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CULTURA E ESTÉTICAS CONTEMPORÂNEAS

FACUMINAS

A história do Instituto FACUMINAS, inicia com a realização do sonho de


um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para
cursos de Graduação e Pós-Graduação.Com isso foi criado a FACUMINAS,
como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.
A FACUMINAS tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas
de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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SUMÁRIO

Cultura e Estéticas Contemporâneas ................................................................................ 4

1 - Estética ........................................................................................................................ 4

1.1 - Na Antiguidade ........................................................................................................ 4

1.2 - Grécia Antiga ........................................................................................................... 5

1.3 - Modernidade - Filosofia do belo na arte .................................................................. 7

Notas ............................................................................................................................... 11

2 - Estética e Filosofia da Arte ....................................................................................... 11

3 - Conceito de belo e feio na arte .................................................................................. 14

4 - Estética da guerra ...................................................................................................... 16

5 - Estética Pós-Moderna/Contemporânea ..................................................................... 19

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 21

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Cultura e Estéticas Contemporâneas

Caro aluno nessa disciplina você terá contato com o conceito de estética e sua
inserção na cultura humana. Leia a apostila abaixo sugerida e o texto do link e bons
estudos.
Disponível em:
https://jucienebertoldo.files.wordpress.com/2013/01/apostila-de-artes-visuais.pdf
- Apostila de Garcia Júnior

1 - Estética

Do grego aisthésis: percepção, sensação, sensibilidade, é um ramo


da filosofia que tem por objetivo o estudo da natureza da beleza e dos fundamentos
da arte. Ela estuda o julgamento e a percepção do que é considerado beleza, a produção
das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como: as diferentes formas de arte e
da técnica artística; a ideia de obra de arte e de criação; a relação entre matérias e formas
nas artes. Por outro lado, a estética também pode ocupar-se do sublime, ou da privação
da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até mesmo ridículo.

1.1 - Na Antiguidade

Para Aristóteles e Platão, a estética era estudada e fundida com a lógica e a ética.
O belo, o bom e o verdadeiro formavam uma unidade com a obra. A essência do belo
seria alcançada identificando-o com o bom, tendo em conta os valores morais.[2] Na Idade
Média surgiu a intenção de estudar a estética independente de outros ramos filosóficos.
No âmbito do Belo, dois aspectos fundamentais podem ser particularmente destacados:
 a estética iniciou-se como teoria que se tornava ciência normativa às custas
da lógica e da moral - os valores humanos fundamentais: o verdadeiro, o bom, o
belo. Centrava em certo tipo de julgamento de valor que enunciaria as normas
gerais do belo (ver cânone estético);

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 a estética assumiu características também de uma metafísica do belo, que se
esforçava para desvendar a fonte original de todas as belezas sensíveis: reflexo do
inteligível na matéria (Platão), manifestação sensível da ideia (Hegel), o belo
natural e o belo arbitrário (humano), etc.
Mas este caráter metafísico e consequentemente dogmático da estética
transformou-se posteriormente em uma filosofia da arte, onde se procura descobrir as
regras da arte na própria ação criadora (Poética) e em sua recepção, sob o risco de impor
construções a priori sobre o que é o belo. Neste caso, a filosofia da arte se tornou uma
reflexão sobre os procedimentos técnicos elaborados pelo homem, e sobre as condições
sociais que fazem um certo tipo de ação ser considerada artística.
Para além da obra já referida de Baumgarten - infelizmente não editada em
português -, são importantes as obras Hípias Maior, O Banquete e Fedro, de Platão,
a Poética, de Aristóteles, a Crítica da Faculdade do Juízo, de Kant e Cursos de Estética
de Hegel.

