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FILOSOFIA DA ARTE

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3
2. SIGNIFICADO DE ARTE ...................................................................................... 4
2.1 O que é a História da Arte .............................................................................. 6
2.2 História da Arte no Brasil................................................................................ 8
3. ESTÉTICA OU FILOSOFIA DA ARTE ................................................................ 10
3.1 Filosofia da Arte em Platão .......................................................................... 11
3.2 Filosofia da Arte em Aristóteles .................................................................... 13
3.3 O que é Estética na Filosofia ....................................................................... 13
4. CRÍTICA DE ARTE ............................................................................................. 22
4.1 Crítico de Arte .............................................................................................. 26
4.2 Crítica de Arte no Brasil ............................................................................... 28
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29
1. INTRODUÇÃO

A arte está ligada à estética, porque é considerada uma faculdade ou ato pelo
qual, trabalhando uma matéria, a imagem ou o som, o homem cria beleza ao se
esforçar por dar expressão ao mundo material ou imaterial que o inspira. Na história
da filosofia tentou se definir a arte como intuição, expressão, projeção, sublimação,
evasão, etc. Aristóteles definiu a arte como uma imitação da realidade, mas Bergson
ou Proust a veem como a exacerbação da condição atípica inerente à realidade. Kant
considera que a arte é uma manifestação que produz uma "satisfação
desinteressada".
De acordo com o Romantismo, Vitalismo, Fenomenologia, Marxismo, surgem
também outras e novas interpretações de "arte". A dificuldade de definir arte está na
sua direta relação e dependência com a conjuntura histórica e cultural que a fazem
surgir. Isso acontece porque quando um estilo é criado e estabilizado, ele quebra com
os sistemas e códigos estabelecidos.
A filosofia da arte, ou estética, é uma das disciplinas filosóficas que tem
merecido cada vez mais interesse, sobretudo em países de tradição analítica. Por
isso, é hoje possível encontrar, em língua inglesa, obras de filosofia da arte escritas
com grande rigor e profissionalismo. Rigor e profissionalismo que habitualmente
andam associados a disciplinas mais técnicas como a lógica, a epistemologia ou a
ética. Isso também começa a acontecer com as boas obras de introdução à filosofia
da arte que têm surgido ultimamente. São obras em que os principais problemas,
teorias e argumentos aparecem claramente formulados, discutidos e avaliados.
Crítica de arte diz respeito a análises e juízos de valor emitidos sobre as obras
de arte que, no limite, reconhecem e definem os produtos artísticos como tais. Envolve
interpretação, julgamento, avaliação e gosto. A crítica de arte nesse sentido específico
surge no século XVIII, num ambiente caracterizado pelos salões literários e artísticos,
acompanhando as exposições periódicas, o surgimento de um público e o
desenvolvimento da imprensa.
2. SIGNIFICADO DE ARTE

Figura 1

Fonte: Google

Arte é a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por


artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular esse
interesse de consciência em um ou mais espectadores, e cada obra de arte possui
um significado único e diferente.
A arte está ligada à estética, porque é considerada uma faculdade ou ato pelo
qual, trabalhando uma matéria, a imagem ou o som, o homem cria beleza ao se
esforçar por dar expressão ao mundo material ou imaterial que o inspira. Na história
da filosofia tentou se definir a arte como intuição, expressão, projeção, sublimação,
evasão, etc. Aristóteles definiu a arte como uma imitação da realidade, mas Bergson
ou Proust a veem como a exacerbação da condição atípica inerente à realidade. Kant
considera que a arte é uma manifestação que produz uma "satisfação
desinteressada".
De acordo com o Romantismo, Vitalismo, Fenomenologia, Marxismo, surgem
também outras e novas interpretações de "arte". A dificuldade de definir arte está na
sua direta relação e dependência com a conjuntura histórica e cultural que a fazem
surgir. Isso acontece porque quando um estilo é criado e estabilizado, ele quebra com
os sistemas e códigos estabelecidos.
Arte é um termo que vem do latim, e significa técnica/habilidade. A definição de
arte varia de acordo com a época e a cultura, por ser arte rupestre, artesanato, arte
da ciência, da religião e da tecnologia. Atualmente, arte é usada como a atividade
artística ou o produto da atividade artística. A arte é uma criação humana com valores
estéticos, como beleza, equilíbrio, harmonia, que representam um conjunto de
procedimentos utilizados para realizar obras.
Para os povos primitivos, a arte, a religião e a ciência andavam juntas na figura,
e originalmente a arte poderia ser entendida como o produto ou processo em que o
conhecimento é usado para realizar determinadas habilidades. Para os gregos, havia
a arte de se fazer esculturas, pinturas, sapatos ou navios.
A arte é um reflexo do ser humano e muitas vezes representa a sua condição
social e essência de ser pensante.
Tipo de artes
A arte apresenta-se através de diversas formas como, a plástica, música,
escultura, cinema, teatro, dança, arquitetura etc. Existem várias expressões que
servem para descrever diferentes manifestações de arte, por exemplo: artes plásticas,
artes cênicas, arte gráfica, artes visuais, etc.
Alguns autores (como Hegel e Ricciotto Canudo) e pensadores organizaram as
diferentes artes em uma lista numerada. A inclusão de algumas formas de arte não foi
muito consensual, mas com a evolução da tecnologia, esta é a lista mais comum nos
dias de hoje:

