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ARTE

A CONEXÃO ENTRE
EU E O MEIO EM
QUE VIVO
Turma: 6º ao 9º ano
O QUE É ARTE:
• Arte é a expressão de um ideal estético (ou seja,
de um ideal de beleza) através de uma atividade
criadora. É uma manifestação humana universal
(existe em todas as culturas) que produz coisas
reconhecidas como belas pela sociedade. Uma
obra de arte transmite uma ideia, um
sentimento, uma crença ou uma emoção.
O QUE É ARTE:
•Mas a arte também pode ter finalidade
transgressora, expondo ao mundo uma visão
crítica e nem sempre agradável da realidade.
A ARTE NA LUTA SOCIAL
MAIS SOBRE A ARTE

• A arte está ligada à estética, porque é


considerada uma faculdade ou ato pelo qual,
trabalhando uma matéria, a imagem ou o som, o
homem cria beleza ao se esforçar por dar
expressão ao mundo material ou imaterial que o
inspira. O termo arte vem da palavra latina ars,
que significa "talento", "saber fazer".
MAIS SOBRE A ARTE

• Existem muitas definições de arte e seu


significado varia de acordo com a época e a
cultura. Atualmente, a palavra arte é usada para
designar a atividade artística ou o produto da
atividade artística. Enquanto atividade, a arte é
uma criação humana com valores estéticos
conquistados a partir de um conjunto de técnicas.
MAIS SOBRE A ARTE
Para o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), a arte imita a natureza (mímesis),
mas também, por vezes, a completa. Segundo Aristóteles, está na origem da
atividade artística a propensão natural do homem a imitar.

Para o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), a arte diferencia-se da


natureza por ser uma atividade racional e livre. Assim, uma teia de aranha, embora
possa parecer bela, não é uma obra de arte, já que se trata de uma tarefa mecânica e
natural.
MAIS SOBRE A ARTE
• Para Kant, a arte também se diferencia
da ciência, já que para se produzir uma
obra de arte não basta ter conhecimento
sobre um determinado assunto - é
preciso ter habilidade para fazer. Kant
define a arte estética como aquela cuja
finalidade imediata é o sentimento do
prazer, não apenas o prazer ligado às
sensações, mas também o prazer da
reflexão.
REFLEXÃO
REFLEXÃO
A ARTE ESTA EM TUDO, ENTÃO?
A dificuldade de definir arte está na sua direta relação e dependência com a conjuntura histórica e
cultural que a fazem surgir. Isso acontece porque quando um estilo é criado e estabilizado, ele
quebra com os sistemas e códigos estabelecidos.

Para os povos primitivos, a arte, a religião e a ciência andavam juntas na figura e, originalmente, a
arte poderia ser entendida como o produto ou processo em que o conhecimento é usado para
realizar determinadas habilidades.

A arte é um reflexo do ser humano e muitas vezes representa a sua condição social e essência de
ser pensante.
• A arte apresenta-se através de diversas formas como,
a plástica, música, escultura, cinema, teatro, dança,
arquitetura etc. Existem várias expressões que servem
para descrever diferentes manifestações de arte, por
exemplo: artes plásticas, artes cênicas, arte gráfica,
artes visuais, etc.
TIPO DE
ARTES
• Alguns autores (como Hegel e Ricciotto Canudo) e
pensadores organizaram as diferentes artes em uma
lista numerada. A inclusão de algumas formas de arte
não foi muito consensual, mas com a evolução da
tecnologia...
ESTA É A LISTA MAIS COMUM
NOS DIAS DE HOJE:
• 1ª Arte - Música;
• 2ª Arte - Dança / Coreografia;
• 3ª Arte - Pintura;
• 4ª Arte - Escultura / Arquitetura;
• 5ª Arte - Teatro;
• 6ª Arte - Literatura;
• 7ª Arte - Cinema;
• 8ª Arte - Fotografia;
• 9ª Arte - Histórias em Quadrinhos;
• 10ª Arte - Jogos de Computador e de Vídeo;
• 11ª Arte - Arte digital.
HISTÓRIA DA ARTE
• A história da arte consiste em uma ciência que
estuda os movimentos artísticos, as modificações
na valorização estética, as obras de arte e os
artistas. Esta análise é feita de acordo com a
vertente social, política e religiosa da época que é
estudada. Várias outras ciências servem de auxílio
para a história da arte, como a numismática,
paleografia, história, arqueologia, etc.