1.2 - Grécia Antiga

Sócrates
Sócrates, um dos mais notórios pensadores gregos, foi um dos primeiros a refletir
sobre as questões da estética. Nos diálogos de Sócrates com Hípias, há uma refutação dos

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conceitos tradicionalmente atribuídos ao belo, ele não irá definir o que é belo julgando-
se incapaz de explicar o belo em si.
Platão entendeu que os objetos incorporavam uma proporção, harmonia, e união,
buscou entender estes critérios. O belo para Platão estava no plano do ideal, mais
propriamente a ideia do belo em si era colocada por ele como absoluto e eterno, não
dependeria dos objetos, ou seja, da materialidade, era a própria ideia de perfeição, estava
plenamente completo, restando ao mundo sensível apenas a imitação ou a cópia desta
beleza perfeita.
Platão dissociava o belo do mundo sensível, sua existência ficava confinada ao
mundo das ideias, associando-se ao bem, a verdade, ao imutável e a perfeição.
Para Platão somente a partir do ideal de beleza suprema é que seria possível emitir
um juízo estético, portanto definir o que era ou não belo, ou o que conteria maior ou
menor beleza. Por estar fora do mundo sensível o belo platoniano está separado também
da intromissão do julgamento humano cujo estado é passivo diante do belo. Ele
estabelecia uma união inseparável entre o belo, a beleza, o amor e o saber.
O belo em Platão serviria para conduzir o homem à perfeição, ao qual restaria a
cópia fiel e a simulação, estas concepções filosóficas vão permear a arte grega e ocidental
por um longo período, até o século XVIII, com momentos históricos de maior ou menor
ênfase no fazer artístico.

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Aristóteles - O estagirita

1.3 - Modernidade - Filosofia do belo na arte

Foi a designação aplicada a partir do século XVIII, por Baumgarten, à ciência


filosófica que compreendeu o estudo das obras de arte e o conhecimento dos aspectos
da realidade sensorial classificáveis em termos de belo ou feio.
Os conceitos do belo seguem o rumo da apreciação, da fruição e da busca pelo
juízo universal, pela verdade última de sua definição. A revolução francesa traz novos
ares ao mundo, e o engatinhar da revolução industrial traz novas luzes ao pensamento
humano. Vários filósofos se preocuparam com o belo durante este período, entre eles cita-
se Hume e Burke, que deixaram, cada um contribuições valiosas na tentativa de definição
dos conceitos e parâmetros do belo, mas nenhum foi tão importante quanto Kant, cuja
contribuição foi decisiva nas tentativas de explicação do belo.

Immanuel Kant

A maioria dos autores das teorias estéticas tomam Kant como referencial principal
em suas obras: após Kant apresentar suas teorias, nenhum outro filósofo depois dele
deixou de o citar - refutando ou concordando, todos o mencionam. Os conceitos sobre o
belo elaborados por Kant transformaram em definitivo o juízo estético. Kant irá mudar as

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bases do juízo estético ocidental que até ele vinculavam as obras de arte e a beleza natural
ao sobrenatural. A beleza até então era algo que a razão não poderia compreender, a arte
era quem transpunha o incognoscível absoluto e pelos símbolos trazia o ideal para o real.
O que tornava a arte apreciável até então era o prazer do deleite com o belo, a influência
moral que exercia sobre natureza humana.
Para Kant, o juízo estético é oriundo do sentimento e funciona no ser
humano como intermediário entre a razão e o intelecto. A função da razão é prática já
função do intelecto é elaborar teorias sobre os fenômenos. Os fenômenos que são
percebidos pelos sentidos através da intuição, transformam-se em algo compreensível o
que permitiria a emissão de um juízo estético. Tal juízo não conduziria a um
conhecimento intrínseco do objeto, portanto não teria um valor cognitivo, nem tampouco
seria um juízo sobre a perfeição do objeto ou fenômeno, sendo correto independentemente
dos conceitos ou das sensações produzidas pelos objetos.
Os sentimentos de prazer e desprazer em Kant estão ligados as sensações estéticas
e pertencem ao sujeito, são estes sentimentos subjetivos, não lógicos que emitem o
conceito do belo, são eles que formam o juízo do gosto. A percepção de um objeto ou
fenômeno que instiga a sensação de prazer provoca a fruição ou gozo e a essas sensações
damos os nomes de belo, bonito e beleza. A questão do belo seria então algo subjetivo, e
por ser subjetivo é livremente atribuído, sem parâmetro, fundado na “norma pessoal”. São
os sentimentos oriundos das sensações agradáveis que emitem o juízo do belo, induzindo
o desejo de permanecer usufruindo tais sensações. O interesse imediato diante das
sensações prazerosas é a continuidade.
Kant afirmava ser impossível encontrar regras teóricas para a construção de belos
objetos. E é impossível porque, quando julgam que um objeto se inclui em certo princípio
geral ou se conforma com esta ou aquela regra, estão fazendo um juízo intelectual dessa
ordem, não podendo “inferir que ele é belo”. A beleza não dependeria de provas
intelectivas, mas sim do senso de prazer gerado. O prazer é a ligação principal
que Kant faz com o belo, por ser um prazer subjetivo, ele é desprovido do sentido de

