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Escola Secundária 15 de Outubro

Belo Como Fundamento da Arte

Agosto de 2023
Escola Secundária 15 de Outubro

Discentes Docente

Fiza Rachide No 28 Carlitos Tome Cláudiano


Lurdes Imamo No 47
Maiassa Mussa António No 50
Sualehe da Delfa Sualehe. No 70

Agosto de 2023
Índice

Introdução........................................................................................................................................4

1. O Belo Como Fundamento da Arte.............................................................................................5

1.1.Teoria do Belo Segundo Platão.................................................................................................5

1.2.Belo na Concepção de Kant.......................................................................................................6

1.3.Perspectiva de Aristóteles sobre Belo........................................................................................7

1.4.Filosofia do Belo na Arte de Alexander Baumgarten................................................................7

1.5.Idealismo Transcendental sobre Belo........................................................................................7

2.Conclusão.....................................................................................................................................9

3.Referencias Bibliografia.............................................................................................................10
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Introdução
O trabalho em estudo debruça tópico relativo ao belo como fundamento da arte. Na arte, o belo
é um saber inventado pelo artista para se defrontar com o mundo diferente e livre. Também o
belo serve para conectar o ser humano com o seu eu mais profundo, com sua alma.

As artes buscam mostrar algum tipo de beleza, porém, o que é considerado bonito para uma
artista pode não ser para outro.

Objectivo geral

 Abordar sobre o belo como fundamento da arte.

Objectivos específicos

 Distinguir as diferentes ideias dos filósofos sobre o belo na arte;

 Correlacionar as ideias dos filósofos sobre o belo como fundamento da arte.


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1. O Belo Como Fundamento da Arte

Belo é a exposição sensível da ideia nas obras de arte, a partir das quais, pela primeira vez,
seria resolvida a contradição entre sujeito e objecto, uma vez que a obra é o primeiro elo
intermediário entre o que é meramente exterior, sensível e passageiro e o puro pensar.

Para Hegel, o belo é um conceito objectivamente determinável e racionalmente


reconhecido. Se hoje tal concepção nos parece inviável, neste seculo XVIII já possui forte
objecções. Segundo Gérard Bras, já se percebia a recusa em aceitar pressupostos académicos
absolutos que regulariam os princípios segundos os quais as obras de arte deveriam ser
edificadas.

1.1. Teoria do Belo Segundo Platão


A teoria do belo de Platão não se volta para a aparência sensória; baseia-se, ao contrário, em
sua superação. O belo é visto aqui como algo divina e como algo fisicamente manifesto.
Portanto, Platão não dá importância a Arte, pois que esta cria objectos no mundo manifesto.
Considera-a ate mesmo nociva por desviar o olhar do homem da verdadeira essência das coisas.
O belo, em sua essência, só pode ser o objecto da filosofia, dado que essa se propõe a contemplar
o mundo em sua essência ideal.

Para Platão (340 a.C.) o belo é o ideal da perfeição só podendo ser contemplado em sua
essência por meio de um processo de evolução filosófica e cognitiva do indivíduo por meio da
razão que lhe proporcionaria conhecer a verdade harmónica do cosmo. Este processo
proporcionaria a superação das ilusões e aparências sensórias do mundo, revelando sua
verdadeira essência, essa essência de certa forma, divina, está além de formas físicas e
experiências empíricas. Por isso a arte para Platão é uma distracção da verdadeira essência das
coisas.

Para o filósofo a arte é a reprodução do mundo, que por sua vez, é a representação de ideias
no mundo manifesto e por isso a arte distância a mente da realidade e consequentemente do
Belo. O filósofo reconhece que a arte possui valor em si mesma, por isso, cria confusão com o
objecto real e deturpa a essência do belo. Essa conceituação de Platão tem forte ligação com
conceito de real, pois não permite mediações de nenhum tipo.
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Para Platão, o Belo está pautado na noção de perfeição, de verdade. Para ele, a Beleza existe
em si mesma, no mundo das ideias, separada do mundo sensível (que é o mundo concreto, no
qual vivemos). Assim, as coisas seriam mais ou menos belas a partir de sua participação nessa
ideia suprema de Beleza, independentemente da interferência ou do julgamento humano.