• 1ª Arte - Música;
• 2ª Arte - Dança / Coreografia;
• 3ª Arte - Pintura;
• 4ª Arte - Escultura / Arquitetura;
• 5ª Arte - Teatro;
• 6ª Arte - Literatura;
• 7ª Arte - Cinema;
• 8ª Arte - Fotografia;
• 9ª Arte - Histórias em Quadrinhos;
• 10ª Arte - Jogos de Computador e de Vídeo;
• 11ª Arte - Arte digital.
2.1 O que é a História da Arte

Figura 2

Fonte: Google

História da arte é uma área de estudo que aborda as diversas manifestações


artísticas produzidas pelo homem com o propósito estético ou comunicativo para
expressar ideias, emoções e formas de ver o mundo.
Ela acompanha o desenvolvimento da história da humanidade, se relacionando
com a cultura dos mais variados povos existentes no mundo, buscando compreender
as manifestações que foram e estão sendo realizadas até hoje.
A história da arte, assim como os fatos históricos, ajuda a compor a história das
sociedades. Muitos pesquisadores de diversas áreas tentam desvendar as origens da
humanidade e dentre tantas pesquisas, a conclusão que se obtém é a de que o
aparecimento do homem está diretamente associado ao aparecimento de formas
simbólicas, que ajudam a construir possíveis depoimentos sobre a origem e evolução
do ser humano.
Desta forma, a história da arte geralmente é organizada em períodos que
acompanham o próprio desenvolvimento das civilizações e é um processo contínuo,
que nunca chega ao fim, pois está sendo vivida a cada dia.
Períodos da história da arte
Os períodos equivalem à uma espécie de linha do tempo da história da arte, ou
a uma ordem cronológica do percurso da humanidade. Podemos então encontrar
manifestações artísticas presentes na Pré-História, na Antiguidade e nas Idade Média,
Moderna e no século XX.

Arte na Pré-História
A Pré-História foi o primeiro período da evolução humana a deixar vestígios das
primeiras formas simbólicas da humanidade.
As formas pioneiras de expressão artística desta época são as pinturas
rupestres, onde os homens daquela época deixavam desenhado nas paredes das
cavernas onde viviam, sua forma de viver e ver o mundo e através destas pinturas
rústicas, registrou suas crenças e a maneira como percebia a natureza. Os vários
locais onde foram descobertas estas pinturas são chamados de sítios arqueológicos.
Outros elementos que também revelam a maneira de viver do homem pré-
histórico, e que podem ser considerados importantes vestígios históricos, são as
esculturas e artefatos feitos em osso, pedra ou madeira.

Arte na Antiguidade
Este período foi marcado pela descoberta da escrita e os egípcios foram os
mais influenciados por esta evolução.
A criação de símbolos e sinais hieróglifos são os destaques desta época. Suas
habilidades foram manifestadas através dos túmulos de faraós, estátuas de
divindades, e outros artefatos de seu cotidiano.
Os gregos também desenvolveram a aptidão por meio das pinturas,
monumentos e edificações, que tinham o homem como principal referencial, por ser
considerado o centro da perfeição.

Arte na Idade Média


Este período é marcado pela influência religiosa. Destacam-se as expressões
artísticas celta, gótica e romana.
O povo romano também teve importante destaque para as atividades artísticas
da época, com célebres construções que impactaram a arquitetura e também por meio
da arte paleocristã, que se baseava nos ensinamentos de Cristo e através da Arte
Bizantina.

Arte na Idade Moderna


A Idade Moderna foi marcada por um período de intensa expansão, devido às
descobertas geográficas. As obras artísticas da época fundamentavam-se sobretudo
na natureza. Tiveram grandes destaques:

Renascimento – Ressurgiu a arte greco-romana e destacou-se a pintura.


Barroco – Valorizou sentimentos e emoções. O estilo sofreu influência da
Reforma Protestante e contrarreforma.
Rococó – Fase de valorização dos traços decorativos. O ponto de destaque
era decoração e ornamentação dos ambientes.
Arte na Idade Contemporânea
Também chamado de arte contemporânea, este período foi de grandes
conflitos, como a Revolução Francesa, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial e a
Guerra Fria.
As expressões artísticas da época manifestavam-se através de movimentos
como o neoclassicismo, o romantismo, o realismo e o impressionismo, que
revolucionaram a arte do século XX.

Arte do século XX
Este período é marcado pelo surgimento de grandes tendências artísticas como
o expressionismo, fauvismo, cubismo, futurismo, abstracionismo, dadaísmo e
surrealismo, movimentos que representam muito para o mundo das artes. No decorrer
de cada uma destas expressões, grandes artistas surpreenderam e obras notórias
foram criadas.