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conhecimento, não está vinculado à realidade de um objeto ou fenômeno, o prazer que o
belo proporciona vem apenas das representações sensivelmente apreendidas.

Georg Hegel
Hegel foi outro grande filósofo que, após Kant, dedicou-se ao estudo do belo.
Hegel parece concordar de certa maneira com Platão, ao abordar a questão do ideal e do
belo. Sobre a beleza Hegel diz que “a beleza só pode se exprimir na forma, porque ela só
é manifestação exterior através do idealismo objetivo do ser vivente e se oferece à nossa
intuição e contemplação sensíveis”
Uma profunda análise sobre o ideal é um dos focos de Hegel, ao ideal ele atribui
todos os conceitos morais e espirituais, pertencentes à natureza humana que são
transfigurado pelo imaginário em formas atribuídas a deuses ou seres superiores a si
mesmo, tal ideal segundo ele seria uma tentativa de transpor a realidade dura e cruel da
vida cotidiana e ao mesmo tempo projetar para si mesmo exemplos a serem seguidos. A
beleza funciona para Hegel como a expressão máxima do Ideal. O ideal clássico “só
representa o modo de ser do espírito, o que nele há de sublime funde-se na beleza, é
diretamente transformado em beleza”.
Para Hegel o belo é algo espiritual, para definir o belo como algo espiritual, parte
da premissa da inexistência material do belo, colocando-o na categoria de conceito sem

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realidade física, portanto, pertencente ao plano espiritual, ao plano da imaginação do
sujeito.
Hegel definiu a estética como a ciência que estuda o belo, conferindo a estética à
categoria de ciência filosófica. Sua análise do belo é basicamente em cima do belo
artístico, relegando o belo natural a um segundo plano. “para justificar esta exclusão,
poderíamos dizer que a toda a ciência cabe o direito de se definir como queira”. Uma
análise detalhada das diferenças do belo artístico e do belo natural, foi feita por Hegel,
privilegiando o belo artístico por considerá-lo superior, tecendo explicações sobre tal
superioridade.
Hegel vai tomar como base o belo em si, e deixa de lado os objetos belos, que
segundo ele são tidos como belos por motivos diversos. “Não nos perturbam, portanto, as
oposições entre os objetos qualificados de belos: estas oposições são afastadas,
suprimidas(…). Nós começamos pelo belo como tal”. Acaba por determinar que “só é
belo o que possui expressão artística”.[3]

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Notas

Abbagnano, Nicola. Diccionário de Filosofia. Ciudad del México, Fondo de Cultura


Económica. 1966 p. 452a

Bayer, Raymond, História da Estética. Lisboa: Editorial Estampa, Tradução: José


Saramago, 1995, pág. 27.

HEGEL, George W. F. Curso de estética: o belo na arte. São Paulo: Martins Fontes,
1996.