O filósofo critica as obras de arte que se limitam “copiar” a natureza, já que elas acabam
afastando o homem da real Beleza, que é aquela existente no mundo das ideias. Essas questões
influenciaram, por muito tempo, em maior ou menor intensidade, a produção artística ocidental.

Aristóteles tem um pensamento diferente sobre a arte, que, para ele, é uma criação humana.
O filósofo entende que o Belo não pode ser desligado do homem, já que ele está em nós, é uma
fabricação humana.

1.2. Belo na Concepção de Kant


Outro pesquisador que se debruçou sobre o estudo da estética, Immanuel Kant (1724 1804),
utilizou a Metafísica de Baumgarten (1739) como texto para palestras. Tomou emprestado o
termo estética de Baumgarten, mas o aplicou a todo o campo da experiência sensorial. Só mais
tarde o termo se restringiu à discussão da beleza e da natureza das belas-artes. Para o autor o belo
é um dado objectivo presente nos próprios objectos e agrada universalmente a todos sem
depender de um interesse ou um conceito.

Segundo Kant, o belo resulta da concordância harmoniosa entre uma forma sensível
imaginada para exprimir uma ideia, e uma ideia concebida para ser expressa por uma forma. O
belo será o que satisfaz o voo livre da imaginação, sem estar em desacordo com as leis da
Verstand. O objecto belo não é um sistema artificial de meios, mas antes uma disposição de
partes habilmente calculada com a mira num fim distinto de si mesmo. Será, segundo a
expressão de Kant, uma finalidade sem fim, isto é, a verdadeira beleza não está ligada a um fim,
mas aparece como sendo livre e viva, expandindo-se sem intenções reservadas.

Kant distingue essencialmente o belo do sublime. O primeiro consiste na harmoniosa


coerência do entendimento e da imaginação, enquanto o sublime consiste na sua desproporção. A
vista do belo desperta em nós uma alegria pura, muito embora o sublime tenha algo de
melancólico e pungente.
1.3. Perspectiva de Aristóteles sobre Belo
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Aristóteles, pupilo de Platão refuta o pensamento platónico e segundo o professor e pesquisador


Clóvis de Barros (2010) em sua aula “A Beleza e a Arte”, para Aristóteles “o mundo é belo
quando na sua simples contemplação enseja a quem o contempla um instante de vida que vale
por ele mesmo, um instante eudemónico”. O belo para Aristóteles também estaria ligado à
natureza, entretanto, diferentemente do pensamento de Platão, a arte, a criação humana, assume
protagonismo na concepção do belo uma vez que é o homem que define o que é belo, ou seja,
existe um filtro humano tanto do artista quanto do observador.

O que vai garantir beleza a uma obra, para Aristóteles, é a proporção, a simetria, a ordem, a
justa medida.

1.4. Filosofia do Belo na Arte de Alexander Baumgarten

O filósofo alemão Alexander Baumgarten (1714-1762), fundamenta a filosofia do belo na arte


e avança na discussão de tópicos como arte e beleza estabelecendo a estética como disciplina em
um campo distinto da investigação filosófica. A ênfase característica da sua abordagem estava na
importância do sentimento no acto criativo do artista. Ele queria modificar “a afirmação
tradicional de que “a arte imita a natureza”, afirmando que os artistas devem alterar
deliberadamente a natureza, adicionando elementos de sentimento à realidade percebida. Dessa
forma, o processo criativo do mundo se reflecte em sua própria actividade. O belo é uma
materialização de sentimentos e ideias puras através de obras de arte.

O belo nasce de um sentimento humano de prazer universal e da capacidade humana de


julgar essa informação nos objectos em uma espécie de jogo entre imaginação e o entendimento
que promoveriam a manifestação do belo por meio de sensações, sentimentos de prazer no
sujeito. Nesse período e no que se seguiu, a estética kantiana e a razão cartesiana foram as
protagonistas do fazer artístico e da percepção do que é arte.