2.2 História da Arte no Brasil


Figura 3

Fonte: Google

A história da arte no Brasil surgiu da mistura de outros estilos e tem início desde
o período da Pré-História, com vários sítios arqueológicos espalhados pelo território.
Também se destaca a arte indígena, que é notada desde a época do descobrimento
do Brasil, com expressões artísticas muito características das tribos, como danças,
rituais, objetos, etc.
A chegada dos portugueses e dos europeus também trouxeram com eles
grandes transformações, como o estilo barroco, ligado ao catolicismo.
A pintura acadêmica, também no século XIX, na arte brasileira, retrata a riqueza
clássica, sendo que era refletido um padrão de beleza ideal (padrões propostos pela
Academia de Belas Artes).
Já no início do século XX, presenciamos o Modernismo Brasileiro, marcado
inicialmente pela Semana de Arte Moderna. E, antes disso, o Expressionismo já
começa a chegar ao Brasil e fazer história com Lasar Segall (1891-1957) que contribui
para o Modernismo.
3. ESTÉTICA OU FILOSOFIA DA ARTE

Figura 4

Fonte: Google

Estética ou Filosofia da Arte é uma área da especulação filosófica acerca da


arte e do belo. Nela, surgem questões como: será o juízo estético subjetivo ou
objetivo? Existirá um padrão do gosto? O que é o belo? Será a arte superior ou inferior
à natureza? Qual o papel do artista? Perguntas centrais para uma compreensão,
ainda que breve, da Filosofia da Arte.
Ao longo da história do pensamento filosófico várias foram as concepções
acerca do fazer artístico bem como os filósofos que se propuseram a pensar sobre a
arte e o belo, a título de exemplo: Platão, Aristóteles, Cícero, Hume, Kant, Schelling,
Hegel, dentre tantos outros que com pensamentos ora divergentes ora convergentes
deram valiosíssimas contribuições para pensarmos a arte e a beleza quer seja para
vermos uma obra de arte em um livro ou visitarmos a museus, exposições, mostras,
galerias de arte. A seguir, faremos uma breve incursão no pensamento dois grandes
filósofos gregos que pensaram o status filosófico da criação artística.
Figura 5

Fonte: Google

3.1 Filosofia da Arte em Platão

Figura 6

Fonte: Google
De acordo com Jimenez, para Platão a arte grega assume, na civilização
ateniense, papel eminentemente político e pedagógico. Daí o filósofo grego olhar com
desconfiança a arte e os artistas e elencar uma série de critérios rigorosos a serem
obedecidos, pelos artistas, caso queiram permanecer na “cidade ideal” e não serem
expulsos. Tal expulsão dos poetas é relatada no livro III de A República, a exemplo:
os músicos que preferem o ouvido ao espírito. E isso se justifica haja vista a arte para
Platão, dever refletir o real, não a imitação das paixões e emoções humanas que, a
seu ver, deturpariam o real.
Para Platão, a pintura e a escultura eram as formas mais degradáveis da
mimese (imitação): cópia da cópia de cópia, e assim sucessivamente, de onde nunca
chegaríamos a conhecer a realidade primeira (essência) do real, mas cópias
imperfeitas de cópias.
A representação desse conceito platônico que distingue essência e aparência
no mundo das artes fica evidente na famosa obra do belga René Magritte (1898-
1967) “Isso não é um cachimbo”(Ceci n’est pas une Pipe) em que o artista faz questão
de relembrar a distinção entre a representação pictórica de um cachimbo e o próprio
cachimbo. Indo além, o filósofo Platão distinguiria ainda um outro nível de veracidade
que seria a ideia de cachimbo da qual surgiu o cachimbo instrumento para só depois
dar origem à obra do pintor Magritte. Daí o filósofo entender a pintura como cópia da
cópia de cópia, ou seja, uma simulacro da realidade presente no mundo inteligível.
No limite, O artista, para Platão, não faz nada mais do que duplicar a realidade
sensível já duplicada. Todavia, cumpre ressaltar que o filósofo não quer negar a arte,
pelo contrário, justamente por ver nessa a sua importantíssima função ele estabelece
critérios rigorosos para que os artistas produzam suas artes a serem exibidas na Polis.
Ainda de acordo com Jimenez, em Hípias Maior Sócrates ao interrogar O que
é o belo? Chega à conclusão que não sabe defini-lo em si mesmo, haja vista o belo
em si não pode ser encontrado no mundo sensível, mas habitar o suprassensível. O
belo imanente (sensível) é para Platão um simulacro, cópia debilitada da realidade.
Isso, impõe-nos um problema: como detectar o belo se o que nos é apresentado é
apenas fragmentos frágeis do denominado belo em si presente no mundo
suprassensível? Uma pergunta certamente retórica, mas que pode conduzir a
profundas reflexões sobre a relação do homem contemporâneo com a criação
artística.
3.2 Filosofia da Arte em Aristóteles

Figura 7

Fonte: Google

Aristóteles, contrário ao seu mestre Platão, se coloca resolutamente a favor da


imitação. Não concebe a arte como submissa à Filosofia, nem pretende “expulsar” os
poetas da cidade. No limite, a concepção de arte que Aristóteles terá se dá, guardadas
as devidas proporções, em oposição à de Platão. Todavia, ao contrário do que se
possa pensar, Aristóteles não contribuiu para a autonomia da arte, mas antes
empreendeu, como assinala Jimenez: “a desvalorização secular da criação artística e
da minoração do papel social do artista” (p. 211).
Na Poética, Aristóteles, entende que imitar é legítimo, uma tendência natural a
todos os homens que possibilita-nos construir uma gama muito diversa de significados
a longo da existência. Pela imitação, nos distinguimos dos demais animais e ainda
obtemos diversos conhecimentos desde a infância, a saber: linguagens, as línguas,
os modos de comportamento,etc. Daí o filósofo não ver motivo para desprezar o papel
da imitação no processo de criação artística.