2 - Estética e Filosofia da Arte

Disponível em:
http://www.lusosofia.net/textos/20111019-estetica_e_filosofia.pdf - Texto do
Congresso de Estética e Arte em Portugal, 1995
Atualmente, o termo “Estética” é considerado pelo senso comum como algo
meramente referente à beleza corporal e à forma. “Centro de estética e beleza”, “cuidados
com a estética”, “estética facial” e “estética corporal” são algumas expressões usadas e
não apresentam o caráter filosófico próprio do termo, visto muitas vezes como dissociado
de uma ciência.
A Estética é o campo da Filosofia que reflete e permite a compreensão do mundo
pelo seu aspecto sensível. Segundo as Diretrizes Curriculares Orientadoras para a
Educação Básica do Estado do Paraná,
“A atitude problematizadora e investigativa, característica da Filosofia, volta-se
também para a realidade sensível. Compreender a sensibilidade, a representação criativa,
a apreensão intuitiva do mundo concreto e a forma como elas determinam as relações do
homem com o mundo e consigo mesmo, é objeto do conteúdo estruturante Estética”.
(PARANÁ, 2008, p. 59)
O ser humano, desde a antiguidade, se volta para as questões estéticas e de
percepção sensorial, além de atribuir valor às produções humanas, o que inclui a arte. A
arte é o meio pelo qual o homem expressa um conceito e se manifesta, desde os

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primórdios até a atualidade. Os alunos fazem parte de um mundo constituído, sendo
necessária a reflexão tanto sobre a arte em si quanto às questões relacionadas à Estética.
Voltada principalmente para a beleza e à arte, a Estética está intimamente ligada
à realidade e às pretensões humanas de dominar, moldar, representar, reproduzir,
completar, alterar, apropriar-se do mundo como realidade humanizada. Na
contemporaneidade, a Estética nos conduz para além do império da técnica, das máquinas
e da arte como produto comercial, ou do belo como conceito acessível para poucos, na
busca de espaço de reflexão, pensamento, representação e contemplação do mundo.
Aos estudantes do Ensino Médio, a Estética possibilita compreender a apreensão
da realidade pela sensibilidade, perceber que o conhecimento não é apenas resultado da
atividade intelectual, mas também da imaginação, da intuição e da fruição, que
contribuem para constituir sujeitos críticos e criativos. (PARANÁ, 2008, p. 59)
Exposto isso, é sabido que a divisão curricular se dá por meio dos Conteúdos
Estruturantes, podendo ser entendidos como conhecimentos que estão na base de uma
disciplina. Na disciplina de Filosofia, o conteúdo estruturante Estética propõe a reflexão
sobre a arte, a beleza e as percepções sensoriais no âmbito da disciplina. Sua importância
recai sobre a reflexão acerca da produção humana e o desenvolvimento da sensibilidade.
A abordagem do conteúdo estruturante Estética, segundo as DCE,
“(...) pode começar, por exemplo, pela exibição de um filme ou de uma imagem, da leitura
de um texto jornalístico ou literário ou da audição de uma música. São inúmeras as
possibilidades de atividades conduzidas pelo professor para instigar e motivar possíveis
relações entre o cotidiano do estudante e o conteúdo filosófico a ser desenvolvido. A isso
se denomina, nestas Diretrizes, mobilização para o conhecimento”. (PARANÁ, 2008, p.
60).
Cabe ressaltar que o ensino de Filosofia não é em vão, sem fundamentação. Fazer
a abordagem das questões relacionadas à Estética por meio de recursos variados não
minimiza o rigor da disciplina. Não se deve esquecer que

