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Cadernos de Proposições
para o Século XXI
Rede Mundial
Artistas em Aliança
ARTE E SOCIEDADE
Arte e identidade
cultural na construção
de um mundo solidário
Esta série de Cadernos foi
2a edição, revista e ampliada
impressa em papel 100%
reciclado, sujeito a peque- Hamilton Faria e Pedro Garcia
nas variações nas cores e
na qualidade de impressão. 2003
REALIZAÇÃO
Instituto Pólis
Rua Araújo, São Paulo–SP CEP - Brasil
tel. - fax -
www.polis.org.br
EDIÇÃO DOS CADERNOS DE PROPOSIÇÕES EM PORTUGUÊS
coordenação geral Hamilton Faria
coordenação editorial Janaina Mattos
texto final Pedro Garcia e Hamilton Faria
tradução do prefácio e das experiências indianas Luanda Casella
revisão da a. edição Thyago Nogueira, Sônia Oliveira
revisão desta edição Hamilton Faria, Janaina Mattos, Pedro Garcia
projeto gráfico Cássia Buitoni
ilustrações Marcelo Bicalho (as ilustrações foram produzidas especialmente
para esta coleção)
difusão Isis de Palma (Imagens Educação) e Ruth Simão Paulino (Centro de
Documentação e Informação do Instituto Pólis)
impressão Gráfica Peres
APOIO
Fondation Charles-Léopold Mayer pour le Progrès de l’Homme — FPH (Paris)
Arte e identidade
CATALOGAÇÃO NA FONTE - PÓLIS/CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO
cultural na construção
FARIA, Hamilton e GARCIA, Pedro
Arte e identidade cultural na construção de um mundo solidário. . ed. São Paulo,
de um mundo solidário
Instituto Pólis, . p. (Cadernos de Proposições para o Século XXI, v.)
2a edição, revista e ampliada
. Cultura. . Arte Pública. . Política Cultural. . Cultura Política. . Identidade
Cultural. . Cidadania Cultural. . Movimento Cultural. . Movimento Cultural.
. Experiências Inovadoras em Cultura. I. Instituto Pólis. II. Aliança por um Hamilton Faria e Pedro Garcia
Mundo Responsável, Plural e Solidário. III. Título. IV. Série.
Proposições
A conexão arte-sociedade
Estimular a responsabilidade social do artista
Defender o direito à cidadania cultural
Fortalecer a diversidade cultural dos países e regiões e estimular a inter-
culturalidade
Fortalecer a identidade cultural frente ao processo de globalização
Estimular ações de ocupação cultural dos espaços públicos pela população
Construir a cultura da paz
Fortalecer as trocas culturais entre os diversos países
Arte e Sociedade 7
Experiências Casa Dedela
Conversas de rua Instituto Milho Verde
Ballet Stagium Tiens, voilà encore autre chose
Projeto Alagoas Presente! Fireflies (Vaga-lumes)
Barracões Culturais da Cidadania Tupi Arts Vivants
Museu e público especial Poço de Vida
A consciência ecológica e a educação através da arte A Child’s Eye (um olho de criança), dando voz à crianças carentes
Movimento Arte contra a Barbárie Hear our Voice (ouça nossa voz)
Tambores pela Paz Projeto Urgência Nas Ruas
“Se essa rua fosse minha” CECIP – Centro de Criação de Imagem Popular
Oficina Livre do Conhecimento e Escola de Protagonistas (= + ≠)
Fórum Intermunicipal de Cultura (FIC) Propostas
Projeto Porandussara Encontros
Projeto no metrô Comunicação
Festival do primeiro romance Intercâmbio
Tarace Boulba Formação
Ateliês de portas abertas Cultura da paz
Itinerâncias teatrais de Montreuil
Excalibur Notas
Doual’Art
Caravana Africana pela Paz e Solidariedade Participantes
Shalom Salam Paz
Festas da Cultura
Cornelius Castoriadis
Contexto global
A conexão arte-sociedade
Arte e Sociedade 57
empobrecendo-se esteticamente. A beleza é fundamental para os seres é produto da imaginação criadora, mas é também problematizadora
humanos e com isso a arte vale por si. No entanto, é preciso contextuali- do real. Octavio Paz diz que através da poesia revela-se um mundo
zar seu poder criativo, seus usos e sua capacidade de gerar encantamento. e cria-se outro. Por tudo isso o artista tem um lugar importante na
Todos devem ser criadores de arte e não apenas alguns poucos. Portanto, sociedade, é merecedor de um respeito especial pela sua sensibilida-
o direito de criar é condição de uma qualidade de vida superior. Deve-se de e criatividade, torna-se muitas vezes referência e, algumas vezes,
facilitar o acesso dos povos à arte e lutar por um consumo de qualidade. mito. A arte contribui, por sua vez, para formar uma comunidade de
Finalmente, a arte tem o papel de tornar o mundo digno de ser vivi- emoções. Logo, o papel do artista é central para mudar a realidade dos
do, reencantando-o, tornando-o um lugar não apenas de luta pela sobre- países e enriquecer o imaginário, melhorando, assim, a qualidade de
vivência cotidiana, mas um lugar de imaginação criadora, de sonho e de vida material e espiritual.