3.3 O que é Estética na Filosofia


Figura 8

Fonte: Google

A Estética, também chamada de Filosofia da Arte, é uma das áreas de


conhecimento da filosofia. Tem sua origem na palavra grega aisthesis, que significa
"apreensão pelos sentidos", "percepção".
É uma forma de conhecer (apreender) o mundo através dos cinco sentidos
(visão, audição, paladar, olfato e tato).
Importante saber que o estudo da estética, tal como é concebido hoje, tem sua
origem na Grécia antiga. Entretanto, desde sua origem, os seres humanos mostram
possuir um cuidado estético em suas produções.
Das pinturas rupestres, e os primeiros registros de atividade humana,
ao design ou à arte contemporânea, a capacidade de avaliar as coisas esteticamente
parece ser uma constante.
Mas, foi por volta de 1750, que o filósofo Alexander Baumgarten (1714-1762)
utilizou e definiu o termo "estética" como sendo uma área do conhecimento obtida
através dos sentidos (conhecimento sensível).
A estética passou a ser entendida, ao lado da lógica, como uma forma
de conhecer pela sensibilidade.
Desde então, a estética se desenvolveu como área de conhecimento. Hoje, é
compreendida como o estudo das formas de arte, dos processos de criação de obras
(de arte) e em suas relações sociais, éticas e políticas.

A Beleza entre os Gregos

Figura 9

Fonte: Google

A filosofia grega, a partir de seu período antropológico, buscou perceber os


motivos pelos quais as atividades humanas possuem um comprometimento com um
valor estético: a beleza.
Desde o início dos tempos, a ideia de beleza e de bem fazer estão interligadas
à produção e transformação da natureza.
Com isso, o filósofo grego Platão (427-347) buscou relacionar a utilidade com
a ideia da beleza. Ele afirmou a existência do "belo em si", uma essência, presente no
"mundo das ideias", responsável por tudo o que é belo.
Muitos dos diálogos platônicos têm como discussão o belo, sobretudo O
Banquete. Nele, Platão se refere ao belo como uma meta a ser alcançada por todo o
tipo de produção.
Entretanto, o filósofo une o belo à sua utilidade e ataca a poesia e o teatro
grego. No pensamento platônico, esse tipo de atividade não possuía utilidade e gerava
confusão acerca dos deuses e dos objetivos das ações humanas.
Detalhe de um vaso grego. Na Grécia antiga, beleza e utilidade estavam
relacionadas.
Figura 10

Fonte: Google

Em seu livro A República, Platão deixa claro que na formulação de sua cidade
ideal, a poesia grega seria afastada da formação dos homens por desvirtuar os
indivíduos.
Em Aristóteles, há a compreensão de arte como técnica destinada à produção.
O filósofo busca definir os termos gregos: práxis (ação), poiesis (criação)
e techné (regras e procedimentos para se produzir algo).
Sendo assim, passa a ser entendido como arte, tudo o que passa por essas
três dimensões, todo o tipo de trabalho e tudo aquilo que produz algo novo.
Entretanto, há uma forte hierarquia entre as artes gregas. As artes da razão,
que trabalham com o intelecto, são entendidas como superiores às artes mecânicas,
que trabalham com as mãos.
O trabalho com as mãos é compreendido como um trabalho menor,
desvalorizado, destinado aos escravos. Cabia ao bom cidadão grego as atividades do
intelecto como a matemática e a filosofia.

A Beleza ao Longo da História da Filosofia


A beleza era entendida pelos gregos em sua objetividade. Essa concepção foi
mantida durante toda a Idade Média e estendida em sua relação com a religião. A
ideia de perfeição e beleza estiveram relacionadas à manifestação da inspiração
divina.
Durante o período, a arte foi utilizada como um instrumento a serviço da fé. Seu
principal objetivo era revelar o poder da Igreja e expandir a religião cristã. A beleza
em si mesma passou a ser relacionada ao pecado.
Com o fim da Idade Média, o Renascimento buscará separar-se da visão
religiosa da beleza. A ideia da beleza passa a se relacionar com a reprodução mais
fiel possível da realidade. O artista passa a assumir o protagonismo, sua qualidade
técnica passa a ser valorizada.
A beleza, entendida em sua objetividade, vai estar relacionada com as
proporções, formas e harmonia das representações da natureza. Essas
características tornam-se expressões matematicamente presentes nas obras de arte.
O Homem Vitruviano (c.1490). A produção de Leonardo da Vinci mostra a
estreita relação entre arte e matemática no período. Na imagem, observam-se
diversas invenções e ao centro, um corpo humano inscrito em figuras geométricas.