• Através da história da arte é possível aprender um


pouco sobre o ser humano através a evolução das
diversas expressões e manifestações artísticas.
ONDE TUDO COMEÇOU?

• A resposta à questão onde surgiu a arte está intimamente relacionada


com a própria origem da humanidade.

• Durante muito tempo, pensou-se que seriam as pinturas nas grutas de


Lascaux na França – que datam de há cerca de 35,000 anos atrás e foram
descobertas por acidente no século XIX – as mais antigas do mundo.
Recentes avanços científicos mostram que a humanidade, bem como a
arte, surgiram há muito mais tempo e noutras paragens.
• Há centenas de milhares de anos no
continente Africano, os nossos
ancestrais mais remotos começaram a
registar nas rochas e pedras, por meio
de pinturas (pictogramas) e gravuras
A ARTE (petróglifos), a sua história, o seu dia-
a-dia, o mundo que os rodeava e a sua
RUPESTRE espiritualidade. Desde o século XIX, a
pintura rupestre tem sido essencial na
reconstrução do cenário das origens
da humanidade. Tenta-se desde então
perceber onde surgiu a arte e quais as
suas primeiras manifestações.
Durante muito tempo, pensou-se que seriam as pinturas nas grutas de Lascaux na França –
que datam de há cerca de 35,000 anos atrás e foram descobertas por acidente no século XIX –
as mais antigas do mundo. Tal como se pensou um dia que a evolução humana tivesse origens
multirregionais, ou seja, que as migrações para fora do continente Africano tivessem ocorrido
muito anteriormente ao desenvolvimento do Homo Sapiens pelo que em cada continente a
humanidade tivesse evoluído em isolamento dos outros.

Mas nas últimas décadas, avanços científicos nas áreas da paleoantropologia, da genética e da
arqueologia não só colocam na África a origem da humanidade, como a origem da própria
arte, revelando ainda que tanto a humanidade como a arte podem ter uma longevidade maior
do que se pensava anteriormente.
QUANDO SURGIU A HUMANIDADE
• Resumidamente, até muito recentemente, as investigações científicas
colocavam o aparecimento do humano moderno no Vale da Grande Fenda
na África Oriental, atuais Quénia e Tanzânia, há cerca de 200,000 anos
atrás. Antes de prosseguir, é necessário frisar a cautela necessária a ter com
estas datas. São estimativas médias que variam em dezenas de milhar de
anos para mais e para menos, pelo que encontramos autores que colocam
este acontecimento em 150,000 anos atrás por exemplo. Porém, estas datas
estão em constante revisão, e a descoberta em 2017 de vestígios de Homo
Sapiens numa gruta da costa atlântica marroquina, que os paleo-
antropólogos dataram de há 300,000 anos atrás, veio agora pôr em cheque
o consenso científico estabelecido.
AS MIGRAÇÕES HUMANAS

• Quanto às migrações humanas que espalharam os nossos antepassados


mais longínquos, numa primeira fase por toda a extensão do continente
Africano, e depois para fora de África, foi o campo da genética que
proporcionou o atual consenso entre cientistas, a chamada hipótese da
origem única. A humanidade descende inteiramente de um único e reduzido
grupo de Homo Sapiens que há cerca de 70,000 anos atrás se aventurou
pelo “Portão das Lágrimas” (Bab-el-Mandeb em Árabe) aproveitando um
período de redução extrema do nível do mar na foz do Mar Vermelho, que
une os atuais estados da Eritreia e do Iémen. A partir desse ponto, a
humanidade espalhar-se-ia pelo mundo.
ONDE SURGIU A ARTE |
ÁFRICA
• Esta interdisciplinaridade tem permitido reconstruir a
história da antiguidade Africana, que é como dizer a
história da antiguidade humana. Por todo o tempo, e foram
várias dezenas de milhar de anos, que o Homo Sapiens
habitou apenas na África, a humanidade desenvolveu todas
as habilidades e capacidades que nos caracterizam enquanto
humanos hoje. Desenvolveu ferramentas utilitárias,
constituiu sociedades, desenvolveu capacidades cognitivas
de interação, interpretação e expressão simbólica, e assim
inventou a arte.
ONDE SURGIU A ARTE | GRUTA DE
BLOMBOS