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“A Filosofia se apresenta como conteúdo filosófico e como exercício que
possibilita ao estudante desenvolver o próprio pensamento. O ensino de Filosofia é um
espaço para análise e criação de conceitos, que une a Filosofia e o filosofar como
atividades indissociáveis que dão vida ao ensino dessa disciplina juntamente com o
exercício da leitura e da escrita”. (PARANÁ, 2008, p. 50).
A filosofia e o filosofar pressupõem a leitura dos textos clássicos que possibilitem
a compreensão e a reflexão sobre o conteúdo. Aliado a este trabalho, pode-se conciliar à
leitura de textos o uso de diversos recursos, não apenas para mobilizar, mas também no
auxílio à compreensão de conceitos. Por estarmos lidando com produções sensíveis como
conteúdo, o uso do recurso é fundamental neste momento.
Os recursos podem ser utilizados para mobilizar, ilustrar ou explicar as questões
abordadas nos textos sobre Estética e Filosofia da Arte. Seu uso é abrangente e possibilita
diversos trabalhos com vistas à atividade reflexiva proporcionada pela leitura de textos.
Ainda de acordo com as Diretrizes,
“É preciso que o Professor tenha uma ação consciente para não praticar uma
leitura em que o texto seja um fim em si mesmo. O domínio do texto é necessário. O
problema está no formalismo e no tecnicismo estrutural da leitura, que desconsidera,
quando não descarta, a necessidade da compreensão do contexto histórico, social e
político da sua produção, como também da sua própria leitura”. (PARANÁ, 2008, p. 53).
Este cuidado com a leitura do texto, aliado ao uso de recursos, permite um trabalho
mais significativo com a Estética nas aulas de Filosofia. O professor pode viabilizar a
mobilização para a reflexão e compreensão de temas filosóficos. Nas aulas, os recursos
tornam-se ferramentas que auxiliam o despertar da atividade crítica que, trabalhados com
o rigor próprio da Filosofia, colaboram na formação.
Na proposta pelo uso de recursos nas aulas de Estética, como filmes, por exemplo,
espera-se que o professor conduza o estudante ao desenvolvimento de um raciocínio mais
crítico e reflexivo. Por meio desse processo o estudante poderá compreender melhor

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conceitos e temas recorrentes da Filosofia, essenciais para o trabalho com o conteúdo
estruturante Estética.
Diante do exposto, a abordagem do conteúdo estruturante Estética e, pensando no
seu estudo em sala de aula, o uso de recursos nestas aulas mostra-se como um tema de
relevância para ser proposto e trabalhado pela Diretoria de Tecnologia Educacional da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR), por meio da equipe técnica do
Portal Dia a Dia Educação, em parceria com o Departamento de Educação Básica.

3 - Conceito de belo e feio na arte

Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=7I38FsaoQOc
Considerado indigno de ser objeto de análise teórica, o feio era excluído do
domínio estético, por um lado, devido à limitação deste domínio ao belo e, por outro, à
definição, herdeira da tradição metafísica, do feio como negativo do belo. No séc. XX,
com o alargamento do conceito de Arte, esta passou a ser reflexiva e a incluir em si o feio
como forma de colocar em questão os seus próprios fundamentos. Se anteriormente era
apenas tolerado na arte quando o tratamento estético anulava o seu caráter, o Feio passou,
então, a ser integrado precisamente devido ao seu caráter repulsivo. Neste contexto,
pareceu-nos evidente que a dicotomia belo/feio – da qual decorre a ideia do feio como
mero negativo fantasmagórico do belo –, se mostrava inadequada para analisar as obras
de arte contemporâneas. Assim, procuramos fundamentar filosoficamente o conceito do
feio.
A associação entre o belo e o bom teve por consequência a associação entre o feio
e o mau. Assim, as personagens más das histórias infantis são feias, como as bruxas,
enquanto as heroínas são formosas. Satanás é representado em formas monstruosas nas
catedrais góticas, e sua feiura tem por finalidade colocar o fiel no caminho da virtude
através do medo. Se toda a arte de estilo clássico desde os gregos buscava ser bela, o