Figura 11

Fonte: Google
Definiu-se, então, um campo relativo às sete artes (pintura, escultura,
arquitetura, música, dança, teatro e poesia) ou, belas artes. Essa concepção de arte
se mantém até os dias atuais, apesar de terem surgido novas formas de expressão
artística (fotografia, cinema, design, etc.).
Baumgarten e a Origem da Estética
O filósofo alemão Alexander Baumgarten inaugurou a estética como área de
conhecimento da filosofia. Buscou compreender os modos de reprodução da beleza
pela arte.
Em boa parte, isso se deu pelo fato da arte ter se estabelecido como um ato de
produção que pode estar associada a um valor econômico.
Para atribuir um valor a uma obra é necessária uma compreensão da arte que
vai além do simples gosto. Baumgarten buscou estabelecer regras capazes de julgar
o valor estético da natureza e da produção artística.
As bases definidas pelo filósofo propiciaram que ao longo do tempo a arte fosse
concebida para além de sua relação com a beleza. A arte passa a se relacionar com
outros sentimentos e emoções, que influenciam a identificação do que é belo e de seu
valor.
Kant e o Juízo de Gosto
O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) propôs uma importante mudança no que
diz respeito à compreensão da arte. O filósofo tomou três aspectos indissociáveis que
possibilitam a arte como um todo.
É a partir do pensamento do filósofo que a arte assume o seu papel como
instrumento de comunicação. Para ele, a existência da arte depende de:
• O artista, como gênio criador;
• A obra de arte com sua beleza;
• O público, que recebe e julga a obra.
Kant desenvolve uma ideia de que o gosto não é tão subjetivo como se
imaginava. Para haver gosto, é necessário que haja educação e a formação desse
gosto.
O artista, por sua vez, é compreendido como gênio criador, responsável por
reinterpretar o mundo e alcançar a beleza através da obra de arte.
Seguindo a tradição iluminista, que busca o conhecimento racional como forma
de autonomia, o filósofo retira a ideia do gosto como algo indiscutível. Ele vai contra a
ideia de que cada pessoa possui o seu próprio gosto.
Para Kant, apesar da subjetividade do gosto, há a necessidade de universalizar
o juízo de gosto a partir da adesão de outros sujeitos a um mesmo julgamento.
O filósofo buscou resolver essa questão através da ideia de que para alguma
coisa ser considerada bela, é necessário antes, compreender o que ela realmente é.
Sendo assim, a educação seria responsável pela compreensão da arte e, a partir daí,
a formação do gosto.
A Liberdade Guiando o Povo (1830), EugèneDelacroix. O quadro remonta o
espírito da Revolução Francesa, inspirado pelo Iluminismo e que influenciou as artes,
a política e a filosofia.

Figura 12

Fonte: Google
O juízo de gosto une a universalidade da apreciação da beleza às
singularidades e particularidades do artista, da obra e do público.

Escola de Frankfurt
Um importante ponto de mudança no estudo da estética foi introduzido por uma
série de pensadores da Universidade de Frankfurt, na Alemanha.
Dentre esses pensadores destacam-se Walter Benjamin, Theodor Adorno e
Max Horkheimer, que influenciados pelo pensamento de Karl Marx, tecem duras
crítica ao capitalismo e seu modo de produção.
A partir desse pensamento, Walter Benjamin (1892-1940) publica uma
importante obra chamada A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade
Técnica (1936).
Nela, o filósofo afirma que a possibilidade de reproduzir obras de arte faria com
que ela perdesse sua "aura" de originalidade, unicidade e de exclusividade das
aristocracias.
Essa mudança poderia permitir o acesso à obra de arte pela classe
trabalhadora, que antes estaria completamente excluída.
Por outro lado, dentro do sistema capitalista, a reprodução técnica da arte
centraria seus esforços no lucro gerado pela distribuição massiva de reproduções. O
valor da obra é transportado para sua capacidade de ser reproduzida e consumida.
Benjamin chama a atenção para o apelo à exposição e fala sobre uma nova
forma de cultura que busca reproduzir a estética da arte. A política e a guerra, por
exemplo, passam a suscitar emoções, e paixões, que antes eram próprias da arte,
através da propaganda e dos espetáculos de massa.
Esse tipo de força estética pode ser observado na propaganda, nas paradas
militares e nos discursos que continham uma multidão de pessoas presentes
realizados pelo partido nazista.
Folheto de propaganda da Exposição “Arte degenerada” em 1938. Nela,
nazistas ridicularizavam a arte moderna e expunham concepções estéticas proibidas.