• A África possui centenas de tradições em arte rupestre espalhadas


por todo o continente. É uma tradição que foi, e surpreendentemente
ainda é, praticada não apenas por grupos de caçadores-coletores,
mas também por grupos semi-sedentarizados de pastores e
agricultores. E pelo que revelam as últimas descobertas
arqueológicas, tudo teve origem na África do Sul, entre 70,000 e
100,000 anos atrás, numa gruta voltada para o Oceano Índico, a
leste do que muitos séculos mais tarde ficaria conhecido como Cabo
da Boa Esperança.
ARTE INDÍGENA
BRASILEIRA
• A arte indígena está presente na essência do
povo brasileiro, sendo um dos pilares para a
cultura do país. Cultura que é resultado da
mistura de vários grupos, dentre eles os povos
indígenas - os primeiros habitantes do
território nacional.

• Atualmente, existem cerca de 300 etnias


indígenas no Brasil, cada uma com
comportamentos e costumes diferentes.
Entretanto, existem várias características
comuns encontradas em diversas tribos.
• Desta forma, cerâmica, máscaras, pintura
corporal, cestaria e plumagem resultam em uma
arte tradicional compartilhada: a arte indígena.

• Vale lembrar que a utilização de partes de


animais no artesanato é exclusiva dos povos das
florestas, mas sua comercialização é proibida.

• Além disso, é preocupante constatar que as


expressões artísticas dos povos indígenas vem
sendo destruídas rapidamente, assim como sua
própria população.
CERÂMICA INDÍGENA
•A cerâmica é um exemplo de arte que não está presente em todas as
tribos, sendo ausente entre os Xavantes, por exemplo.

•Importante destacar que os índios não utilizam a roda do oleiro e,


ainda assim, conseguem desenvolver impressionantes peças.

•A cerâmica é produzida principalmente pelas mulheres, que criam


recipientes, bem como esculturas. Para torná-las mais bonitas,
costumam usar a pintura com padrões gráficos próprios.

•A cerâmica do povo Marajoara, cujo nome advém do local onde ela


teve origem (a Ilha de Marajó) é conhecida no exterior e foi a
primeira arte de cerâmica brasileira.
MÁSCARAS INDÍGENAS
• As máscaras indígenas apresentam um simbolismo sobrenatural.
Elas são feitas de cascas de árvores ou outros materiais como palha e
cabaças e podem ser enfeitadas com plumagem.

• Normalmente, são utilizadas em ritos cerimoniais. Um exemplo é a


tribo dos Karajá, que usa máscaras na dança do Aruanã para
representar heróis que conservam a ordem mundial.

• Diz a lenda que as máscaras indígenas geralmente representam


entidades que conflitavam com os índios no passado. Deste modo, as
festas e danças são feitas para alegrar e acalmar essas entidades.

• Há máscaras grandes, feitas com palhas compridas, que chegam a


cobrir o corpo todo. A máscara de cerâmica é exclusiva dos índios da
etnia Mati.
A pintura corporal é usada em certos rituais e de acordo com o gênero e a idade.
Indicam os grupos sociais ou a função de cada indivíduo na tribo. Muitas vezes
estão associadas a rituais onde ocorrem danças indígenas.

As tintas usadas são naturais, ou seja, são feitas de plantas e frutos. O jenipapo é
o fruto mais usado. Os indigenas o utilizam para escurecer a pele, enquanto o
PINTURA urucum dá o tom vermelho. Já o branco é conseguido através da tabatinga.

CORPORAL São as mulheres que pintam os corpos e os desenhos têm valor simbólico,
retratando um momento ou um sentimento.
INDÍGENA
Os padrões gráficos mais elaborados são da cultura Kadiwéu. Já em 1560, essa
pintura impactou os colonizadores, que ficaram deslumbrados com tamanha
técnica e beleza.

Infelizmente, hoje em dia essa tribo não realiza mais essa pintura corporal,
empregando os padrões em peças de cerâmicas para vender aos turistas.
CESTARIA INDÍGENA
•Os cestos são utilizados para uso doméstico, na
manutenção e transporte de alimentos. É produzido
normalmente pelas mulheres, com variadas formas de
trançados em diferentes formatos.

•Os tipos mais comuns de utensílios são:

•Cestos-coadores - para coar líquidos;


•Cestos-tamises - para peneirar farinha;
•Cestos-recipientes - para guardar diferentes materiais;
•Cestos-cargueiros - para transportar cargas.
ARTE PLUMÁRIA
INDÍGENA
•As plumas são usadas em rituais e coladas diretamente no próprio
corpo. Servem também para ornamentar máscaras, colares,
braçadeiras, brincos, pulseiras e cocares, que são feitos de penas e
de caudas de aves.