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século XX vai resgatar o feio como um instrumento da luta modernista contra o
classicismo.
Ao abandonar o belo, as vanguardas abriram todo um leque de novos sentimentos
estéticos. O objeto feio pode ser expressivo, trágico, grotesco, perturbador ou inventivo
e, é claro, sua observação pode causar grande prazer. O século XX desenvolveu um gosto
pelo feio. Formalmente, podemos definir o feio como o oposto visual do belo, isto é,
como o que se apresenta disforme, desordenado ou desproporcional.
O belo é um conceito relacionado à determinadas características visíveis nos
objetos (ou seres). Historicamente, é o fruto maior da estética clássica, grega e romana.
Foi desenvolvido pelos filósofos gregos e exemplarmente demonstrado em suas escultura,
arquitetura e pintura. Estas obras seguem sendo, passados mais de dois mil anos, os
paradigmas dos objetos belos. Eu posso gostar do que é feio, do que é amargo ou
assustador, portanto não é o gosto que define o que é belo
.Acompanhando a milenar tradição clássica, podemos definir o belo formalmente,
isto é, a partir de certas características das formas dos objetos. Estando presentes estas
características, o objeto tem larga chance de ser belo. Posso não gostar dele, posso
considerá-lo frio e distante como um estranho extraterrestre alheio às imperfeições e
paixões da vida, mas ele adequa-se aos critérios de beleza de 20 séculos de arte e
arquitetura. Três destas características formais são a ordem, a simetria e a proporção.
Pensadas na Grécia clássica, estas três categorias atravessaram milênios de história,
informando muita da arte gótica, renascentista, neoclássica etc. até os dias de hoje.
Estética é a ciência que estuda a noção do belo, mas nunca dita o que é belo ou
não. Existiam a algum tempo atrás, mais precisamente antes do século XX, ideias de
beleza que todos os artistas tinham obrigação de seguir era o chamado de padrões de
beleza. A noção de beleza até então era aquela noção acadêmica e que interessava
somente à parte dominante da sociedade. Uma pintura tinha que ser exatamente como
uma fotografia, uma música tinha que ter certa quantidade de compassos
matematicamente definidos e de preferência que fosse tonal. O teatro ou a literatura só

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contavam histórias que continha o tal de começo meio e fim. A dança jamais que poderia
ter o visual da nudez como se faz hoje em dia. A partir do século XX as coisas mudaram,
nossos artistas começaram a romper com os "padrões" do passado e surgiu o que
chamamos hoje de arte contemporânea.
Os conceitos sobre estética passaram por várias mudanças de pensamentos,
valores, através de fundamentos de grandes filósofos como Kant e Hegel. O “Belo” faz
parte dos conceitos estudados pela estética, principalmente no contexto da arte clássica,
mostrando também o estudo do princípio da “Arte do Feio”. Demonstra a fascinação do
estudo do Feio, proposta esta que causa efeitos diversos no período moderno e
contemporâneo, através de uma comunicação diferenciada entre o artista e o público. A
apresentação das propostas de rupturas estéticas dos artistas Marcel Duchamp, Andy
Warhol e Francis Bacon, os quais produzem obras com uma estética transformadora,
revelando as necessidades de uma visão da sociedade contemporânea.

4 - Estética da guerra

https://www.youtube.com/watch?v=HbqjroJozto-acessoem30/05/2016 - Vídeo
Triunfo da Vontade – Propaganda e Estética Nazista.
A crescente proletarização dos homens contemporâneos e a crescente
massificação são dois lados do mesmo processo. O fascismo tenta organizar as massas
proletárias recém-surgidas sem alterar as relações de produção e propriedade que tais
massas tendem a abolir. Ele vê sua salvação no fato de permitir às massas a expressão de
sua natureza, mas certamente não a dos seus direitos. Deve-se observar aqui,
especialmente se pensarmos nas atualidades cinematográficas, cuja significação
propagandística não pode ser superestimada, que a reprodução em massa corresponde de
perto à reprodução das massas. Nos grandes desfiles, nos comícios gigantescos, nos
espetáculos esportivos e guerreiros, todos captados pelos aparelhos de filmagem e
gravação, a massa vê o seu próprio rosto. Esse processo, cujo alcance é inútil enfatizar,
está estreita mente ligado ao desenvolvimento das técnicas de reprodução e registro. De