Figura 13
Fonte: Google

Com o fim da segunda guerra mundial, o nazismo foi derrotado, mas sua forma
de propaganda e a massificação de elementos estéticos permaneceu e desenvolveu-
se na chamada indústria cultural.
A Estética nos dias de Hoje
A estética, desde sua relação com o belo entre os gregos, sua definição como
área do conhecimento por Baumgarten, até os dias de hoje, vem se transformando e
buscando compreender os principais fatores que levam os indivíduos a possuírem um
"pensamento estético".
A filosofia e a arte encontram-se na estética. Muitos são os pensadores que,
ao longo do tempo, fizeram essa união como modo de compreender uma das
principais áreas de conhecimento e atividade humana.
Hoje em dia, boa parte das teorias estéticas são produzidas, também, por
artistas que visam unir a prática e a teoria na produção do conhecimento.
É o caso de Ariano Suassuna (1927-2014), dramaturgo, poeta e teórico da
estética. No vídeo abaixo, ele fala do valor da arte popular e sua relação com a
dominação cultural.
4. CRÍTICA DE ARTE

Figura 14

Fonte: Google

Em sentido estrito, a noção de crítica de arte diz respeito a análises e juízos de


valor emitidos sobre as obras de arte que, no limite, reconhecem e definem os
produtos artísticos como tais. Envolve interpretação, julgamento, avaliação e gosto. A
crítica de arte nesse sentido específico surge no século XVIII, num ambiente
caracterizado pelos salões literários e artísticos, acompanhando as exposições
periódicas, o surgimento de um público e o desenvolvimento da imprensa. Os escritos
de Denis Diderot (1713-1784) exemplificam o feitio da crítica de arte especializada,
que se ancora em formulações teórico-filosóficas, mas traz a marca do comentário
feito no calor da hora sobre a produção que se apresenta aos olhos do espectador.
Nesse momento, observam-se as primeiras tentativas de distinguir mais nitidamente
crítica de arte e história da arte, que aparecem como domínios distintos: o historiador
voltado para a arte do passado e o crítico comprometido com a análise da produção
do seu tempo. A despeito desse esforço em marcar diferenças, as dificuldades em
estabelecer limites claros entre os dois campos se mantêm até hoje. Embora distintos,
os campos da história e da crítica de arte encontram-se imbricados; afinal o juízo
crítico é sempre histórico, na medida em que dialoga com o tempo, e a reconstituição
histórica, inseparável dos pontos de vista que impõem escolhas e princípios. As
meditações sobre o belo, no domínio da estética, alimentam as formulações da crítica
e da história da arte.
Numa acepção mais geral, escritos que se ocupam da arte e dos artistas são
incluídos na categoria crítica de arte, como é possível observar nos dicionários e
enciclopédias dedicados às artes visuais. A história da arte compreende a história da
crítica, dos estudos e tratados que emitem diretrizes teóricas, históricas e críticas
sobre os produtos artísticos. Os primeiros escritos sobre arte remetem à Antigüidade
grega. Biografias de artistas (como as escritas por DuridediSamo, século IV a.C.),
tratados técnicos sobre escultura e pintura, de SenocratediSicione e
AntigonodiCaristo, século III a.C., aos quais se junta, na época romana, o tratado de
arquitetura de Vitrúvio, De Architectura, e "guias" artísticos (como o escrito por
Pausaniam, século II a.C.) estão entre os primeiros textos dedicados à arte. Nesse
contexto, o pensamento estético de Platão e Aristóteles levanta problemas
fundamentais sobre o fazer artístico: a questão da fantasia (ou imaginação criadora),
do prazer estético, do belo e da imitação da natureza (mimesis).
O período medieval não oferece uma teoria da arte ou crítica de arte
sistemática, dominam as meditações de ordem teológica, as formulações técnicas e
os repertórios iconográficos, com a indicação de exemplos a seres copiados. Na Itália
florentina do século XIV, as condições econômico-sociais renovadas se exprimem em
um ambiente artístico mais rico e em escritos sobre arte originais.
Filippo Villani escreve um livro em homenagem a sua Florença natal, 1381-
1382, em que destaca a vida de artistas da Antigüidade. CeninoCennini (ca.1370-
ca.1440), com descrições detalhadas da pintura a têmpera e do afresco, abre
possibilidades para análises do material artístico. A época renascentista traz
interpretações científicas da natureza, apoiadas na matemática e na geometria. Leon
Battista Alberti (1404-1472) e Leonardo da Vinci (1452-1519) são os principais
teóricos do período, notáveis pelas tentativas de conferir fundamento teórico e base