utopia. É fundamental reafirmar a importância da arte como impulso Além da sua arte, o artista, como cidadão, pode gerar referências
transformador de pessoas portadoras de uma nova visão do ser humano, de comportamentos éticos e contribuir para mudanças políticas e cul-
capaz de elevar a sua auto-estima, de humanizar e emancipar o espírito. turais nas sociedades, pois a modernização e a globalização tendem
Enfim, de contribuir para o aprimoramento das pessoas e das sociedades. a criar uma cultura de mercado que nega os ricos processos culturais
dos diversos países.
Ezra Pound afirma que os artistas são as antenas da raça. No É central em nossas sociedades não apenas a defesa de uma me-
nosso entender, isso quer dizer que a sensibilidade capta linguagens, lhor qualidade de vida material, do desenvolvimento econômico, da
imagens, realidades além do mundo concreto e do imaginário. A arte superação da pobreza, da melhoria das condições de vida, da preser-
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vação do meio ambiente, da renovação política, mas também do direi- fesa da diversidade como fator de enriquecimento cultural não deve
to à cultura e à cidadania cultural. Nas sociedades contemporâneas, impedir a interculturalidade nem permitir a defesa cega das tradições.
essa deve ser uma trincheira de luta permanente. Algumas culturas, ao mesmo tempo que vivenciam ricas narrativas e
A defesa da cidadania cultural deve ser entendida também como o mitos, desrespeitam os direitos humanos. Isso é inaceitável. A expe-
direito à invenção sem negar a valorização da cultura ancestral. Inspi- riência da interculturalidade pode trazer para essas culturas parâme-
rados por Marilena Chauí, podemos afirmar que cidadania cultural tros de direitos desconhecidos em sua história.
é o direito à liberdade de criação cultural, o direito à participação Não há qualidade de vida superior e exercício pleno da cidadania
da sociedade nos processos de decisão cultural, o direito à informa- sem a defesa da diversidade cultural. A unidade do país, da região ou
ção, o direito à expressão da diversidade como fundamento de uma da localidade não deve jamais inibir a rica pluralidade de culturas que
verdadeira democracia cultural. Hoje, a luta por sociedades justas e enriquecem a vida concreta e o imaginário dessas sociedades.
sustentáveis deve incluir a cidadania cultural como ingrediente im-
prescindível nos processos de mudança.
Fortalecer a identidade cultural
frente ao processo de globalização
Fortalecer a diversidade cultural dos países e
regiões e estimular a interculturalidade O processo de globalização tem se expandido por todo o mundo e
descaracterizado ricas culturas, mercantilizando relações antes apoia-
Cada cultura tem sua história; sua riqueza é sua singularidade, sua das na vida comunitária, na gratuidade e nas trocas afetivas e simbó-
formação própria. É no interior de sua diversidade que se encontram licas. A economia-mundo também tem estimulado o surgimento de
soluções para os grandes desafios da humanidade. No entanto, a de- uma cultura-mundo, isto é, de uma mundialização dos objetos e do
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imaginário. No entanto, os movimentos sociais e as fortes identidades Estimular ações de ocupação cultural
locais têm criado um campo de reapropriação e reelaboração cultural, dos espaços públicos pela população
ou mesmo movimentos de resistência a uma mundialização que des-
trói e descaracteriza culturas. Entendemos que no local está a essên- A arte deve sair dos “templos” institucionais de produção cultural
cia, e no global a aparência, como diz o professor Milton Santos. para ambientes acessíveis ao cidadão comum: a comunidade, a praça,
A defesa da identidade não está em negar o processo de globali- a rua, o viaduto, a estação do metrô devem ser lugares de difusão da
zação, ou seja, o encontro de várias culturas no mundo, mas em for- criatividade, da arte e da cultura. Os artistas devem sair do seu pedes-
talecer tradições e rupturas com o rosto e as cores dos impulsos mais tal para encontrar o cidadão comum, misturar-se à realidade da vida
generosos da localidade. É assim que os seres humanos podem criar, a e ampliar os usos da cultura e da arte. Difundir a arte, dessacralizá-la,
partir de suas heranças culturais, modos de vida sustentáveis. A defe- é condição para a ampliação de seu papel na sociedade e o reencan-
sa de uma globalização da solidariedade, cosmopolita e multicultural, tamento do mundo através da linguagem artística.
deve estar no nosso horizonte.