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modo geral, o aparelho apreende os movimentos de massas mais claramente que o olho
humano. Multidões de milhares de pessoas podem'ser captadas mais exatamente numa
perspectiva a vôo de pássaro. E, ainda que essa perspectiva seja tão acessível ao olhar
quanto à objetiva, a imagem que se oferece ao olhar não pode ser ampliada, como a que
se oferece ao aparelho. Isso significa que os movimentos de massa e em primeira instância
a guerra constituem uma forma do comportamento humano especialmente adaptada ao
aparelho. As massas têm o direito de exigir a mudança das relações de propriedade; o
Fascismo permite que elas se exprimam conservando, ao mesmo tempo, essas
relações. Ele desemboca, consequentemente, na estetização da vida política. A política se
deixou impregnar, com d'Annunzio, pela decadência, com Marinetti, pelo futurismo, e
com Hitler, pela tradição de Schwabing (Bairro Boêmio de Viena).
Todos os esforços para estetizar a política convergem para um ponto. Esse ponto
é a guerra. A guerra, e somente a guerra, permite dar um objetivo aos grandes movimentos
de massa, preservando as relações de produção existentes. Eis como o fenômeno pode ser
formulado do ponto de vista político. Do ponto de vista técnico, sua formulação é a
seguinte: somente a guerra permite mobilizar em sua totalidade os meios técnicos do
presente, preservando as atuais relações de produção. É óbvio que a apoteose fascista da
guerra não recorre a esse argumento. Mas seria instrutivo lançar os olhos sobre a maneira
com que ela é formulada. Em seu manifesto sobre a guerra colonial da Etiópia, diz
Marinetti: "Há vinte e sete anos, nós futuristas contestamos a afirmação de que a guerra
é antiestética... Por isso, dizemos: ...a guerra é bela, porque graças às máscaras de gás,
aos megafones assustadores, aos lança-chamas e aos tanques, funda a supremacia do
homem sobre a máquina subjugara. A guerra é bela, porque inaugura a metalização
onífica do corpo humano. A guerra é bela, porque enriquece um prado florido com as
orquídeas de fogo das metralhadoras. A guerra é bela, porque conjuga numa sinfonia os
tiros de fuzil, os canhoneios, as pausas entre duas batalhas, os perfumes e os odores de
decomposição. A guerra é bela, porque cria novas arquiteturas, como a dos tanques, dos
esquadrões aéreos em formação geométrica, das espirais de fumaça pairando sobre

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aldeias incendia-Ias, e muitas outras. Poetas e artistas do futurismo ... lembrai-vos desses
princípios de uma estética da guerra, para que eles iluminem vossa luta por uma nova
poesia e uma nova escultural".
Esse manifesto tem o mérito da clareza. Sua maneira de colocar o problema
merece ser transposta da literatura para a dialética. Segundo ele, a estética da guerra
moderna se apresenta do seguinte modo: como a utilização natural das forças produtivas
é bloqueada pelas relações de propriedade, a intensificação dos recursos técnicos, dos
ritmos e das fontes de energia exige uma utilização antinatural. Essa utilização é
Encontrada na guerra, que prova com suas devastações que a sociedade não estava
suficientemente madura para fazer da técnica o seu órgão, e que a técnica não estava
suficientemente avançada para controlar as forças elementares da sociedade. Em seus
traços mais cruéis, a guerra imperialista é determinada pela discrepância entre os
poderosos meios de produção sua utilização insuficiente no processo produtivo, ou seja,
pelo desemprego e pela falta de mercados. Essa guerra é uma revolta da técnica, que cobra
em "material humano" o que foi negado pela sociedade. Em vez de usinas energéticas, -
ia mobiliza energias humanas, sob a forma dos exércitos. Em vez do tráfego aéreo, ela
regulamenta o tráfego de fuzis, e na guerra dos gases encontrou uma: forma nova de
liquidar aura. "Fiat ars, pereat mundus",diz o fascismo e espera que a guerra
proporcione a satisfação artística de uma percepção sensível modificada pela técnica,
como faz Marinetti. É a forma mais perfeita do art pour l'art. Na época de Homero, a
Humanidade oferecia-se em espetáculo aos deuses olímpicos agora, ela se transforma em
espetáculo para si mesma. Sua auto-alienação atingiu o ponto que lhe permite viver sua
própria destruição como uni prazer estético de primeira ordem. Eis a estetização da
política, como a pratica o fascismo. O comunismo responde com a politização da arte.