científica às obras. Também se esboçam histórias da arte construídas pelo filão da
vida de artista, como Comentários, de Lorenzo Ghiberti (ca.1381-1455), e As Vidas
dos mais Excelentes Pintores, Escultores e Arquitetos, de Giorgio Vasari(1511-1574),
que se tornam modelares para a produção de Andréa Palladio (1508-1580).
O surgimento das academias de arte coincide com a crise dos ideais
renascentistas expressa no maneirismo - teorizado por Giovanni Pietro Bellori (1613-
1696) e Luigi Lanzi (1732-1810) - e marca uma mudança radical no status do artista,
personificada por Michelangelo Buonarroti (1475-1564). Não mais artesãos das
guildas e corporações, os artistas são considerados a partir de então teóricos e
intelectuais, o que altera o caráter dos escritos sobre arte.
As novas instituições têm papel fundamental no controle da atividade artística
e na fixação de padrões de gosto. Na academia francesa, fundada em 1648, observa-
se uma associação mais nítida entre o órgão e uma doutrina particular, com base
no classicismo e na obra do pintor francês Nicolas Poussin (1594-1665).
Controvérsias têm lugar no interior das academias, por exemplo, aquela que envolve
Roger de Piles (1635-1709), admirador de Rubens (1577-1640), contra os defensores
de Poussin.
Nos séculos XVIII, apogeu das academias, e XIX, os teóricos
do neoclassicismo Anton Raphael Mengs (1728-1779) e, sobretudo, Joachim Johann
Winckelmann (1717-1768) rompem definitivamente com o modelo fornecido pela "vida
de artista", apoiando suas interpretações em testemunhos históricos e no esforço de
compreensão da linguagem artística propriamente dita. Tanto o clássico quanto o
romântico são teorizados entre a metade do século XVIII e meados do século XIX. O
contexto em que as novas idéias se enraízam é praticamente o mesmo: as
contradições ensejadas pela Revolução Industrial e Revolução Francesa.
O romantismo é sistematizado histórica e criticamente pelo grupo reunido com
os irmãos Schlegel na Alemanha, a partir de 1797, ao qual se ligam Novalis, Tieck,
Schelling e outros. A filosofia de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) está na base
das formulações românticas alemãs e tem forte impacto no pré-romantismo
do sturmunddrang [tempestade e ímpeto].
O século XIX assiste à expansão das exposições de arte e à ampliação do
campo de atuação do crítico. Vale lembrar que os pintores, estão envolvidos no debate
crítico com suas obras e escritos, por exemplo, EugèneDelacroix (1798-1863) e suas
considerações sobre o romântico, e Gustave Courbet (1819-1877), responsável pelo
estabelecimento de um padrão de arte realista. A partir daí, os literatos passam a
ocupar papel de ponta nas discussões sobre arte em geral, entre eles Stendhal (1783-
1842), os irmãos Edmond Goncourt (1822-1896) e Jules Goncourt (1830-1870) e
Émile Zola (1840-1902), o crítico do impressionismo.
Mesmo nos movimentos de vanguarda dos primeiros decênios do século XX,
escritores e poetas mantêm suas posições de críticos de arte atuantes - Apollinaire
(1880-1918), cujas formulações são fundamentais para o cubismo, e André Breton,
escritor e teórico do surrealismo. A crítica de Charles Baudelaire (1821-1867), em
especial seu célebre ensaio O Pintor da Vida Moderna, sobre ConstantinGuys (1805-
1892), mostra-se fundamental para a definição de arte moderna e da própria idéia de
modernidade. O moderno, declara Baudelaire, não se define pelo tempo presente -
nem toda a arte do período moderno é moderna -, mas por uma nova atitude e
consciência da modernidade.
Acompanhar a história da crítica de arte no século XX obriga à consideração
detida de diversas perspectivas teórico-metodológicas, que informam tanto a crítica
propriamente dita quanto a história da arte, assim como o levantamento da crítica mais
militante, veiculada pelos jornais e revistas especializadas.
No Brasil, o surgimento da crítica de arte liga-se à criação da Academia Imperial
de Belas Artes (Aiba), no Rio de Janeiro, em 1826, que inaugura o ensino artístico
formal no país. Seu primeiro representante é o pintor, crítico e historiador de
arte Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879), que a dirige entre 1854 a 1857.
Porto-Alegre confere importância destacada à pintura de paisagem que deveria,
segundo ele, sair da cópia de estampas e dos quadros da pinacoteca e voltar-se para
o registro da natureza nacional, no entanto ele defende o estabelecimento de uma
tradição de pintura histórica brasileira.
4.1 Crítico de Arte

