Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O Instituto Inhotim começou a ser idealizado pelo empresário mineiro Bernardo de Mello Paz a partir de meados da
década de 1980. A propriedade privada se transformou com o tempo, tornando-se um lugar singular, com um dos
mais relevantes acervos de arte contemporânea do mundo e uma coleção botânica que reúne espécies raras e de todos
os continentes. Os acervos são mobilizados para o desenvolvimento de atividades educativas e sociais para públicos
de faixas etárias distintas. O Inhotim, uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), tem
construído ainda diversas áreas de interlocução com a comunidade de seu entorno. Com atuação multidisciplinar, o
Inhotim se consolida, a cada dia, como um agente propulsor do desenvolvimento humano sustentável.
Localização.
Inhotim é uma parte do distrito de Conceição de Itaguá (mais conhecido como Brumado), no município de
Brumadinho, em Minas Gerais, no Brasil.
Etimologia.
"Inhotim" é oriundo do nome do antigo proprietário de terras na região, um geólogo inglês conhecido apenas
como Timothy ou Tim, que, no século XIX, instalou-se nos arredores da cidade. O tratamento dado ao proprietário
partiu de "senhor Tim", derivando para o típico da época "Nhô Tim", que se tornou, finalmente, "Inhotim",
denominação que se estendeu à sua fazenda - como "Vila do Inhotim" - e acabou por dar nome à localidade.
O Instituto.
O Instituto Inhotim é a sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e
considerado o maior museu a céu aberto do mundo.
Localiza-se dentro do domínio da Mata Atlântica, com enclaves de cerrado nos topos das serras. Situado a
uma altitude que varia entre 700 metros e 1 300 metros acima do nível do mar, sua área total é de 786,06 hectares,
tendo como área de preservação 440,16 hectares, que compreendem os fragmentos de mata e incluem uma Reserva
Particular do Patrimônio Natural (RPPN), com 145,37 hectares.
A instituição surgiu em 2004 para abrigar a coleção de Bernardo Paz, empresário da área de mineração e
siderurgia, que foi casado com a artista plástica carioca Adriana Varejão, e há 20 anos começou a se desfazer de sua
valiosa coleção de arte modernista, que incluía trabalhos de Portinari, Guignard e Di Cavalcanti, para formar o acervo
de arte contemporânea que agora está no Inhotim.
Em 2006, o local foi aberto ao público em dias regulares sem necessidade de agendamento prévio. O acervo
abrigava obras da década de 1970 até a atualidade. São mais de 500 obras de artistas brasileiros e estrangeiros, com
destaque para trabalhos de Cildo Meireles, Tunga, Vik Muniz, Hélio Oiticica, Ernesto Neto, Matthew Barney, Doug
Aitken, Chris Burden, Yayoi Kusama, Paul McCarthy, dentre outros.
O jardim botânico tem mais de quatro mil espécies em cultivo - marca atingida em 2011- e está cercado por
mata nativa.
Em reconhecimento à necessidade de preservar os 145 hectares de reserva, o instituto recebeu, do Ministério
do Meio Ambiente, em fevereiro de 2011, a classificação oficial de jardim botânico, na categoria C. Nesse jardim,
estão cerca de 1 500 espécies catalogadas de palmeira, a maior coleção do tipo do mundo. O parque abriga diversas
plantas raras, tanto nativas quanto exóticas.
O Instituto é o único lugar da América Latina que possui um exemplar da flor-cadáver, uma espécie nativa da
Ásia conhecida como sendo a maior flor do mundo.
Em 20 de abril de 1970, 14 trouxas ensanguentadas foram encontradas às margens do rio Arrudas, no Parque
Municipal, em Belo Horizonte. Era manhã de segunda-feira, e, em pouco tempo, os transeuntes começaram a se
aglomerar ao redor das trouxas, compostas de ossos, carne, sangue, barro, espuma de borracha, pano, cordas e
cinzeis, envoltos em um tecido branco já manchado. A polícia e o Corpo de Bombeiros foram acionados pela
população. Anonimamente, César Carneiro registrava a ação, com câmera fotográfica e de 16 mm.
Tratava-se de Situação T/T1, proposição artística de Artur Barrio para a manifestação “Do corpo à terra”,
organizada por Frederico Morais, que aconteceu de 17 a 21 de abril de 1970. A colocação das trouxas no Arrudas foi
a segunda parte de uma ação que havia começado na noite anterior, quando Barrio produziu as trouxas, descrevendo
passo a passo sua sensação e o ambiente: “Manuseio de carne em estado de decomposição…..(…) cheiro….
memória….. tempo…. fumaça (…) liberdade etc. ….. ideias elétricas…”. Depois da aparição das trouxas
ensanguentadas, aconteceu a terceira parte da Situação T/T1, quando Barrio desenrolou 60 rolos de papel higiênico
nas pedras que margeavam o rio.
Português de nascimento, Artur Barrio ainda criança mudou-se para o Rio de Janeiro. Sua produção artística
contesta, desde seu início, as categorias da arte, desafiando instituições e tensionando as condições de produção,
circulação e consumo da arte. Ao escolher as matérias- primas para suas obras, Barrio opta por relacionar-se com
resíduos orgânicos, lixo, sobras, tudo aquilo que é refugo. Em boa parte de sua produção, sobretudo aquela das
décadas de 1960 e 1970, não há um objeto, propriamente, mas sim ações, eventos, acontecimentos, que lidam com o
real, o poético e o político. Há situações.
Instalação:
Uma instalação (krafts) é uma manifestação artística contemporânea composta por elementos organizados em
um ambiente. Ela pode ter um caráter efêmero (só "existir" na hora da exposição) ou pode ser desmontada e recriada
em outro local. Diferentemente do que ocorre tradicionalmente com as esculturas ou pinturas, a mão do artista não
está presente na obra como um item notável.
Uma instalação pode ser multimídia e provocar sensações: táteis, térmicas, odoríficas, auditivas, visuais entre
outras.