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5 - Estética Pós-Moderna/Contemporânea

https://www.youtube.com/watch?v=HC5v4TiiRuM-acessoem30/05/2016 -
Vídeo sobre a Arte contemporânea

As características presentes na pós-modernidade que a definem esteticamente são


a multiplicidade de estilos, suas misturas e hibridações. Para a doutora Rahde, essa
multiplicidade se consolidou com o advento das tecnologias de comunicação (como
televisão, rádio e internet) que difundiram possibilidades plurais de contemplação e
participação dos sujeitos.
A estética visual pós-moderna cultiva a ambiguidade, a indefinição, a
indeterminação, visando a ampliar ao máximo as suas possibilidades conotativas, o que
resulta num caminho da liberdade da fundição entre o real e o imaginário, pois procura a
participação ativa do espectador num jogo de interpretação. Manifesta visualidades
efêmeras e descartáveis, tolera a imperfeição, a imprecisão, a poluição, valoriza a
comunicação e as emoções dos grupos e ironiza estereótipos visuais hegemônicos e
banalizados da alta cultura.
Os valores contemporâneos/pós-modernos refletem essas características estéticas:
são os vividos anteriormente sobrepostos, relidos, reestruturados,
decodificados utilizando-se da maior interação pessoal e subjetiva proposta pela atual
lógica que tanto valoriza o sentimento.

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Ao contrário da modernidade - que buscava a linearidade das formas e do
pensamento, a ciência, a pureza de uma arte pela arte - a pós-modernidade aceita
praticamente todas as manifestações do imaginário humano.
Esta realidade social de união entre tecnologia, epistemologia e o imaginário faz
com que seja necessária uma apurada formação da sensibilidade para a possibilidade de
um senso crítico que faça capaz a melhor apreensão deste mundo de diversidades. Por
isso e pela inédita acessibilidade a inúmeras informações sensoriais, a estética passa a
valorizar a qualidade e não mais a quantidade.
As representações do sujeito pós-moderno são complexas e estão coadunadas com
a sua instabilidade e flexibilidade, pois os artistas, espelhos das transições culturais,
apresentam uma forte tendência pelas preferências individuais transitórias.
A estética pós-moderna concorda com os pensamentos do filósofo Plotino que, já
nos anos 270 D.C., defendia que Beleza dependeria da participação de uma ideia, não
condicionada por dogmatismos (como simetria, proporcionalidade etc.) defendidos pelos
teóricos.

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REFERÊNCIAS

RAHDE, Maria Beatriz Furtado. Considerações sobre uma estética


contemporânea. 2007. 16 f. Pesquisa (Pós-graduação) - Curso de Comunicação, Puc-Rs,
Porto Alegre, 2007.

Aristóteles. Poética. São Paulo. Ed. Ars Poética. 1993.

Burke, Edmund. Uma investigação filosófica sobre a origem de nossas ideias do


sublime e do belo. Campinas: Papirus, 1993.

Hegel, G. W. Cursos de Estética. São Paulo: Edusp, 2001/06. 4 vols.

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