionalismo foram, simultaneamente, seus aspectos básicos. As letras e as artes do período
desejavam o rompimento com o século XIX, e seu academicismo, sendo o exterior – em especial a Europa – símbolo
desse rompimento.
e) Por partirem de concepções nacionalistas, esses artistas negavam as influências externas na cultura brasileira. Para
eles, uma arte genuinamente brasileira somente aconteceria por meio do total afastamento em relação às principais
vanguardas europeias.

5. (Fgv 2012) Leia o texto.

A Semana de 22 não foi um fato isolado e sem origens. As discussões em torno da necessidade de renovação
das artes surgem em meados da década de 1910 em textos de revistas e em exposições, como a de Anita Malfatti em
1917. Em 1921 já existe, por parte de intelectuais como Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, a intenção de
transformar as comemorações do centenário em momento de emancipação artística. (...)

Disponível em: www.itaucultural.org.br.

Em geral, os artistas participantes da Semana de Arte Moderna propunham:

a) que a arte, especialmente a literatura, abandonasse as preocupações com os destinos brasileiros e se voltasse para o
princípio da arte pela arte.
b) a rejeição ao conservadorismo presente na produção artística brasileira, defendendo novas estéticas e temáticas,
como a discussão sobre as questões brasileiras.
c) que os artistas estabelecessem vínculos com correntes filosóficas, mas não com projetos políticos e ideológicos,
fossem estes progressistas ou conservadores.
d) o reconhecimento da superioridade da arte europeia e da importância da civilização portuguesa no notável
desenvolvimento cultural brasileiro.
e) que apenas as artes plásticas, com destaque para a pintura, poderiam representar avanços revolucionários em
direção a uma arte de fato inovadora.
Gabarito:

Resposta da questão 1: [E]

O movimento modernista amparava-se em um discurso de acompanhamento artístico dos avanços ocorridos


mundo afora. Nesse sentido, a valorização das modernidades de meados do século XX (avanço industrial, aumento da
comunicação em massa) foi aplicada nas artes, em especial na pintura e na literatura.

Resposta da questão 2: [D]

O período retratado no texto coincide com o movimento da Semana de Arte Moderna (1922) que trouxe
consigo o conceito de antropofagia artística e cultural. Tal conceito defendia a formação de uma arte brasileira a
partir de conceitos internacionais, sempre buscando valorizar as características nacionais.

Resposta da questão 3: [A]

A ideia dos artistas da Semana de Arte Moderna de 1922 era promover a antropofagia com relação aos
movimentos artísticos internacionais: absorver o máximo possível de fora para criar uma nova arte genuinamente
brasileira.

Resposta da questão 4: [E]

A proposta dos artistas que idealizaram a Semana de Arte Moderna (e que pode ser sintetizada no Manifesto
Antropofágico, de Oswald de Andrade) era exatamente o contrário: absorver as influências estrangeiras para criar
uma arte genuinamente nacional.

Resposta da questão 5: [B]

Os artistas alinhados ao modernismo no Brasil, que teve como um dos seus marcos a Semana de Arte
Moderna (1922), propunham novas estéticas e temáticas para arte no Brasil e rejeitavam o que consideravam práticas
conservadoras. Ao mesmo tempo, preocupavam-se mais com os problemas brasileiros.

Você também pode gostar