A partir da proteção do patrimônio cultural e artístico dos diver-
sos povos, deve-se buscar a unidade e a complementação das culturas Construir a cultura da paz
através do diálogo intercultural. Isso permite evitar o etnocentrismo
e estimular a abertura de cada cultura para outras matrizes culturais. As nossas sociedades, com suas guerras de mercado, militares e ci-
A valorização das raízes, etnias e raças, religiões, manifestações cultu- vis, travadas no cotidiano — guerras silenciosas, fruto da competição e
rais, expressões artísticas e da história compartilhada deve ser a base da desagregação —, praticamente não conhecem uma paz duradoura.
sobre a qual se estruturam os processos identitários. A cultura da paz deve se constituir em uma bandeira das mais impor-
tantes, não para um império reinar sobre o consenso e o silêncio dos
62 Cadernos de Proposições para o Século XXI Arte e Sociedade 63
dominados, mas como condição de construirmos uma sociedade mais • a rejeição a qualquer tipo de violência: física, sexual, psicológica, eco-
feliz em todos os campos das atividades e da convivência humana. nômica, social e outras;
A arte como formadora de comunidades de emoção, celebradora • a diversidade cultural;
da coletividade, pode vir a desempenhar um enorme papel essencial • o diálogo, que previne o fanatismo, a difamação e a exclusão;
para agregar e construir a paz. Nesse sentido, pode-se criar campa- • o respeito à vida, buscando a harmonia da comunidade;
nhas pela paz, movimentos pelo desarmamento, movimentos de arte • a democracia como forma de solidariedade.
e paz nas escolas, encontros de arte e paz entre os jovens e ações
simbólicas pela paz, como é o caso dos Tambores da Paz.
O diálogo inter-religioso, que neste momento se intensifica, pode Fortalecer as trocas culturais entre os diversos países
contribuir muito para a paz no mundo. O mesmo pode ocorrer com
a arte, que tem uma linguagem universal. É necessário mostrar que a Defendemos que um dos papéis fundamentais do Chantier e do Co-
linguagem da arte converge para a paz na convivência cotidiana. légio de Artistas deva ser o intercâmbio cultural. Constatamos que pouco
Os meios de comunicação têm sido um dos grandes propagado- sabemos das nossas próprias culturas e menos ainda das culturas de ou-
res da guerra no planeta. Não será possível reverter a função desses tros povos. Assim podemos realizar imersões planejadas em nossos pró-
meios na construção da paz? Propomos resistir pacificamente e com prios países com a presença de aliados de outros países e caravanas in-
arte à crueldade do mundo, gerando valores de não-violência e solida- terculturais — como é o caso da Caravana Africana pela Paz e a Solidarie-
riedade, que levem em conta as seguintes proposições, baseadas nas dade, que busca vivenciar e estabelecer pontos comuns e diferentes para
reflexões da UNESCO: um diálogo intercultural. A troca através de encontros e via internet não
• o respeito e a dignidade da vida das pessoas, sem discriminação é suficiente para um verdadeiro diálogo intercultural. Defendemos, por-
nem preconceitos; tanto, a criação do Chantier e do Colégio dos Artistas nos diversos países.
64 Cadernos de Proposições para o Século XXI Arte e Sociedade 65
Experiências
Conversas de rua
Trata-se de uma exposição no Museu de Arte Contemporânea da Este trabalho é desenvolvido pelo movimento Artistas pela Nature-
Universidade de São Paulo (MAC-USP) que atende a um público de za, uma organização não-governamental, que reúne em torno de qui-
deficientes visuais. nhentos artistas e pedagogos brasileiros. O movimento existe desde
72 Cadernos de Proposições para o Século XXI Arte e Sociedade 73
, já criou associações e parques ecológicos, e realiza atos simbó- Movimento Arte contra a Barbárie
licos, organiza lutas e promove manifestações. Depois de muitos anos
de ação, conseguiu que fosse criado o Parque Nacional da Chapada Trata-se de um movimento apartidário, formado por pessoas e
dos Guimarães, na região central do país. grupos ligados ao teatro, unidas diante de um denominador comum: o
Em , reuniu artistas brasileiros na região do Pantanal e entendimento de que o exercício do teatro implica uma ética e um com-
da Chapada dos Guimarães para realizar uma exposição denominada promisso social. Realiza a discussão de idéias e a construção do pensa-
Artistas pela Natureza. Entre e , os participantes deste mo- mento que congrega arte, cultura, ética, compromisso social e políticas
vimento empreenderam uma peregrinação pelo rio São Francisco, a públicas que não restrinjam a prática artística às regras do mercado.