•Assim como a pintura corporal, a arte plumária serve também


para indicar os grupos sociais.

•Na maior parte são os homens que desenvolvem a arte plumária.


Essa arte passa por um ritual: primeiro a caça, passando pelo
tingimento (a chamada tapiragem), pelo corte nas formas
desejadas, e por fim, a amarração.

•Há tribos que destinam as pinturas ao uso cotidiano, deixando as


plumas para as comemorações e rituais indígenas, inclusive
funerais.
MIÇANGAS
• Artesãs e artistas indígenas utilizam matérias-primas
diversas, seja de origem animal ou vegetal, para a confecção
de seus artefatos e utensílios. Entre todas, uma desperta
especial interesse e curiosidade, por sua origem manufaturada
e poder de sedução: as preciosas miçangas.
• As miçangas são tão contemporâneas quanto antigas.
Incorporadas nas principais manifestações estéticas e rituais
de vários grupos indígenas, as miçangas são apreciadas por
sua diversidade de cores, tamanho, formas, qualidades de
brilho e durabilidade. Assim como a pintura corporal e a
ornamentação com dentes, conchas, penas e sementes, o uso
da miçanga está essencialmente ligado à corporalidade,
aspecto central na constituição da identidade entre esses e
outros povos tradicionais.
OS CAMINHOS DA MIÇANGA

• A história das miçangas nos remete a tempos e lugares longínquos. Elas teriam
aparecido na Ásia Ocidental, na região do Cáucaso, na Mesopotâmia e no Egito, em
torno de 2340 A.C. Foi no Egito, em torno de 1350 A.C., onde funcionou a primeira
fábrica, patrocinada pelos faraós. Assim, as contas de vidro se tornaram rapidamente
acessíveis à população com certo poder aquisitivo.

• Os romanos também passaram a produzi-las e as usavam no escambo em regiões por


eles conquistadas, como valiosa moeda de troca. Enquanto a elite do império usava
jóias de materiais preciosos, as contas de vidro eram usadas pelo povo comum, nativos
e imigrantes.
OS CAMINHOS DA MIÇANGA
• Entre 330 e 1400 D.C, existiam diversos centros de produção de miçangas no Norte da
Europa. Na Idade Média, entretanto, a Igreja Católica começou a desestimular a produção de
bijuterias feitas de contas, condenando-as como costume pagão. A retomada das voltas de
contas pela Igreja se dá através do uso do rosário, costume de origem hindu, que ocupa um
lugar central nas religiões orientais, assim como no Islã, tendo sido também rapidamente
incorporado na cristianização do Novo Mundo.

• É na Renascença que acontece o revival das contas de vidro, uma produção voltada para a
exportação. As contas de vidro caíram no gosto dos povos recém-contatados das Américas,
enquanto a corte europeia usava pedras e materiais
preciosos vindos de suas colônias. A técnica de produção de
vidro era desconhecida e, se as miçangas não passavam de
quinquilharias para os europeus, por outro lado, eram vistas
como preciosidades exóticas pelos diferentes povos indígenas,
verdadeiras “pérolas de vidro”. Isso ocorreu também na
África, como podemos ver entre os adornos típicos de tantas
tribos, como no caso abaixo, de etnias semi-nômades do
OS norte do Quênia.

CAMINHOS
DA Atualmente, as miçangas mais cobiçadas são produzidas na
República Tcheca, as famosas jablonex, feitas de vidro e de
MIÇANGA qualidade superior às chinesas. Este processo de
transformação de algo exterior em algo interior, com valor
ritual e uma lógica local e particular, estilisticamente
controlada, que produz uma diversidade de manifestações
estéticas as sociedades. Uma multiplicidade de formas,
desenhos e técnicas, apropriando-se de uma matéria-prima
estrangeira no fazer tradicional.
•Se as miçangas foram
apropriadas pelos povos
indígenas desde os primeiros
contatos com os viajantes,
vemos que hoje ela retorna
para o mundo, na moda e no
design. As miçangas tecem
caminhos entre mundos e
através delas podemos
pensar a relação entre os
mais diferentes povos.
AGORA É SUA VEZ DE
CONTAR A HISTORIA.

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