1.5. Idealismo Transcendental sobre Belo

O belo, segundo o idealismo transcendental, não pode ser uma propriedade objectiva das
coisas (o belo ontológico), mas nasce da relação entre o objecto e o sujeito, não estando também
o sublime nas coisas, mas no homem.
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Segundo S. Tomás de Aquino, o belo é uma propriedade ou qualidade rea das coisas. Na
verdade, a beleza repousa num aspecto dos seres existentes, capazes de fundamentar uma
determinada relação às potências cognoscitivas.

O belo é para poucos, disse Nietzsche. Mas não é que seja acessível apenas a poucos, nem
que deva sê-lo, e sim que poucos se dispõem a ir em seu encontro. Pois, já sabemos: o belo não
se apodera simplesmente de nós, não o recebemos passivamente, mas temos de buscá-lo, de nos
interessarmos por ele. A beleza premia o esforço de quem a procura, e a verdade é que poucos se
sentem estimulados a despender esse esforço, e isso, temos de acrescentar, também por razões
que escapam a seu controle e escolha. E mesmo os que se consideram sensíveis à beleza terão de
conceder que nem sempre se encontram em condição de desfrutar dela, por mais que ela se
ofereça.

O belo é para poucos, e também para poucos momentos. É uma experiência de exceção. No
geral, estamos atarefados demais para nos permitir esse inocente prazer de meramente
contemplar a aparência das coisas: quase sempre, temos de nos haver é com as próprias coisas.
As coisas nos atraem, as coisas nos ameaçam, e é por entre elas que temos de encontrar nosso
caminho no mundo.

O que é belo é subjectivo. Dai a dificuldade em chegar a um consenso sobre o que é belo ou
sobre o que não o é, portanto, parece ser óbvio que a classificação de uma abra de arte como bela
é relativa. Com efeito, não se fala, hoje em dia, de valores universais. Não existem valores
eternos comungados por todos os povos e em todos os tempos.

Como afirma Ferry, «A ética fundamentando o belo numa faculdade demasiado subjectiva
para que nela se possa facilmente encontrar alguma objectividade, a história da estética, pelo
menos até aos finais do século XVIII, iria antes do relativismo à busca de critérios.»

O belo é o que nos reúne mais facilmente e mais misteriosamente. Daqui resulta a visão de que a
obra de arte deve ser uma representação bela do mundo subjectivo do artista.
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1. Conclusão
Chegando aqui, concluímos que: como filosofia, ou seja: como âmbito de investigação teórica
e conceitual sobre nossas reacções à forma pela qual as coisas se apresentam a nós, a Estética
fala do belo e do feio, mas não para nos ensinar que isto é belo e aquilo é feio, nem para nos
recomendar o belo e condenar o feio muito menos para ensinar o que fazer para que as coisas que
não são belas venham a sê-lo. Se fosse assim, não seria teoria, mas um guia prático, e, o que é
mais importante, já daria como conhecido o sentido do termo belo, quando é exactamente isto
que se trata de determinar: na Estética, precisamente esse sentido está em aberto e tornasse
objecto de debate.

Como filosofia, a Estética quer saber o que é uma coisa bela. Pergunta-se pelo porquê de que a
aparência de certas coisas nos agrade ao ponto de dizermos que são belas, e o que estamos
querendo dizer ao declararmos que o são. Ela quer explicitar conceitualmente os critérios pelos
quais julgamos a aparência das coisas.

Quando dizemos que algo é belo, não queremos dizer simplesmente que seja “agradável”.
Contudo, esta representação pura do objecto belo é particular e a objectividade do juízo estético
não tem conceito ou a sua necessidade e universalidade são subjectivas.
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2. Referencias Bibliografia
BARROS, Clóvis. Aula 8 – A Beleza e a Arte – Clóvis de Barros (2010). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=nmGr2KwylI.

DUFRENNE, Mikel. Estética e filosofia. Tradução de Roberto Figurelli. São Paulo: Perspectiva,
1981.

JIMENEZ, Marc - O que é Estética? São Leopoldo: Editora UNISINOS, 1999.

PLATÃO. A república. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1990.

ARISTÓTELES. Poética. São Paulo: Artista Poética, 1992.

BAYER, Raymond. História da estética. Lisboa: Estampa, 1998.

LEITE. F. – “Filosofia do Belo”, in: Revista Portuguesa de Filosofia, I, fasc. 1, (Braga, 1946),
pp. 65-66.

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