pé, pelas margens, e de barco, procurando difundir valores ecológicos Em junho de , o Arte contra a Barbárie lançou seu terceiro
e culturais. Organizaram manifestações de apoio à preservação das manifesto, assinado por mais de seiscentos artistas, em que propõe a
águas e lançaram um manifesto intitulado O rio de águas sujas. Foram promoção de programas permanentes para as artes cênicas nos âmbi-
convidados pela UNESCO para elaborar o livro que vai traçar diretri- tos municipal, estadual e federal, com recursos públicos orçamentá-
zes para a educação ambiental no Brasil. rios geridos por critérios públicos e participativos.
A arte é a motivação de todas as ações, e a maioria dos partici- Em julho de , o movimento inaugurou o Espaço da Cena, des-
pantes são artistas, arte-educadores ou educadores sensibilizados tinado a encontros abertos, quinzenais, com o intuito de aprofundar
com essa linguagem. O inspirador e organizador deste movimento a reflexão sobre as necessidades da produção artística e sobre como
é o artista e escritor Bené Fonteles, com vasto trabalho artístico, e propiciar amplo acesso da população aos bens culturais.
também parceiro de Gilberto Gil. No momento, acompanha de perto a implantação do Programa
Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, criado
através de lei proposta pelo movimento e que serve de paradigma para
Tupi Arts Vivants Em um novo projeto dirigido para o posicionamento da arte no con-
texto socio-cultural, um poço aberto e seco ganhou vida para explorar
Instalada em Dordogne, na França (France en Dordogne), desde o toque da arte. Trabalhando neste novo terreno para um projeto espe-
, Tupi Arts Vivants é uma companhia que investe na arte como um cífico de arte chamado Muros de Memórias, estão o artista C.F. John,
processo fundamental de socialização e transmissão cultural. Baseada a dançarina Tripura Kashyap e o fotógrafo Azis T.M. O lugar é o poço
na premissa de que o universo lúdico é inerente a todos, suas criações aberto situado no campos de Visthar em Dodda Gubbi, Bangalore, Índia.
(performances, representações teatrais, exposições de artes plásticas O trio está explorando as várias formas de expressão sociocultural,
e atividades análogas) propõem ao público uma participação como histórica, física, simbólica e dimensões ambientais relacionadas a tais
Encontros
• Promover intercâmbios entre países e regiões. • Criar espaços para o aprendizado, debate e vivência de experiências
• Realizar Caravanas Culturais com mensageiros de diversos países estéticas.
para estimular as trocas interculturais, com atividades artísticas e • Ocupar espaços institucionais (escolas, centros culturais, conselhos
pesquisa de histórias, imagens etc. comunitários, etc.) para reflexões e vivências artístico-culturais.
• Estimular a criação de redes para mapear e divulgar tradições po- • Estimular a criação e a distribuição da arte e da cultura.
pulares. • Tornar o nosso trabalho disponível para o maior número de pessoas
• Trocar experiências entre arte-educadores que trabalhem com popu- através de exibições transculturais, leituras, debates, intercâmbios
lações excluídas. individuais e institucionais, viagens e vivências.
• Realizar encontros e seminários de agentes culturais públicos que • Desenvolver ações coletivas e compartilhadas dos artistas visando a
trabalhem com comunidades. conquista de espaços alternativos de circulação das obras de arte.
• Estimular a formação de redes de artistas e encontros de linguagens • Estimular a criação de fundos de apoio à produção artística.
específicas (dança, música etc). • Desenvolver pedagogias que estimulem a criatividade de adultos e
crianças.
• Realizar pesquisas que identifiquem caminhos alternativos de circu-
lação, afirmação e reconhecimento da arte, contribuindo para a li-
bertação da arte e da produção cultural da exploração do mercado.
• Elaborar políticas culturais que democratizem a criação artística e
o acesso a um consumo de qualidade da arte.
Cultura da paz
Marques da Silva Bené F Participaram do processo de construção do texto final, por meio do fórum
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