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Cap 15 Filosofia Estética

1. ESTÉTICA Profº José Ferreira Júnior


2. A VIVÊNCIA ATRAVÉS DA ARTE Estética vem do grego aisthetiké. Refere-se a tudo aquilo que
pode ser percebido pelos sentidos. DEFINIÇÕES DE ESTÉTICA: KANT  o estudo das condições
da percepção pelos sentidos. ALEXANDER BAUMGARTEN  utilizou o termo estética pela
primeira vez no sentido de teoria do belo e das suas manifestações através da arte.
3. A VIVÊNCIA ATRAVÉS DA ARTEA ESTÉTICA pretende alcançar um tipo específico de
conhecimento: aquele que é captado pelos sentidos. A ESTÉTICA parte da experiência sensorial,
da sensação, da percepção sensível, para chegar a um resultado que não apresenta a mesma
clareza e distinção da lógica e da matemática. Seu principal objeto de investigação é o fenômeno
artístico que se traduz na obra de arte.
4. O QUE É BELO?O ser humano pode fazer:  JUÍZOS DE FATO  dizer o que são as coisas 
JUÍZOS DE VALOR  julgar se determinada coisa é boa, ruim, agradável, bonita, feia etc.  JUÍZO
MORAL  JUÍZO ESTÉTICO julgamos se algum objeto, algum acontecimento, alguma pessoa ou
algum outro ser é belo. De uma forma geral belo é algo que nos agrada, que nos satisfaz os
sentidos, que nos proporciona prazer sensível e espiritual.
5. O QUE É BELO? Os filósofos que se dedicaram à investigação do que é a beleza se dividem
quanto a essa questão:  Para uns, a beleza é algo que está objetivamente nas coisas;  Para
outros, a beleza é apenas um juízo subjetivo, pessoal e intransferível a respeito das coisas. Onde
se encontra a beleza?
6. INTERPRETAÇÕES IDEALISTAS EEMPIRISTAS Para os filósofos idealistas a beleza é algo que
existe em si mesma. Para Platão a beleza seria uma forma ideal que subsistiria por si mesma,
como um modelo, no mundo das idéias. Para os filósofos materialistas-empiristas (Hume) a
beleza não está propriamente nos objetos, mas depende do gosto de cada um, da maneira como
cada pessoa vê e valoriza o objeto.
7. INTERPRETAÇÃO DE KANT LIVRO: Crítica da Faculdade do Juízo. Buscou mostrar que, ainda
que o juízo estético sobre as coisas seja uma capacidade subjetiva, pessoal, há, no entanto,
aspectos universais na percepção estética dos indivíduos. A nossa estrutura sensível (os órgãos
dos sentidos) e a nossa imaginação são as condições que tornam possível a percepção estética,
mas essas condições são comuns a todos os homens.
8. INTERPRETAÇÃO DE KANT Kant entendia que o juízo estético não é guiado pela razão e sim
pela faculdade da imaginação. Julgamos belo aquilo que nos proporciona prazer, o que não é
nada lógico ou racional e sim algo subjetivo, já que se relaciona ao prazer ou desprazer
individual. Para Kant, “todos os juízos de gosto são juízos singulares”.
9. INTERPRETAÇÃO DE KANT Kant também diz que “belo é o que apraz universalmente sem
conceito”. O que isso significa? Kant afirma que é impossível conceituar, definir racionalmente
o belo, pois “quando se julgam objetos simplesmente segundo conceitos, toda a representação
da beleza é perdida”.
10. INTERPRETAÇÃO DE KANT Quando dizemos que algo é belo, pretendemos que esse juízo
esteja afirmando algo que pertence ao objeto realmente. Não dizemos “isto é belo para mim”,
mas sim “isto é belo”, esperando que os outros concordem com esse julgamento. Portanto esse
julgamento pretende ser voz universal, pois contém uma expectativa de que aquilo que julgamos
belo seja, de fato, belo.
11. INTERPRETAÇÃO DE KANT Essa expectativa se torna possível, para Kant, devido ao
fundamento do juízo de gosto, que seria a vinculação universal entre o belo e o sentimento de
prazer. Como determinados objetos despertam em grande quantidade de pessoas o mesmo
sentimento de prazer, é possível supor a existência de certa universalidade nos juízos estéticos.
12. INTERPRETAÇÃO DE HEGEL Hegel trabalhou a questão da beleza numa perspectiva
histórica. Para ele, o relativo consenso acerca de quais são as coisas belas mostra apenas que o
entendimento do que é belo depende do momento histórico e do desenvolvimento cultural.
Esses dois fatores determinariam certa visão de mundo, a partir da qual algumas coisas seriam
consideradas belas e outras não.
13. INTERPRETAÇÃO DE HEGEL Em Hegel, a beleza artística não diz respeito apenas à sensação
de prazer que determinada obra possa proporcionar, mas à capacidade que ela tem de sintetizar
um dado conteúdo cultural de um momento histórico. A arte não é apenas fruição, mas tem
como função mostrar, de modo sensível, a evolução espiritual dos homens ao longo da história.
14. INTERPRETAÇÃO DE HEGEL Para Hegel a percepção da beleza é uma construção social que
depende do alargamento da capacidade de recepção do indivíduo, ou seja, da sua capacidade de
ver, ouvir, sentir. A capacidade estética, que é subjetiva, seria formada a partir das relações
objetivas da vivência social de cada um. Para Hegel, tanto a definição do que é beleza quanto a
capacidade individual de percebê-la são construções histórico-sociais.
15. ARTEEXPRESSÃO CRIATIVA DA SENSIBILIDADE ARTE  conjunto de coisas que se
