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O conceito de Estética

A Estética e a disciplina ou a
ciência da sensibilidade. Marcuse
em Eros e Civilização (1966) afirma
que o termo “estético” foi sempre
situado no campo das faculdades
inferiores, derivado do facto de ser
considerado pela tradição de
irrealista, pois aithésis , queria
dizer “ o que pertencia aos
sentidos.”
Foi no século XVIII que a Estética
surgiu como disciplina filosófica e
como teoria do Belo e da Arte, pelo
pensador Alexander Baumgarten
que restitui o significado para “
pertinente a beleza e à arte”
(Marcuse; 1966: 162).

O TERMO ESTÉTICA
A palavra estética não aparece pela primeira vez com
Baumgarten, mas origina nos gregos.

A palavra estética nos gregos tem a mesma raíz de anesthesia


- que significa o que nos deixa sem sentido. Portanto a
palavra grega esthésia significa onde os sentidos percepciona,
ou seja o que está ligado a sensação.

A questão estética está ligada ao significado que se dá aonde


o sentido dirrecciona e de como o pensamento se forma. A
sensação é uma componente da faculdade humana que nos
gregos está relacionado com algo ilusória, com a variedade,
porque tem como medium os sentidos e não o logos
ESTÉTICA COM BAUMGARTEN

 O mundo fala grego e fala de pressupostos que


afirma a razão em detrimento da sensação. A história
da Estética é a história da sua repressão pela razão
como faculdade superior.

É Baumgarten restitui a Estética a sua dignidade,


dizendo que o que a sensibilidade reconhece como
verdadeiro, a estética representa como tal, mesmo
que a razão diga o contrário: a sua falsidade.

A lógica da estética é a lógica da sensibilidade, pois o


seu objectivo é a perfeição do conhecimento sensitivo.
A ESTÉTICA, “A CIÊNCIA DA ARTE” OU “ CIÊNCIA
DA SENSIBILIDADE”.

► Desta forma a partir do século XVIII com


Baumgarten (1735) a Estética passa a designar
como disciplina filosófica que debruça não só sobre
o belo, sobre o fenómenos artísticos e o juízo de
gosto.
► Estética passa a ser o estudo das questões
filosóficas que suscitam as artes, tanto do ponto de
vista da criação como da contemplação e do gozo;
é o estudo sistemático do belo e das diferentes
formas de arte ou ainda reflexão sobre a
sensibilidade artística.
ARTE

PRINCIPAIS
ELEMENTOS DA
ESTÉTICA
ATITUDE ESTÉTICA
► Para evitar as cristalizações e dominio do mundo empirico
sobre a Razão humana a atitude estética é a predisposição para
ver o mundo com outros olhos: os olhos de ver os objectos de
modo crítico, despriveligiando sempre o banal à favor de uma
atitude criadora, activa de um sujeito ou espectador que
rompe com as convenções e hábitos ligados a um objecto.
► A atitude estética é sempre a criação do novo.
► A atitude estética, criadora, neste sentido, é trágica. A
personalidade criadora pela arte reproduz e transmite nas fórmulas
de entusiasmo, êxtase, vibração e sonho. As artes na música,
pintura, arquitectura, poesia são formas de criar a essência para
perpetuar os efémeros momentos de delícia segundo Válery.
► Serve as formas de expressão da atitude estética como forma de
dissipação dos símbolos, das generalidades que disfarçam a
realidade verdadeira (Bergson).
JUÍZO ESTÉTICO
► O juízo de gosto não é um juízo de conhecimento,
portanto, não é lógico, é, sim estético, pois o seu
fundamento não é objectivo, mas o subjectivo. São juízos
ao que referem ao belo como empíricos e ao referirem aos
objectos no juízo dão assentimento lógico; mesmo se as
representações fossem racionais no juízo seriam sempre
considerados juízos estéticos (Kant: 1992).
► Este juízo estético sobre a beleza não mescla com o
interesse, pois, se trata de um juízo puro.
► O juízo de gosto é a faculdade de julgamento de um
objecto representando-o sem interesse (Kant: 1992)
EDUCAÇÃO ESTÉTICA:
► O Belo não se imita, ela se inventa (Dufrenne; 1967). O
espectador atento ao Belo deve ser dócil, gosto formado,
atento ao objecto que se proponha a percepção. Neste
sentido o Belo requer faculdades apuradas e não só a pré-
disposição cognitiva. O Belo não requer a direcção da lógica
da verdade, nem da vontade como usual, nem a afectividade
como agradável ou amável. Requer a universalidade do
objecto experimentado pelo sentimento - experiência dada a
todos de forma universal.
► A crítica na óptica de Gillo Dorfles sugere validade universal
pela “interpretação” não como criação, nem percepção, mais
especialização específica. A obra de arte é acompanhada
sempre por um elemento interpretativo que permite-nos
“fazer nossa” e unir qualquer obra no tempo e no espaço, ao
estético que cria e interpreta a nossa maneira estética: eis a
universalidade (Dorfles, 1979).
PRAZER ESTÉTICO
 O prazer estético é sensível porque “a sensação é o começo da arte”. O
prazer é afectivo, pois estimula, como diz Delacroix, os sentidos fazendo a
condição sine qua non para o objecto belo (Delacroix, 1927). O prazer
formal reúne sobre uma ordem construtiva estética de uma unidade numa
variedade, inteligibilidade, clareza, subordinação monárquica e simétrica.
► Um prazer estético deve acompanhar um arranjo de ideias, palavras,
sentido, vida e significação, afim de produzir o gosto. É o que pensa Henri
Delacroix (1927):
► “Existem obras bem feitas e agradáveis, mas vazias. Inversamente, existem
obras carregadas de belas intenções mas não chegam a expressão
adequada. Sabemos que Degas se queixava a Mallarmé e de quanto lhe
custava ser bem sucedido nos seus sonetos, “contudo acrescentava ele,
tenho tantas ideias!” “Mas Degas, respondeu Marllarmé, não é com ideias
que se fazem versos, é com palavras”.
► O prazer estético pelo lado do entendimento compraze com as ideias; no
lado formal compraze com a ordem harmónico e unitário; no lado dos
afectos precisa dos sentimentos excitados por um residiumm de sentimento.
ARTE
A
OBRA
DE
ARTE
“(…) Uma obra de arte é um
A objecto produzido por um autor
que organiza um trama de
OBRA efeitos comunicativos de maneira
DE que o possível gozador possa
ARTE compreender (através de um
jogo de respostas à configuração
de efeitos sentida como estímulo
pela sensibilidade e pela
inteligência) a obra mesma, a
forma originária imaginada pelo
autor.” (Eco; 1971)
A “obra de arte é um objecto
A produzido por um autor” que na
perspectiva de Kant distingue da
OBRA natureza, “como fazer (facere)” e
DE do agir, actuar (agere), A natureza
e arte distinguem-se por um ser
ARTE (effectus) e outro por obra (opus).
Para Kant é de direito chamar obra
somente a produção mediante a
liberdade ou arbítrio, onde se põe a
razão como fundamento das
acções.
Aspectos:
Característica  o autor que cria, segundo a sua
significação e intenção e o fruidor
s da OBRA (contemplador) que interpreta a

DE ARTE obra de mil maneiras, segundo o


contexto, psicologia, educação,
vivência, gosto e sociedade, fazendo
a concretização espiritual do objecto
artísticos.
 As características dos fruidores
(contempladores) que são próprias
da sua psicologia, fisiologia,
ambiente, sensibilidade,
contingências imediatas e históricas,
também são as que concorrem para
a significação da obra de arte.

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