O crítico de arte atua no grupo social no sentido de executar um estudo


pormenorizado e crítico da criação artística em pauta no período em que ele exerce o
seu ofício. As pesquisas em torno da produção de artistas mais antigos pertencem a
outro universo, o da História da Arte.
Em uma visão panorâmica, os textos que abrangem a arte e seus criadores são
enquadrados na esfera da crítica de arte, conforme consta na bibliografia referente a
esta categoria do conhecimento. Na acepção literal a crítica das artes visuais está
relacionada à ação de determinar o significado preciso das obras criadas pelos artistas
e aos juízos de valor expressos sobre as mesmas. Esta prática identifica as criações
destes artífices como resultantes de elaborações artísticas.

Figura 15

Fonte: Google

O crítico dá sentido, emite pareceres, analisa e manifesta seu gosto pelo


produto do ofício criador. Normalmente ele opina sobre as obras em importantes
canais da mídia ou nos veículos especializados no tema. É muito comum a ligação
destas críticas com os grupos social e economicamente mais elevados,
particularmente no mundo ocidental. Talvez por esta razão ela seja geralmente
rotulada de retrógrada, embora seu papel principal seja o de atuar como um poder
revolucionário.
A crítica nasceu por volta do século XVIII, tendo como cenários os salões
literários e artísticos. Ela também pontuava em meio a mostras regulares e se
desenvolvia paralelamente ao crescimento dos consumidores de arte e da própria
mídia. É mais ou menos nessa ocasião que se tenta inicialmente diferenciar com
clareza a crítica e a história da arte.
Um campo pertence ao historiador, profissional que se volta para épocas
passadas; o outro está ao alcance do crítico de arte, o qual se preocupa em avaliar as
obras que lhe são contemporâneas. Apesar de tudo, ainda é difícil fixar fronteiras
nítidas entre as duas esferas de atuação, pois ambas estão inevitavelmente
entrelaçadas. As reflexões sobre o belo, no campo estético, nutrem tanto as
concepções críticas quanto as investigações da história da arte.
Em nosso país o despertar da crítica de arte está vinculado à instituição da
Academia Imperial das Belas Artes, a Aiba, no Rio de Janeiro, em 1826. Este evento
introduz a aprendizagem do estilo artístico oficial no Brasil. Seu primeiro destaque é o
pintor, crítico e historiador de arte Manuel de Araújo Porto-Alegre, o qual esteve à
frente da instituição entre 1854 e 1857.
A crítica tem quase sempre um caráter polêmico, e dificilmente alcança a
unanimidade. Geralmente o parecer do crítico destoa da opinião formada pelo público,
e às vezes cria-se um mal-estar entre esta atividade analítica e a do artista.
Com o que se preocupa o crítico de arte
Algumas questões bem simples podem facilitar a compreensão acerca de uma
determinada obra de arte, sendo elas também utilizadas no trabalho dos críticos de
pintura, teatro, cinema, obras de arte, inspiradas em diferentes movimentos artísticos
e assim por diante.
São eles:
• Quem foi o artista responsável por essa obra de arte?
• De quando data a obra e o que ela tem a ver com o contexto atual da história
da arte?
• Existem fatores históricos que a circundam? Por quê?
• Nesse momento, qual o cenário que imperava?
• Quais são as influências pelas quais o artista se baseou para criação da obra?

Quando surgiu a crítica


A crítica surgiu logo com o início do século XVIII, em um cenário que dava
destaque para os salões artísticos e literários.
Dessa forma, a crítica se especializou para atender exposições periódicas,
criando o seu público alvo em meio ao cenário midiático e o consumo cada vez mais
alto das artes, principalmente no eixo-europeu.
O campo da arte ficou então dividido entre o estudo da história da arte, marcado
principalmente pelos historiadores e antropólogos e com o estudo da arte
contemporânea, ou seja, a avaliação do que é produzido agora. Mesmo assim não é
certo criar uma barreira entre os dois campos de atuação, uma vez que eles acabam
se entrelaçando de uma maneira ou de outra.

4.2 Crítica de Arte no Brasil

Figura 16

Fonte: Google

No Brasil, o despertar desse interesse foi em 1826, na famosa Academia


Imperial das Belas Artes, localizada no Rio de Janeiro. O local foi o primeiro a
introduzir o ensinamento específico sobre o estilo artístico que é produzido em nosso
território, o que alcançou os primeiros interessados na crítica de arte.
Certamente o primeiro nome que nos vem à cabeça no que se refere à atuação
crítica no setor artístico é o de Manuel de Araújo Porto-Alegre, historiador da arte e
pintor que posteriormente também se especializou na crítica.
Podemos concluir que a crítica de arte é sempre dotada de aspectos polêmicos,
o que faz com que dificilmente chegue a uma resposta conclusiva e unanime. Um
determinado crítico pode se identificar com uma obra, enquanto outro pode
simplesmente não encontrar referências que a tornem positiva.
É muito comum também que a opinião dos críticos de arte esteja bem distante
daquelas formadas pelo público que o consome. Muitas vezes também se instaura um
“mal-estar” entre a atividade do artista e a análise realizada acerca de sua obra,
mesmo que a crítica esteja sempre voltada para o objeto da arte e não diretamente
para o seu autor.
No Brasil, a crítica profissional visa principalmente criar uma referência para o
público, deixando de lado os estereótipos de que o crítico deve diminuir a grandeza
da obra ou criar defeitos para ela. Alguns nomes que merecem destaque são: Angelo
Agostini, Daniel Piza, Ferreira Gullar, Sérgio Milliet, Ronaldo Brito, Pardal Mallet, Mário
Schenberg e outros.

REFERÊNCIAS
JIMENEZ, Marc. O que é estética?Marc Jimenez; tradução Fulvia M. L. Moretto. São
Leopoldo, RS: Ed. UNISINOS, 1999.

ARGAN, Giulio Carlo & FAGIOLO, Maurizio. Guida a lastoriadell'arte. Firenze,


Sansoni, 1974, 190 pp.

CHILVERS, Ian (org.). Dicionário Oxford de arte. Tradução Marcelo Brandão Cipolla.
2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

GRASSI, Luigi & PEPE, MARIO. Dizionariodella critica d'arte, vol.1. Torino, UTET,
1978, 288 pp., ilp&b, color.

LA NUOVA ENCICLOPEDIA DELL'ARTE GARZANTI. Milão: Garzanti Editore, 1986.


1112p. il. p&b, color.

VENTURI, Lionello. Storiadella critica d'arte. 7.ed.PrefazioneNelloPonente.Torino:


Piccola Biblioteca Einaudi, 1964, 388 pp.

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