distinguem por revelar talento, perícia, habilidade e beleza. OBRA DE ARTE  música, romance,
pintura, dança, poema. O que é arte?  Para Susanne K. Langer, a arte pode ser entendida como
a prática de criar formas perceptíveis expressivas do sentimento humano.
16. ARTEEXPRESSÃO CRIATIVA DA SENSIBILIDADE Analisemos, então o conteúdo essencial
dos termos da definição: PRÁTICA DE CRIAR  a arte é produto do fazer humano (prática +
criatividade). FORMAS PERCEPTÍVEIS  a arte se concretiza em formas capazes de serem
percebidas por nossa mente. Essas formas podem ser estáticas ou dinâmicas.
17. ARTEEXPRESSÃO CRIATIVA DA SENSIBILIDADE EXPRESSÃO DO SENTIMENTO HUMANO 
a arte é sempre manifestação dos sentimos humanos. Esses sentimentos podem revelar emoção
ou revolta. A função primordial da arte seria “objetivar o sentimento de modo que possamos
contemplá- lo e entendê-lo”.
18. A ARTE COMO FENÔMENO SOCIAL Há estudiosos que vêem na obra de arte uma
manifestação pura e simples da sensibilidade individual do artista. Outros a encaram como uma
atividade plenamente lúdica, gratuita, livre de quaisquer preocupações utilitárias ou
condicionamentos exteriores à sua própria criação. Outra característica importante: o fato de
que a arte é um fenômeno social.
19. A ARTE COMO FENÔMENO SOCIALA arte é fenômeno social porque:  O ARTISTA É UM SER
SOCIAL  como ser social, o artista reflete na obra de arte sua maneira própria de sentir o mundo
em que vive, as alegrias e as angústias, os problemas e as esperanças de seu momento histórico.
 A OBRA DE ARTE É PERCEBIDA SOCIALMENTE PELO PÚBLICO  por mais íntima e subjetiva
que seja a experiência do artista deixada em sua obra, esta será sempre percebida de alguma
maneira pelas pessoas. A obra de arte será um elemento social de comunicação da mensagem de
seu criador. Como fenômeno social, a arte possui, portanto, relações com a sociedade.
20. A ARTE COMO FENÔMENO SOCIAL Essas relações são dinâmicas, modificando-se conforme
o contexto histórico. E envolvem 3 elementos fundamentais:  A OBRA DE ARTE  O SEU AUTOR
(artista)  E O PÚBLICO. No que diz respeitos ao ARTISTA, as relações da sua arte com a
sociedade podem ser de paz e harmonia, de fuga e ilusão, de protestos e revolta. Quanto à
SOCIEDADE, seu relacionamento com determinada arte pode ser de ajuda e incentivo ou de
censura e limitação à atividade criadora.
21. A ARTE COMO FENÔMENO UNIVERSAL Afirmar que a arte é um fenômeno social não
significa reduzi-la a mero produto de condicionamentos históricos e ideológicos. Na realização
da obra de arte, todos os elementos que a envolvem precisam ser resolvidos artisticamente, isto
é, precisam ser traduzidos em termos de criação estética. Nessa criação é que reside o valor
essencial de toda grande obra de arte. Ocorre nela uma espécie de rompimento com o tempo
imediato e um encontro do homem com a eternidade.
22. A ARTE COMO FENÔMENO UNIVERSAL Ascircunstâncias particulares que estão presentes
na criação artística se unem, harmoniosamente, a elementos de universalidade, que penetram
profundamente no espírito humano, gerando um sentido de permanente fascínio.
23. A ARTE E EDUCAÇÃO Muitas especulações tomaram o rumo de associar o belo ao bom,
entrelaçando os campos filosóficos da estética e da ética. Sócrates e Platão já diziam que o que
é bom é belo, e o que é belo é bom. Também se verifica um entrelaçamento entre estética e ética
quando se constata que o belo pode despertar o bom no indivíduo e que por isso, deve fazer
parte de sua educação. Friedrich von Schiller propôs a educação estética, além da educação
ética, como forma de harmonizar e aperfeiçoar o mundo e de o indivíduo alcançar a sua
liberdade.
24. ARTE E CULTURA DE MASSA Schiller considera que exista uma arte ideal, cuja função seria
servir à necessidade do espírito humano e não ao “mercado do século”, ou seja, aos interesses
econômicos que determinam o que pode e deve ser feito para atender à demanda de mercado.
De acordo com Adorno, a arte e os bens culturais estão submetidos aos interesses do mercado e,
dessa forma, não passam de negócios, como qualquer outro produto. A indústria de lazer e
divertimento investe em determinados produtos culturais que agradam às massas de forma
imediata.
25. ARTE E CULTURA DE MASSA A indústria cultural lucra mais com investimentos baratos e
com produções artísticas de pouca qualidade e de entretenimento fácil, que não trazem para o
público nenhum enriquecimento pessoal e nenhuma contribuição ao questionamento das coisas,
à reflexão. É a indústria do simples divertimento, da distração e, por isso mesmo, da perpetuação
das atuais condições de existência. Indústria que pela difusão de suas “mercadorias culturais”
vendem os valores dominantes do capitalismo, promovendo uma “colonização do capitalismo”
dos consumidores desses produtos.
26. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e
grandes temas. 16 ed. reform. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2006.

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